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Quinta-feira, 23 de novembro de 2017 II Série-A — Número 29
XIII LEGISLATURA 3.ª SESSÃO LEGISLATIVA (2017-2018)
S U M Á R I O
Decreto da Assembleia da República n.º 171/XIII: Cria benefícios fiscais para entidades de gestão florestal, alterando o Estatuto dos Benefícios Fiscais e o Regulamento Emolumentar dos Registos e Notariado. Resoluções: — Recomenda ao Governo que garanta a preservação, requalificação e valorização do edifício Recolhimento de
Santa Maria Madalena ou das Convertidas.
— Recomenda ao Governo a adoção de medidas que garantam o cumprimento efetivo dos horários de trabalho e a conciliação do trabalho com a vida familiar.
— Recomenda ao Governo que seja aberto um novo período para pedir cédulas profissionais no âmbito das terapêuticas não convencionais.
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DECRETO DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA N.º 171/XIII
CRIA BENEFÍCIOS FISCAIS PARA ENTIDADES DE GESTÃO FLORESTAL, ALTERANDO O
ESTATUTO DOS BENEFÍCIOS FISCAIS E O REGULAMENTO EMOLUMENTAR DOS REGISTOS E
NOTARIADO
A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte:
Artigo 1.º
Objeto
A presente lei altera o Estatuto dos Benefícios Fiscais, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 215/89, de 1 de julho,
e o Regulamento Emolumentar dos Registos e Notariado, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 322-A/2001, de 14 de
dezembro.
Artigo 2.º
Alteração ao Estatuto dos Benefícios Fiscais
O artigo 59.º-D do Estatuto dos Benefícios Fiscais, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 215/89, de 1 de julho, passa
a ter a seguinte redação:
“Artigo 59.º-D
[…]
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12 - Para efeitos de determinação do lucro tributável dos sujeitos passivos de IRC e dos sujeitos passivos de
IRS com contabilidade organizada que exerçam diretamente uma atividade económica de natureza silvícola ou
florestal, as contribuições financeiras dos proprietários e produtores florestais aderentes a uma zona de
intervenção florestal destinadas ao fundo comum constituído pela respetiva entidade gestora nos termos do
artigo 18.º do Decreto-Lei n.º 127/2005, de 5 de agosto, alterado pelos Decretos-Leis n.os 15/2009, de 14 de
janeiro, 2/2011, de 6 de janeiro, 27/2014, de 18 de fevereiro, e 67/2017, de 12 de junho, bem como os encargos
suportados com despesas com operações de defesa da floresta contra incêndios, com a elaboração de planos
de gestão florestal, com despesas de certificação florestal e de mitigação ou adaptação florestal às alterações
climáticas, conforme definidas por portaria conjunta dos membros do Governo responsáveis pelas finanças e
pelas florestas, são consideradas em 140% do respetivo montante, contabilizado como gasto do exercício.
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Artigo 3.º
Aditamento ao Estatuto dos Benefícios Fiscais
É aditado ao Estatuto dos Benefícios Fiscais, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 215/89, de 1 de julho, o artigo
59.º-G, com a seguinte redação:
“Artigo 59.º-G
Entidades de gestão florestal e unidades de gestão florestal
1 - Ficam isentos de IRC os rendimentos obtidos no âmbito da gestão de recursos florestais por entidades
de gestão florestal (EGF) reconhecidas, que se constituam e operem de acordo com a legislação nacional, desde
que as mesmas estejam submetidas a planos de gestão florestal, aprovados e executados de acordo com a
regulamentação em vigor.
2 - Os rendimentos referidos no número anterior, pagos ou colocados à disposição dos respetivos titulares,
são sujeitos a retenção na fonte de IRS ou de IRC, à taxa de 10 %, exceto quando os titulares dos rendimentos
sejam entidades isentas quanto aos rendimentos de capitais ou entidades não residentes sem estabelecimento
estável em território português ao qual os rendimentos sejam imputáveis, excluindo:
a) As entidades que sejam residentes em países, territórios ou regiões, com regime fiscal claramente mais
favorável, constantes de lista aprovada por portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças;
b) As entidades não residentes detidas, direta ou indiretamente, em mais de 25 % por entidades residentes.
