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II SÉRIE-B — NÚMERO 7

VOTO N.s 121/VI

DE PESAR PELO FALECIMENTO DO MAESTRO FERNANDO LOPES GRAÇA

O falecimento de Fernando Lopes Graça constitui uma grande perda para a arte, para a cultura e para o País.

Fernando Lopes Graça é reconhecido como um dos maiores compositores de toda a nossa história musical, destacando-se, entre numerosas obras de grande valor, o Requiem pelas Vítimas do Fascismo em Portugal, a História Trágico-Maríüma, o Canto de Amor e Morte, o ciclo de canções As Mãos e os Frutos, com poemas de Eugénio de Andrade, e as mais de três centenas de canções corais.

O reconhecimento nacional e internacional da sua obra traduziu-se em numerosos prémios que lhe foram atribuídos e distinções que lhe foram conferidas.

O grande compositor e pedagogo foi também um notável investigador do património musical popular e um incansável divulgador da cultura musical no nosso país. A sua infatigável intervenção de intelectual que vivia como poucos os problemas do nosso povo e do nosso país pro-jectou-se numa vastíssima obra publicada onde aborda os mais diversos domínios da cultura e da cidadania.

Com efeito, se o País acaba de perder um dos maiores vultos da sua cultura deste século, perde também um cidadão ímpar e exemplar.

Lopes Graça foi desde a sua juventude um firme resistente à ditadura fascista, tornando-se membro do PCP em 1948, onde militou até aos derradeiros dias da sua vida. Preso pela primeira vez em 193I, foi, desde então, alvo das maiores perseguições por parte dos governos de Salazar, que não só o impediram de ensinar em estabelecimentos públicos, mas até lhe anularam o seu diploma de professor.

O Maestro, como era conhecido, não só não cedeu à repressão como intensificou a sua participação na luta antifascista. Esteve activamente ligado ao MUD, a partir de 1945, tendo composto por esta altura um conjunto de canções de resistência — as Heróicas —, ainda hoje lembradas e cantadas. Entre 1947 e 1948 funda o Coro da Academia de Amadores de Música, que divulgará pelo País tanto as Heróicas como canções populares, muitas delas resultado da sua obra de investigador.

Depois do 25 de Abril, a par da permanente actividade de criador musical, esteve sempre presente na luta pelo desenvolvimento democrático do País.

Ao recordar o maestro Lopes Graça, a Assembleia da República presta respeitosa homenagem à memória de

Fernando Lopes Graça, certa dc que ela perdurará na sua obra e na história da sua vida como um exemplo inspirador para as gerações vindouras e exprime à sua família c à Academia de Amadores de Música sentidas condolências.

Assembleia da República, 29 de Novembro de 1994. — Os Deputados do PCP: Octávio Teixeira — Lino de Carvalho— José Manuel Maia—António Filipe —Odete Santos.

PETIÇÃO N.e28&7VI (4.3)

APRESENTADA PELA COMISSÃO REIVINDICATIVA DA CONSTRUÇÃO DO CENTRO DE SAÚDE DO LAVRADIO NO SENTIDO DE SENSIBILIZAR A ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA PARA A NECESSIDADE DAQUELA CONSTRUÇÃO.

Ex."*'Senhor Presidente da Assembleia da República:

O Lavradio precisa de um centro de saúde!

Desde 1982 que a grelha de equipamentos de saúde prevê para o concelho do Barreiro a construção de um centro de saúde na freguesia do Lavradio.

O Lavradio,, que é um dos mais importantes aglomerados populacionais do concelho, não dispõe, até hoje, de qualquer equipamento para prestação de cuidados de saúde.

Esta grave carência é ainda mais sentida quando, como é publicamente conhecido, se assiste a uma situação de precariedade e degradação da maioria dos equipamentos

de cuidados primários de saúde no concelho do Barreiro.

Para além disso e em última análise, perante a rotura, a população passará a recorrer (já hoje acontecendo) aos serviços de urgência do Hospital do Barreiro.

Acresce que a Câmara Municipal do Barreiro já indicou terreno para a sua implantação, estando a sua localização prevista no Plano Director Municipal, já aprovado em Conselho de Ministros.

Considerando que a construção, apetrechamento e seu funcionamento são da responsabilidade do Governo, os abaixo assinados, moradores na freguesia do Lavradio, exigem a sua construção.

Lavradio, 12 de Outubro dc 1994. — O Primeiro Subscritor, José do Carmo Beira Pinheiro.

Nota. — Desta petição foram subscritores 2627 cidadãos.

A Divisão de Redacção e Apoio Audiovisual.