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0148 | II Série B - Número 030 | 15 de Maio de 2004

 

INTERPELAÇÃO N.º 11/IX
SOBRE POLÍTICA EXTERNA

Venho, por esta via, informá-lo, Sr. Presidente, de que o Bloco de Esquerda usará o seu direito potestativo para suscitar uma interpelação ao Governo sobre polítrica externa, sugerindo para o efeito a data de 31 de Março.

Assembleia da República, 16 de Março de 2004. - O Presidente do BE, Francisco Louçã.

INTERPELAÇÃO N.º 12/IX
SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E CENTRADA NAS POLÍTICAS DE AMBIENTE, DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO E DE TRANSPORTES

Nos termos regimentais, venho confirmar que o Grupo Parlamentar Os Verdes pretende realizar uma interpelação ao Governo sobre "Desenvolvimento sustentável, centrada nas políticas de ambiente, de ordenamento do território e de transportes" agendade para a próxima reunião plenária do dia 14 de Abril.

Assembleia da República, 25 de Março de 2004. - A Presidente de Os Verdes: Isabel Castro.

INTERPELAÇÃO N.º 13/IX
SOBRE A CRISE QUE AFECTA A ECONOMIA NACIONAL, O APARELHO PRODUTIVO E OS PORTUGUESES E A NECESSIDADE DE UMA NOVA POLÍTICA ECONÓMICA E SOCIAL

Nos termos regimentais, venho informar S. Ex.ª o Sr. Presidente da Assembleia da República que o Grupo Parlamentar do PCP pretende realizar uma interpelação ao Governo centrada na "Crise que afecta a economia nacional, o aparelho produtivo e os portugueses e na necessidade de uma nova política económica e social", agendada para o próximo dia 19 de Maio.

Assembleia da República, 11 de Maio de 2003. - O Presidente do PCP, Bernardino Soares.

VOTO N.º 162/IX
DE PESAR PELA MORTE DE ANTÓNIO CHAMPALIMAUD

Se há pessoas com uma intervenção decisiva na economia portuguesa, António Champalimaud foi uma delas.
Foi-o, pelo seu espírito aberto, independente e empreendedor, que o levava a lutar contra proteccionismos de vária ordem, que tolhiam o desenvolvimento em Portugal.
Assim, sempre pugnou contra o condicionamento industrial e a favor de uma legislação amiga da economia, sem mecanismos burocráticos e inúteis, que impedem o livre exercício da actividade empresarial.
Foi-o também, pela sua visão estratégica, que prefigurou uma Europa unida e o levou a organizar as suas empresas para concorrer num mercado alargado.
Foi, à época, um defensor do Mercado Comum.
Foi-o ainda, pelo modo como procurou que a suas empresas tivessem uma massa crítica e uma dimensão que lhes permitisse um são desenvolvimento, num mundo cada vez mais competitivo.
Apesar da sua estreita ligação à actividade financeira, António Champalimaud foi sobretudo um industrial.
O seu dinamismo estendeu-se aos sectores da siderurgia, da metalomecânica pesada, do papel e da química e o núcleo essencial da actual indústria cimenteira portuguesa proveio das empresas que liderava.
As suas empresas estavam equipadas com tecnologias avançadas e foi capaz de instalar, na fábrica de Alhandra, o maior forno de cimentos do mundo.
Fundou e desenvolveu empresas industriais em Portugal, em Angola, em Moçambique e no Brasil.
Criou emprego e trouxe progresso económico.
Banqueiro, soube utilizar a Banca como alavanca para a indústria e a actividade económica, e não apenas com a finalidade de mera intermediação financeira.
E soube fazê-lo, sem pôr em causa a solvabilidade das instituições que liderava, a qual prezava acima de tudo.
Procurou fazer um grande Banco, em Portugal, com dimensão internacional, através da junção do Banco de que era accionista principal, o Sotto Mayor, com o Banco Português do Atlântico, prenunciando, assim, todo o movimento de concentrações que se haveria de verificar décadas depois.
Igualmente na linha do condicionamento ao exercício da actividade económica, foi impedido de desenvolver o seu grande projecto de Sines.
Dono de empresas, mas considerando que a propriedade não lhe dava o monopólio da razão, sempre soube rodear-se de bons profissionais, apreciando a troca inteligente de argumentos e o aconselhamento técnico qualificado.
Nestes tempos, em que tanto se apela, por essencial, à competitividade e à produtividade, António Champalimaud continuará a ser um exemplo para a indústria e os industriais portugueses.
Foi um capitalista, no sentido nobre da palavra: não deixou o capital inactivo, antes o colocou ao serviço do desenvolvimento.
Foi um empresário: correu riscos.
Capitalizando as empresas, dotou-as de tecnologia avançada e de organização adequada.
Buscou a inovação, criando emprego e desenvolvimento, em base sustentável.
Teve uma vida empresarial intensa.
Mas, na intensidade da sua vida, não esqueceu a História e a identidade nacional: foi decisiva a muito significativa contribuição financeira para o início da recuperação dos campos de batalha históricos, entre os quais Aljubarrota, visando dotá-los de equipamentos, que reavivam a memória do passado, como forma de preservar a identidade nacional.
Em testamento, instituiu uma fundação destinada à investigação científica no domínio da saúde. Quis que esse gesto só fosse conhecido quando a morte já não permitia que conhecesse, por ele, o elogio e a homenagem.