3 - A retenção na fonte a que se refere o número anterior tem caráter definitivo sempre que os titulares sejam
entidades não residentes sem estabelecimento estável em território português ou sujeitos passivos de IRS
residentes que obtenham os rendimentos fora do âmbito de uma atividade comercial, industrial ou agrícola,
podendo estes, porém, optar pelo englobamento para efeitos desse imposto, caso em que o imposto retido tem
a natureza de imposto por conta, nos termos do artigo 78.º do Código do IRS.
4 - A dispensa de retenção na fonte nos casos previstos no n.º 2 só se verifica quando os beneficiários dos
rendimentos fizerem prova, perante a entidade pagadora, da isenção de que aproveitam ou da qualidade de não
residente em território português, até à data em que deve ser efetuada a retenção na fonte, ficando, em caso de
omissão da prova, o substituto tributário obrigado a entregar a totalidade do imposto que deveria ter sido
deduzido nos termos da lei, sendo aplicáveis as normas gerais previstas nos competentes códigos relativas à
responsabilidade pelo eventual imposto em falta.
5 - A prova da qualidade de não residente em território português é feita nos termos previstos nos artigos
15.º, 16.º e 18.º do Decreto-Lei n.º 193/2005, de 7 de novembro, alterado pelos Decretos-Leis n.º 25/2006, de 8
de fevereiro, e 29-A/2011, de 1 de março, e pelas Leis n.º 83/2013, de 9 de dezembro, e 42/2016, de 28 de
dezembro.
6 - O saldo positivo entre as mais-valias e as menos-valias resultantes da alienação de participações sociais
em EGF reconhecidas é tributado à taxa de 10 %, quando os titulares sejam entidades não residentes a que
não seja aplicável a isenção prevista no artigo 27.º ou sujeitos passivos de IRS residentes em território português
que obtenham os rendimentos fora do âmbito de uma atividade comercial, industrial ou agrícola e não optem
pelo respetivo englobamento.
7 - Ficam isentas de imposto do selo as aquisições onerosas de prédios rústicos destinados à exploração
florestal, por EGF reconhecidas ou seus associados que afetem, no prazo de seis meses, esses prédios à gestão
dessa EGF, e desde que os mesmos não sejam alienados pelo período de dois anos.
8 - Cabe ao serviço de finanças da área da situação dos prédios, mediante requerimento dos interessados,
reconhecer a afetação prevista no número anterior, promovendo, no prazo de 15 dias, a anulação das
liquidações e subsequentes restituições.
9 - Ficam isentas de imposto municipal sobre as transmissões onerosas de imóveis, quando os municípios
assim o deliberem, as aquisições onerosas de prédios rústicos destinados à exploração florestal, pelas EGF
reconhecidas ou seus associados, que afetem, no prazo de seis meses, esses prédios à gestão dessa EGF, e
desde que os mesmos não sejam alienados pelo período de dois anos.
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10 - A câmara municipal deve comunicar, no prazo de 30 dias, ao serviço de finanças da área da situação dos
prédios, a deliberação referida no número anterior, competindo a este promover, no prazo de 15 dias, a anulação
das liquidações de imposto municipal sobre as transmissões onerosas de imóveis e subsequentes restituições.
11 - É reduzida em 50% a taxa aplicável aos rendimentos da categoria F, auferidos por sujeitos passivos de
IRS, quando decorrentes do arrendamento a EGF de prédios rústicos destinados à exploração florestal, sem
prejuízo da opção pelo englobamento.
12 - As mais-valias auferidas por sujeitos passivos de IRS com a alienação a EGF de prédios rústicos
destinados à exploração florestal são tributadas à taxa autónoma de 14%, sem prejuízo da opção pelo
englobamento.
13 - O regime previsto nos dois números anteriores é aplicável às alienações e arrendamentos efetuados até
31 de dezembro de 2019 e, no caso dos rendimentos referidos no n.º 11, tem a duração de 12 anos.
14 - O disposto no presente artigo é também aplicável às unidades de gestão florestal (UGF) reconhecidas,
que se constituam e operem de acordo com a legislação nacional, desde que as mesmas estejam submetidas
a planos de gestão florestal, aprovados e executados de acordo com a regulamentação em vigor.”
Artigo 4.º
Alteração ao Regulamento Emolumentar dos Registos e Notariado
O artigo 28.º do Regulamento Emolumentar dos Registos e Notariado, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 322-
A/2001, de 14 de dezembro, passa a ter a seguinte redação:
“Artigo 28.º
[…]
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34 - Os emolumentos devidos pela realização de atos de registo de factos relativos a prédio rústico ou misto
a disponibilizar, ou disponibilizado, na bolsa de terras ou no banco de terras, e relacionados com a finalidade
dessa disponibilização, são reduzidos em 75 %.
