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5 | II Série B - Número: 001 | 21 de Setembro de 2012

Numa entrevista em 2007, assumia-se, tal como Almeida Garrett, capaz de ‘trocar os vês pelos bês’, mas nunca a liberdade pela servidão.
Ao Homem livre que foi, a Assembleia da República manifesta a sua sentida homenagem e endereça os mais sentidos votos de condolência à sua esposa e restante família.

Assembleia da República, 20 de setembro de 2012.
Os Deputados: Luís Montenegro (PSD) — Amadeu Soares Albergaria (PSD) — Altino Bessa (CDS-PP) — Carlos Zorrinho (PS) — Ângela Guerra (PSD) — António Braga (PS) — José de Matos Rosa (PSD) — Hugo Lopes Soares (PSD) — Fernando Negrão (PSD) — Ramos Preto (PS) — Francisca Almeida (PSD) — José Manuel Rodrigues (CDS-PP) — José Ribeiro e Castro (CDS-PP) — Teresa Leal Coelho (PSD) — Graça Mota (PSD) — Hélder Amaral (CDS-PP) — Jorge Paulo Oliveira (PSD) — Maria Paula Cardoso (PSD) — Pedro Lynce (PSD) — Emídio Guerreiro (PSD) — Maria das Mercês Borges (PSD) — Maria das Mercês Borges (PSD).

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VOTO N.º 76/XII (2.ª) DE PESAR PELO FALECIMENTO DO CANTOR LUIZ FERNANDO DE SOUSA PIRES DE GOES

Luiz Goes, uma das principais referências da canção de Coimbra e um dos artistas portugueses com maior currículo e projeção internacional, faleceu, no passado dia 18 de setembro, Nascido em 1933, em Coimbra, Luiz Fernando de Sousa Pires de Goes licenciou-se em Medicina, em 1958, tendo exercido a profissão de estomatologista, em paralelo com a carreira artística.
Iniciou-se no fado por influência do tio paterno, Armando Goes, contemporâneo de Edmundo Bettencourt, António Menano, Lucas Junot, Paradela de Oliveira, Almeida d' Eça e Artur Paredes.
Aos 14 anos, era já considerado um ‘menino-prodígio’, sendo acompanhado á guitarra por Artur Paredes em festas e reuniões de convívio de antigos estudantes do liceu João III.
Foi nesta escola, que também frequentou, que conheceu José Afonso, com quem deu um novo rumo ao fado de Coimbra, dando início a um novo género musical, a balada.
Pertenceu ao Orfeon Académico, onde foi solista, ao Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra (TEUC), colaborou com, entre outros organismos, a Tuna Académica e o Coral das Letras da Universidade de Coimbra (CELUC).
Grava o seu primeiro disco em 1953 acompanhado à guitarra por António Pinho Brojo e por António Portugal, e por Aurélio Reis e Mário de Castro à viola.
No final da década de 50, formou o Coimbra Quintet, com os instrumentistas António Portugal, Jorge Godinho, Manuel Pepe e Levy Batista. O disco Serenata de Coimbra (1957) é um dos álbuns mais populares da música portuguesa. Este quinteto teve uma projeção ímpar, tanto nacional como internacionalmente, mas uma vida breve.
Terminado o curso de Medicina, Luiz Goes mudou-se para Lisboa. De 1963 a 1965 prestou serviço militar na Guiné, na guerra colonial, como alferes-médico, retomando, a seguir, a sua carreira artística.
E é nesta segunda fase da sua obra que vai ter a colaboração, embora sob pseudónimo, do guitarrista Carlos Paredes, mas também de João Bagão, António Toscano, Aires de Aguiar, Jorge Tuna, Leonel Neves, Fernando Alvim, Fernando Neto, Durval Moreirinhas, entre tantos outros.
Além de intérprete, Luiz Goes foi também poeta, sendo da sua autoria 25 fados e 18 baladas, dos quais se podem destacar: ‘Fado da Despedida’, ‘Balada da Distància’, ‘Canção do Regresso, ‘Homem Só’, ‘Meu Irmão’, ‘Romagem á Lapa’ ou ‘É preciso Acreditar’.
Recebeu as mais altas distinções, entre as quais a de Grande Oficial da Ordem do Infante Dom Henrique, a Medalha de Ouro da Cidade de Coimbra, a Medalha de Mérito Cultural da Câmara Municipal de Cascais e o Prémio Amália Rodrigues em 2005, na categoria Fado de Coimbra.

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