O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

20 DE NOVEMBRO DE 2015

3

RTP, fixa-se em Itália (1961), onde iniciou a sua incursão pelo mundo cinematográfico, tornando-se assistente

estagiário de Michelangelo Antonioni, na longa-metragem L'Eclisse.

José Fonseca e Costa falava com ironia dessa primeira prisão, pois foi "graças a ela" que decidiu envolver-

se mais ativamente na política. O que lhe valeu passar a ser regularmente vigiado e preso uma segunda vez,

mal regressa a Portugal em 1964.

Ficou inicialmente conhecido pelo seu trabalho como documentarista e realizador de filmes publicitários sobre

a indústria e o turismo, mas foi o seu percurso no movimento do Novo Cinema em Portugal, do qual foi um dos

pioneiros, que mais destacou Fonseca e Costa.

Entretanto, afasta-se da luta política, mas a sua primeira longa-metragem O Recado, em 1971, ainda é

profundamente marcada por esse seu percurso.

Defensor de um cinema popular, mas sempre com o mesmo grau de seriedade intelectual ou, simplesmente,

cinematográfica, com Kilas, o Mau da Fita, escrito com Sérgio Godinho, que também compõe a lendária banda

sonora, tem um dos maiores sucessos da história do cinema português.

Fonseca e Costa foi um dos sócios-fundadores do Centro Português de Cinema, tendo ainda pertencido à

Associação de Realizadores de Cinema e Audiovisuais, ao Conselho de Administração da Tobis Portuguesa e

ao Conselho de Opinião da RTP.

O seu percurso inclui ainda o teatro, encenando, em 2012, O Libertino, a crítica cinematográfica nas revistas

Imagem e Seara Nova, bem como a tradução para português de livros da autoria de Sergei Eisenstein e Guido

Aristarco e de romances como Il Compagno, de Cesare Pavese, e Passione di Rosa, de Alba de Cespedes.

Em 2014, a Academia Portuguesa de Cinema distinguiu-o com o Prémio Carreira.

O seu último documentário foi sobre a cidade de Lisboa, Os mistérios de Lisboa, a partir do guia escrito por

Fernando Pessoa em 1925 e encontrava-se atualmente em rodagem da longa-metragem Axilas, uma adaptação

de um conto de Rúben da Fonseca.

Fonseca e Costa, que gostava de se definir como um ser livre "iconoclasta, destruidor de templos,

independente e irreverente, bastante avesso a grupos e a escolas", constitui um marco inegável na história do

cinema português.

O Grupo Parlamentar do Partido Socialista apresenta a toda a sua família e amigos as suas sinceras

condolências.

Assembleia da República, 10 de novembro de 2015.

Os Deputados do PS: Carlos Cesar — Inês de Medeiros — Margarida Marques — Ana Catarina Mendonça

Mendes — Jorge Gomes — Tiago Brandão Rodrigues — José Miguel Medeiros — Domingos Pereira — Maria

Augusta Santos — José Manuel Carpinteira — Luís Graça — Francisco Rocha — José Luís Carneiro — Jorge

Lacão — Sérgio Sousa Pinto — Helena Freitas — António Sales — Miranda Calha — João Soares — Hortense

Martins — Tiago Barbosa Ribeiro — Diogo Leão — Paulo Pisco.

———

VOTO N.º 5/XIII (1.ª)

DE PESAR PELA MORTE DE JOSÉ VILHENA

José Vilhena foi o autor incontornável de três ou quatro décadas do humor em Portugal. A sua obra, na

tradição de Gil Vicente, Bocage ou Bordalo Pinheiro, é uma crónica dos tempos.

Vilhena, como sempre foi conhecido, terá sido dos poucos artistas em Portugal que dominou e incluiu na sua

obra a arte da escrita, do desenho, da ilustração, das fotomontagens nos seus primórdios, da fotografia, da

revista à portuguesa e até uma breve incursão pelo cinema. Umas vezes, a maior parte, seguindo o caminho do

humorismo escrito e ilustrado; outras, poucas, o da pintura.

Páginas Relacionadas
Página 0004:
II SÉRIE-B — NÚMERO 3 4 Cofundador de O Mundo Ri, em 1955, inicia um
Pág.Página 4