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2 | II Série B - Número: 047 | 16 de Setembro de 2011

VOTO N.º 13/XII (1.ª) DE CONGRATULAÇÃO PELA EXCELÊNCIA DA INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA EM PORTUGAL

A investigação científica de translação é uma das formas de investigação mais relevantes na ciência médica pelo efeito benéfico que pode trazer aos doentes.
Portugal tem investido, nos últimos anos, na investigação em diversas áreas e com ênfase especial na biomedicina, envolvendo centros nacionais e internacionais, em que o trabalho conjunto começa a dar resultados.
Uma equipa de cerca de 20 pessoas, em que participaram cientistas de outros países, EUA, Brasil e Holanda, e liderada por um português, João Barata, do Instituto de Medicina Molecular, em Lisboa, acaba de publicar os resultados da investigação num tipo de leucemia, uma das mais frequentes nas crianças.
O artigo publicado revela o mecanismo molecular envolvido no aparecimento de leucemia linfoblástica aguda de células T em alguns doentes. O estudo mostra ainda que há um grupo de fármacos que poderá actuar contra o desenvolvimento deste tipo de tumores, abrindo novas perspectivas de terapia futura.
Trata-se de um estudo de investigação básica com potencial aplicação clínica e é o quarto artigo publicado por investigadores do IMM em revistas do grupo Nature desde o início de Agosto, um ritmo raro em Portugal, realçando, a par de outras, a qualidade de investigação biomédica em Portugal.
A leucemia linfoblástica aguda de células T é um cancro do sangue especialmente frequente em crianças, que se caracteriza por um aumento descontrolado do número de linfócitos T (glóbulos brancos, células especificas do sistema imunitário).
Segundo se lê na informação divulgada pelo IMM, o que os investigadores fizeram foi identificar um conjunto de mutações até agora desconhecido e mostrar que estas mutações podem estar na origem do mesmo tipo de tumores. Os investigadores foram mais longe e identificaram também um conjunto de fármacos que pode ser eficaz na eliminação do efeito dessas mutações levando à morte das células que as possuem, conferindo uma potencial aplicação terapêutica futura a esta descoberta.
Segundo João T. Barata, «Embora, felizmente, a leucemia linfoblástica aguda infantil seja dos cancros com maior sucesso terapêutico, estas observações dão-nos a esperança de poder vir aumentar ainda mais a eficácia e selectividade dos tratamentos actualmente existentes».
O contributo desta investigação está a ser aplicado, com carácter experimental, em cerca de 20 doentes. A identificação do gene hiperactivo do sistema imunitário permitirá a melhoria do tratamento de doentes com bom prognóstico, mas também a daqueles que até aqui não tinham tratamento. É, pois, um contributo para o avanço na terapia do cancro, permitindo abordagens mais selectivas, não só mais eficazes no tratamento, como também redutoras dos efeitos secundários das terapêuticas.
Estes resultados são o fruto de uma política de apoio à investigação científica de forma consistente, em que a internacionalização através dos protocolos estabelecidos foi decisiva e está, agora, a dar os seus frutos.
A Assembleia da República manifesta o seu reconhecimento a esta equipa pelo trabalho desenvolvido nesta área de investigação e congratula-se pelos resultados obtidos.

Palácio de São Bento, 8 de Setembro de 2011.
Os Deputados: Teresa Leal Coelho (PSD) — Carlos Abreu Amorim (PSD) — Emídio Guerreiro (PSD) — Luís Menezes (PSD) — Pedro Lynce (PSD) — Miguel Santos (PSD) — Maria de Belém Roseira (PS) — Ana Jorge (PS) — Manuel Pizarro (PS) — Maria Antónia de Almeida Santos (PS) — Odete João (PS) — Pedro Delgado Alves (PS) — Nuno Magalhães (CDS-PP) — João Pinho de Almeida (CDS-PP) — Teresa Anjinho (CDS-PP) — Teresa Caeiro (CDS-PP) — João Semedo (BE) — Ana Drago (BE) — Heloísa Apolónia (Os Verdes).

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