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Sexta-feira, 11 de Março de 2005 II Série-B - Número 1

X LEGISLATURA 1.ª SESSÃO LEGISLATIVA (2005-2006)

S U M Á R I O

Votos (n.os 1 a 3/X):
N.º 1/X - De pesar pelo falecimento do jornalista e Deputado do Partido Socialista José Saraiva (apresentado pelo PS).
N.º 2/X - De pesar pelo falecimento do Deputado do Partido Social Democrata Manuel Alves de Oliveira (apresentado pelo PSD).
N.º 3/X - De congratulação pelo desempenho da atleta Naide Gomes no Campeonato Europeu de Atletismo (apresentado pelo PSD).

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0002 | II Série B - Número 001 | 11 de Março de 2005

 

VOTO N.º 1/X
DE PESAR PELO FALECIMENTO DO JORNALISTA E DEPUTADO DO PARTIDO SOCIALISTA JOSÉ SARAIVA

A morte levou o José da Conceição Saraiva cedo demais. Dois dias depois de ter sido eleito Deputado pelo Círculo do Porto, José Saraiva sucumbiu, tendo ainda conseguido aperceber-se da vitória do partido em que sempre militou, apesar do seu já muito débil estado de saúde.
Jornalista de profissão, qualidade que orgulhosamente ostentava, membro da Assembleia Municipal e da Assembleia Metropolitana do Porto, foi na Comissão Parlamentar de Defesa Nacional e na Assembleia da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa que mais se envolveu enquanto Deputado na última Legislatura.
Militante do Partido Socialista, onde entrou pela mão de Mário Soares, foi sucessivamente eleito Deputado a esta Assembleia da República desde 1995.
Mas a sua vida ficou muito marcada pelo seu amor ao jornalismo e pela dedicação ao seu jornal de sempre - o Jornal de Notícias. Ali deu os seus primeiros passos, quando foi admitido como estagiário em Janeiro de 1971, passando depois a chefe de redacção e a director de publicações, tendo chegado a director do jornal em 1984. A política e o desporto eram a sua paixão. Cobriu, com raro entusiasmo e invulgar qualidade, os Jogos Olímpicos da Coreia do Sul em 1988 e de Barcelona em 1992. Como ele sempre costumava dizer, o JN, mais do que a sua escola de jornalismo, foi a sua escola da vida.
Ao nível da intervenção cívica e autárquica, a cidade do Porto era o seu mundo. Participou em várias associações desportivas e culturais e integrou os grupos de teatro Sicuta, Modestos e o Teatro Experimental do Porto. Como vereador da Câmara Municipal do Porto, entre 1983 e 1986, e agora como deputado municipal e metropolitano, as suas tomadas de posição eram respeitadas e ouvidas. Incisivo, controverso, generoso, frontal, o José Saraiva era um lutador. E lutou até ao fim pelos seus ideais. Mesmo quando as forças já lhe faltavam porque a doença tomava cada vez mais conta do seu corpo e da sua mente, ele não quis deixar de emitir a sua opinião na crónica que escrevia todas as quartas-feiras no JN. Participou até ao fim.
No penúltimo dos seus escritos, que intitulou "Memórias que passam", o José Saraiva disse-nos que o fim estava próximo, mas que queria continuar a lutar: "Já olho para os tempos… Estas pequenas fracções que nos ficam gravadas, as ideias que resistem, como resposta aos dias que se vão e se perdem… Tento, cuidadosamente, relembrar, tornando o presente que resulta dos tempos difíceis. Procura-se - procuro! - confiança porque estas são as oportunidades finais: as de compreender que o que falta já é pouco…".
O José Conceição Saraiva deixou-nos. Neste momento de luto, a Assembleia da República exprime o mais sentido pesar pelo falecimento do seu Deputado e apresenta à sua família as mais sentidas condolências.

Palácio de São Bento, 10 de Março de 2005.
Os Deputados do PS: António José Seguro - Fernando Gomes - Guilherme d'Oliveira Martins - Mota Andrade - Renato Sampaio - José Magalhães - José Lello -António Braga - Carlos Lage - Augusto Santos Silva - mais duas assinaturas ilegíveis.

