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ctar com a tropa que se achava em Olhão, para que de accôrdo se progredisse na revolução. Mas Palmeirim com as ordens que mandou essa noute, é que revolucionou o Regimento do Artilheria que se achava em Faro, e o povo da mesma Cidade, sendo por isso a causa de tudo que estão se praticou. Depois disto foi o General Palmeirim removido para o Governo do Alemtejo, e alli praticou iguaes barbaridades. Nesta Salla só assenta um illustre Deputado que estando nessa época em Hespanha com um filho seu, foi, por traição de Palmeirim, trazido maniatado, e coberto de ferros para esta Capital, onde seu filho pereceu n'um patibulo. Eis aqui mais uma barbaridade de Palmeirim. Iguoro por consequencia os motivos que levaram o Sr. Ministro da guerra a conceder-lhe a reforma.

O Sr. Vice-Presidente: - O que eu não sei, é se este lugar será próprio para tractar das cousas da revolução de 1828 : o que sei é, que um homens, cujo nome me não importa, apresenta aqui um papel conteudo uma memoria justificativa; o que me parece é, que se este papel não é exacto, se lance não do mesmo meio para a combater, de que o author se serviço para a fazer; e em conclusão parece-me que as funcções do Congresso não consentem, qne aqui se tractem desta forma cousas particulares.

O Sr. J. A. de Campos:- Não é com referencia ao individuo que entendo que esta materia possa ter logar no Congresso; mas em refferencia ao Sr. Ministro da guerra que reformou o Official.

O Sr. Vice-Presidente: - Não foi esse certamente o caracter que no principio se deo a esta discussão, para esse fim qualquer Sr. Deputado póde fazer uma accusação especial, que eu aqui estou prompto para lhe dar a palavra.

O Sr. J. A. de Campos: - O conteudo no papel que se apresenta tem um ponto de contacto com a administração, e este Congresso, que é fiscal da execução das leis, póde fallar nesta, como em outras materias, sempre que se offereça occasião opportuna: por tanto repito, que se não fallar neste assumpto, em relação a esse Official; mas sim às administrações, que depois da convenção de Evora-Monte, tem feito diversas convençõesinhas particulares, quasi tão boas como foi a primeira.

O Sr.............. - Eu julguei que aos Deputados era licito explicar o sentido das suas palavras em relação ao papel distribuido.

O Sr. Judice Samora: - Parece-me que sendo chamado o meu testemunho sobre os acontecimentos do Algarve, dando uma breve exposição delles, fallei na ordem, segundo creio. Pelo que pertence a idéa de que este Congresso não é o logar proprio para se tractar desta materia, entendo que é o mais proprio, tanto pelo que disse o Sr. J. A. do Campos, como porque um dos nossos illustres Collegas é desattendido de fórma tal, que parece que o author do papel desejava, que aqui se fatiasse nelle. Finalmente tendo Palmeirim o arrojo de chamar em sua defesa os Deputados do Argarve, declaro que não posso, nem quero defender semelhante homem; porque não tem justiça que o faça merecedor disso, e por tanto julguei que a tal respeito devia dizer o que entendia, como fiz.

O Sr. Macario de Castro: - Sobre a ordem. Eu creio que não podia deixar de se analisar um papel aqui distribuido , contendo um ataque directo a alguns Srs. Deputados, e depois desta analise entendo que não devia levar-se a questão a outro ponto, como seria fazer interpellações ao Sr. Ministro da guerra, sem elle estar prssente; não julgo isto conveniente, porque seria tractar de cousas a que elle não póde responder. Na extincta Camara dos Deputados, aonde, como é sabido, existiam dous partidos, que fazião guerra um ao outro, havia com tudo uma prática que eu desejaria agora ver seguir: nunca se interpellavam os Ministros sem elles estarem presentes. Na Camara de 1836, para obviar certos embaraços, se tomou a resolução de que nenhum papel fosse distribuido nesta casa, sem que antes disso a Mêsa tomasse delle conhecimento, determinando depois que tivesse ou não logar a distribuição, segundo intendesse; assim evitariamos que um qualquer papel fosse distribuida em menoscabo de alguns dos membros deste Congresso. Entendo que V. Ex.ª não podia tomar sobre si o evitar estas distribuições, sem preceder uma deliberação das Côrtes, é essa que eu provoco, é a tive em vista quando pedi a palavra sôbre a ordem.

