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II SÉRIE-B — NÚMERO 28

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VOTO N.º 71/XIII (1.ª)

DE PESAR PELO FALECIMENTO DO HISTORIADOR E ESCRITOR PAULO VARELA GOMES

Paulo Varela Gomes deixou-nos no passado dia 30 de abril, aos 63 anos.

Nascido em Lisboa, em 1952, Paulo Varela Gomes era licenciado em História pela Universidade de Lisboa,

mestre em História da Arte pela Universidade Nova de Lisboa, e doutorado em História da Arquitetura pela

Universidade de Coimbra, de que era Professor Associado no Departamento de Arquitetura da Faculdade de

Ciências e Tecnologia. Dela se despediu em 2012, com uma última lição, Do Sublime em Arquitetura.

Provocador, mas afetivo, acutilante, mas sedutor, Paulo Varela Gomes beneficiou do respeito e da admiração

que gerações de estudantes nutriam por ele. Estudantes que, de forma brilhante, cativou para a arquitetura,

quer com os ensaios e críticas que escreveu, quer com os documentários de que foi autor e apresentador (como

O Mundo de Cá, sobre as civilizações que os portugueses encontraram quando chegaram à Índia e ao Ceilão,

e Malta Portuguesa, sobre as relações ocultas entre Portugal e Malta).

Varela Gomes foi militante do Partido Comunista até meados dos anos 80, partido de que se desvinculou

para fundar o movimento Política XXI.

Filho de lutadores antifascistas, politicamente empenhado desde a juventude, foi, até ao último dos seus

dias, um espírito livre, um «comunista patriota», como o próprio se definia.

Autor de obras de referência no domínio da arte e da arquitetura, Paulo Varela Gomes dedicou-se, nos

últimos anos, em exclusivo, à literatura, publicando um livro de crónicas e quatro romances, todos aclamados

pela crítica: Ouro e Cinza (2014), O Verão de 2012 (2014), Era Uma Vez em Goa (2015) e Passos Perdidos

(2016), recebendo, com Hotel, de 2014, o Prémio do PEN Clube.

Delegado da Fundação Oriente em Goa, de 1996 a 1998 e de 2007 a 2009, era uma das maiores e mais

respeitadas vozes sobre a cultura indiana e sobre a presença portuguesa na Índia e noutros países do Oriente.

Em Morrer é mais difícil do que parece, Varela Gomes resumiu a vida como «(…) uma espécie de maré

pacífica, um grande e largo rio. Na vida é sempre manhã e está um tempo esplêndido (…)». E «o amor, que é

o outro nome da vida, não me deixa morrer às primeiras: obriga-me a pensar nas pessoas, nos animais e nas

plantas de quem gosto».

Foi numa manhã que partiu Paulo Varela Gomes, deixando um legado notável à Universidade e à cultura

portuguesa.

É, pois, com profunda tristeza que a Assembleia da República, reunida em sessão plenária, assinala o seu

falecimento, transmitindo à sua família e amigos o mais sentido pesar.

Assembleia da República, 6 de maio de 2016.

Os Deputados: Eduardo Ferro Rodrigues (Presidente da AR) — Luís Montenegro (PSD) — Pedro Filipe

Soares (BE) — Nuno Magalhães (CDS-PP) — Heloísa Apolónia (PEV) — André Silva (PAN) — Gabriela

Canavilhas (PS) — Maria Augusta Santos (PS) — Ana Mesquita (PCP) — Tiago Barbosa Ribeiro (PS) — Idália

Salvador Serrão (PS) — Emília Santos (PSD) — Edite Estrela (PS) — André Pinotes Batista (PS) — Hugo Costa

(PS).

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VOTO N.º 72/XIII (1.ª)

DE PESAR PELO FALECIMENTO DO ARTISTA PLÁSTICO QUERUBIM LAPA

Querubim Lapa de Almeida, um dos nomes maiores do panorama artístico nacional do século XX, deixou-

nos esta segunda-feira, aos 90 anos.

Nascido em Portimão, em 1925, Querubim Lapa foi um notável artista plástico, reconhecido pela sua

polivalência, por ter atravessado, ao longo de mais de 70 anos, a pintura, o desenho, a gravura ou a tapeçaria,

mas destacando-se, sobretudo, como um dos mais importantes ceramistas portugueses.

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