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VOTO N.º 2/X
DE PESAR PELO FALECIMENTO DO DEPUTADO DO PARTIDO SOCIAL DEMOCRATA MANUEL ALVES DE OLIVEIRA

O trajecto de Manuel Oliveira, na política como na vida, foi feito de elevada descrição mas sempre com uma grande eficácia. A sua total e permanente disponibilidade para ajudar os outros era uma característica que merece ser realçada.
Uma vida pública que teve início com o desempenho da profissão de professor do ensino básico na Escola Primária do Candal, em Lobão. Da escola passou para a delegação escolar de Fiães.
Em 1980, foi eleito, pela primeira vez, para secretário da Junta de Freguesia de Lobão, freguesia que o viu nascer em 14 de Novembro de 1957. Manteve estas funções até 2002, compatibilizando-as com outras de elevada dimensão distrital e nacional.
Destacamos as funções de adjunto do Governador Civil de Aveiro, no período entre 1989 e 1995. Chegou, inclusive, de forma temporária, a desempenhar as funções de Governador Civil daquele distrito.
Em 1995, foi eleito, pela primeira vez, Deputado à Assembleia da República.
Desde então, a sua actividade repartiu-se entre Santa Maria da Feira, seu concelho, e Lisboa.
No Parlamento, onde rapidamente granjeou o reconhecimento e o apreço dos seus pares, foi coordenador das Comissões de Educação, Ciência e Cultura e do Poder Local, Ordenamento do Território e Ambiente e presidiu ao Grupo Parlamentar de Amizade Portugal-Angola.

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0003 | II Série B - Número 001 | 11 de Março de 2005

 

Foi igualmente eleito Secretário da Mesa da Assembleia da República, nunca perdendo, contudo, a ligação política às suas origens, onde, em 2002, foi eleito e ocupou o lugar de vereador da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira.
Um homem de uma estatura e humildade invulgar. Moderado, discreto, mas muito eficiente. Um chefe de família exemplar, com dois filhos estudantes, sempre preocupado com a sua família.
O seu lema foi sempre servir.
Consolidou amizades, nesta Câmara e fora dela, conquistou a admiração de muitos, ou mesmo de todos, dos que, nesta Casa, tiveram o privilégio de com ele trabalhar.
Sempre discreto, conseguiu, com as suas qualidades, merecer em pleno as posições de relevo na política nacional a que foi chamado.
Quis o destino que, hoje, não esteja entre nós. Pouco tempo passou e já sentimos a sua falta!
"Meu Caro" era a forma simpática e afável com que tratava cada um de nós.
Evocamos hoje com emoção Manuel Alves Oliveira. Acima de tudo, guardamos a memória da sua elevada dimensão humana e da sua devoção à causa pública, que muito o enobreceram.
A Assembleia da República expressa, de forma sentida, o seu pesar, formulando à sua mulher e aos seus filhos, à sua família e à Câmara Municipal de Santa Maria da Feira os seus votos de pesar.
Até sempre, "Meu Caro".

Palácio de São Bento, 10 de Março de 2005.
Os Deputados do PSD: Guilherme Silva - Luís Marques Guedes - Luís Marques Mendes - Miguel Relvas - Fernando Santos Pereira - José Manuel Ribeiro - Ana Zita Gomes - Miguel Coleta - Luís Montenegro - Natália Carrascalão - António Preto - Luís Marques Mendes - Mota Amaral - Maria João Fonseca - mais três assinaturas ilegíveis.

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VOTO N.º 3/X
DE CONGRATULAÇÃO PELO DESEMPENHO DA ATLETA NAIDE GOMES NO CAMPEONATO EUROPEU DE ATLETISMO

Foi com natural orgulho que os portugueses assistiram ao magnífico desempenho da atleta Naide Gomes no Campeonato da Europa de Atletismo em pista coberta que decorreu no passado fim-de-semana em Madrid.
O extraordinário concurso de salto em comprimento feminino protagonizado pela nossa atleta, coroado com a conquista do título de campeã europeia e respectiva medalha de ouro, reforça o seu lugar na galeria dos grandes campeões que têm honrado o atletismo e o desporto nacionais.
Os episódios burlescos, que chegaram a colocar em causa uma brilhante vitória de Naide Gomes, foram, felizmente, solucionados, permitindo a Portugal desfrutar, uma vez mais, de um momento de regozijo colectivo que enaltece o trabalho de grande qualidade desenvolvido pela atleta, pelo seu treinador e pelos responsáveis da Federação Portuguesa de Atletismo.
A Assembleia da República congratula-se vivamente com mais este feito e reitera os votos de felicitações, esperando que esta conquista de Naide Gomes tenha sido apenas mais uma etapa no brilhante caminho trilhado pela atleta portuguesa na sua ímpar carreira desportiva.

Palácio de São Bento, 10 de Março de 2005.
Os Deputados do PSD: Guilherme Silva - Luís Marques Guedes - Melchior Moreira - Miguel Coleta - Fernando Santos Pereira - Ana Zita Gomes - António Preto - Luís Montenegro - Natália Carrascalão - mais duas assinaturas ilegíveis.

A DIVISÃO DE REDACÇÃO E APOIO AUDIOVISUAL

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