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14 DE JUNHO DE 2019

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PROJETO DE LEI N.º 1231/XIII/4.ª

PROCEDE À DÉCIMA PRIMEIRA ALTERAÇÃO AO DECRETO-LEI N.º 113/2011, DE 29 DE

NOVEMBRO, QUE ISENTA DO PAGAMENTO DE TAXAS MODERADORAS OS DOENTES CRÓNICOS,

NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS E NA REFERENCIAÇÃO A PARTIR DESTES CUIDADOS

Exposição de Motivos

Desde a revisão constitucional de 1989 que o carácter gratuito do Serviço Nacional de Saúde foi

abandonado, passando a ser tendencialmente gratuito.

As taxas moderadoras, construídas a partir de uma falácia – moderar o acesso aos cuidados de saúde e

desta forma regular a utilização dos cuidados de saúde – foi algo a que sempre nos opusemos por

considerarmos que a sua introdução instituiu uma modalidade de copagamento e, sobretudo porque transferiu

para os utentes os custos com a saúde, sendo um verdadeiro obstáculo que põe em causa o direito à saúde.

Entendimento corroborado pelos testemunhos de muitos portugueses que deixam de ir às consultas ou às

urgências porque não tem dinheiro para pagar as taxas moderadoras nem beneficiam de qualquer tipo de

isenção. Testemunhos que foram confirmados recentemente num estudo publicado. Neste estudo é

mencionado que mais de 2 milhões de consultas que não se realizaram porque os utentes não as conseguem

pagar.

Tudo isto acontece apesar das medidas que, nestes dois anos e meio desta Legislatura, foram tomadas,

designadamente a reposição da isenção do pagamento de taxas moderadoras aos bombeiros e redução do

montante das mesmas. Medidas que sendo positivas são claramente insuficientes.

Sucessivos governos da política de direita, e o que o Governo atual do PS não se demarca, têm

prosseguido uma política de saúde que na prática se afasta dos princípios que conduziram à criação do

Serviço Nacional de Saúde e se não forem tomadas medidas urgentes e estruturais poderão provocar o

enfraquecimento tal da resposta pública que dificilmente atenderá às necessidades da população e prestará

cuidados de saúde de qualidade.

Como sempre o PCP afirmou as taxas não têm nenhum objetivo moderador, antes pelo contrário, são um

obstáculo ao acesso. Entendemos que a revogação das taxas moderadoras continua a ter toda a atualidade e

pertinência, por isso, já apresentamos nesta legislatura projeto de lei para as revogar, assim como

apresentamos proposta idêntica no projeto de lei sobre a política de saúde, ou seja, na lei de bases da saúde.

Mantendo a nossa posição de princípio – fim das taxas moderadoras – temos, ao longo dos anos

apresentado propostas com vista à recuperação do regime de isenção dos doentes crónicos que existia antes

das alterações introduzidas pelo Governo PSD/CDS, centrando o regime de isenção para os doentes crónicos

no doente e não na doença. Mas, sistematicamente a proposta tem sido chumbada por PS, PSD e CDS.

É justa a recuperação do regime de isenção para os doentes crónicos, assim como é de enorme justiça a

isenção do pagamento de taxas moderadoras nos cuidados de saúde primários e às prestações de saúde por

si referenciadas.

É, pois, com o objetivo de contribuir para a melhoria das condições de acesso dos utentes aos cuidados de

saúde e com o objetivo de caminharmos para a revogação das taxas moderadoras e, por conseguinte, instituir

a gratuitidade no Serviço Nacional de Saúde que apresentamos esta iniciativa legislativa.

Esta iniciativa recupera o regime de isenção dos doentes crónicos, regime centrado no doente e não na

doença e isenção do pagamento dos cuidados de saúde primários e nas prestações de saúde referenciados

por este nível de cuidados.

Nestes termos, ao abrigo da alínea b) do artigo 156.º da Constituição e da alínea b) do n.º 1 do artigo 4.º do

Regimento, os Deputados da Grupo Parlamentar do PCP apresentam o seguinte projeto de lei:

Artigo 1.º

Objeto

No sentido da eliminação do pagamento de taxas moderadoras ou quaisquer outros encargos para utentes

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