O Sr. Vice-Presidente: - A deliberação tomada pela Camara de 1836, ainda quando se devesse seguir, era somente relativa a papeis não designados; mas os exemplares distribuidos vieram acompanhados de uma carta assignada, de que se deu conta ao Congresso.

O Sr. Macario de Castro:- Mesmo assim tiro uma vantagem deste meu pedido, porque já aqui se tem distribuido jornaes atacando alguns Srs. Deputados, e esses certamente não vinham assignados: isto aconteceu em uma das sessões passadas.

O Sr. Vice-Presidente: - Vinham com officios dos redactores, e por isso se destribuiram agora dei a palavra ao Sr. Costa Cabral porque era elle a quem se dirigia o papel, tendo dado a sua explicação parecia-me a questão devia acabar, porque creio que este não é o logar de fazer arguições, ou de dar louvores a pessoas com quem não temos a tratar.

O Sr. Costa Cabral: - Eu tratei exactamente, de explicar o sentido das palavras que em outra sessão havia proferido, dei a minha explicação, e não fiz accusação alguma ao Sr Ministro da guerra; porque, ainda quando a quizesse faser, sabia muito bem que era necessario que S. Exca. estivesse presente se eu quizesse occusar o Sr. Ministro teria por certo antes de tudo praticado um acto de civilidade usada em taes casos, quero dizer, eu teria antes de tudo prevenido o Sr. Ministro da guerra.

O Sr. J. A. de Campos:- Pedi a palavra quando um Sr. Deputado pediu, que não fosse distribuido papel algum neste Congresso sem ser antes examinado pela mesa. Pela minha parte não dispenso o que me couber na distribuição, e menos posso convir que, sem uma determinada resolução do Congresso, a mesa possa exercer a este respeito censura prévia.

O Sr. Vice-Presidente :- Póde o Sr. Deputado ficar certo de que a mesa não se encarrega de exercer essa censura, e nem acceitava, eu pela minha parte, tal delegação, ainda que o Congreso ma désse.

O Sr. Leonel:- Não acho perdido o tempo que se tem gasto com este negocio. O general Palmeirim , como proverbialmente se diz. - vinha buscar lá, e foi tosquiado: (riso) já é a segunda que acontece desta natureza. Fallou-se nesta casa em certo militar começou a distribuir papeis e quantos mais distribuiu peior ficou; assim acontece agora com Palmeirim: talvez que esta lição sirva para o futuro, quando aqui se falle em alguem. Por este lado acho pois que o tempo foi muito bom empregado. Quanto a qualquer arguição que desta discussão possa resultar ao Sr. Ministro da guerra, não póde agora tratar-se, porque não está presente; e se bem me lembra, S. Exca. disse aqui em outra sessão, que a reforma deste official era o cumprimento de uma promessa do Duque de Bragança; mas eu nada sei desta historia.

Pelo que pertence ao comportamento de Palmeirim, ao que se tem dito, acrescentarei eu, que na emigração muitas pessoas me contaram que esse homem tinha afiançado a alguns constitucionaes que não teriam incommodo, fazendo-lhes promeças que depois não compriu. Ora pois leve o Palmeirim mais esta, e calle-se (riso).

O Sr. Cezar de Vanconcellos: - Sr. Presidente, quando pedi a palavra não foi por certo, para defender o tenente general Palmeirim, com quem não tenho relações, nem