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r>ÍAR£O. D5 GOVRR.NO.

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O Sr. Cezar de V;ffsconcellos-r—-Eu tinha pedido a palavra pnra dechirar a minha opinião-«ontr.-uia á do Sr. Depritado Sarnora ; fui porém em parte prevenido pelos.Srs. Deputados, que tem faltado, e portanto sobre ò objecto nada direi. Aproveito esta-occastão para destruir de algum modo a impresáào má, que podem ter produzido-as expressões, de iinh Sr. Deputado sobre a reputaçWj militar de um Offi-cial tão benemérito, como oComrnandante-ííli-ritar da Divisão do Algarve. Elle é ião capa/, que mesmo este Congresso ha poucos dias acabou 'de votar que fosse dispensado de tomar assento aqui; tal importância dava aos seus serviços alli. E' preciso que senão atlnb^in o mão resultado das operações do Algarve ás operações pouco acertadas- do Commandantc da Divisão Militar d'aquella Província: -é necessário que se nàoattribua omáo resultado d-'uquel-las operações á má vontade, ou menos bom serviço, que tenham feito os Officiaes, e soldados encarregados de correr airaz dos "guerrilhas. As causas que tem feito com que o Remechido não tenha sido perseguido com a devida acti-vfdadc, e bom êxito, não vem da culpa doCom-mandante, nem dos Officiaes, vem d'outra origem. Como se hão de aquartelar os soldados n'aquclles povos desgraçados, seelles estão destituídos de todo o necessário para passarem o inveino, que é rigorosíssimo n'aquolla3 Serras, sem capotes, sem sapatos, e' força dize-lo, sem mantas, sem dinheiro, sem nenhuma das cousas necessárias para fazer a guerra! E' preciso não exigú dessoldados tudo, quando se lhe não dàp os meios, que bom serviço se pôde esperarde soldados a quem se devem cinco prets, é officiaes a quem se devem sete mezes, cmrrendoeffectivameu-te atrazdoRemuchido? Que sacrifício não luzem elles? Então e preciso dizer duas palavras para elles não pesar talvez uma responsabilidade, sobre que lhes não pertence: poisquea primeira falta , que tem havido é de meios para fornecer esses soldados e officiaes, • meios de que elles 'piccisam para fazerem convenientemente o serviço de que se tem encarregado. Será isto político? Será político pôr estes soldados e*m contacto com as tropas do Remecliido, ou com es-s.a guerrilha? Não sei , 'se. õ Cotnmaiidanie fizesse isto, e.o resukado fosse desfavoíavel, se urna grande lesponsabilidacle pesaria sobre el-le. Por isso peço aos Membros d'este Congresso queiram suspender qualquer opinião menos favorável a respeito do Corumandanle d'aquel-Ja Divisão, que abunda em bon» desejos, capacidade, patriotismo, e vontade de acabar com esse mesmo Remecliido, como desrja o Sr. Deputado, cujos sentimentos eu tanto elogio pelo inteiesse que toma p«la sua Pátria , que eu também partilho', mus e preciso ter atlenção n eslas cousas paru não parecer que a culpa e d'aquelle Commundíirite, mas sim porquu está falto de lodo o lícceísano paru operar n'urna eslcição rigorosa, e n'um p

Quanto á facilidade de destruir uma guerrilha uào e tão fácil, como parece: aquelles guerrilheiros dispersam-se quando sabem da aproximação da nossa tropa. Eu fiz parto das torças que guarneceram a Ilha 'Leicuira, e todos sabem quanto nos incommodou o guerrilheiro Almeida com meia dúzia de ladrões : elles escondiam-se quando eraiii assaltados, e quando achavam alguma povoação desapercebida , cabiam-lhe em cima, e loubavatn tudo. Ntfnca-foi possível alcança-los.'Quando os povos se desenganavam , esses mesmos povos, que os favoreciam , que não era possível conservarem por mais tempo aquelles indivíduos entre si, começaram a assiisbinallas, c a apresentar os mortos na Cidade clc Angra; foi nssim que a guer-lilhit se dcstruio, c não coúvas forças que alli existiam. Isto, digo,'é para mostrar ao Sr. DcpuUido que o destruir uma guerrilha não e tão fácil , como se presume.

Peço desculpa ao Congresso sé divaguei alguma cousa, entretanto julguei que devia Jazer esta declaração para ficar illesa a reputação do olficinl a que alludi.

