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13 DE MARÇO DE 2019

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PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 2041/XIII/4.ª

ELABORAÇÃO DE ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO E AMBIENTAL PARA AVALIAR OS EFEITOS DA

LABORAÇÃO DA SIDERURGIA NACIONAL NA ALDEIA DE PAIO PIRES, CONCELHO DO SEIXAL

A Constituição da República Portuguesa consagra, no seu artigo 66.º, o direito ao Ambiente e Qualidade de

Vida, determinando que «todos têm direito a um ambiente de vida humano, sadio e ecologicamente

equilibrado e o dever de o defender», devendo este direito ser assegurado pelo Estado, por meio de

organismos próprios e juntamente com a participação dos cidadãos, com vista a um desenvolvimento

sustentável.

A atividade da empresa SN Seixal – Siderurgia Nacional, S.A., tem causado, ao longo dos anos, problemas

de poluição, designadamente ao nível da deposição de partículas na Aldeia de Paio Pires e do ruído que muito

afeta o descanso das pessoas, causando danos físicos e psicológicos muito significativos, assim como

prejuízos materiais, estando comprometida a saúde e a sua qualidade de vida da população. Saliente-se que

são cerca de 15 000 pessoas que vivem no núcleo urbano nas imediações das instalações da Siderurgia.

Desde há vários anos que são frequentes as denúncias que o Grupo Parlamentar do PEV recebe de

residentes na Aldeia de Paio Pires, todas elas comuns no conteúdo: queixas do ruído da laboração, fumos e

pós negros e esbranquiçados que se depositam nos seus carros, parapeitos das janelas, na roupa estendida e

no interior das suas próprias habitações, verificando-se ainda a emissão para a atmosfera de colunas de

poeiras de cor laranja, que ocorrem principalmente nas primeiras horas da manhã.

No passado dia 15 de fevereiro, a Comissão de Ambiente, Ordenamento do Território, Descentralização,

Poder Local e Habitação realizou uma visita às instalações da SN Seixal, onde foi possível constatar que a

empresa tem realizado investimentos nos vários processos de laboração e nas próprias instalações como, por

exemplo, a construção de uma nova central de produção de oxigénio, que se encontra em fase de conclusão,

pois a que existe representa uma das fontes de emissão de níveis elevados de ruído e que origina queixas por

parte da população.

Outra das fontes de ruído tinha origem no corte de enormes peças de aço ao ar livre que, atualmente, é

efetuada dentro de uma cabina que mitiga o ruído resultante dessa operação. Também durante a visita foi

referido que a empresa se encontra em fase de implementação de uma cortina arbórea, reforçando a

existente, que poderá minimizar os diversos impactes da atividade da siderurgia.

Não obstante estas medidas, continua-se a verificar no interior da SN Seixal, empilhada e a céu aberto,

uma enorme quantidade de Agregado Siderúrgico Inerte para Construção (ASIC), um subproduto do processo

de produção, que pode ser utilizado na construção civil. A falta de escoamento do ASIC resulta da fraca

procura deste produto e da falta de investigação nesta área, no sentido de encontrar outras soluções para a

sua aplicação.

Ocorre, por isso, uma excessiva acumulação do produto, que transpõe o limite da vedação exterior e da

linha arbórea localizada, e que, aliado ao facto de não estar devidamente acondicionado, faz com que as

poeiras sejam transportadas pelo vento, em direção às zonas residenciais, sendo este um dos principais

motivos de contestação da população, que também foi ouvida pelos membros da Comissão de Ambiente, no

passado dia 15 de fevereiro.

Mais uma vez, as queixas foram as já conhecidas pelo Grupo Parlamentar do PEV, e também reforçadas

pelas recentes notícias que deram conta que entre os dias 1 e 28 de janeiro, segundo dados da Agência

Portuguesa do Ambiente (APA), na estação de medição da qualidade do ar da Aldeia de Paio Pires,

verificaram-se 14 dias, quase metade do período analisado, acima do valor-limite diário de partículas inaláveis

de 50 microgramas por metro cúbico (ug/m3), com um máximo horário de 171 ug/m3 e uma média de 51 ug/m3

(valores que excedem os limites recomendados pela Organização Mundial de Saúde e os limites

estabelecidos).

A estação de medição do ar instalada na Aldeia de Paio Pires, que nos últimos anos teve períodos em que

não funcionou, é a única existente no concelho do Seixal, apesar das várias diligências da Câmara Municipal,

junto da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT) para

que esta procedesse à instalação de mais estações de medição, constituindo assim uma efetiva rede de

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