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15 DE ABRIL DE 2016 71

PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 256/XIII (1.ª)

RECOMENDA AO GOVERNO UM CONJUNTO DE MEDIDAS NO ÂMBITO DO APOIO E PROTEÇÃO A

PESSOAS QUEIMADAS

Anualmente, morrem cerca de 265 mil pessoas em todo o mundo devido a queimaduras, de acordo com

dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Em Portugal, apesar da melhoria das condições de vida e das campanhas de informação e prevenção,

registam-se ainda muitos casos de queimaduras. Num estudo retrospetivo incluindo todas as faixas etárias e 91

hospitais portugueses entre 1993 e 1999, constatou-se que foram internados 14.797 doentes por queimadura,

registando-se uma taxa de mortalidade de 3,7%.1

A maior parte das queimaduras ocorrem no âmbito doméstico e laboral e as lesões daí decorrentes são uma

das principais causas de mortalidade e morbilidade.

As queimaduras classificam-se da seguinte forma2:

Antiga classificação Recente classificação Atual classificação

1.º grau Epidérmica Epidérmica

2.º grau 2.º grau superficial Superficial parcial

2.º grau profunda Profunda parcial

3.º grau Subdérmica Profunda completa

Profunda completa +

A adequada disponibilização de cuidados de saúde a doentes queimados é fundamental, de modo a obter

redução da mortalidade, redução das complicações associadas às queimaduras, ganhos em saúde e ganhos

em qualidade de vida dos doentes.

A Direção Geral de Saúde, através da Norma n.º 022/2012 de 26/12/2012 atualizada a 10/11/2015, veio

estabelecer a abordagem organizacional do tratamento de queimaduras. Esta Norma define um “Centro de

Tratamento de Queimados” como sendo o serviço hospitalar organizado para o integral e completo tratamento

do doente com queimaduras, estipulando qual deve ser o volume de atividade assistencial, as áreas funcionais,

o tipo de atendimento, a equipa de saúde, a consultadoria multidisciplinar de outras valências, a experiência dos

profissionais, os equipamentos existentes, os protocolos de investigação e tratamento ou as atividades de

formação, de investigação e educação para a saúde.

O tratamento e acompanhamento de doentes queimados é um processo complexo, que implica a

recuperação não apenas física como também psicológica. O impacto das queimaduras, em especial das

profundas, na vida das pessoas é imenso, deixando sequelas para toda a vida.

De facto, as queimaduras e as suas consequências constituem-se como fatores disruptivos do ponto de vista

psicológico, dado o impacto que a queimadura tem no aspeto físico, na forma como a pessoa queimada se

relaciona com o seu corpo e também com os outros. Têm também um impacto físico que obriga a tratamentos

e cuidados especiais de saúde durante toda a vida.

É, portanto, essencial reconhecer a importância de prevenir a ocorrência de queimaduras, promovendo ações

de sensibilização na população para os cuidados a ter para evitar queimaduras bem como para providenciar

informação acerca da forma como lidar com queimaduras quando estas ocorrem.

Essencial também é assegurar o devido acompanhamento a todos os doentes queimados, para que possam

aceder aos melhores tratamentos bem como ao subsequente tratamento a curto, médio e longo prazo após a

alta hospitalar.

1 da Silva PN, Amarante J, Costa -Ferreira A, Silva A, Reis J. Burn patients in Portugal: analysis of 14,797 cases during 1993 -1999. Burns 2003; 29:265 -9 2 Direção Geral da Saúde (DGS): Norma n.º 022/2012 de 26/12/2012 atualizada a 10/11/2015.

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