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2 | II Série B - Número: 134 | 13 de Abril de 2013

VOTO N.º 120/XII (2.ª) DE PESAR PELO FALECIMENTO DA EX-PRIMEIRA-MINISTRA DO REINO UNIDO MARGARET THATCHER

Margaret Hilda Roberts Thatcher nasceu em 1925 no Linconshire, Inglaterra.
Cedo demonstrou capacidade para a intervenção política tendo sido representante estudantil e Presidente de associação de estudantes na Universidade de Oxford, em 1946.
Eleita para o Parlamento pela primeira vez em 1958 pelo círculo eleitoral de Finchley, desde logo se destacou pela defesa empenhada de posições públicas firmes, nem sempre alinhada pelas do seu partido político — o Partido Conservador.
Antes de chegar ao n.º 10 de Downing Street ocupou várias pastas governamentais e de porta-voz da oposição: Secretária de Estado das Pensões e Segurança Social no Governo de Harold Macmillan, da Habitação, da Energia ou como Ministra da Educação e Ciência. Em tudo o que fazia colocava empenho, determinação e resultava controvérsia. Ninguém podia ficar indiferente.
Substituindo o anterior primeiro-ministro Edward Heath no Partido em 1975, após a vitória dos trabalhistas nas eleições gerais anteriores, e como líder da oposição assumiu uma postura anti-keynesina na defesa de uma menor intervenção pública na economia, menos impostos e mais liberdade.
Foi por esta altura que assumiu uma oposição frontal ao totalitarismo do regime soviético e que, em consequência, ganhou o apelido de Dama de Ferro que viria a marcar a sua forma de estar na política e que lhe granjeou reconhecimento pelo mundo fora, nomeadamente quando foi dos primeiros líderes europeus a perceber a motivação reformadora de Gorbatchov.
Após as eleições de 1979, os conservadores ganham as eleições e Margaret Thatcher torna-se a primeira mulher a assumir as funções de Primeira-Ministra no Reino Unido.
Assume uma profunda intervenção na condução da política económica no Reino Unido para inverter a crise da economia britânica. O seu plano de privatizações fica célebre, bem como a sua capacidade reformista centrada na iniciativa privada, no trabalho e no mérito.
No plano internacional, mantém uma posição dura face à União Soviética na sequência da invasão do Afeganistão. Em 1982, intervém na Guerra das Malvinas/Falkland conquistando a opinião pública, na defesa das ilhas que reclama ser território britânico na América do Sul em conflito com a Argentina.
Em 1984, enfrenta graves conflitos sociais, em particular a greve dos mineiros fortemente reprimida e, a pretexto do problema da Irlanda do Norte, sofre um atentado à bomba em Brighton do qual sai ilesa.
Em 1987, ganha pela terceira vez as eleições legislativas, no que irá ser o seu último mandato marcado pela recusa da maior integração europeia e pelo não menos célebre poll tax (imposto de natureza regressiva) e que viria a merecer uma fortíssima resistência popular e que levou à perda do apoio do seu partido. Sai em 1990 substituída por John Major.
Entretanto, deixa a Câmara dos Comuns e assume um lugar na Câmara dos Lordes como Baronesa Thatcher de Kesteven.
O percurso de Lady Thatcher marca aliados e opositores. A sua forte personalidade e postura marcam uma época de grandes transformações e realizações no Reino Unido, na Europa e no Mundo. Fica para a história como uma das grandes líderes do século XX a par de outro grande Primeiro-Ministro britânico como Winston Churchill que, mais do que marcar uma época, contribuíram de forma decisiva para o reconhecimento internacional do país e que proporcionaram um contributo para fazer um mundo melhor.
A liderança de Lady Thatcher impôs uma época de transformação extraordinária com o fim da Guerra Fria e a integração do Leste no espaço ocidental.
A sua governação no Reino Unido fica marcada pela determinação e o apelo às convicções como meio para impor a transformação necessária. Ficam na retina as imagens com grandes líderes do final do século XX como Mikhail Gorbatchov ou Ronald Reagan, Helmut Kohl, Jacques Delors, Giscard d’Estaing ou François Mitterrand.
Concorde-se ou não como o seu método, ideologia e/ou postura, ninguém fica indiferente aos seus mandatos sufragados sucessivamente pelos eleitores britânicos.

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