35 - Os emolumentos devidos pela realização de atos de registo de factos relativos a prédios rústicos
destinados à exploração florestal, adquiridos por entidades de gestão florestal (EGF) reconhecidas, ou por
associados destas, que afetem, no prazo de seis meses, esses prédios à gestão dessa EGF, são reduzidos em
75%.
36 - A redução prevista no número anterior é igualmente aplicável às unidades de gestão florestal (UGF)
reconhecidas, ou por associados destas, desde que seja promovida a afetação dos prédios rústicos à gestão
dessa UGF, no prazo aí previsto.
Artigo 5.º
Entrada em vigor
A presente lei entra em vigor no dia 1 de janeiro de 2018.
Aprovado em 27 de outubro de 2017.
O Presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues.
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RESOLUÇÃO
RECOMENDA AO GOVERNO QUE GARANTA A PRESERVAÇÃO, REQUALIFICAÇÃO E
VALORIZAÇÃO DO EDIFÍCIO RECOLHIMENTO DE SANTA MARIA MADALENA OU DAS CONVERTIDAS
A Assembleia da República resolve, nos termos do n.º 5 do artigo 166.º da Constituição, recomendar ao
Governo que, em articulação e com o envolvimento do município de Braga, desenvolva um programa de
reabilitação do edifício Recolhimento de Santa Maria Madalena ou das Convertidas, bem como um plano
específico de musealização e proteção que englobe uma vertente de conservação e inventariação do respetivo
património e uma estratégia de sensibilização para o seu estudo, divulgação e valorização.
Aprovada em 20 de setembro de 2017.
O Presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues.
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RESOLUÇÃO
RECOMENDA AO GOVERNO A ADOÇÃO DE MEDIDAS QUE GARANTAM O CUMPRIMENTO
EFETIVO DOS HORÁRIOS DE TRABALHO E A CONCILIAÇÃO DO TRABALHO COM A VIDA FAMILIAR
A Assembleia da República resolve, nos termos do n.º 5 do artigo 166.º da Constituição, recomendar ao
Governo que:
1- Reponha a obrigatoriedade de entrega por parte das entidades patronais à Autoridade para as Condições
do Trabalho (ACT), em cada ano civil, dos mapas de horários de trabalho em vigor nos locais de trabalho que
estão sob a sua direção.
2- Reforce os meios de fiscalização da ACT, nomeadamente, os que se referem ao respeito pelos direitos
relacionados com a organização do tempo de trabalho.
3- Promova a contratação coletiva, adotando normas e mecanismos que assegurem uma negociação
eficiente que proteja os direitos dos trabalhadores em situações especiais e responda às necessidades
específicas de determinadas atividades.
4- Garanta, no que diz respeito à organização do tempo de trabalho, que a regulação de situações especiais,
nomeadamente aquelas em que os trabalhadores estão de prevenção ou contactáveis, respeite:
a) Os limites aplicáveis à duração do período normal de trabalho, à retribuição do trabalho suplementar, do
trabalho noturno e por turnos e da isenção de horário;
b) Os tempos de descanso, os intervalos de descanso e o direito a férias, garantindo o descanso
compensatório aplicável;
c) O direito à conciliação do trabalho com a vida privada e à realização pessoal e social, reforçando os meios
oficiais disponíveis para a fiscalização destas situações.
Aprovada em 20 de outubro de 2017.
O Presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues.
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RESOLUÇÃO
RECOMENDA AO GOVERNO A ADOÇÃO DE MEDIDAS QUE GARANTAM O CUMPRIMENTO
EFETIVO DOS HORÁRIOS DE TRABALHO E A CONCILIAÇÃO DO TRABALHO COM A VIDA FAMILIAR
A Assembleia da República resolve, nos termos do n.º 5 do artigo 166.º da Constituição, recomendar ao
Governo que diligencie no sentido de a Administração Central de Sistemas de Saúde, IP, abrir um novo período
para submissão de pedidos de cédulas profissionais no âmbito das terapêuticas não convencionais,
exclusivamente destinado aos que terminaram os seus cursos após o dia 2 de outubro de 2013.
Aprovada em 20 de outubro de 2017.
O Presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues.
A DIVISÃO DE REDAÇÃO E APOIO AUDIOVISUAL.