O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

17 DE DEZEMBRO DE 2018

17

plásticas. Estes dados, de estudos sectoriais, já demonstram o potencial de perigosidade para a fauna e flora,

tal como para a saúde pública.

Este problema é ainda mais considerável se tivermos em conta as espécies anfíbias, marinhas, subaquáticas

e mesmo répteis com maior volume corporal. Segundo um relatório da World Animal Protection10 anualmente

mais de 136 mil animais, nomeadamente baleias, golfinhos, focas e tartarugas ficam presas ou mutiladas por

redes de pescas perdidas ou descartadas. Segundo este mesmo estudo mais de 80% das redes de pescas das

companhias de grande porte perdem-se ou são descartadas no mar nunca sendo recuperadas. São estimados

que por ano são perdidas ou descartadas cerca de 640 mil toneladas de redes nos nossos oceanos. Os dados

apontam também para que 70% dos plásticos (com mais de 5 milímetros) estão relacionados com o sector

pesqueiro. E todos estes bens decompõem-se no mar, no oceano. Anualmente, o mesmo relatório alerta que

um Europeu está exposto a cerca de 11 mil partículas microplásticas se consumir marisco. Estes dados são

alarmantes não só para a saúde pública como para o bem-estar dos ecossistemas e dos restantes animais.

Mas a presença destes detritos plásticos no ambiente contém outros problemas: os microplásticos são

também absorventes, agregam, outros agentes poluidores, como é o caso do poluente orgânico persistente

polychlorinated biphenyl (PCB). Este, apesar de já não ser oficialmente comercializado, permanece durante

muito tempo no ambiente e ao aglomerar-se juntos destas partículas plásticas pode causar problemas na cadeia

alimentar, visto que é um componente altamente tóxico e carcinogénico. Segundo uma análise da organização

International Pellet Watch11, com dados entre 2007 e 2014, Portugal registava níveis elevados deste orgânico

persistente em análises recolhidas em Algés e Matosinhos12.

10 Disponível online em: https://d31j74p4lpxrfp.cloudfront.net/sites/default/files/cr_files/sea_change-resumenejecutivo.pdf. 11 Disponível online em: http://www.pelletwatch.org/maps/map-1.html. 12 Disponível online em: http://www.pelletwatch.org/maps/map-1.html#Portugal.

Páginas Relacionadas
Página 0014:
II SÉRIE-A — NÚMERO 34 14 2 – O Estado desenvolve uma política de co
Pág.Página 14
Página 0015:
17 DE DEZEMBRO DE 2018 15 marítimos da nossa Plataforma Continental, avalie fixar p
Pág.Página 15