' O Sr. Barão do Bom Fim :—Depois d.oque acutja de.duer o nobre Deputado, que nie precedeu . nssim como o Sr. José Alexandre, pouco'me' resta a dizer: entretanto devo á verdade, e aos povos que aqui me mandaram'dizer o que penso a este lespeito.. Apoiando muito Ioda a doutrina do Sr. Cezar, não pos&ó deixar de ac-ciescenlar que não é tão verdadeiro como se intende o ler-se deixado deattender aquelles pontos mais importantes com a força compatível. De alguma maneira se fez isso: os povos da proximidade da Serra estiveram guarnecidos

,com a força compatível-, com os. riíeíWqiie havia em pequtínas-po-voaçoes, para. o sustento dessas forças; enfio sor essa espécie de- {tuetra surdo, qih; faz tftiem c'ladrãc4 como o lle-mechido elle não poderia- ter escapado; porque nunca apresenta forças- para combate, mus désfarÇ^am-se 03 se ire guerrilhas em camponczes:, que fingem andar trabalhando', e vêem toda a tropa que os p6de ir atacar. Ha pequenas passagens por onde apenas podem passar dois,-ou três homens, e então a tropa, quando Ia vai, já tem sido vista por elles. A tropaiapesar de estar falta de pagamento, e de tudo o necessniio, tem dado o maior apoio ao Algarve. JVlandau-se na estação, que não era-invcrnosa , tropa de calça branca, sem mochillas para ir a toda a pressa perseguir nquclla guerrilha :' esta tropa con-servou-su alli com muito pequenas excepções; não houve quasi deserção nenhuma; guarneceu-se esse ponto, e n'esse eslado esteve em quanto não pôde ser sôccorridò com força maior, porque crn fim, posso fallar sem receio de censura, a minha missão não foi n de fazer guerra ao Rernec-lndoj outra missão me foi dada ; fiz o que pude, c tive a fortuna de que um inimigo maior não entrasse nopaiz: desde-o momento pore'ni em que me vi mais desembaraçado, mandei para IA a tropa que pude. O ofôcial, que comniauda a 8." Divisão e digno de credito, e confiança : elle antes de ter authorisação do Governo pediu-me todas as forças, de que eu podesse dispor,'e di5pòz'd'ella's com amaior perícia, para se fazer uma batida á Serra; Sr. Presidente seriam necessárias forças, meios que nós não lemos. O que peço >c que se suspenda qualquer Jutzo n este respeito, que não se discuta aqui esta matéria, que não pertence a ninguém senão ao official'encarregado de dirigir as operações. Ou elle merece a confiança do Governo, ou não merece: se a merece, devu tomar iodas as providencias necessárias se não a merece então deve ser destituído; mas bcria contraditório mostrar-se falta de confiança em tão digno Official que mereceu tanto a este Congresso que ha poucos dias decretou que elle seja conservado' no importante Cominando em. que se acha, Q que se fez em consequência ^a certeza de sua capacidade, bravura c conTiáJ^ien-tos. Mas declaro que me deve toda, e a todo o Exercito. Em fim projectar aqui os meios de acabar com aquella guerrilha, isso seria não condicçãorflestes princípios, mas também dar ao Remeehido uma importância, que elle não .tem , como já disse o Sr. B. da R. deSabrosa.

O Sr. Costa Cabral: —Eu lenho ouvido comprazer todas as explicações, que se tem dado a respeito do Commandante luilitar das forças no Algarve; mas devo notar que se tem estado fora da ordem. Não é agoia occasião de fazer• censuras,, nem elogios áquelle honrado Coin-inandantc, mas de discutir o additamento do Sr. Judice Sarnora: em consequência a isto se deve limitar a questão, e tudo o rnais é fora da ordem; por tanto peço a V. Exc." que chame a discussão ao se» verdadeiro ponto, isto é, se o additamento do Sr. Sambra, é ou não admissível no que está em discussão.

O Sr. Barão da Ribeira de Sdbrosa :—Os meus nobres amigos,

O Sr. Santos Cruz----Eu queria dizer que a

ordem e"vôr se o addittamento do Sr. Sarnora e ou não uni artigo da resposta ao Discurso do Throno: eu julgo que a Assemblea está declarada a este respeito ; e rtâo me parece que o Congresso queira entrarem operações militares, nem constituir-se em concelho militar. Parece-me então que a ordem é- pôr á votação se a proposta do Sr. Saroora e' ou não um artigo . da resposta ao Discurso do do Throno.

O Sr. Barjoria.:-^Eú bpppph0-rriç a que V> Exc.1 consulte o Congresso.. » Palavra sabre à ordom.

O Sr: Presidente:—Tem a páíavrá.

