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17 DE ABRIL DE 2014

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Foram necessários anos de luta e de trabalho árduo para conquistar o nível atual de formação nas diversas

profissões das Tecnologias de Diagnóstico e Terapêutica (TDT), digno e capaz de dar resposta às exigências

legitimamente impostas por uma sociedade cada vez mais interessada, consciente e exigente no direito à

Qualidade e à Segurança inerentes à prestação de Cuidados de Saúde. De facto, tal nível de exigência ê

apenas possível com profissionais de Saúde adequadamente formados e treinados que, por isso mesmo,

demonstram capacidade em assumir um papel adequadamente reflexivo e autonomamente responsável,

condição obrigatória para a participação nas modernas equipas multidisciplinares que o exercício moderno da

Medicina obriga. É consensual, que o esforço se justificou pelos resultados atingidos e, inclusivamente,

algumas profissões de TDT são consideradas como o "exemplo a seguir" a nível europeu, surgido a par – ou

muito perto – do que de melhor se faz no Mundo. Surge agora um "Grupo de Trabalho” que pretende deitar

por terra todo este esforço, preconizando a fusão/agregação de cursos das Áreas das Tecnologias de

Diagnóstico e Terapêutica (documento disponível em:

http://www.a3es.pt/sites/default/files/1o Relat%C3%B3rio GT-TR-TDT.Dez 2013 FINAL completo 0.pdf

o que, a acontecer, conduziria obrigatoriamente à formação de profissionais de saúde muito menos

diferenciados, forçosamente menos competentes e autónomos, ou seja, exatamente o oposto do que é

observado como tendência em termos de evolução internacional.

Além disso, do relatório apresentado ao Governo não emana qualquer tipo de preocupação com a

qualidade dos serviços prestados nem com a Segurança do Doente/Utente, dos Profissionais de Saúde

diretamente envolvidos e dos outros que os rodeiam e/ou do Público em geral e até do Ambiente. Sim, porque

existem variados componentes inerentes à atividade de alguns dos TDT envolvidos que implicam com fatores

relacionados com a Segurança não apenas dos Doentes/Utentes, mas também com os restantes Profissionais

de Saúde e os outros membros da Sociedade, e até do Ambiente (bastará ver a questão da problemática da

gestão e tratamento dos resíduos radioativos, por exemplo, e de todas as implicações que os erros

decorrentes da falta de formação adequada não deixarão de levantar. Atualmente, nas Áreas das Tecnologias

da Saúde, Portugal distingue-se pela excelência da formação que ministra e dos profissionais que prepara,

sendo uma referência no Espaço Europeu e fora dele. Queremos acabar com isto? Sabendo que as Doenças

Cérebro/Cardio-Vasculares são a primeira causa de morte, que a Doença Oncológica é a segunda e que mais

do que uma em cada três pessoas terá pelo menos um processo oncológico ao longo da sua vida, imagine

que tem que recorrer (ou um familiar/amigo) aos serviços de um Profissional de Saúde para efetuar o

diagnóstico preciso de uma situação patológica, que vai servir para definir qual o tratamento a efetuar,

tratamento este que, bem feito, na altura certa (até porque foi baseado em exames adequados, efetuados

competentemente) poderá salvar-lhe a vida... ou condená-la, no caso contrário. Nessa situação, preferia ser

recebido/tratado por um profissional com 4 anos de formação especializada e que, por isso mesmo, sabe o

que está a fazer ou por um outro, muito mais indiferenciado? Sabia, por exemplo, que nos melhores casos que

são referidos no relatório aqui em questão, a Medicina Nuclear é alvo de menos do que 100 horas de

formação e a Radioterapia menos de 180 horas (em comparação com as cerca de 3000 horas atuais, assim

para uma como para outra especialidade)? Estes são os casos mais gritantes, mas os outros não andam muito

longe! Vale a pena pensar nisto! Este não é um problema exclusivo dos Profissionais da Saúde, mas sim um

problema de todos! Estamos a lutar pela manutenção da Qualidade e da Segurança nos Cuidados e Serviços

de Saúde prestados!

Data de entrada na AR: 17 de março de 2014.

O primeiro subscritor, APTMN-Associação Portuguesa de Técnicos de Medicina Nuclear.

Nota: — Desta petição foram subscritores 4730 cidadãos.

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