O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Página 1

Sábado, 11 de janeiro de 2014 II Série-B — Número 22

XII LEGISLATURA 3.ª SESSÃO LEGISLATIVA (2013-2014)

S U M Á R I O

Votos [n.os

166 a 168/XII (3.ª)]:

N.º 166/XII (3.ª) — De pesar pelo falecimento de Albino Aroso (PSD, PS, CDS-PP, PCP, BE e Os Verdes).

N.º 167/XII (3.ª) — De pesar pelo falecimento do Deputado Manuel Seabra (PS, PSD, CDS-PP, PCP, BE e Os Verdes).

N.º 168/XII (3.ª) — De pesar pelo falecimento de Eusébio da Silva Ferreira (PSD, PS, CDS-PP, PCP, BE e Os Verdes). Apreciação parlamentar n.

o 73/XII (3.ª):

Requerimento do PCP solicitando a apreciação pela

Assembleia da República do Decreto-Lei n.º 166-A/2013, de

27 de dezembro, que procede à alteração do regime dos

complementos de pensão dos militares das Forças

Armadas, à transferência da responsabilidade pelo

pagamento destes complementos de pensão para a Caixa

Geral de Aposentações, IP, e à fixação das regras de

extinção do Fundo de Pensões dos Militares das Forças

Armadas.

Petição n.º 309/XII (3.ª):

Apresentada pela Associação Todos com a Esclerose

Múltipla (TEM), solicitando à Assembleia da República o fim

da proibição de prescrição de medicamentos nos hospitais.

Página 2

II SÉRIE-B — NÚMERO 22

2

VOTO N.º 166/XII (3.ª)

DE PESAR PELO FALECIMENTO DE ALBINO AROSO

Morreu Albino Aroso, um dos grandes vultos da medicina do século XX, como tal internacionalmente

reconhecido mas, sobretudo, um homem que dedicou a sua vida, a sua energia, a sua inteligência e a sua

coragem à concretização prática do direito das mulheres à dignidade.

Foi um construtor da transformação dos direitos humanos em ação concreta e um rasgador de

mentalidades que teve como resultado real, visível e mensurável o mais espetacular progresso dos

indicadores de saúde em Portugal que nos colocam ao mais alto nível nas comparações internacionais.

Personalidade dotada de afabilidade, de olhar cintilante e interpelador, pouco dada à perda de tempo com

irrelevâncias, foi um conceptualizador da politica de saúde materno-infantil, um organizador da articulação dos

vários níveis da rede de prestação de cuidados e um concretizador em ação, quer como clínico, quer como

responsável técnico-científico e/ou político na área da saúde.

Também a política convoca o seu interesse. Por isso, já antes do 25 de Abril de 1974, pôde conhecer

Francisco Sá Carneiro, personalidade com quem teve ocasião de participar em diversas conferências públicas.

A sua defesa da causa do planeamento familiar, aliada à sua obra em prol da saúde materno-infantil

explicam que, ainda nos alvores do atual regime político, integrasse o VI Governo Provisório como Secretário

de Estado da Saúde. E aí fica como marco o seu despacho de 24 de março de 1976, através do qual foi

instituído o planeamento familiar na saúde materno-infantil e possibilitado o progressivo acesso da população

a consultas de planeamento familiar, integradas nos serviços de saúde materno-infantil, nos centros de saúde

portugueses.

Mais tarde, a sua segunda experiência governativa pela Secretaria de Estado da Saúde, ao tempo do XI

Governo Constitucional, é a que mais contribui para melhorar significativamente o panorama da saúde

materno-infantil no nosso país.

É a sua ação decisiva que contribui para a redução dos números da mortalidade durante o primeiro ano de

vida, dando assim início a um processo que, mais de duas décadas volvidas, colocaram Portugal entre os

cinco países do mundo com menores taxas de mortalidade infantil.

A sua obra foi reconhecida tanto em Portugal como no estrangeiro, como o atestam as inúmeras distinções

que granjeou.

Assim, foi agraciado com os graus da Grã Cruz do Infante, de Grande Oficial da Ordem da Liberdade e de

Comendador da Ordem de Mérito, viu-lhe ser atribuído o Prémio Nacional de Saúde em 2006 e foi também

distinguido pela Associação Médica Mundial como um dos 65 médicos que mais se destacou pela dedicação a

causas públicas na área da saúde.

