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que não é o momento oportuno de uma revisão alargada em que as mesmas possam caber.
Tendo percebido qual é o universo de questões em relação às quais uma das partes importante neste processo aceita discutir, como não nos interessa propriamente desperdiçar tempo - o tempo não é exactamente um recurso em relação ao qual nos possamos permitir o luxo de utilizar desta forma - e como não nos interessam os exercícios que não conduzem a lado nenhum e que não são, seguramente, um factor de prestígio para o Parlamento, entendemos que faz sentido que os diferentes proponentes façam a apresentação das suas propostas - penso que essa apresentação é de todo indispensável - para, depois, centrarmos a nossa atenção sobre as questões passíveis de conduzir a algum lado. Tal, obviamente, implica leituras cruzadas, porque as diferentes questões não se circunscrevem a um artigo em concreto mas a vários, que confluem, por exemplo, no capítulo das autonomias, mas também eventualmente noutros.
Portanto, é nesta base que deveremos trabalhar se queremos prestigiar a Assembleia da República, mas, sobretudo, se queremos chegar a algum lado. A tentativa de fazer de conta que não existe nesta discussão uma predisposição diferente daquela que a maioria entende é uma atitude muito pouco construtiva, é uma atitude de quem, claramente, não quer chegar a lado nenhum e que, aliás, quase poderia ser lida como uma tentativa de boicote ao próprio processo de revisão constitucional, no sentido da melhoria e do enriquecimento das questões autonómicas. É que, ao contrário do que o Sr. Deputado Luís Marques Guedes disse, essas questões não se traduzem propriamente numa necessidade, por razões eleitoralistas, reivindicada pelo partido A ou B que, eventualmente, está no poder, mas constituem um factor sentido transversalmente pelos diferentes partidos das regiões autónomas.
Portanto, a nossa posição é a de que seria útil que os trabalhos fossem programados tendo em conta resultados palpáveis, concretos, em tempo útil, e que não nos prolongássemos num exercício inútil, que desperdiça tempo e que, sobretudo, será seguramente mais um factor de erosão e de desprestígio para a Assembleia da República.
Em concreto, em relação a uma questão sobre a qual não me tinha pronunciado, a das reuniões da Comissão às quintas-feiras, quero adiantar que, para nós, é manifestamente impossível reunir nesse dia. Outros dias da semana terão de ser considerados, sem que haja sobreposição com as reuniões plenárias. Como a quinta-feira é o único reduto que sobra para os grupos parlamentares, esse dia não é passível de ser ocupado com os trabalhos desta revisão.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra, para uma segunda intervenção, o Sr. Deputado Diogo Feio.

O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): - Sr. Presidente e Srs. Deputados, faço esta segunda intervenção devido a uma afirmação do Sr. Deputado António Costa sobre aquele que seria o intuito do CDS-PP em relação à Constituição de 1976.
Disse o Sr. Deputado - e estarei a citar não da forma mais correcta - que o intuito do CDS-PP seria o de terminar com a Constituição de 1976, que é, aliás, um dos pilares fundamentais do nosso regime democrático. Esta afirmação não pode, obviamente, passar sem uma refutação claríssima, porque o que estamos a propor, em conjunto com o Partido Social Democrata, é uma modernização do texto constitucional, seguindo, aliás, o exemplos de outros Estados-membros da União Europeia, cujas constituições mereceriam, com certeza, ser lidas, bem como o que está previsto, entre outros textos, no projecto da Constituição europeia. Quero que esta posição fique, desde já, muito clara.
Em segundo lugar, um estrangeiro que estivesse a assistir a esta reunião devia estranhar uma oposição que entende que se estão a discutir coisas a mais, porque, normalmente, a regra é que a oposição gosta de discutir - é legítimo e positivo que o faça - os vários temas. Parece, contudo, que agora a oposição, em bloco, em relação a esta matéria, o que pretende é não discutir ou, então, discutir de forma qualificada: primeiro os assuntos que um dos partidos considera importantes e só depois os outros, entre os quais se incluem propostas, também elas da oposição, que possivelmente são consideradas, também elas, esotéricas.
Nós não pensamos assim. Para nós todas as propostas são importantes e devem ser discutidas. Aliás, a discussão tem virtualidades, como já se demonstrou neste debate.
Ainda há pouco, o Sr. Deputado Francisco Louçã chamou a atenção para o facto de haver artigos na Constituição (por exemplo, os relativos ao regime de Macau e à questão de Timor) que já não têm razão de ser, porque a realidade evoluiu. Também se pode falar da questão da organização de moradores e de várias outras. Portanto, a própria discussão pode alargar as matérias em relação às quais há consenso.
Se houve aqui, de facto, uma "entrada de leão" por parte do Partido Socialista, é importante ter presente que este é um ponto de partida e, também, qual irá ser a solução final. E, em relação à solução final, é muito importante que todos os portugueses saibam qual é a posição dos partidos políticos em relação às propostas aqui presentes e quais as razões que consideram susceptíveis de impedir que a Constituição possa evoluir. Esse aspecto é essencial, é algo que temos de clarificar perante todos os cidadãos portugueses. Por isso mesmo, este debate assume (ainda por cima, trata-se da principal competência da Assembleia da República) uma especial relevância.
Quanto ao método, para que não restem quaisquer dúvidas, consideramos que se deve começar pela apresentação genérica de todos os projectos, seguida da audição das assembleias legislativas regionais dos Açores e da Madeira, desde que haja consenso para tal, e passar, por fim, à discussão de todas as matérias que estão em causa, sem qualquer hierarquia.

O Sr. Presidente: - Também para uma segunda intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado António Filipe.

O Sr. António Filipe (PCP): - Sr. Presidente e Srs. Deputados, vou ser breve e faço um primeiro apelo para

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