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6 DE JUNHO DE 2019

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A diabetes é caracterizada pelo aumento dos níveis de açúcar (glicose) no sangue (a hiperglicemia). A

hiperglicemia existente na diabetes deve-se em alguns casos à insuficiente produção de insulina, noutros à sua

insuficiente ação e, frequentemente, à combinação destes dois fatores.

As pessoas com diabetes podem vir a desenvolver uma série de intercorrências, como hipoglicemias e

descompensações hiperglicémicas, complicações, tais como a retinopatia diabética, a insuficiência renal, o pé

diabético e doença coronária em idade jovem. É uma doença com muitas comorbilidades e, caso não se

encontre controlada, pode ter consequências em todos os órgãos. É possível reduzir os danos da diabetes

através de um controlo rigoroso da hiperglicemia, da hipertensão arterial, da dislipidémia, entre outros, bem

como de uma vigilância periódica dos órgãos mais sensíveis (retina, nervos, rim, coração, por exemplo).

Existem três tipos predominantes de diabetes: a diabetes tipo 1, a tipo 2 e a gestacional.

A diabetes gestacional (DG) corresponde a qualquer grau de anomalia do metabolismo da glicose

documentado, pela primeira vez, durante a gravidez.

A diabetes tipo 2, por sua vez, ocorre quando o pâncreas não produz insulina suficiente ou quando o

organismo não consegue utilizar eficazmente a insulina produzida. O diagnóstico de diabetes tipo 2 ocorre

geralmente após os 40 anos de idade, mas pode ocorrer mais cedo, principalmente em populações com elevada

prevalência de diabetes. Está associada à obesidade, ao sedentarismo e à hereditariedade. Pode ser controlada

através de dieta e prática de atividade física associada a antidiabéticos orais, podendo ser necessária a toma

de insulina para controlo da hiperglicemia, mas não sendo dependente da administração de insulina exógena,

ao contrário do que acontece com a diabetes tipo 1.

A diabetes tipo 1 é uma doença autoimune, causada pela destruição das células produtoras de insulina do

pâncreas pelo sistema de defesa do organismo. As células beta do pâncreas produzem, assim, pouca ou

nenhuma insulina, a hormona que permite que a glicose entre nas células do corpo.

As causas de doença, os seus mecanismos, os objetivos do tratamento e as terapêuticas farmacológicas ou

não farmacológicas têm diferenças significativas entre os 3 tipos principais de diabetes, podendo a confusão

entre elas levar a aconselhamento errado, eventualmente prejudicial ao sucesso do tratamento.

O Bloco de Esquerda já fez aprovar, por unanimidade, em 2016, o Projeto de Resolução n.º 197/XIII/1.ª, onde

se recomendava ao Governo a disponibilização gratuita de sistemas de perfusão contínua de insulina (SPCI) a

todas as crianças e jovens em idade pediátrica com diabetes tipo 1. É por isso que atualmente as chamadas

bombas de insulina são possíveis e gratuitas até aos 18 anos.

Esta medida permite um maior controlo dos níveis de glicemia, prevenindo situações de hipoglicemia ou de

hiperglicemia e reduzindo assim as consequências desta doença e o seu impacto em vários órgãos. O maior

controlo da doença aumenta a qualidade de vida, os anos de vida e, mais importante do que isso, os anos de

vida com menos carga de doença.

O controlo da diabetes tipo 1 deve ser um objetivo. Alcança-se garantindo o acesso, sem obstáculos, a novas

tecnologias e novos tratamentos, mas faz-se também com a informação e formação da pessoa com diabetes,

dos seus familiares e das pessoas que fazem parte dos seus contextos sociais.

A falta de conhecimento sobre esta doença é uma realidade transversal a toda a sociedade, julgando-se que

é uma doença associada apenas a uma população mais envelhecida e desconhecendo-se as especificidades

da diabetes tipo 1.

Facto é que existem cada vez mais jovens em idade escolar que são diagnosticados com diabetes tipo 1,

pelo que é fundamental que toda a comunidade escolar seja e esteja informada sobre a doença, saiba agir em

situações de hipoglicemia e hiperglicemia, saiba ajudar a medir a glicemia, a contar os hidratos de carbono ou

a efetuar ajustes na terapêutica com insulina, tal como fazem os familiares ou outros cuidadores das crianças e

jovens com diabetes.

Informar e formar a comunidade escolar é garantir que os alunos com diabetes tipo 1 são entendidos nas

suas especificidades por colegas, professores e funcionários da escola, não sendo sujeitos a descriminação

prejudicial à sua normal integração; é garantir que os membros da comunidade educativa sabem o que é a

diabetes tipo 1 e sabem como ajudar, em caso de necessidade, a criança ou jovem com diabetes. Dotar a

comunidade escolar de conhecimento sobre a diabetes deve ser uma premissa à qual nos devemos todos

associar.

A formação de docentes e não docentes pode permitir uma identificação precoce da doença. Com a formação

de docentes e não docentes seria possível, por exemplo, identificando situações de hipoglicemia ou de

hiperglicemia e saber como atuar em qualquer uma destas situações, e auxiliar o aluno na identificação e