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9 | II Série B - Número: 248 | 7 de Julho de 2012

A manifesta desproporção entre o número de cirurgiões de serviço à Urgência (4) e o movimento operatório urgente obriga a duas conclusões: por um lado a afetação de cirurgiões a esta atividade é excessiva, dado que são retirados de outras tarefas onde poderiam ser mais úteis (B-O ou Consulta) e, por outro lado, é evidente que não é possível ter uma atuação com um mínimo de qualidade, quando se realiza um número tao insignificante de cirurgias (em 21 Cirurgiões no CHMT há 16 que realizaram em 2011 menos de 30 Intervenções de Urgência).
– Triplicação da Urgência de Medicina Interna que, para além da duplicação de recursos humanos diários (com recurso a médicos especialistas externos) para manter a normal atividade deste Serviço, implicava a ausência de tempo na atividade assistencial na Enfermaria e Consulta Externa bem como a incapacidade de poder cumprir os objetivos propostos nos tempos de internamento, com taxas de ocupação mais elevadas e a evidente diminuição de produtividade.
– Salienta-se também que o recurso a mão-de-obra especializada externa ao CHMT desvirtua a possibilidade de manter uma disciplina de serviço e a implementação de regras de qualidade, por inerência à própria precariedade do serviço prestado.
– Constatava-se igualmente a ausência de Protocolos de Atuação (Diagnóstico e Terapêutica) transversais ao Centro, havendo uma absoluta anarquia de gestos de diagnóstico e terapêutica, deixados ao mais completo livre arbítrio individual.

B – Serviço de Anestesiologia e Blocos Operatórios A existência de 3 Blocos Operatórios com 11 Salas de operações é uma das causas para a posição que o Centro ocupa num recente "Ranking de utilização de Blocos: penúltimo no Pais.
A necessidade de ter no Centro Hospitalar um único Serviço de Anestesiologia, com critérios e protocolos de atuação definidos, com as mesmas opções quer no que respeita à preparação dos doentes para cirurgia, quer no que devem ser os cuidados pós-cirúrgicos, tornava evidente a extinção da divisão em 3 Serviços de Anestesiologia (1 em cada Unidade), passando a existir apenas um, transversal e comum a todo o Centro Hospitalar.
Com esta decisão está facilitada a organização da Consulta de Dor do CHMT e pode avançar-se para a atuação efetiva do Serviço na dor aguda, implementando o projeto de Hospital Pain Free.

C – Serviço de Cirurgia A Cirurgia Geral teve, até à Reestruturação, 3 Serviços com um total de 21 Cirurgiões. A dispersão por 3 Serviços levou a que houvesse uma atividade com índices de ocupação de BO muito baixos, subutilização e/ou pouco investimento em atividades que deveriam ser fundamentais, como a Cirurgia Laparoscópica ou a Cirurgia Oncológica "pesada", levando a baixas casuísticas, nula entreajuda e troca de experiência entre cirurgiões e, naturalmente, reduzida aquisição de competência.
Refira-se que, nalguns Serviços existia uma prática estranha sob vários pontos de vista: o cirurgião que opera um doente não era o mesmo que o consultara previamente e propôs a Intervenção, nem seria o que o seguiria no pós-operatório imediato e tardio.
Esta – surpreendente e, quanto a nós, errada – forma de trabalhar, tornando os cirurgiões em "operadores", nunca foi sujeita a escrutínio superior e, embora desagradável e frustrante para alguns, era mantida numa situação que apenas se pode justificar por teimosia "autista". Refira-se que, num dos Serviços, este método de organização do trabalho era extensível a Consulta Externa, onde o cirurgião não tinha doentes fixos em consulta, fazendo seguimento de pós-operatórios a doentes que não tinha operado e propondo intervenções a doentes que nunca mais iria observar.
Há, entretanto, no CHMT baixíssimas taxas de Intervenção por Cirurgião.
Cirurgiões que, durante o ano de 2011, realizaram 13 intervenções, outros 33, outros 46 havendo, num total de 21 profissionais, 9 que realizaram mais de 100 cirurgias e, destes 9, há apenas 3 com mais de 200 (202; 219; 221).
Não havia nos 3 Serviços, nem mesmo dentro de cada um, critérios semelhantes para o diagnóstico e tratamento das situações mais comuns ou mesmo das mais complexas, os protocolos terapêuticos ou de preparação pré-operatória são diversos, além de muito escassos.

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