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II SÉRIE-A — NÚMERO 85

178

O tema relativo à perseguição (stalking) é ainda abordado diversas vezes pela Agência dos Direitos

Fundamentais da União Europeia (FRA), nomeadamente no que à análise da violência de género e acesso à

justiça diz respeito.

• Enquadramento internacional

Países europeus

A legislação comparada é apresentada para os seguintes Estados-Membros da União Europeia: Espanha e

Irlanda.

ESPANHA

O crime de perseguição ou «stalking» foi introduzido no ordenamento jurídico espanhol através da Ley

Orgánica 1/2015, de 30 de marzo, que alterou o Código Penal8, aditando o artigo 172 ter, introduzindo-o

sistematicamente na parte do código relativa aos crimes contra a liberdade, prevendo-se uma moldura penal

de pena de prisão de 3 meses a 2 anos ou multa de 6 a 24 meses. O mesmo artigo prevê ainda circunstâncias

agravantes, como a especial vulnerabilidade da vítima ou quando este seja praticado num contexto de

violência doméstica, agravando apenas a pena de prisão no seu limite mínimo. Por se tratar de um crime

contra a liberdade, podem impor-se sanções acessórias previstas no artigo 39 por força do artigo 57 do Código

Penal.

As medidas de coação, denominadas de «medidas cautelares» encontram-se presentes na Ley de

Enjuiciamiento Criminal9 de forma dispersa. Distinguem-se de duas formas: por um lado as medidas

cautelares pessoais, que limitam o direito à liberdade individual e, por outro lado, as medidas cautelares reais,

incidentes sobre o património.

As medidas cautelares pessoais são: a citación, a detención, a prisión provisional e a libertad provisional.

Já as medidas cautelares reais podem ser fianzas e embargos.

De acordo com o artigo 544 bis deste diploma, nos casos em que se investiguem os crimes mencionados

no artigo 57 do Código Penal, o juiz poderá, fundamentadamente quando seja necessário à proteção da

vítima, impor medidas preventivas como a proibição de frequentar determinados lugares ou de comunicação

com determinadas pessoas, concluindo-se assim a possibilidade de serem aplicadas as medidas preventivas.

IRLANDA

Em janeiro de 201910, o Domestic Violence Act 201811 entrou em vigor, solidificando a prevenção e

repreensão do crime de violência doméstica e dos crimes que lhe estão associados. Uma nova conduta foi

criminaliza, denominada de «coercive control», caracterizada pelo controlo coercivo de outra pessoa, em

contexto de uma relação íntima ou amorosa. (secção 39).

As medidas de proteção das vítimas neste tipo de crimes são de dois tipos: por um lado, as safety orders

(parágrafo 6)e, por outro, as barring orders (parágrafo 7). As primeiras traduzem-se em ordens do tribunal que

proíbem ao arguido a prática de condutas violentas ou ameaças de violência, proibindo-se, por exemplo, a

frequência de determinados locais e a perseguição através de comunicações eletrónicas. Até à alteração

operada pelo referido diploma, apenas aos casais que coabitavam era reconhecido do direito à safety order

num quadro de violência doméstica ou de perseguição, tendo este direito sido alargado a todos os que têm ou

tiveram uma relação íntima.

Por seu turno, as barring orders são em tudo semelhante às safety orders mas com uma maior amplitude.

No período temporal que decorre entre a vítima requer uma safety ou uma barring order e o tribunal decidir

sobre a mesma, pode ser aplicada uma protection order que proíba o agressor de frequentar determinados

locais ou de contactar com a vítima. Esta medida assume um carácter temporal limitado e produz efeitos até à

8 Diploma consolidado retirado do portal oficial boe.es. 9 Diploma consolidado retirado do portal oficial boe.es. 10 De acordo com o S.I. n.º 532/2018, de 18 de dezembro. 11 Diploma retirado da base de dados oficial irishstatuebook.ie.

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