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II SÉRIE-A — NÚMERO 34

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Fonte: International Pellet Watch

Acresce a esta problemática de contaminação o facto de muitos microplásticos, que estão presentes, por

exemplo, em produtos de beleza, roupas, medicamentos, irem parar aos oceanos através dos sistemas de

saneamento visto que estes não conseguem filtrar esta micro ou nano partículas. Muitos destes contêm

disruptores endócrinos químicos, considerados pela Organização Mundial de Saúde13, como causadores de

problemas na fertilidade, no aumento da incidência de cancro mamário, no desenvolvimento cognitivo tardio em

crianças e jovens, entre outros problemas.

Acresce que os microplásticos têm não só uma incidência negativa nos ecossistemas, na saúde humana, no

bem-estar de animais mas também pela emissão de gases com efeitos de estufa. Recentemente foram

divulgados os impactos dos microplásticos no aumento da emissão destes gases o que coloca em causa os

modelos até agora apresentados para adaptar e mitigar os fenómenos decorrentes das alterações climáticas.

Segundo a investigadora Sarah-Jeanne Royer, da Universidade do Havai (EUA) apesar das quantidades

libertadas por cada particular microplástica ser reduzida se tivermos em consideração a sua decomposição ao

longo dos anos, a atividade biológica do mar e o volume total de resíduos plásticos nos oceanos, desde os anos

50, o seu impacto na emissão de metano e etileno é substancial14. Esta problemática agudiza-se pois, segundo

um estudo recente da Universidade de Newscatle15, 99.99% dos plásticos presentes nos oceanos está presente

debaixo da superfície aquática. Segundo simulações computacionais existem 393 milhões de toneladas de

plástico nos oceanos sendo que apenas 246.000 se encontram à superfície. Este estudo afirma também que

cerca de 70% do plástico que chega aos oceanos afunda o que dificulta qualquer operação de quantificação ou

remoção dos detritos.

Tendo em consideração estes dados os líderes mundiais tal como vários blocos geopolíticos organizam-se

para tentar dar uma resposta célere e eficaz ao problema da contaminação e da poluição massificada dos

plásticos e, inerentemente, dos microplásticos. Sendo que a União Europeia (EU) introduz nos oceanos 150.000

a 500.000 toneladas de resíduos de plástico16, e que os Europeus produzem 25 milhões de toneladas de

resíduos de plástico e menos de 30% são reciclados, o Parlamento Europeu aprovou em janeiro do presente

ano uma Estratégia Europeia para os Plásticos na Economia Circular17. Nesta estratégia é claro que um dos

objectivos é «restringir a utilização de microplásticos nos produtos e fixar rótulos para os plásticos

13 Disponível online em: http://www.who.int/ceh/risks/cehemerging2/en/. 14 Disponível online em: https://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0200574. 15 Disponível online em: https://www.ncl.ac.uk/press/articles/latest/2018/09/plastics/. 16 Disponível online em: http://ec.europa.eu/environment/marine/good-environmental-status/descriptor-10/pdf/MSFD%20Measures%20to%20Combat%20Marine%20Litter.pdf. 17 Disponível online em: https://ec.europa.eu/portugal/news/plastics-strategy_pt.

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