O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

3 DE AGOSTO DE 2017 19

PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 1039/XIII (2.ª)

SOBRE MEDIDAS DE APOIO AOS PRODUTORES DE BATATA

Está instalado um grave problema com a produção de batata e o preço a que este produto é pago ao produtor.

O aumento na produção nesta época de colheita, associado a preços historicamente baixos mandaram o preço

da batata para valores ainda mais baixos. Conclusão: existe um grave problema no escoamento da batata

nacional desta época do ano, potenciado pela manutenção de importações deste tubérculo.

Os preços completamente degradados na produção estão longe de garantir a rentabilidade desta atividade

produtiva. Produtores de Salvaterra de Magos afirmam que lhe ofereceram apenas três cêntimos/Kg. No litoral

centro (Coimbra e Aveiro) os produtores falam em preços de cinco cêntimos/Kg. Estes preços levam a que

alguns produtores falem em oferecer batata às populações ou que nem sequer colham as batatas.

Relativamente aos custos de produção, um saco de rede plástica para embalar 20 Kg de batata custa ao

embalador 22 cêntimos. Isto significa que se o produtor vender a batata a 5 cêntimos/Kg, o preço de quase cinco

kg de batata será para pagar a embalagem. Em cada 20 kg de batata embalada, um terço do preço é para pagar

a embalagem.

Os produtores admitem que 15 cêntimos é o mínimo para “ganharem algum dinheiro". Este valor de 15

cêntimos é o preço minimamente compensador à produção de batata desta época do ano.

Apesar destes preços ao produtor, nos hipermercados, a batata (vermelha e branca) continua acima de 50

cêntimos por quilograma, mas a tendência parece ser para baixar. Em meados do passado mês de junho, na

Feira de Cantanhede, havia intermediários/comerciantes a vender batata a 25 cêntimos/Kg.

No passado dia 23 de junho, um grupo de produtores interpelou, em Coimbra, à entrada da Conferência da

Agricultura Familiar, o ministro da agricultura, não deu respostas satisfatórias aos problemas apresentados.

Em outros períodos de dificuldade na produção de batata, como o que aconteceu em 1995, o ministério da

agricultura intermediou um hipermercado e uma cooperativa de produção de batata, acordando um apoio público

na base da embalagem da batata de Chaves.

Quando estes problemas surgem é comum responsabilizar os agricultores pela opção da cultura, esquecendo

que a produção alimentar é estratégica para o país e que a soberania alimentar é um valor maior.

Nestes termos, nos termos da alínea b) do artigo 156.º da Constituição e da alínea b) do n.º 1 do artigo 4.º

do Regimento, os Deputados do Grupo Parlamentar do PCP propõem que a Assembleia da República adote a

seguinte:

Resolução

A Assembleia da República resolve, nos termos da alínea b) do artigo 156.º e do n.º 5 do artigo 166.º da

Constituição da República, recomendar ao Governo que:

1. Tome todas as medidas para criar as condições de escoamento da batata a preços minimamente

compensadores para a produção;

2. Reforce as ações de fiscalização das grandes importações de batata;

3. Promova medidas inspetivas de controlo higiénico-sanitário e de controlo fiscal das batatas importadas;

4. Promova uma retirada de batata do mercado, através de uma compra pública a preços nunca inferiores a

15 cêntimos/Kg para fornecimento:

a. De cantinas públicas;

b. Às Populações atingidas pelos incêndios florestais;

c. À produção pecuária para a alimentação animal agora que pastagens, fenos e ervas estão afetados

pela seca e incêndios;