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3 DE JULHO DE 2019

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mesmo, para responder às insuficiências, foi há mais de 47 anos iniciado o processo de remodelação e

ampliação do Hospital de Beja a que chamaram de «segunda fase». Segunda fase, essa, que nunca passou do

projeto técnico.

Perante tamanhas dificuldades relacionadas com as condições das instalações e equipamentos do Hospital

de Beja, o PCP levou à Assembleia da República um projeto de Resolução que foi aprovado e deu origem à

Resolução da Assembleia da República n.º 273/2018 que Recomenda ao Governo que adote medidas para se

dar início à remodelação e ampliação do Hospital de Beja. Esta ampliação é tanto mais importante e necessária

por quanto diversas consultas externas funcionam há mais de 15 anos em contentores «provisórios» no parque

de estacionamento do hospital, o bloco operatório, o serviço de urgência e imagiologia não correspondem às

necessidades de atendimento e resposta que a população precisa muito porque o espaço físico não o permite.

Como já identificámos a ULSBA debate-se com uma enorme falta de profissionais, muito sentido a nível dos

serviços de obstetrícia, pediatria, ortopedia, imagiologia, entre outros. Só no serviço de obstetrícia serão

necessários mais 10 médicos para assegurar e garantir o serviço de urgência obstétrica 24 sobre 24 horas

aberto. O que não tem sido possível, pois só em 2019 este serviço já foi forçado ao enceramento temporário por

5 dias por falta de médicos para a escala de serviço.

O problema da carência de médicos não é apenas no imediato, como também o é a medio prazo, uma vez

que nos próximos 5 anos mais de 60% dos médicos estarão em condições de se reformarem, para além de já

poderem recusar o trabalho de urgência e urgência noturno, a partir dos 55 e 50 anos de idade respetivamente.

Ainda assim, apenas dois médicos é que não fazem urgência, todos os outros o fazem apesar de terem

condições para recusar. Vale, pois, a dedicação e empenhamento dos profissionais de saúde para assegurar a

prestação de cuidados, contudo esta situação chegará a um ponto insustentável porque no que respeita aos

profissionais de saúde médicos, como atrás aludimos, é enorme o envelhecimento deste grupo profissional.

A ULSBA recorre à contratualização de médicos por recurso a empresas de prestação de serviços devido à

falta de profissionais de saúde. Esta situação, não sendo vantajoso para utentes, instituição, é mesmo muito

desmotivadora e injusta para com os profissionais do quadro que que há décadas se dedicam à instituição, pelo

contrário os contratados às empresas, não se integram nas equipas nem nos serviços. Para além de não terem

o dever de responder hierarquicamente aos responsáveis dos serviços uma vez que responde em primeiro lugar

à empresa que os representa.

III

No que respeita aos cuidados de saúde primários e à semelhança dos cuidados hospitalares sente-se o

grande problema relacionado com a falta de profissionais de saúde, mais sentida a nível do grupo profissional

médico quer pela sua falta imediata quer futura por via da aposentação. Isto levará a que grande parte dos

utentes venham a ficar sem médico de família, sendo que atualmente e segundo fonte hospitalar cerca de 3 mil

utentes estão sem médico de família. Esta situação é muito preocupante, uma vez que para além de estes

utentes perderem a principal porta de acesso aos cuidados de saúde o cenário, a não serem tomadas as

medidas necessárias será de aumento do número de utentes sem médico e enfermeiro de família.

O problema da fixação de profissionais de saúde no distrito de Beja não é algo recente e não pode ser

desligado do desenvolvimento económico e social da região, que com longos anos de desinvestimento nos

serviços públicos e infraestruturas fundamentais ao combate das desigualdades territoriais acaba por não

contribuir para que a região seja atrativa para quem está no início da sua carreira profissional. Há, pois, uma

enorme dificuldade em cativar profissionais para trabalhar nos centros de saúde do distrito, sendo que formamos

os profissionais nos nossos serviços e centros de saúde, mas que depois se vão embora para outras regiões.

As dificuldades de acesso não se ficam só pela carência de profissionais de saúde, no que respeita às

instalações também se verificam grandes problemas com encerramento de extensões de saúde. Nesse sentido,

um pouco por todo o distrito, diversas extensões de saúde encontram-se encerradas, algumas há mais de uma

década, por necessidade de obras de manutenção e melhoramentos, obrigando as populações que na sua

grande maioria são idosos com fracos recursos económicos e com muitas dificuldades em termos de mobilidade,

quer pela debilidade física quer pela reduzida oferta de transportes públicos, a deslocarem-se às sedes de

concelho a fim de serem atendidos.

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