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8 DE JANEIRO DE 2016

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Mulher de imensa cultura, escreveu em jornais e revistas (nomeadamente no jornal O Diabo) e foi amiga das

figuras mais marcantes das letras e das artes portuguesas da época.

Terminada a licenciatura, em 1943, passou à clandestinidade como funcionária do PCP, situação na qual

permaneceu cerca de 17 anos, vivendo uma existência de graves perigos e duras privações e onde usou os

pseudónimos mais diversos: Rosa, Rosário, Joana e André. Em 1949, tornou-se na primeira mulher a integrar o

Comité Central do Partido Comunista Português.

Em 1958, viaja até à União Soviética e é no decurso dessa viagem que, como confessará anos mais tarde,

lhe surgem sérias dúvidas e interrogações quanto à própria natureza do regime que ali se vivia.

De regresso a Lisboa continua, contudo, o seu trabalho na clandestinidade, até que no dia 3 de agosto de

1960 foi presa pela PIDE. Grávida, as torturas a que foi sujeita levaram-na a abortar. Em 1961, foi condenada a

5 anos de prisão e a 15 anos de suspensão de direitos políticos. Mas, em 1963, por se encontrar em perigo de

vida, foi-lhe concedida liberdade condicional. Para se tratar, partiu para Paris e daí para a Rússia. Em 1965,

estabelece-se em Praga como representante do PCP e assume, igualmente, as funções de redatora da mais

importante revista teórica do movimento comunista, revista denominada Revista Internacional — Problemas da

Paz e do Socialismo.

Responsável pelos comunistas portugueses residentes na então Checoslováquia, tornou-se amiga de

destacadas figuras como Artur London e Alexander Dubcek e participou na tentativa de reforma e de

democratização do regime comunista aí levada a cabo, que ficou conhecida para a história como a ‘Primavera

de Praga’ e que foi esmagada pelos tanques do Pacto de Varsóvia em 21 de agosto de 1968. Anos mais tarde,

em 1984, retratará toda a sua experiência no livro, que tem por título, O ‘Socialismo’ que eu vivi — Testemunho

de uma ex-dirigente do PCP, em que dará conta, nomeadamente, dos motivos que a levaram à conclusão de

que o comunismo não era reformável e em que denunciou a situação que se vivia nos países daquilo a que

Winston Churchill chamara a «cortina de ferro».

Regressou a Portugal em 1975 e, em 1976, abandonou o PCP e deixou de ser comunista. No nosso País,

foi professora e funcionária do Ministério dos Negócios Estrangeiros. Fixou-se depois no Algarve, onde viveu as

últimas décadas da sua vida. Manteve também atividade política, tendo apoiado o Partido Socialista e vindo,

mais tarde, a apoiar a primeira campanha presidencial do Professor Cavaco Silva.

Numa época em que o relativismo impera e em que a defesa dos interesses se sobrepõe, com demasiada

frequência, à luta por causas, o percurso de vida de Cândida Ventura deve ser recordado e celebrado. Pelo

exemplo que nos deixa de coerência, de resiliência, de coragem e de capacidade de sacrifício. Pelo empenho

que sempre colocou na luta pela liberdade e pelos direitos cívicos. E, sobretudo, pelo modo firme e determinado

como rejeitou a ditadura, fosse ela o Estado Novo português ou o comunismo soviético.

Assim, a Assembleia da República manifesta o seu mais profundo pesar pela morte de Cândida Ventura e

apresenta à sua família as suas mais sinceras condolências.

Assembleia da República, 18 de dezembro de 2015.

Os Deputados do PSD: Luís Montenegro — Hugo Lopes Soares — Carlos Abreu Amorim — António Leitão

Amaro — Miguel Morgado.

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VOTO N.º 14/XIII (1.ª)

DE CONGRATULAÇÃO PELO GALARDÃO MUNDIAL DA WORLD TRAVEL AWARDS GANHO PELA

REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA

Há muito que o destino turístico Madeira significa, para os visitantes portugueses e internacionais, um destino

turístico de qualidade. Os mais recentes prémios confirmam isso mesmo.

Primeiro foi o prémio de “Melhor destino insular da Europa”, em 2013 e 2014. Mais recentemente, e perante

uma concorrência de destinos como Bali, Barbados, Creta, Ilhas Cook, Jamaica, Maldivas, Maurícias, Santa

Lúcia, Sardenha, Seychelles, Sicília e Zanzibar, a Madeira venceu o prémio de “Ilha de Ouro” na gala dos World

Travel Awards, gala conhecida como os Óscares do Turismo.

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