As suas qualidades humanas de bondade, serenidade e bonomia, conjugadas com a sua indiscutível

competência científica, fizeram dele um construtor de pontes entre profissionais de saúde e entre políticos de

ideologia diversa e um rasgador de mentalidades.

Sistematicamente, invocava, como tinha aprendido com a mãe, o respeito pelas mulheres e como essa

aprendizagem tinha sido forte e marcante a ponto de determinar a missão da sua ação pública: mudar

radicalmente, em Portugal, a política de saúde da mulher e da criança.

E, nessa luta, foi um vencedor. Não para ele próprio, evidentemente, mas para todos aqueles e todas

aquelas que beneficiaram e beneficiam do seu trabalho.

Sofreu muitas incompreensões. Hoje parecem-nos distantes aquelas épocas em que a moral sexual

obscurantista e preconceituosa aprisionava as decisões politicas em defesa da vida com dignidade.

Albino Aroso nunca se deixou impressionar ou amedrontar com essas oposições. Combateu-as

denodadamente, demonstrando assim que, independentemente de quais sejam as nossas convicções

pessoais, a decisão politica tem de ter como objetivo o bem comum. E foi este bem comum, muito centrado no

respeito pela mulher e pelos direitos das mulheres, que Albino Aroso abraçou, defendeu, promoveu e

concretizou, ativo até morrer.

Somos, todas e todos, beneficiários da sua ação. Somos, todas e todos, devedores de homenagem ao seu

exemplo e à sua memória e todas e todos responsáveis pela continuação da sua obra.

Página 3

11 DE JANEIRO DE 2014

3

Reunidos em Plenário, os Deputados da Assembleia da República prestam à família enlutada o seu mais

expresso pesar.

Palácio de S. Bento, 9de janeiro de 2014.

Os Deputados, António Rodrigues (PSD) — Mónica Ferro (PSD) — Miguel Santos (PSD) — Ângela Guerra

(PSD) — Carla Rodrigues (PSD) — Nuno Reis (PSD) — Nilza de Sena (PSD) — Maria Paula Cardoso (PSD)

— Maria de Belém Roseira (PS) — Alberto Martins (PS) — Elza Pais (PS) — António Braga (PS) — Carlos

Zorrinho (PS) — Vitalino Canas (PS) — Pedro Delgado Alves (PS) — Maria Antónia de Almeida Santos (PS)

— Carla Cruz (PCP) — Paula Santos (PCP) — Heloísa Apolónia (Os Verdes) — Hélder Amaral (CDS-PP) —

Telmo Correia (CDS-PP) — Michael Seufert (CDS-PP) — Cecília Honório (BE) — Catarina Martins (BE) —

Hugo Lopes Soares (PSD).

———

VOTO N.º 167/XII (3.ª)

DE PESAR PELO FALECIMENTO DO DEPUTADO MANUEL SEABRA

Manuel Seabra, nascido em Matosinhos a 28 de julho de 1961, morreu no passado dia 1 de janeiro na

cidade do Porto. Advogado de profissão, desenvolveu uma vasta atividade cívica e política, primeiro

circunscrita à sua terra natal e mais tarde de âmbito nacional. Em Matosinhos foi vereador e Presidente da

Câmara, cargos que desempenhou com excecional brio, deixando uma imagem de rigor, competência e

criatividade. No PS, integrou múltiplos órgãos dirigentes, nomeadamente o secretariado nacional, tendo-se

distinguido pela conciliação que sempre assegurou entre os deveres de lealdade e a manutenção de um

espírito crítico. Nos últimos quatro anos foi Deputado aqui, na Assembleia da República.

Manuel Seabra honrou e dignificou o Parlamento e a política portuguesa. Homem por natureza propenso

ao consenso, não hesitava em fazer ruturas quando estavam em causa princípios e valores orientadores da

sua intervenção pública. Em nome desses princípios, correu riscos, enfrentou ortodoxias e conheceu a solidão.

