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20 DE OUTUBRO DE 2018

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paquete, Carvalho Araújo interpôs o caça-minas e, embora com poder de fogo muitíssimo inferior ao do

inimigo, conseguiu dar tempo a que o paquete escapasse ileso.

Carvalho Araújo morreu em ação militar, juntamente com mais cinco tripulantes do Augusto de Castilho,

mas foi o seu sacrifício supremo que permitiu que os passageiros do San Miguel chegassem a Ponta Delgada

sãos e salvos.

Carvalho Araújo é, seguramente, um dos heróis mais consensuais do nosso século XX, porque o seu ato é

heroico e de algum modo vitorioso e porque alcançou o seu objetivo que, de certa forma, reparava Portugal do

trauma de La Lys, acontecido uns meses antes.

A confirmação deste consenso é o facto de terem sido promovidas, ao longo destes 100 anos, por diversas

vezes e com pretextos vários, homenagens a Carvalho Araújo, nomeadamente em Lisboa, Porto, Vila Real e

Ponta Delgada. Prova não menos concludente é a de 45 localidades, de 34 municípios portugueses, terem

consagrado o nome do marinheiro nas respetivas toponímias.

Para além da carreira na Marinha, Carvalho Araújo distinguiu-se na ação cívica e política. Republicano de

referência, foi eleito por duas vezes Deputado (à Assembleia Nacional Constituinte de 1911 e posteriormente

ao Congresso da República Portuguesa), participando ativa e proficientemente nos debates e trabalhos

parlamentares.

A Assembleia da República, reunida em sessão plenária, saúda a memória de José Botelho de Carvalho

Araújo e dos marinheiros do NRP Augusto de Castilho, pelo elevado exemplo de valor militar, abnegação e

sacrifício prestados à pátria.

Palácio de São Bento, 14 de outubro de 2018.

Os Deputados do PS: Pedro Delgado Alves — Francisco Rocha — Ascenso Simões — Diogo Leão —

Wanda Guimarães — António Sales — Vitalino Canas — Santinho Pacheco — Ricardo Bexiga — Carla

Tavares — Carla Sousa — João Azevedo Castro — Susana Amador — João Gouveia — Lúcia Araújo Silva —

Luís Graça — João Marques — Carlos César.

Outro subscritor: Luís Pedro Pimentel (PSD).

———

VOTO N.º 639/XIII/4.ª

DE SOLIDARIEDADE ÀS POPULAÇÕES AFETADAS PELA TEMPESTADE LESLIE

No passado sábado, 13 de outubro, várias zonas do País assistiram a um dos mais devastadores eventos

climatéricos das últimas largas dezenas de anos, com pesadíssimos efeitos materiais, patrimoniais e pessoais.

A tempestade Leslie, além de causar sérios danos em milhares de habitações, equipamentos, serviços e

infraestruturas públicos indispensáveis ao normal bem-estar e conforto das comunidades, destruiu bens

coletivos e privados, casas e unidades agrícolas e industriais.

Na região de Coimbra, em especial, algumas das zonas mais flageladas foram, exatamente, as atingidas,

faz agora precisamente um ano, pelos terríveis incêndios de outubro de 2017.

Os danos da tempestade Leslie fragilizaram, de modo dramático, economias familiares e empresariais já

severamente debilitadas, pondo em causa um modo de vida digno de algumas famílias e a possibilidade de

sobrevida económica de unidades empresariais.

Neste enquadramento, é de registar, em termos gerais, a resposta solidária e pronta, por parte dos

intervenientes locais — municípios, entidades e instituições públicas e privadas, empresas, associações

privadas e organizações sociais —, nomeadamente nas zonas afetadas, tal como são de registar e de louvar

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