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25 DE MAIO DE 2016 55

Linha do Oeste, entre Caldas da Rainha e Figueira da Foz (mantendo a linha ativa para o transporte de

mercadorias), sendo assegurada a mobilidade das populações através de concessões rodoviárias”.

Os protestos da população e dos autarcas, inclusive alguns Presidentes de Câmara eleitos pelo PSD,

levaram o Governo a recuar.

Em boa hora, e ao contrário de tantas medidas, o Governo recuou.

E considerando os dados existentes, a própria administração da CP defende que a Linha do Oeste foi das

que teve mais procura nos últimos anos.

Aliás, este aumento de procura e de movimento de passageiros resultou de uma simples alteração que

conduziu ao reforço do eixo Caldas da Rainha – Coimbra, levando a que a procura tenha tido um acréscimo

superior a 150% quando comparado com o ano de 2011.

Obviamente que, em termos de receita para a empresa, este aumento foi mais do que proporcional porque

anteriormente os comboios dirigiam-se para a estação da Figueira da Foz e agora vão para Coimbra, o que

melhora a relação PK (passageiros x quilómetros) percorridos.

Acresce, a esta alteração, o efeito induzido pela maior procura na linha do Norte, nas ligações a Aveiro e

Porto, pelos passageiros vindos do Oeste.

E, todos estes ganhos, resultaram de menos gastos para a empresa, tendo ocorrido a redução de custos na

linha de 7,3 para 5,7 milhões de euros.

Do estudo que esteve na base desta alteração, encontra-se ainda por implementar uma campanha

publicitária, ligações rodoviárias complementares entre as estações e o centro das diversas localidades e a

continuidade do serviço nas Caldas da Rainha para acabar com os transbordos.

Verifica-se, com base nos dados existentes, que a Linha do Oeste, ao contrário do que o anterior Governo

tentou implementar, tem procura, tem oferta, precisando contudo da modernização que lhe é devida.

A eletrificação e a instalação de modernos sistemas de telecomunicações e sinalização num corredor

ferroviário que ainda funciona como nos fins do século XIX, totalmente dependente de meios humanos, é um

imperativo.

As questões ambientais inerentes à mobilidade rodoviária são um fator que também deve ser ponderado,

bem como a utilização de meios de transportes menos poluentes, que deve vir a constituir-se como uma

prioridade.

A realização destas intervenções garante uma inequívoca melhoria da segurança, pela eliminação das

passagens de nível e a melhoria dos sistemas de sinalização e do próprio material circulante e a existência de

uma verdadeira alternativa à Linha do Norte, descongestionando-a e permitindo soluções simples e eficazes nos

momentos em que, por razões climatéricas, de acidentes ou de outra natureza, esta se encontre interditada,

como acontece várias vezes ao longo do ano, entre Lisboa e o Entroncamento ou mesmo Pombal ou Coimbra.

O Partido Socialista sempre defendeu a requalificação e modernização da Linha do Oeste pois considera

esta linha ferroviária verdadeiramente estratégica e estruturante da região e do País.

A aposta do atual Governo nos investimentos na Ferrovia, conforme consta do “Plano de Investimentos em

Infraestruturas Ferrovia 2020”, e apesar da escassez de meios financeiros disponíveis para os investimentos,

não deve impedir a existência de um pensamento estratégico para o futuro da ferrovia e, em particular, da Linha

do Oeste.

O Governo prevê neste documento um investimento na Linha do Oeste de cerca de 107 milhões de euros na

sua modernização, com eletrificação e intervenção nos sistemas de sinalização e telecomunicações.

Este investimento, sendo obviamente de elogiar parece-nos, ainda assim, insuficiente, pelas razões

apontadas, uma vez que deixará sem intervenção o troço Caldas da Rainha-Linha do Norte e, mais grave, sem

calendarização e sem projeto de execução.

Acresce ainda que, a manter-se assim, a Linha do Oeste continuará a não servir de forma eficiente e

adequada às suas características socioeconómicas, a maior parte da região entre Caldas da Rainha e Leiria,

habitada por cerca de 300 mil pessoas, em particular o Eixo Industrial Leiria/Marinha Grande/Caldas da Rainha

e o Eixo Turístico S. Martinho do Porto/Nazaré/Alcobaça/Leiria, que recebe anualmente fluxos turísticos

consideráveis.

De facto, compreendendo que o investimento previsto nesta fase se concentre no troço Lisboa/Caldas da

Rainha, atenta a programação financeira já definida e as limitações orçamentais existentes, considera-se no

entanto fundamental que, desde já, se estude e projete todo o percurso da linha até ao entroncamento com a

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