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voluntariamente, porque percebemos que o desenvolvimento da área envolvente requer que funções de maior nível e de maior índole sejam exercidas numa área de influência relativamente próxima daquelas dinâmicas rurais que precisam de ser desenvolvidas mas que não podem sê-lo nem de uma forma excessivamente voluntarista nem de forma atomizada, através de intervenções muito instintivas, desconexas, do tecido que as envolve.
Portanto, sobre as nossas leituras de ruralidade era isto o que eu gostava de dizer-lhe.
É evidente que algumas das zonas que referiu, na área de Lisboa e Vale do Tejo, são espaços que apresentam características de ruralidade, embora podendo ser áreas que, de algum modo, são catalisadas facilmente, seja pela própria dinâmica de Lisboa e da sua envolvente seja por pólos, digamos, distribuídos também na sua envolvente e que precisam de começar a funcionar em rede.
Perguntou-me o que é que o Governo tem relativamente a essa problemática e eu quero dizer-lhe que para além de, no que diz respeito a Santarém, eu chamar a sua atenção para os investimentos que, neste momento, estão previstos em termos de complementaridade relativamente ao PIDDAC, isto é, intervenções ao nível das acessibilidades e das concessões que fazem com que o PIDDAC seja crescido de cerca de 49 milhões de contos em intervenções que rompem e, no fundo, criam acessibilidades também nesses espaços, a AIBT do Tejo é, de facto, uma AIBT que, eventualmente, não faria sentido se lêssemos o País tal qual ele existe. Isto é, mesmo os índices baixos que existem em zonas como Benavente, Chamusca, etc., são espaços que têm índices relativamente baixos de desenvolvimento, mas que na lógica global do País dificilmente apareceriam como áreas de grande preocupação.
Agora não há dúvida que, mesmo assim, são áreas que se destacam pela negativa, digamos assim, numa zona que, em si, está relativamente penalizada por ter entrado em phasing out. Por isso mesmo essas áreas estão contempladas e intervencionadas através de dois instrumentos fundamentais, sendo um deles, precisamente, a AIBT que trata toda a zona do Vale do Tejo, ou seja, toda a zona envolvente de Lisboa, onde há, digamos, essas características de ruralidade, tentando que a ruralidade se associe a melhor qualidade de vida e a turismo, que pega, por exemplo, nas intervenções em torno da zona de Almorol, da vala real e, portanto, da requalificação ambiental, cruzando ambiente com urbanismo de qualidade, reconversão dos núcleos urbanos históricos e requalificação das margens do Tejo e seus afluentes.
Logo, há aí um "pacote" de intervenção especial, precisamente virado para essa compensação, e tem havido a preocupação de fazer contratos-programa que reduzam o esforço requerido a essas câmaras municipais para beneficiarem destes fundos comunitários e também dos fundos comunitários "normais" do programa regional. Isto é, há uma preocupação de acrescer aí a apetência para celebrar contratos-programa e, portanto, comparticipações de PIDDAC com competências de câmaras municipais e verbas adicionais ligadas a esta AIBT.
Para além disso, nesta mesma linha de criar redes estruturadas de desenvolvimento, há um trabalho em curso de intervenção em pequenos núcleos urbanos e aí estamos a incluir Torres Vedras, Torres Novas, Tomar e Abrantes, ou seja, todo um conjunto de pequenos núcleos que têm de ganhar competências adicionais relativamente àquela que era a sua função tradicional, para trabalharem como uma rede de desenvolvimento que liberte Lisboa da pressão urbanística, da pressão demográfica, sendo, neste momento, perfeitamente óbvio que neles existem condições de localização para empresas, por vezes bastante mais benéficas, o que evita que elas venham para zonas urbanas, como tradicionalmente vinham.
Consequentemente, há aí uma política de acolhimento empresarial, que passa pela valorização desses núcleos mas também pela criação - e esse é um processo que está, neste momento em curso, que ainda não está totalmente consolidado - de uma rede de áreas de acolhimento industrial que, ligadas à logística, consolidem, nesta coroa em volta de Lisboa, capacidade tanto de acolhimento empresarial de boa qualidade como de interface logística que permita que essas zonas sejam áreas tampão, que sejam uma coroa de desenvolvimento em torno do pólo hiperconcentrado de Lisboa.
Quanto à revisão dos cenários, Sr. Deputado, pensámos seriamente em nem sequer - e chegámos a passar por essa fase - apresentar números concretos relativamente ao cenário macroeconómico. Depois apresentámo-los na primeira versão que foi entregue ao Parlamento e dissemos que os cenários que existiam antes dos acontecimentos do dia 11 de Setembro tinham alguma falibilidade, nomeadamente porque a economia americana estava em dúvida.
Mas, por exemplo, no cenário macroeconómico que diz respeito ao cenário global mundial são esses valores que ainda aparecem, porque, a nível do próprio Fundo Monetário Internacional, a taxa de crescimento de 3,5% a que fez referência o Sr. Deputado Francisco Louçã, está lá mas em pé-de-página, pois era essa a taxa publicada pelo Fundo Monetário Internacional antes de 13 de Setembro. Ora, como ainda não há outra taxa estimada de crescimento da economia mundial posterior a essa data, temos de viver com isso.
Neste momento, temos a sensação que os nossos cenários são perfeitamente compatíveis com as revisões dos vários organismos internacionais no que se refere a taxas de crescimento. Aliás, são compatíveis com aquilo que foi publicado pela própria União Europeia, pela OCDE. Portanto, estamos todos a trabalhar basicamente nas mesmas zonas.

O Sr. António Pires de Lima (CDS-PP): - Posso interrompê-la, Sr.ª Ministra?

A Sr.ª Ministra do Planeamento: - Por mim pode, Sr. Deputado.

O Sr. António Pires de Lima (CDS-PP): - Sr.ª Ministra, se, na prática, a economia, em vez de crescer os 2%, que todos desejamos, crescer só 0,5% ou 1%, o que é que irá passar-se com o Orçamento? Qual é a margem de manobra que o senhores têm, em termos orçamentais, para lidar com uma realidade como essa, que é, infelizmente, a que eu julgo mais provável? Apresentam um orçamento rectificativo? Aumentam o défice? Cortam nas despesas de investimento?

A Oradora: - Sr. Deputado, isso não significa que devamos fazer um cenário no qual não acreditamos.
Não temos, neste momento, qualquer indicador que nos leve a trabalhar com um cenário de 0,5% e, portanto,

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