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21 DE JUNHO DE 2019

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A estratégia construída em torno do ambiente e desta nova consciência, levou a que fosse necessário edificar

uma série de infraestruturas que dessem forma ao modelo de tratamento dos lixos em Portugal.

Integrado neste plano estratégico, foi criado o Eco Parque do Relvão (EPR) localizado na Carregueira,

Chamusca – zona industrial com 250 hectares, a cerca de 100 km de Lisboa –, que acolhe mais de uma dezena

de empresas instaladas que recebem material de todo o País, e Europa, com destaque para as específicas e

únicas no setor dos resíduos.

Trata-se de um cluster nacional para o ambiente (resíduos) e energia, com dois CIRVER (Centro Integrado

de Recuperação, Valorização e Eliminação de Resíduos Perigosos), três Centros Integrados de Tratamento e

Valorização de Resíduos Hospitalares e Industriais (CIVTRHI), um Centro de Gestão e Tratamento dos

Resíduos Urbanos e um Aterro de Resíduos Industriais Não Perigosos.

Falamos assim de um cluster ambiental estratégico para o País, reunindo um conjunto de empresas de

tratamento de resíduos, de diferentes naturezas, e de um projeto de sucesso que permite desenvolver uma zona

do interior, oferecendo oportunidades de emprego e apostando na inovação por intermédio de cooperação

institucional, nomeadamente entre os associados e empresas do EPR e várias instituições de Ensino Superior.

Todavia, e não obstante o crescimento significativo deste parque industrial, o maior constrangimento ao seu

desenvolvimento são as reduzidas acessibilidades rodoviárias, cuja resolução está planeada desde a primeira

hora.

Com efeito, o fecho do IC3, ligando a A23 à A13, entre Vila Nova da Barquinha e Almeirim, com uma nova

travessia do rio Tejo, tem sido identificado em vários documentos como uma prioridade ao nível dos

investimentos infraestruturais a realizar no País (desde o RN2020 ao PETI3 e ao PROTOVT).

A construção deste troço permitiria retirar o tráfego de muitos camiões pesados sobre vias nacionais e

caminhos municipais que atravessam localidades e não estão preparados para o peso e dimensão destas

viaturas, nem tão pouco para acidentes com cargas de matérias perigosas.

Há desta forma óbvios danos para a qualidade de vida das populações, em particular as que são

atravessadas pela EN118, bem como um claro prejuízo para a competitividade das empresas da região.

O «Estudo de Tráfego – Chamusca e acessibilidades ao Eco Parque do Relvão», apresentado em maio de

2018, permite concluir, entre outros, os elevados volumes de tráfego na EN118 que atravessa as localidades da

Chamusca, Almeirim e Alpiarça, e os elevados volumes de tráfego na Ponte da Chamusca que é diariamente

atravessada por 7.300 viaturas (entre as quais 1.000 pesados de mercadorias).

Identificaram-se como zonas de conflito confirmadas a Ponte da Chamusca, a EN118 (43 km entre nó da

A13 e o acesso norte do EPR, via partilhada com viaturas motorizadas e agrícolas de marcha lenta entre outras

limitações) e a EM1375.

O Estudo propõe, assim:

– O reforço e abertura da Ponte de Constância ao tráfego de pesados, definida como uma das prioridades

estratégicas no âmbito do PETI3+, e que desbloquearia o tráfego proveniente de fora da região, via A23 –

Constância;

– A conclusão do IC3 (troço Vila Nova da Barquinha – Almeirim), que permitiria o acesso direto às sedes de

concelho da Chamusca, Alpiarça, Almeirim e Golegã a partir de vários eixos fundamentais, como IP6/A23,

IP7/A6 e IP1/A1, e criaria uma variante à atual EN118 que atravessa centros urbanos;

– Um projeto de ligação do Eco Parque do Relvão ao IC3.

A concretização destas propostas teria vantagens a vários níveis, nomeadamente: 1) ambientais, com a

mitigação de riscos associados à circulação de mercadorias perigosas junto das comunidades, a minimização

da poluição sonora e atmosférica e a redução de sinistralidade nas vias municipais, com influência na saúde

pública; 2) económicas, com o desbloqueio de constrangimentos com escoamento de produtos e matérias-

primas de indústrias, captação de investimento com aumento da atratividade e redução da necessidade de

manutenção de infraestruturas já sobrecarregadas ou obsoletas; e 3) sociais, com o eventual reforço na criação

de emprego e uma maior aproximação dos habitantes a serviços sociais.

A par disto, o Plano Regional de Ordenamento do Território do Oeste e Vale do Tejo, da Comissão de

Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo, enumera vários benefícios sobre a

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