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2 | II Série B - Número: 041 | 13 de Dezembro de 2008

VOTO N.º 188/X (4.ª) DE PESAR PELO FALECIMENTO DE ANTÓNIO ALÇADA BAPTISTA

Faleceu, no passado dia 7, António Alçada Baptista.
Nascido na Covilhã em 1927, Alçada Baptista foi, a partir do fim dos anos 50, o animador, à volta da Morais Editores, de um grupo de pessoas de formação católica que deu uma contribuição decisiva para o debate de ideias e para a luta pela liberdade de expressão.
Iniciativa de grande relevância foi pouco depois, já nos meados dos anos 60, o lançamento da revista O Tempo e o Modo, que agregou à sua volta pessoas vindas dos mais diversos quadrantes de pensamento e representou, na altura, um importante acontecimento na vida portuguesa, em especial nos meios da oposição ao regime.
Católico progressista, António Alçada Baptista esteve na iniciativa de constituição de listas de oposição que concorreram a dois actos eleitorais, para além de um testemunho constante de luta pelos direitos cívicos na época da ditadura, sendo um dos católicos mais em evidência na contestação do regime da altura.
Lutou pelos ideais que presidiram ao concílio Vaticano II, tendo estado na origem do lançamento da publicação Concilium, que divulgava a mensagem desse acontecimento histórico na Igreja Católica e acompanhou muitas das mais marcantes iniciativas de católicos, como a vigília pela paz na Capela do Rato.
Escritor de estilo muito próprio, «escritor dos afectos» como alguém já o denominou, António Alçada Baptista foi também um homem solidário e que deu testemunho de um cristianismo profundamente vivido e de um contínuo esforço de aprofundamento da visão humanista que era a sua.
Veio a ocupar, já depois do 25 de Abril de 1974, diversos cargos importantes na área da cultura, tendo sido, designadamente, o primeiro presidente do Instituto Português do Livro.
A Assembleia da República exprime o seu pesar pela morte de António Alçada Baptista e expressa aos seus familiares as suas sentidas condolências.

Assembleia da República, 11 de Dezembro de 2008.
Os Deputados: Nuno Teixeira de Melo (CDS-PP) — Alberto Martins (PS) — António Carlos Monteiro (CDSPP) — Manuela de Melo (PS) — João Rebelo (CDS-PP) — João Serrano (PS) — Hélder Amaral (CDS-PP) — Abel Baptista (CDS-PP) — Celeste Correia (PS) — Hortense Martins (PS) — Pedro Mota Soares (CDS-PP) — Rosa Maria Albernaz (PS) — Teresa Portugal (PS) — Luiz Fagundes Duarte (PS) — Jorge Seguro Sanches (PS) — Maria Cidália Faustino (PS) — Alcídia Lopes (PS) — Teresa Venda (PS) — Maria do Rosário Carneiro (PS).

——— VOTO N.º 189/X (4.ª) DE CONGRATULAÇÃO PELO CENTÉSIMO ANIVERSÁRIO DO NASCIMENTO DO CINEASTA MANOEL DE OLIVEIRA

A Assembleia da República regozija-se pelo centésimo aniversário do nascimento de Manoel de Oliveira.
Referência mundial pela longevidade da sua carreira como realizador, homenageamos a sua obra, para além da alegria de celebrarmos um século de uma vida dedicada ao cinema, que nos trouxe um olhar pessoal, literário e atento sobre o que é nascer, ser, amar, morrer e falar português.
Uma longa vida, intensa de actividade e criatividade, Manoel de Oliveira foi actor, atleta, piloto de aviões e de automobilismo, dirigiu os negócios da família e ainda teve uma passagem breve pelo circo. No entanto, foi com o regresso à paixão juvenil pelo cinema — quando realizou, em 1931, Douro, Faina Fluvial — que se revelou aos espectadores e à crítica o modo íntimo de ver o mundo no plateau de Oliveira. A sua carreira, à medida que ia crescendo, foi sempre progredindo em produtividade e no reconhecimento.

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