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2 | II Série B - Número: 140 | 20 de Abril de 2013

VOTO N.O 123/XII (2.ª) DE CONDENAÇÃO DOS ATENTADOS NA MARATONA DE BOSTON

Na passada segunda-feira imagens de violência indiscriminada e irracional voltaram a assombrar as notícias de todo o mundo. Um brutal ataque à bomba no final da histórica Maratona de Boston, em que participavam milhares de norte-americanos, mas também muitas pessoas de outros países, provocou três mortos e cerca de 170 feridos, 17 dos quais com extrema gravidade, entre os quais crianças.
Este dia será tristemente recordado pelos participantes na maratona de Boston, uma cidade onde vivem também muitos milhares de portugueses. O terrorismo, seja qual for a sua origem, mostrou mais uma vez a sua face cruel e demente, atingindo inocentes e gerando insegurança e intranquilidade. Não há causas nem razões que justifiquem estes atos de crueldade humana.
Nada pode justificar um ataque desta dimensão contra inocentes que apenas estavam no local errado à hora errada. Como pode ser um erro participar na Maratona, um evento por todos reconhecido como de grande união entre povos e culturas diferentes? Como pode ser um erro estar junto à meta a assistir ou à espera de algum familiar que terminava a corrida? Mais uma vez vemos os inocentes a sofrer em nome de uma qualquer ideologia ou razão que ainda se desconhece e que parece justificar na mente de alguns a brutalidade mais cobarde.
O objetivo de quem leva a cabo este tipo de ataques é apenas o de gerar o medo e o terror e colocar em causa os valores mais básicos da vida humana: o direito a viver em segurança e em paz. A violência não é um caminho para alcançar um fim, qualquer que ele seja. Estes atos de pura barbárie apenas contribuirão, estamos certos, para um reforçar da solidariedade internacional contra este tipo de ações e para um aprofundamento dos próprios valores que os atacantes procuram destruir.
Os habitantes de Boston demonstraram perante a terrível adversidade que se abateu sobre a sua cidade uma enorme coragem e uma grande capacidade para rapidamente reagirem, impedindo que o ataque pudesse assumir proporções ainda maiores. Os heróis costumam surgir nestes momentos difíceis e, certamente, que naquela avenida onde foram detonadas dois engenhos explosivos, muitos apareceram do nada para ajudar aqueles que mais precisavam naqueles momentos terríveis.
Essa é a força que este tipo de ataques nunca conseguirá destruir. A capacidade de reagir contra a violência afirmando os valores que a combatem e a contrariam. Se é verdade que não podemos afirmar, com certeza, que estes ataques podem ser completamente evitados também não podemos deixar de evidenciar que eles servem para nos lembrar que os perigos à paz e à segurança dos simples cidadãos não desapareceram e continuam a ser necessários os esforços de todos para os combater. Nesse sentido, a Assembleia da República já se associou, aliás, à consagração do Dia Europeu em Memória das Vítimas do Terrorismo e já recomendou a adoção, no quadro das Nações Unidas, do Dia Mundial em Memória das Vítimas do Terrorismo, como permanente marco simbólico e universal de homenagem, de recordação e de solidariedade pela liberdade e pela paz dos comuns.
Edmund Burke, afirmou um dia que "para que o mal triunfe basta apenas que os homens bons cruzem os braços". Nós não vamos baixar os braços. Tudo iremos fazer, no quadro da legalidade, para combater estes atos de terror e demonstrar que a coragem humana é maior que a capacidade de fazer mal demonstrada por quem escolhe a cobardia traiçoeira destes ataques hediondos.
Assim o Plenário da Assembleia da República decide: • Condenar veementemente o ataque verificado na Maratona de Boston na passada segunda-feira repudiando todas as formas de terror e violência sobre inocentes; • Expressar a sua solidariedade para com as vítimas destes ataques; • Enviar as suas mais sentidas condolências aos familiares daqueles que morreram na sequência deste atentado; • Expressar todo o apoio aos habitantes de Boston e às suas autoridades para que seja, o mais rapidamente possível, retomada a normalidade na cidade e restabelecida a tranquilidade.

Palácio de São Bento, 17 de abril de 2013.

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