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23 DE OUTUBRO DE 2017

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e 20% dos homens são obesos. O problema do excesso de peso faz-se sentir também nas crianças, sendo uma

realidade que tem vindo a crescer anualmente. Refira-se que cerca de 60% das crianças que têm excesso de

peso ou são obesas antes de atingirem a puberdade irão ter excesso de peso na idade adulta. A obesidade

infantil encontra-se fortemente associada ao risco de desenvolver doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2,

complicações ortopédicas, entre muitas outras doenças e complicações.

Em Portugal, a realidade da obesidade não se afasta do cenário mundial, como se constata no estudo

“Country profiles on nutrition, physical activity and obesity in the 53 WHO European Region Member States”, da

OMS. Em Portugal, 31% dos rapazes e 18% das raparigas têm excesso de peso. Aos 15 anos a obesidade

atinge os 24% e os 17%, para cada sexo, respetivamente. Relativamente à população adulta, 59,1% tem

excesso de peso e 24% é obesa. A prevalência de excesso de peso é maior entre os homens (61.8%) do que

nas mulheres (56.6%). Do ponto de vista dos indicadores sobre obesidade, estas percentagens descem para

21,6% e 26,3%, respetivamente.

A abordagem do problema do excesso de peso e da obesidade, bem como das patologias associadas, é

complexa e multifatorial. Assim, se a OMS assinala a importância do combate ao sedentarismo e da promoção

do exercício físico, também realça a relevância da promoção de uma alimentação saudável, reduzindo-se o

consumo de sal e de alimentos ricos em gordura saturada, e aumentando-se o consumo de frutas e vegetais.

Por exemplo, a OMS defende que apenas 10% da percentagem de energia consumida diariamente por um

adulto seja de gordura saturada (valor excedido no regime alimentar geral da população portuguesa, que em

média consome 10,8%). Já relativamente ao sal, a OMS indica que o consumo diário não deverá exceder os 5

gramas, o que corresponde a menos de metade do valor da sua ingestão média, em Portugal (12,3 gramas).

O consumo excessivo de sal, de açúcar e de gorduras saturadas, por exemplo, não está apenas associado

a um aumento da prevalência da obesidade, potenciando o risco de muitas outras doenças, desde a hipertensão,

problemas cardiovasculares ou diabetes, com todas as complicações e morbilidades associadas.

Fazer escolhas de consumo informadas e esclarecidas

Uma das formas de reduzir a prevalência de muitas doenças, de reduzir a carga de doença crónica e suas

comorbilidades e de aumentar a qualidade de vida é optar por uma dieta mais saudável.

Essa escolha passa por informar o consumidor sobre o impacto das escolhas de consumo na sua saúde

presente e futura, ou seja, informar de forma percetível sobre se a constituição de determinado alimento impacta

positiva ou negativamente na saúde de alguém.

Atualmente, a informação nutricional nos rótulos é um dos principais meios de incentivo para a realização de

escolhas mais saudáveis, no momento da compra dos alimentos. Porém, a disponibilização da informação

nutricional na rotulagem dos alimentos deve ser compreensível e facilmente apreensível, de uma forma

generalizada e universal, o que atualmente não acontece. O semáforo nutricional permite essa apreensão, com

uma associação rápida e simples entre a informação nutricional e a regularidade desejável do consumo desses

nutrientes, do ponto de vista da promoção de uma alimentação saudável.

A monitorização das experiências realizadas em alguns países que usam este sistema tem demonstrado que

a sua utilização permitiu alcançar resultados significativos na melhoria das escolhas alimentares, sobretudo

quando acompanhado do semáforo nutricional (TLL, do inglês “traffic light labeling”), que se mostrou um método

mais instintivo e prático, permitindo a comparação com outros produtos de um modo mais direto e esclarecido.

Com a transposição do Regulamento (EU) n.º 1169/2011 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 25 de

outubro de 2011, a rotulagem da maioria dos alimentos transformados tem de incluir, desde o dia 13 de

dezembro de 2016 e de forma obrigatória, uma Declaração Nutricional contendo os seguintes elementos: o valor

energético, as gorduras, os hidratos de carbono, os açúcares, as proteínas e o sal.

Contudo, a rotulagem nutricional através do sistema de Dose Diária Recomendada (DDR%) pode criar

potenciais barreiras para a plena realização de escolhas saudáveis. É preciso que o consumidor tenha uma

literacia desenvolvida para poder interpretar a tabela e comparar produtos entre si, por exemplo. Para além

disso, a forma como a informação é apresentada pode provocar uma falsa impressão ao consumidor e às

consumidoras, como a de que a DDR é a meta diária que deve ser consumida, embora, na verdade, seja antes

a indicação dos limites que não devem ser ultrapassados.

Se a informação nutricional for apresentada no sistema de semáforo, essa mesma informação será mais

facilmente assimilável e corretamente interpretada pelas consumidoras e consumidores. É mais fácil tomar

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