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II SÉRIE-A — NÚMERO 155 16

No futuro, as mudanças tecnológicas terão repercussões em todos os setores da sociedade. Importa,

assim, apostar na valorização das suas potencialidades em prol do desenvolvimento e da melhoria da qualidade

de vida de todos. Um dos maiores desafios que se colocam às regiões e cidades, e aos respetivos sistemas de

governança, é encontrar novas respostas e soluções para os desafios e oportunidades que se adivinham.

A educação é uma precondição fundamental. Em Portugal, cerca de um terço da população em idade ativa

tem um grau de ensino superior, mas as diferenças territoriais são significativas. As regiões apresentam

diferentes desempenhos em matéria de inovação, refletindo os desequilíbrios em termos de educação,

formação, qualificações e capacidade de produção de conhecimento.

As regiões metropolitanas e as principais cidades, onde se concentram empresas, investidores,

empreendedores e outras entidades do sistema de investigação e inovação, evidenciam um melhor potencial de

conhecimento e inovação e de acesso a novas tecnologias. No entanto, com a revolução tecnológica, cada

vez mais pessoas, em mais lugares, têm mais oportunidades de se conectar e colaborar com maior

facilidade, o que cria novas oportunidades, nomeadamente nas áreas rurais (nas mais prósperas ou

mesmo nas mais periféricas). Contudo, as tecnologias também estão a potenciar e a intensificar as

desigualdades sociais com expressões territoriais.

Fatores

I. Digitalização, ciberespaço, automação e robótica

A digitalização, o ciberespaço, a automação e a robótica vão mudar o modo de funcionamento da

economia e da sociedade. A nova fase é marcada pela criação do ciberespaço e a sua articulação com as

telecomunicações móveis, permitindo o acesso individual a um espaço comunicacional e transacional global que

está a ser organizado por plataformas digitais geridas por operadores globais; e por outro, pelos avanços na

automação e robótica que, por via da inteligência artificial, se estendem aos serviços e às atividades intensivas

em relacionamento pessoal.

II. Mudança do paradigma energético

A mudança de paradigma energético necessário a um crescimento mundial sustentável supõe uma maior

diversidade nas energias primárias mobilizáveis para o funcionamento das sociedades, e novas formas

de utilização dos hidrocarbonetos através de transformações energéticas que não envolvam a sua queima.

Além disso, supõe também avanços tecnológicos na utilização de energias renováveis, como eólicas e

solar, por forma a aumentar a sua densidade, reduzir o impacto da sua intermitência e avançar para soluções

de armazenamento da eletricidade produzida.

III. Genética, medicina preditiva, prevenção e terapias personalizadas

As sociedades desenvolvidas vão defrontar-se com maior incidência de cancros, de doenças crónicas e de

doenças neurodegenerativas conducentes a perdas de autonomia total ou parcial. Face este padrão de

morbilidade os avanços na genética e na genómica vão permitir identificar precocemente riscos de contração

de doenças, favorecer e valorizar a prevenção e caminhar para terapêuticas mais personalizadas.

Impactos

I. Qualificações digitais, alterações no setor da saúde e novas soluções de mobilidade

O ritmo da mudança tecnológica está a acelerar, mas a maioria das pessoas poderá não estar a conseguir

assimilar esta evolução. O talento, as competências e a formação tecnológica dos recursos humanos são

vantagens valorizadas numa economia cada vez mais em rede. É crucial apostar nas qualificações digitais

em todos os níveis de ensino e na formação profissional dos ativos. O possível desfasamento entre o ritmo

das dinâmicas de aprendizagem e as competências tecnológicas requeridas pode fragilizar as estruturas