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15 DE SETEMBRO DE 2016 31

PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 464/XIII (2.ª)

RECOMENDA AO GOVERNO QUE INTERVENHA NA ESTRADA NACIONAL 2 DE FORMA A

TRANSFORMAR ESTA VIA NUM “PRODUTO” DE INTERESSE ECONÓMICO E DE PROMOÇÃO

TURÍSTICA

Exposição de motivos

A Estrada Nacional 2 (EN2) é a única estrada portuguesa que atravessa o País de norte a sul. As suas

características únicas, dado tratar-se de uma espécie de espinha dorsal do País, estendem-se por 738,5 Km

atravessando 8 províncias (Trás-os-Montes e Alto Douro, Beira Alta, Beira Litoral, Beira Baixa, Ribatejo, Alto

Alentejo, Baixo Alentejo e Algarve), 11 distritos (Vila Real, Viseu, Coimbra, Castelo Branco, Leiria, Santarém,

Portalegre, Évora, Setúbal, Beja e Faro), 4 serras, 11 rios e 32 concelhos.

A enorme abrangência desta estrada, cuja história se confunde com os primórdios da construção viária em

Portugal, acaba por transformar esta via num meio-de-comunicação rodoviário precioso e fundamental para

centenas de localidades, dezenas de concelhos e de distritos. A importância desta estrada eclética, do ponto de

vista da circulação, dado que ali se permite a mobilidade de veículos motorizados, bicicletas e outros, é elevada

e permite a implementação de percursos pedonais.

Portugal, que do ponto de vista turístico tem vindo a crescer de forma exemplar, recentemente, recebeu uma

série de galardões que enaltecem o turismo. Temos assim a responsabilidade de estar atentos a todos os

produtos que tenham potencial económico e turístico. A EN2, para além de permitir a mobilidade dos cidadãos

em múltiplas plataformas, pode e deve ser aproveitada como um “produto” de interesse económico, sendo que,

em particular, pode servir o turismo e a sua promoção, traduzindo-se esta aposta numa mais-valia integrada

para todas as regiões que atravessa.

Do ponto de vista turístico este projeto é estratégico, até pelo momento em que é apresentado, dado que o

atual Governo manifestou a intenção de promover um novo PENT que vigore até 2025 e aproveite o novo quadro

de apoio comunitário. Além disso, e porque nos parece que parte da estratégia nacional para o turismo, traduzida

no PENT 2016-2020, não será abandonada, devemos apostar nas tendências estratégicas referidas naquele

documento: a tendência ambiental, que tem por objetivo aproveitar o número de turistas crescente que já tem

consciência ambiental e que pretendem adquirir produtos mais sofisticados no turismo de natureza; e a

tendência nos transportes que, sendo um fator determinante para a dinamização da procura turística, deve ser

analisada com sensibilidade suficiente para integrar as transformações que se estão a operar no sector da

mobilidade.

Começando em Chaves e terminando em Faro a EN2 atravessa o país pelo seu interior. Este território mais

recôndito, do qual muitas vezes se diz estar esquecido, necessita que sejam tomadas medidas de combate às

assimetrias regionais. Uma intervenção que possa potenciar a economia e dinamizar o turismo permitirá desta

forma, por exemplo, a valorização dos destinos termais e fluviais. Por estes trilhos, logo em Chaves,

encontramos as termas de águas quentes e, ainda no distrito de Vila Real, podemos visitar as termas de Vidago

e das Pedras Salgadas. Continuando para sul, já no distrito de Viseu, encontramos as magníficas termas do

Carvalhal e no Distrito de Coimbra as Caldas de Penacova que são reconhecidas pela qualidade das suas

águas. Neste percurso contínuo de natureza, que poderia perfeitamente ficar conhecido como o caminho da

água, há ainda a possibilidade de contemplar a Barragem da Aguieira, a Praia fluvial do Reconquinho, a Zona

Ribeirinha de Góis, a Barragem de Cabril, a barragem de Pedrógão a Praia Fluvial do Penedo Furado ou a

Barragem de Montargil, destinos de assinalável beleza, a par do destino sol e praia que constitui a região

algarvia.

O percurso desta via histórica permite interligar os maiores rios portugueses (Douro, Mondego, Tejo e

Zezere), mas permite também a visita a tantos outros pequenos rios que, por vezes, estão associados à

produção vitivinícola – atividade que reveste enorme importância económica e turística para Portugal. Da região

de Trás-os-Montes ao Douro, do Dão ao Ribatejo, ou ainda do Alentejo ao Algarve é possível, nesta travessia,

descobrir os sabores enológicos portugueses com destaque para os vinhos do Porto, os espumantes e os

VQPRD.

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