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10 DE OUTUBRO DE 2017

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direitos de propriedade intelectual mimetiza também o aumento do número de patentes, e outros tipos de

proteção de propriedade intelectual, apesar de, no que toca a Portugal, haver ainda um longo caminho a

percorrer. Como instrumento de política pública, a proteção jurídica da propriedade intelectual providencia a

indivíduos e organizações incentivos para empreenderem atividade de criação de conhecimento, garantindo-

lhes direitos aos resultados do seu trabalho intelectual.

A propriedade intelectual é assim, fundamental para o sucesso na valorização do conhecimento criado. Os

sistemas de PI funcionam também como facilitadores da inovação empresarial e são de forma incremental

considerados um instrumento estratégico para a criação de valor. Os direitos de PI são hoje encarados como

unidades fundamentais nos modelos de negócio em diversas indústrias de inovação intensiva, com a gestão

dos direitos de propriedade intelectual a ser uma parte importante da política de inovação.

Assim, em coerência com as razões anteriormente expostas, a Assembleia da República resolve, ao abrigo

do disposto na al. b) do Artigo 156.º da Constituição da República Portuguesa e da al. b) do n.º 1 do artigo 4.º

do Regimento da Assembleia da República, recomendar ao Governo que:

1. Promova a publicação e ampla divulgação de diretrizes que norteiem os processos de exame dos

diferentes pedidos de proteção de Propriedade Industrial, fornecendo instruções sobre práticas e procedimentos

a levar a cabo nas diferentes fases de exame, para uma melhor compreensão e mais eficiente redação dos

pedidos por parte dos requerentes.

2. Promova o aceleramento dos exames aos diferentes pedidos de proteção de Propriedade Industrial,

eliminando os atrasos existentes, e contribuindo para o cumprimento dos prazos de decisão sobre os pedidos.

3. Expanda os recursos e as ferramentas disponíveis para as empresas se relacionarem com o sistema

científico e tecnológico nacional, incluindo acordos/contratos modelo, guias práticos bem como outro tipo de

instrumentos facilitadores da proteção, licenciamento ou transação da PI.

4. Desenvolva um programa que incentive o aumento do nível de conhecimento e consciência relativamente

às matérias da propriedade intelectual no sistema científico e tecnológico nacional e nas instituições de ensino

superior, nomeadamente com iniciativas dirigidas aos responsáveis pela cooperação empresarial, incluindo

formação acerca dos mecanismos nacionais e europeus de proteção de patentes.

5. Incentive as instituições de ensino superior a promover o direcionamento estratégico da investigação

tendo em conta a sua futura valorização e, em particular no caso dos institutos politécnicos, a relação com o

território, procurando nichos de oportunidade tecnológica e patenteável, e portanto comercializável.

6. Invista em formação alargada sobre PI, e incentive as Instituições de Ensino Superior a integrar nos

programas doutorais, e quando aplicável nos mestrados, fonte da maioria dos requerimentos de proteção, em

particular nas áreas do conhecimento de maior dimensão tecnológica, formação creditada em propriedade

intelectual.

7. Envide esforços no sentido de garantir que a adesão à patente unitária europeia não representa custos

adicionais nem perdas de competitividade para as empresas nacionais, não só no que toca a traduções, mas

também de submissão de patentes e de processos de contestação de direitos.

8. Meça o impacto económico da PI em Portugal, avaliando o progresso efetuado, tanto a nível académico

como empresarial, disponibilizando de forma pública informação atual e comparável, incluindo o

desenvolvimento de uma plataforma que permita um acesso rápido e simples a dados, com métricas

comparáveis, e para a qual contribuam as várias entidades que atuam neste campo.

Assembleia da República, 4 de outubro de 2017.

Os Deputados do PSD, Hugo Lopes Soares — Margarida Mano — Luís Leite Ramos — Amadeu Soares

Albergaria — António Costa Silva — Nilza de Sena — Emídio Guerreiro — Luís Campos Ferreira — Álvaro

Batista — Cristóvão Crespo — Emília Santos — José Cesário — Margarida Balseiro Lopes — Susana Lamas

— Duarte Marques — Laura Monteiro Magalhães — Maria Germana Rocha — Maria Manuela Tender.

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