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16 DE MARÇO DE 2016

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Nicolau Breyner nasceu em Serpa, a 30 de julho de 1940, e muito cedo, aos nove anos, começou a ter aulas

de canto com os grandes professores da altura. Ingressou na Faculdade de Direito, com a ambição de se tornar

diplomata mas depressa desistiu do direito, optando por se diplomar no Conservatório Nacional, primeiro no

curso de canto e, depois, no de teatro.

Com mais de 55 anos de carreira, Nicolau Breyner estreou-se como ator, ainda quando frequentava o

Conservatório, com a peça Leonor Telles, de Marcelino Mesquita, no Teatro da Trindade.

Foi no teatro que se tornaria conhecido do grande público revelando-se um dos mais bem-sucedidos atores

da sua geração, contracenando e dirigindo, ao longo da sua vida, os maiores vultos.

Também na televisão, Nicolau Breyner é tido como um dos percussores do humor em Portugal. Programas

como Nicolau no País das Maravilhas, Lá em Casa Tudo Bem, Eu Show Nico, Euronico ou Nico D’Obra

marcaram de forma indelével várias gerações e transformaram indubitavelmente a produção televisiva de

entretenimento em Portugal.

Ainda na produção de ficção, Nicolau Breyner deixa uma marca intensa na televisão portuguesa, sobretudo

através das telenovelas Vila Faia — a primeira telenovela portuguesa — Cinzas, Vingança, Equador, Morangos

com Açúcar e muitas outras partilhadas por tantos portugueses.

Ao longo da sua carreira, Nicolau Breyner, somou ainda quase 50 participações no cinema, em filmes de

cineastas de diversas gerações, tendo colaborado com realizadores como António-Pedro Vasconcelos (A Bela

e o Paparazzo, Os Imortais, Os gatos não têm vertigens), João Botelho (Corrupção) e Leonel Vieira (A arte de

roubar), entre outros.

Uma das suas participações mais recentes é o filme Comboio Noturno para Lisboa, adaptação do livro

homónimo de Pascal Mercier e que estreou em 2013.

Com uma vida ligada à representação recebeu três Globos de Ouro para melhor ator, com Kiss Me, em 2004,

O Milagre Segundo Salomé, em 2004, e Os Imortais, em 2003.

A 9 de junho de 2005 foi feito Grande-Oficial da Ordem do Mérito.

Artista de muitos talentos, ator naturalmente dotado, homem de elevado grau de ética, Nicolau Breyner faz

parte da vida de muitas gerações de portugueses.

Profundamente empenhado na vida cívica, teve também intervenção política ao candidatar-se à Câmara

Municipal de Serpa pelo CDS-PP, demonstrando o seu apego às suas origens.

A morte de Nicolau Breyner é sentida como uma perda importante para a cultura portuguesa.

Foi um homem com uma imensa e inesgotável capacidade de gostar da vida e das pessoas, sendo sempre

autêntico, caloroso, generoso e despretensioso.

Afirmou que não tinha medo da morte, mas pena de não viver. Adorado pelos inúmeros amigos e pelo público,

quando questionado sobre como quereria ser lembrado quando morresse, respondeu que desejaria que

tivessem gostado dele e que o recordassem com um sorriso e com carinho.

Não era preciso dizer Nicolau!

A Assembleia da República presta um merecido tributo à sua memória e endereça à sua família um sentido

voto de pesar.

Assembleia da República, 15 março de 2016.

Os Deputados: Eduardo Ferro Rodrigues (Presidente da AR) — Luís Montenegro (PSD) — Nuno Magalhães

(CDS-PP) — Sérgio Azevedo (PSD) — Pedro Pimpão (PSD) — Idália Salvador Serrão (PS) — Emília Santos

(PSD) — João Pinho de Almeida (CDS-PP) — André Pinotes Batista (PS) — Rosa Maria Bastos Albernaz (PS)

— Domingos Pereira (PS) — Duarte Marques (PSD) — Edite Estrela (PS) — Rui Riso (PS) — Luísa Salgueiro

(PS) — Cristóvão Norte (PSD) — Margarida Mano (PSD) — José Luís Ferreira (PEV) — António Borges (PS)

— André Silva (PAN) — Teresa Caeiro (CDS-PP) — Maria Manuela Tender (PSD) — Fernando Jesus (PS) —

Pedro do Carmo (PS) — Francisco Rocha (PS) — Hortense Martins (PS) — Idália Salvador Serrão (PS) — José

Carlos Barros (PSD) — Filipe Neto Brandão (PS) — Berta Cabral (PSD) — Luís Moreira Testa (PS) — António

Eusébio (PS) — Vitalino Canas (PS) — José Manuel Carpinteira (PS) — Norberto Patinho (PS) — Fátima Ramos

(PSD) — Jorge Campos (BE) — Ana Mesquita (PCP) — João Ramos (PCP) — Paulo Pisco (PS) — Nilza de

Sena (PSD) — Maria Augusta Santos (PS) — Sofia Araújo (PS) — Palmira Maciel (PS) — João Azevedo Castro

(PS) — Wanda Guimarães (PS) — António Cardoso (PS) — Isabel Santos (PS) — Lara Martinho (PS) — Bacelar

de Vasconcelos (PS) — João Torres (PS) — João Paulo Rebelo (PS) — Sandra Pereira (PSD) — Carlos Alberto

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