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2 | II Série B - Número: 023 | 27 de Outubro de 2012

VOTO N.º 82/XII (2.ª) DE PESAR PELO FALECIMENTO DO JORNALISTA E ESCRITOR MANUEL ANTÓNIO PINA

O jornalista e escritor Manuel António Pina faleceu no passado dia 19 de outubro, no Porto, cidade onde vivia desde jovem. Tinha nascido no Sabugal, em 1943.
Manuel António Pina licenciou-se em direito da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra e destacou-se como figura maior do jornalismo português no Jornal de Notícias, de que foi chefe de redação e onde manteve nos últimos anos uma coluna diária, lida com devoção por dezenas de milhares de admiradores.
Foi sempre um jornalista rigoroso e combativo, com apurado sentido do rigor e da justiça. Granjeou assim a admiração dos colegas de profissão e dos leitores. Como cronista conseguia encontrar quotidianamente uma nova perspetiva, tantas vezes desconcertante, mas sempre lúcida para analisar a realidade.
Publicou o seu primeiro livro em 1973 (O país das pessoas de pernas para o ar) e, em 39 anos de atividade literária, editou um total de 42 livros.
Recebeu inúmeros prémios literários, com destaque para o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores, em 2005, pela obra Os Livros. Em 2011, foi galardoado com o Prémio Camões.
A sua obra está traduzida em França, Estados Unidos, Espanha, Dinamarca, Alemanha, Holanda, Rússia, Croácia e Bulgária.
O seu imaginário ilumina a existência de todos os que o leem, crianças ou adultos, que se sentem envolvidos na atmosfera especial do autor. Extraordinário contador de histórias infantis, género em que o seu génio brilhou acima de todos os outros, foi porventura na poesia que atingiu os seus mais altos momentos. Foi ainda dramaturgo e escreveu obras de ficção e crónicas.
Era um homem comprometido com a vida e um lutador infatigável pela causa da Liberdade, mesmo quando isso era difícil e até perigoso.
O seu amor pelo Porto levou-o a intervir muitas vezes em defesa da cidade e dos seus valores constitutivos.
Manuel António Pina era um cidadão exemplar, um jornalista irrepreensível e um dos vultos mais destacados da literatura de língua portuguesa.
Com o seu desaparecimento, Portugal e o Porto perderam uma das suas maiores personalidades.
A Assembleia da República manifesta o seu pesar pela morte do insigne jornalista e escritor Manuel António Pina e envia as mais sentidas condolências à família e ao seu jornal de sempre, o Jornal de Notícias.

Assembleia da República, 25 de outubro de 2012.
Os Deputados do PS: Manuel Pizarro — Renato Sampaio — Nuno André Figueiredo — Isabel Santos — Luísa Salgueiro — Ana Paula Vitorino — Carlos Zorrinho — António Braga — Isabel Oneto — Hortense Martins — Francisco de Assis — José Lello — Fernando Jesus — Glória Araújo — Manuel Seabra — Alberto Martins.

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VOTO N.º 83/XII (2.ª) DE PESAR PELO FALECIMENTO DO POETA, ESCRITOR E JORNALISTA MANUEL ANTÓNIO PINA

‘Desceste em andamento; afinal era / tudo tão inevitável como o resto/ Viraste-te para o outro lado e sumiram-se/ da tua vista os bons e os maus momentos’.
O desaparecimento de Manuel António Pina, no passado dia 19 de outubro, aos 68 anos, traz-nos à memória estas suas palavras, e hoje nesta Câmara prestamos homenagem ao poeta, escritor, jornalista, ao homem inteligente, talentoso e generoso que prematuramente ‘desceu em andamento…’

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