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II SÉRIE-A — NÚMERO 32

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fogachos) que resultaram em 442.418 hectares de área ardida de espaços florestais, entre povoamentos

(264.951ha) e matos (177.467ha).

Comparando os valores do ano de 2017 com o histórico dos 10 anos anteriores, assinala-se que se

registaram menos 3,6% de ocorrências e mais 428% de área ardida relativamente à média anual do período. O

ano de 2017 apresenta, até ao dia 31 de outubro, o 6.º valor mais elevado em número de ocorrências e o valor

mais elevado de área ardida, desde 2007. Até 31 de outubro de 2017 há registo de 1.446 reacendimentos,

menos 8% do que a média anual do período 2007-2016.

Segundo a cartografia provisória de áreas ardidas estima-se que arderam 73.190 hectares de terrenos

submetidos ao regime florestal (cerca de 18,4%). Destes terrenos, destaca-se a Mata Nacional de Leiria,

geralmente conhecida como “Pinhal de Leiria” ou como “Pinhal do Rei” que se situa, integralmente, no concelho

da Marinha Grande, pela maior superfície ardida, com quase 9.476 hectares (86 % de afetação desta Mata

Nacional) dos 11.000 hectares existentes (figura 1).

Figura 1— Região atingida pelo incêndio no concelho da Marinha Grande — Autor Carlos Franquinho

A maior Mata Nacional, uma das mais antigas do mundo, ardeu quase na totalidade nos dias 15 e 16 de

outubro. Alguns especialistas referem que este flagelo ocorreu fruto de um abandono que foi particularmente

visível na Mata Nacional de Leiria, que não é uma área protegida e que serve, no essencial, para produção de

madeira e (de forma mais residual) de resina. Estas atividades geraram no período 2003-2016, uma receita

média anual de cerca de 1,5 milhões de euros (20,6 milhões no total dos 14 anos analisados). Mas o montante

investido na mata não chega sequer a 10% desse encaixe.

Olhando para o mesmo período, foram investidos 1,8 milhões de euros na mata, ou seja, 127 mil euros por

ano. O investimento não só é reduzido como, em 2015 e 2016, nem sequer existiu, de acordo com os dados do

ICNF (Instituto da Conservação da Natureza e das florestas).

Em 1986 haviam 181 funcionários na mata. Hoje, com apenas 10 funcionários que não estão a trabalhar em

permanência na Mata de Leiria, um técnico superior e nove assistentes operacionais, que ainda têm a

responsabilidade de gerir outras quatro zonas florestais, não se consegue garantir a limpeza anual da mata. Um

trabalho que este ano deveria ter assegurado corte de matos em 950 hectares, a limpeza de 73 hectares de

povoamentos e a desramação de 150 hectares. O ICNF refere que concorda que os 10 elementos em causa

"são efetivamente escassos”, assim como acrescenta que, para a maioria das "ações de limpeza de matos e

intervenção em aceiros, são contratados serviços externos". Daí considerarmos essencial que se efetue um

reforço tanto em termos qualitativos como quantitativos dos recursos humanos.

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