O Sr. BarjoDai— Sr. Presidente. À respais to ao Discurso do Throno em tempos ordina-. rios não e mais que uma, falia decdrtezia: mas cm tempos extraordinários como e aquelle em que nos-achamos, e preciso que as Cortes declarem qual a sua pqlitica,' que mostrem, os, seus sentimentos, e os passo qiie hão de s.egqir nos objectos que tern menor relação com bs interesses do Paiz: isto é o que vai conforme com o que se pratica em toda. a parte a onde ha Governo Repiesentativo; e disto ninguém podo diácordan

Agor^a questão reduz-se a isto, se cprn ef-feito na resposta ao Discurao do Throno se deve fazer menção de' que as Cortes reputam rnnito impoitante a guerrilha que teui causado a desordem d'aque!lc Paiz, visto que crrt tal o Discurso do Throno- e omisso. Oia ed poço á benevolência do-Congresso para me ouvir uma proposição que vou enunciar. Diz-se goralmcn-, te pelas Províncias isto não sgu -eu que' o digo, que os Srs. Deputados rb Lisboa-, ,e do Poito não querem- saber de mais nada senão de Lisboa e Porto, que não querem- saber nada das-Provincias; eu não digo isto, repito. Mas te-* nho ouvido-repetir milhares de vezes = dos De-. pulados de Lisboa e Porto não se falle ; Porto e Lisboa é para elles Portugal = .. . A'cer-, ca dos Deputados das Províncias voga um di-, to gallante* Diz-se cornrnumenle: .Parece que os nossos Deputados em passando o Tejo.* ou. o Sacavem, tem passado o Lethea, pois se não. leinbiam de mais nada do que viram. Ora eu, não quero que se diga o mesm.0 da mim. ne.m das Cortes actuaes.- • ' .

O Sr. Presidente : — Pecdõe-me, Sr. Barjo-na, que isso c sobre a matéria.. . T

O Sr. Barjona:—.Nuq senhor; e'sobre a o"r-dem da discussão... . •

O Sr. Presidente; — O Sr-.Bsrjona pedio a-palavra só para se oppor a que.se consultasse o Congresso, sobre isso só é jque podia fallar; houve um Sr. Deputado que propoz que eu consultasse , sobre se a matéria estava discutida, e eu não posso deixar de propor este requerimento.

O Sr. Barjona:—rPors eu you demonstrar que não está discutida, e não está discutida,' porque se não discutio o ponto que verdadeiramente se deve discutir. Tein-se .dito que o additamento não élào importante que s.e deva fazer dclle menção níi resposta ao Discursa ao do Throno ; e eu digo que deve; deve sim/ senhor; deve mil vezes o direi. Jí' preciso que a -Nação saiba que nós olhamos os interesses ate' do ultirno dos nossos Concidadãos, diz-se = é como insignificante para se' f.dlar nella 'agora ; = então que se diria da falia do Rei dos Francezes , ou do seu Gov.erno, se no tempo das desordens Ict f^cndée, delias se não fizesse menção na falta do Discurso do Thro- • no ? Pois e a mesma cousa; em proporção da grandeza da França ; a desorde.m de Ia í^endée era o mesmo que e a guerrilha do Remeehido em Poitugal: uma vez que as tiossas circuin-stancias são extraordinárias, e muito extraordinárias, devemos declarar á Na,çâo, a nossa política, e os pontos em que se emprega, e leni de empregar, a nossa solh-citude.

Não será importante,. Sr. Presidente, qua dous Districtos estejam em-tal estado, que os que são habitantes dessas pequenas, terras, se vêem obngados a ir para.fora das suas. casas? (Vozes : é verdade, é verdade.) Quererá este Congresso que a Nação diga, .que nós dei-" xamos de fazer aqui menção, disto , e tirem a" consequência do que nós não tomamos a peito o bem esla.r .daquelles Povos ? De certo , Sr. Preside/ite, esta e' que e a consequência que ella tira, e c sobre isto-que eu chamo aaíten-ção deste Congresso : e preciso que a Nação se persuada, que nós consideramos a guerrilha do Remeehido por nadaem si, epormui-' to nos seus effcitos ; ,e .por consequência eu intendo que o additamento do Sr. Sarnora deve-' ser incluído na resposta ao Discurso do Throno.

O Sr. Leonel:—Sr. Presidente, depois de que o Sr. Deputado acaba de dizer, nãoépos-sivel decidir o Congresso, que a matéria está sufficientemente discutida sem se lhe responder.

O'Sr. Piesidente:—Não se pôde fazer sem se entrar de'novo na matei ia: eu proponho ao Congresso, se elle julgar que não eslú discutida , então darei a palavra ao Sr. Deputado.