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21 DE FEVEREIRO DE 2018

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Desde a adesão de Portugal à então CEE e sensivelmente entre os anos noventa e início da década de

2000, a utilização dos fundos comunitários foi muito centrada nas infraestruturas públicas e no desenvolvimento

dos equipamentos públicos – eram aliás esses os investimentos que permitiam que, muitas vezes por intermédio

do setor da construção, se desenvolvesse o emprego e a economia. Já posteriormente, e ainda que não se

abandonasse por completo o desenvolvimento dos equipamentos públicos, a formação e a qualificação dos

portugueses passou a ter um peso mais acentuado na estratégia dos fundos comunitários, bem como o turismo

que se revelou mais recentemente num setor fundamental para o desenvolvimento da economia – com grande

impacto nas exportações nacionais.

Posto isto e sabendo que os desafios que nos são colocados têm que ser cada vez mais minuciosos do ponto

de vista do sucesso que temos que alcançar com cada euro investido, torna-se cada vez mais necessário

perceber como é o investimento reprodutivo e como esse investimento tem repercussão nas comunidades em

que está inserido de forma a produzir mais-valia económica, mas também mais-valia social como forma de dar

sustentabilidade ao país. Será assim necessário cada vez mais responsabilizar uma cadeia hierárquica (que

deve começar pela direção dos fundos comunitários em Portugal) por resultados objetivos e muito focados.

Quem desenvolve a estratégia nacional tem que saber exatamente o porquê de se pretender investir em

determinado setor e tem ainda que perceber qual a dimensão que permite dar sustentabilidade ao que foi

identificado nesse mesmo setor.

Sendo esta uma realidade à qual temos que atender, e sendo ela transversal a candidaturas de entidades

públicas ou de entidades privadas, temos que apontar o foco àquilo que entendemos ser determinante para

desenvolver o país entre o período de 2020 e 2030. Assim, e para o CDS o que se torna essencial para dinamizar

económica e socialmente Portugal durante aquele período é claramente uma forte aposta na concretização de

investimento industrial.

É assim determinante que existam entidades públicas que promovam uma política de aposta verdadeira em

infraestruturas que ajudam e dinamizam as empresas nacionais. É por isso determinante para a indústria

Nacional que, de uma vez por todas, Portugal invista verdadeiramente na competitividade dos seus portos que

só serão competitivos se forem mais apetecíveis que os seus concorrentes, e se tiverem ligações ferroviárias

rápidas e complementares. Para lá do desenvolvimento da rede ferroviária determinado para 2020 é necessário

desenvolver novas soluções na rede ferroviária, mas também novos mecanismos de desburocratização das

exigências portuárias.

Promover o investimento industrial tem ainda que passar por uma política de sustentabilidade e de futuro.

Um programa de fundos comunitários que pretende ter sustentabilidade tem que olhar sempre para o futuro das

empresas nacionais. Assim, defender o nosso património empresarial, tem que passar por estratégias de

sustentabilidade das empresas – por isso, é entendimento do CDS, que este novo ciclo de apoios comunitários

deve focar-se no financiamento de projetos de desenvolvimento e sustentabilidade empresarial que contemplem

matérias como a inovação e a adaptação da formação profissional à inovação procurada pelas empresas.

Sabendo que a inovação e o desenvolvimento de produtos leva amiúde a que as funções de trabalho se

tornem obsoletas, é necessário garantir que as empresas de forma sustentada preparam o futuro, sabendo ao

que vão e determinando antecipadamente as funções que cada trabalhador pode ter no desenvolvimento

empresarial. Hoje, quando olhamos para a inovação empresarial encontramos soluções que passam por

parcerias que decorrem fora do espaço empresarial.

Esta é uma solução válida, que em alguns casos até é benéfica para ambas as partes, mas que, em muitas

outras situações, acaba por ser uma solução descontextualizada com o futuro das empresas. É portanto

necessário que no futuro se ajude as empresas a desenvolver projetos internos de investigação que promovam

a integração nessas empresas de criativos e investigadores. Só com criatividade e inovação o país estará mais

preparado para um futuro cada vez mais competitivo.

Mais, este novo ciclo tem também que abrir caminho a um necessário desagravamento fiscal das empresas

que permita que os recursos produzidos e gerados sejam aplicados pelas próprias empresas nos investimentos

necessários quer à manutenção da qualidade da sua produção, quer à necessária adaptação contínua à

evolução dos mercados. Por outro lado, este desagravamento fiscal melhorará a competitividade internacional

do investimento em Portugal.

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