Havia nele um caráter forte que o impelia à adoção de atitudes e gestos corajosos. Era, porém, em antítese,

um homem tolerante. Pela sensibilidade e pela inteligência, estava sempre disponível para acolher as razões

dos outros, recusando qualquer forma de sectarismo. Gostava do Parlamento, porque apreciava a discussão

pública, a contraposição racional de argumentos, a possibilidade da coexistência pacífica de distintas visões

do mundo. Talvez por isso tenha cultivado tão intensamente o convívio com Deputados oriundos de todos os

quadrantes políticos.

Manuel Seabra tinha raras qualidades de caráter. Era um homem íntegro, afável, profundamente generoso,

atento às necessidades dos outros. Com a sua morte, o País, o Parlamento e o PS perdem um cidadão de

excecional envergadura. Os seus amigos, que eram muitos, perderam um companheiro único e insubstituível.

A Assembleia da República, reunida em Plenário, evoca a memória de Manuel Seabra e apresenta à sua

família as mais sentidas condolências.

Assembleia da República, 10 de janeiro de 2014.

Os Deputados, Francisco de Assis (PS) — Guilherme Silva — Luísa Salgueiro (PS) — António Rodrigues

(PSD) — João Oliveira (PCP) — Pedro Filipe Soares (BE) — Luís Montenegro (PSD) — Luís Menezes (PSD)

— Miguel Santos (PSD) — Hortense Martins (PS) — José Lello (PS) — Maria de Belém Roseira (PS) —

Carlos Zorrinho (PS) — Miranda Calha (PS) — Ana Catarina Mendonça Mendes (PS) — José Luís Ferreira

(PEV) — Hélder Amaral (CDS-PP) — Odete João (PS) — Isabel Alves Moreira (PS) — Eurídice Pereira (PS)

— Artur Rêgo (CDS-PP) — Catarina Marcelino (PS) — Maria Antónia de Almeida Santos (PS).

———

Página 4

II SÉRIE-B — NÚMERO 22

4

VOTO N.º 168/XII (3.ª)

DE PESAR PELO FALECIMENTO DE EUSÉBIO DA SILVA FERREIRA

Eusébio da Silva Ferreira ganhou a eternidade. Deixou-nos a marca de um talento sem par, a memória da

simplicidade e da humildade própria dos grandes homens e o estímulo do seu exemplo.

Foi no dia 5 de janeiro de 2014 que o País e o mundo ficaram mais pobres. O Pantera Negra faleceu aos

71 anos de idade.

Eusébio, embaixador de Portugal no mundo, nasceu a 25 de janeiro de 1942, em Lourenço Marques (hoje

Maputo), Moçambique.

Em dezembro de 1960, com 19 anos, chega ao Sport Lisboa e Benfica, o seu clube de sempre e onde

deixou uma marca indelével. Marca essa que estende à Seleção Nacional e ao futebol mundial. Porque, como

agora é repetido incessantemente, Eusébio não é de alguns, mas de todos.

Às incomparáveis qualidades desportivas, Eusébio acrescentava as caraterísticas humanas que fizeram

dele uma referência afetiva para todos nós: rosto de diversas campanhas humanitárias e solidárias, homem de

uma naturalidade genuína e de um entusiasmo contagiante.

Eusébio da Silva Ferreira somou títulos a um palmarés humano que deles não precisava: sagrou-se 11

vezes campeão nacional, ganhou cinco Taças de Portugal e foi campeão europeu de clubes (1961/62).

Conquistou ainda a Bola de Prata sete vezes. Foi o primeiro jogador a ganhar a Bota de Ouro, em 1968,

proeza que repetiu em 1973. Pela Seleção Nacional, foi o melhor marcador do Campeonato do Mundo de

1966, onde Portugal obteve o terceiro lugar na competição.

'O maior futebolista português de todos os tempos' — forma como Eusébio é recordado por muitos —,

recebeu várias distinções nacionais e estrangeiras ao longo da vida, entre elas, os colares de Mérito

Desportivo (1981) e de Honra ao Mérito Desportivo (1990).

Eleito, por diversas entidades e publicações especializadas, como um dos melhore futebolistas do mundo

do século XX, Eusébio foi escolhido como o jogador de ouro pela Federação Portuguesa de Futebol,

destacando-o como o seu melhor praticante dos últimos 50 anos, no âmbito das comemorações do jubileu da

UEFA, em 2003.

