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II SÉRIE-A — NÚMERO 30

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PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 1128/XIII (3.ª)

RECOMENDA AO GOVERNO QUE, EM CONJUNTO COM A CÂMARA MUNICIPAL DE PORTALEGRE

E COM A FUNDAÇÃO ROBINSON, DESENVOLVA UM PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO, DE

SALVAGUARDA E DE PRESERVAÇÃO DO PATRIMÓNIO CULTURAL, NOMEADAMENTE ESPÓLIO

ARQUEOLÓGICO-INDUSTRIAL, DA SOCIEDADE CORTICEIRA ROBINSON BROS, SA

Exposição de motivos

Umas das preocupações que um Estado deve ter, considerando a importância da conciliação entre formação

futura das suas gentes, com a manutenção das referências histórico-culturais que fizeram o seu povo chegar

onde chegou é a preservação do seu património.

Ao longo dos tempos Portugal tem sido, muitas vezes, ingrato na preservação e salvaguarda do seu

património, nomeadamente do património histórico-cultural e, em especial, do património industrial. Este, só

recentemente começou a merecer a atenção devida.

Contudo, nas últimas décadas, a consciência da importância da preservação do património industrial tem

registado uma evolução positiva, quer por parte das instâncias públicas, quer por parte de entidades privadas,

quer mesmo por parte do comum dos cidadãos.

Com esta preocupação e imbuída deste espirito, recentemente deu entrada na Assembleia da República a

Petição n.º 267/XIII (2.ª), subscrita por 4388 peticionários, que “Solicitam a intervenção da Assembleia da

República junto do Governo no sentido da salvaguarda e preservação do património industrial da Fábrica

Robinson”.

Para se perceber plenamente o que os subscritores pretendem, e quais os motivos que deram origem a esta

petição, é indispensável que se revisite a história desta fábrica, e do envolvente industrial do Alentejo no Século

XIX.

Em 1837, numa época em que o país começava a desenvolver as suas primeiras capacidades industriais,

concentradas nos grandes centros urbanos, chega a Portalegre, cidade pequena do interior norte do Alentejo,

um grupo de industriais de origem inglesa, encabeçado por Georges Robinson. Este decidiu erguer uma

instalação fabril dedicada à transformação da cortiça.

A iniciativa foi decisiva para o desenvolvimento de toda a região e para o ponto de viragem no rumo que

tornou Portalegre, até ao início da segunda metade do Século XX, como uma das cidades mais industrializadas

não só do Alentejo, mas de todo o interior.

Foi por intermédio desta unidade fabril que em Portalegre surgiu o primeiro jornal periódico, que surgiu o

primeiro corpo de bombeiros voluntários e as primeiras atividades mutualistas.

Contudo, e apesar de ter sido fundada no Século XIX, ter passado por todo o Século XX, não resistiu ao

Século XXI, e fechou portas em 2009, não sendo atualmente desenvolvido nas suas instalações qualquer

atividade industrial de transformação de cortiça.

Quando as primeiras instalações foram erguidas, as mesmas situavam-se no limiar da cidade, mas com o

crescimento populacional e urbanístico, acabaram por ser cercadas. Hoje em dia são consideradas como limite

do centro histórico da cidade.

Estamos a falar de uma zona que, juntamente com o antigo convento de S. Francisco, que lhe está adjacente,

consubstanciam vários hectares no coração da cidade.

Nos últimos anos tem-se assistido a uma degradação acelerada deste património industrial, nomeadamente

do edificado, à qual a Fundação Robinson, que foi criada tendo como objetivos gerais a prossecução de ações

de ordem cultural, educativa, social e da ciência e como objetivo específico a preservação do espólio

arqueológico-industrial da Sociedade Corticeira Robinson Bros, SA, não conseguiu dar resposta, nem conseguiu

desenvolver o trabalho que era necessário.

Atualmente, e apesar de em 2012 essa zona ter sido classificada como Conjunto de Interesse Público (CIP),

e como Zona Especial de Proteção (ZEP), a situação requer que se tomem medidas urgentes, para que a

degradação e a perda do património arqueológico-industrial não tome consequências que se tornem irreversível

e, a ter sido comprovado que a Fundação Robinson e a Câmara Municipal de Portalegre, só por si, não

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