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II SÉRIE-B — NÚMERO 39

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sociedade, como aconteceu anteriormente em casos em que uma criança é traída por aqueles que tinham o

dever de dela cuidarem, aqueles em quem ela mais confiava. Nessa missão de proteção, falhámos todos!

Um crime que deixou toda a comunidade e mesmo o País em choque, cometido aparentemente por

criminosos que planearam tudo ao detalhe, que mentiram aos vizinhos, aos colegas, gozaram as autoridades,

mais de uma centena de operacionais da GNR e bombeiros, enganaram deliberadamente e de forma fria e

calculista, todos os que passaram dias e noites na rua, escuteiros e populares, com a vã esperança de uma

boa notícia, de uma pista que pudesse levar a um desfecho feliz.

Crimes como estes, e como os de Leonor Cipriano, Pedro Dias ou o «Mata Sete», não podem sair da

cadeia ao fim de 8 ou 9 anos, como aconteceu múltiplas vezes. Crimes destes exigem uma moldura penal

bastante mais pesada e um esforço sério da justiça na proteção da sociedade.

Um alargamento da pena máxima de 25 anos para prisão perpétua é algo que tem mesmo que ser

discutido em Portugal, através da necessária revisão constitucional. É o povo português quem o reivindica,

uma justiça penal que efetivamente funcione nas suas múltiplas dimensões. Conforme ocorre em vários dos

países que, como Portugal, integram a União Europeia, a prisão perpétua deve ser restaurada para crimes

hediondos como aquele que vitimou a pequena Valentina.

Reunida em Plenário, a Assembleia da República presta a sua homenagem à memória da pequena

Valentina Fonseca, que viu a sua vida ser terminada desta forma violenta e inesperada, endereçando

condolências a todos os que lhe foram próximos e lhe quiseram bem, tal como a todos os que por ela se

uniram, nas suas preces e pensamentos, e consternados choram a sua morte.

Assembleia da República, 8 de maio de 2020.

O Deputado do CH, André Ventura.

———

PROJETO DE VOTO N.º 219/XIV/1.ª

DE PESAR PELA MORTE DO MESTRE RAUL CERVEIRA, FUNDADOR DE VÁRIAS ASSOCIAÇÕES

DE ARTES MARCIAIS E IMPULSIONADOR DO KARATÉ EM PORTUGAL

Raul Augusto Queiroz da Mota Cerveira nasceu a 11 de abril de 1944, na cidade de Lisboa. Mestre de

Shotokai Karaté-Do, tem a mais alta graduação neste estilo, sendo sem qualquer dúvida, um dos maiores

impulsionadores do Karaté-Do em Portugal.

Iniciou a sua prática em 1963, da única forma que nesta época era possível treinar karaté em Portugal, a

interpretar ilustrações de livros, bem como a tentar aplicar as técnicas neles descritas.

Numa época em que não existiam em Portugal, mestres, instrutores ou monitores, Raul Cerveira foi um dos

dinamizadores e impulsionadores, iniciando formalmente a prática do Karaté, a 11 de abril de 1964. Obteve a

graduação de 1.º Dan, no primeiro Dojo de Portugal, a Academia de Budo, em outubro de 1966. O seu treino

foi interrompido pelo serviço militar, em África.

Foi um dos fundadores e presidente da Associação Portuguesa de Karaté-Do, em 1980, e em 1985 funda a

Federação Portuguesa de Karaté e Disciplinas Associadas, tendo no ano seguinte, ganho o título de Mestre,

atribuído pelo Ministério da Educação e Cultura.

Em 1992 foi também um dos fundadores da Federação Nacional de Karaté – Portugal, da qual foi

presidente até 1993, tendo posteriormente regressado à sua direção, entre 2001 e 2007.

No passado dia 6 de maio, Raul Cerveira deixou-nos, mas o seu nome, as recordações de quem com ele

conviveu de um homem de valor elevado e elegante sentido de humor, tal como o seu percurso ficarão

gravados na história das Artes Marciais em Portugal.

Reunida em Plenário, a Assembleia da República presta a sua homenagem à memória do Mestre Raul

Cerveira, endereçando sentidas condolências à sua família, amigos e a todos os praticantes em geral.

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