O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

II SÉRIE-B — NÚMERO 11

2

VOTO N.º 221/XII (4.ª)

DE PESAR PELA MORTE DO JORNALISTA FERNANDO SOUSA

O desaparecimento de Fernando Sousa comoveu o País. Com 65 anos, Fernando Sousa morreu em

serviço, em Milão, onde estava em reportagem sobre o tema que marcou a sua vida e a razão por que todos o

conhecemos: mais uma reunião do Conselho, neste particular dedicada ao tema do emprego, como tantas

vezes fez ao longo dos últimos 20 anos.

Portugal e a Europa conhecem Fernando Sousa como um dos mais competentes e notáveis jornalistas que

quase diariamente trazia a Portugal a informação sobre a Europa de que fazemos parte.

Fernando Sousa era hoje o correspondente da SIC em Bruxelas, onde vivia e de onde partia,

habitualmente, para nos relatar o que acontecia por essa Europa fora, com qualidade, isenção, rigor, mas

também com uma abordagem pedagógica sobre as decisões europeias.

No início da sua carreira, destacou-se como jornalista da BBC, em Londres, onde trabalhou no setor

português durante vários anos. Fernando Sousa trabalhou também na RDP, no Comércio do Porto, na Rádio

Renascença e foi durante largos anos quadro do Diário de Notícias. Mas foi como correspondente da SIC que

traçou grande parte da sua carreira.

Ao longo de anos, Presidentes da República, Primeiros-Ministros, Ministros, Eurodeputados, Comissários

Europeus, mas também diplomatas, cidadãos das comunidades portuguesas por essa Europa fora

habituaram-se a conviver, a trabalhar ou a colaborar com um homem marcante, inteligente e muito afável.

Num mundo cada vez mais exigente e sensível, como é o da política e o do jornalismo, Fernando Sousa deixa-

nos a todos um exemplo de isenção, respeito pela verdade e pelos factos.

Durante a sua vida, Fernando Sousa esteve presente em mais cimeiras europeias do que qualquer Chefe

de Estado da União. Sem pretensiosismos, nas palavras de Francisco Pinto Balsemão, o ‘Fernando Sousa

ensinou-nos a olhar para a Europa’ todos os dias. Todos aprendemos com o Fernando.

Entre os seus pares, jornalistas portugueses e outros europeus, que diariamente dão a conhecer a União

Europeia a partir de Bruxelas, Fernando Sousa era reconhecido como o decano, o símbolo e uma referência.

Deixa, hoje, uma imagem de respeito, um exemplo a seguir, mas sobretudo uma enorme saudade.

Grande conhecedor dos dossiers europeus, Fernando Sousa ajudou Portugal e os portugueses a conhecer

e a perceber a Europa, ao longo de várias gerações, de diferentes processos negociais, de vários orçamentos.

Fernando Sousa foi um dos rostos que apresentou aos portugueses as diferentes mudanças que a Europa foi

atravessando e às quais a sua imagem ficará para sempre associada. Com ele, a Europa ficou mais perto dos

portugueses.

Em 2006, foi condecorado com a Ordem do Infante D. Henrique por S. Ex.ª o Presidente da República.

Raros serão os que hoje não recordam Fernando Sousa como um grande jornalista, um grande

comunicador, mas sobretudo como um homem bom.

Assembleia da República, 10 de outubro de 2014.

Os Deputados, Luís Montenegro (PSD) — Hugo Lopes Soares (PSD) — Mónica Ferro (PSD) — Nuno

Encarnação (PSD) — Luís Menezes (PSD) — Duarte Marques (PSD) — Nuno Magalhães (CDS-PP) — José

Ribeiro e Castro (CDS-PP) — Ferro Rodrigues (PS) — Inês de Medeiros (PS) — Sónia Fertuzinhos (PS) —

Hortense Martins (PS) — Filipe Lobo d' Ávila (CDS-PP) — João Ramos (PCP) — José Luís Ferreira (PEV) —

Catarina Martins (BE) — Pedro Filipe Soares (BE).

———

Páginas Relacionadas
Página 0003:
11 DE OUTUBRO DE 2014 3 VOTO N.º 222/XII (4.ª) DE PESAR PELA MORTE DO CIDADÃ
Pág.Página 3
Página 0004:
II SÉRIE-B — NÚMERO 11 4 A Revolução e a queda da ditadura para a qua
Pág.Página 4