Autêntica lenda do desporto português, o prestígio de Eusébio cedo superou as fronteiras nacionais. De

organismos internacionais ao mais anónimo do cidadão, Eusébio granjeou a admiração de muitos. Levou o

nome de Portugal aos quatro cantos do mundo, tendo visto o seu nome ser dado a ruas de várias localidades

por esse mundo fora, o seu nome gravado na galeria da fama em Manchester, em Inglaterra, ou as suas

pegadas no cimento da calçada da fama do Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro; iniciativas que

demonstram a admiração e respeito que granjeava no mundo inteiro, como desportista e homem.

Para Portugal e para os Portugueses, Eusébio é muito mais do que um jogador de futebol. É símbolo

nacional, é símbolo agregador da nossa memória coletiva.

Eusébio foi, Eusébio é embaixador de Portugal; um dos grandes da nação: irrepetível, marcante e

incontornável.

Nesta hora, que é mais de agradecimento e homenagem do que de despedida, a Assembleia da República

presta um merecido tributo à sua memória e endereça à sua família respeitosas e sentidas condolências.

Os Deputados, Luís Montenegro (PSD) — Paulo Cavaleiro (PSD) — Hugo Lopes Soares (PSD) — Amadeu

Soares Albergaria (PSD) — Nuno Magalhães (CDS-PP) — Telmo Correia (CDS-PP) — Artur Rêgo (CDS-PP)

— Teresa Caeiro (CDS-PP) — João Oliveira (PCP) — Alberto Martins (PS) — Laurentino Dias (PS) — José

Lello (PS) — António Filipe (PCP) — Rita Rato (PCP) — Pedro Filipe Soares (BE) — José Luís Ferreira (PEV)

— Isilda Aguincha (PSD) — António Rodrigues (PSD) — Paulo Simões Ribeiro (PSD) — José Lino Ramos

(CDS-PP) — Pedro Morais Soares (CDS-PP) — Teresa Anjinho (CDS-PP) — Guilherme Silva (PSD) — Luís

Fazenda (BE) — Hélder Amaral (CDS-PP) — Pedro Pimpão (PSD) — José Ribeiro e Castro (CDS-PP) —

Rosa Arezes (PSD) — Cristóvão Norte (PSD) — Jorge Paulo Oliveira (PSD) — Ramos Preto (PS) — Graça

Página 5

11 DE JANEIRO DE 2014

5

Mota (PSD) — Luís Menezes (PSD) — Maria Manuela Tender (PSD) — Sandra Pontedeira (PS) — Jorge

Rodrigues Pereira (PS) — Maria Paula Cardoso (PSD) — Duarte Pacheco (PSD) — Elsa Cordeiro (PSD) —

Pedro Nuno Santos (PS).

———

APRECIAÇÃO PARLAMENTAR N.O 73/XII (3.ª)

DECRETO-LEI N.º 166-A/2013, DE 27 DE DEZEMBRO, QUE PROCEDE À ALTERAÇÃO DO REGIME

DOS COMPLEMENTOS DE PENSÃO DOS MILITARES DAS FORÇAS ARMADAS, À TRANSFERÊNCIA

DA RESPONSABILIDADE PELO PAGAMENTO DESTES COMPLEMENTOS DE PENSÃO PARA A CAIXA

GERAL DE APOSENTAÇÕES, IP, E À FIXAÇÃO DAS REGRAS DE EXTINÇÃO DO FUNDO DE PENSÕES

DOS MILITARES DAS FORÇAS ARMADAS

(publicado do Diário da República, I Série, Suplemento ao n.º 251, de 27 de dezembro de 2013)

O Fundo de Pensões dos Militares das Forças Armadas foi criado em 1990 como forma de assegurar o

pagamento de complementos de pensão aos militares dos quadros permanentes atingidos pelas significativas

alterações decorrentes do Decreto-Lei n.º 34-A/90.

Aquando da criação do Fundo, os militares foram aliciados a aderir através da ampla publicitação das

vantagens que decorreriam dessa adesão.

Mais de vinte anos depois, os militares que efetuaram os seus descontos, são confrontados com a decisão

política de extinção do Fundo, após muitos anos de indefinições, de “estudos”, e de falsas soluções

supostamente destinadas a garantir a sustentabilidade financeira de um mecanismo criado pelo Governo e

para o qual os militares efetuaram os seus descontos com o objetivo de garantir condições mais dignas de

vida na situação de reforma.

A extinção do Fundo de Pensões dos Militares das Forças Armadas constitui mais uma afronta à dignidade

dos militares, a somar às medidas, altamente penalizadoras do seu rendimento, que os têm afetado, à

semelhança dos demais servidores do Estado. Esta extinção terá consequências muito gravosas para os

futuros reformados, que auferirão reformas muito inferiores às últimas remunerações do ativo, considerando

inclusivamente que as especificidades da carreira militar provocam distorções graves na carreira contributiva.

Nestes termos, ao abrigo da alínea c) do artigo 162.º e do artigo 169.º da CRP e ainda dos artigos 189.º e

seguintes do Regimento da Assembleia da República, o Grupo Parlamentar do PCP requer a Apreciação

Parlamentar do Decreto-Lei n.º 166-A/2013, de 27 de dezembro, que procede à alteração do regime dos

complementos de pensão dos militares das Forças Armadas, à transferência da responsabilidade pelo

pagamento destes complementos de pensão para a Caixa Geral de Aposentações, IP, e à fixação das regras

de extinção do Fundo de Pensões dos Militares das Forças Armadas.

Assembleia da República, 10 de janeiro de 2014.

Os Deputados do PCP, António Filipe — Jorge Machado — João Oliveira — Francisco Lopes — Paulo Sá

— Paula Baptista — David Costa — Paula Santos — Carla Cruz — Rita Rato — Miguel Tiago — João Ramos.

———

Página 6

II SÉRIE-B — NÚMERO 22

6

PETIÇÃO N.º 309/XII (3.ª)

APRESENTADA PELA TEM – ASSOCIAÇÃO TODOS COM A ESCLEROSE MÚLTIPLA, SOLICITANDO

À ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA O FIM DA PROIBIÇÃO DE PRESCRIÇÃO DE MEDICAMENTOS NOS

HOSPITAIS

Em Portugal, ainda existe a proibição de prescrever alguns medicamentos.

A maioria dos médicos está a fazer o que pode para que os doentes não fiquem sem nenhuma medicação

(um mal menor, pois é preferível terem alguma medicação do que não ter nenhuma). Infelizmente, em muitas

situações, não está nas mãos dos médicos decidir qual a melhor medicação e a mais adequada a dar aos

doentes, tudo dependendo das indicações dadas pelos Conselhos de Administração (CA) aos: Diretor Clínico,

Diretor de Farmácia e, implicitamente, à Comissão de Farmácia e Terapêutica.

Nos últimos meses, vários hospitais alteraram recorrentemente a medicação a doentes crónicos. A par da

não evidência científica sobre a equivalência dos medicamentos substituídos, a alteração coerciva da

medicação é contrária às normas de orientação clínica sobre a prescrição da medicação, em doentes crónicos.

A prática levada a cabo pelas administrações hospitalares é de extrema gravidade não só porque colide

com as boas práticas clínicas, violando inclusive as normas de orientação clínica, mas também porque não

respeita as especificidades individuais dos doentes.

Existem hospitais que, para uma determinada doença, não querem dar a melhor e a mais adequada

medicação aos doentes.

Existe desigualdade entre doentes, consoante o hospital em que estão a ser tratados.

Não podemos aceitar que substituam todos os medicamentos por um único, o mais barato.

Pede-se a V. Ex.ª, Sr.ª Presidente da Assembleia da República, que receba a presente petição e, em

consequência, a encaminhe para a Comissão Parlamentar competente ou solicite ao Sr. Ministro da Saúde

que dê instruções no sentido de, nos hospitais, não ser permitida a troca de medicação, sem a aprovação do

médico que assiste o doente, sendo também disponibilizada, nos hospitais onde exista essa consulta, a

melhor medicação (aprovada pelo INFARMED) e a mais adequada a dar ao doente, de acordo com o médico

assistente e o próprio doente.

Lisboa, 1 de dezembro de 2013.

O primeiro subscritor, Paulo Alexandre da Silva Pereira (Presidente da Direção da TEM – Associação

Todos com a Esclerose Múltipla).

Nota: — Desta petição foram subscritores 5510 cidadãos.

A DIVISÃO DE REDAÇÃO E APOIO AUDIOVISUAL.

Descarregar páginas

Página Inicial Inválida
Página Final Inválida

×