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nesse negocio, e elles estão qusi todos presentes, e como me não desmentem, e certo que digo a verdade; mas, Sr. Presidente, que tiramos nós por conclusão, de todo esse exame? que era necessario remediar os defeitos da lei; unica conclusão que podemos tirar; entenda cada um isto como quiser; segue-se dahi que quando um paiz se acha situado em certas circumstancias, e precisa certa arma, e nós aqui guiados certamente de muito boas intenções, temos muitas vezes feito muita bulha a respeito de falta de segurança, e outras cousas; temos feito tudo isto com muito boas intenções; mas temos errado, temos augmentado o mal, e e necessario tractarmos de lhe dar remedio; não tenho duvida nenhuma em dizer isto: era preciso empregar outro meio; ainda poderemos ir a elle: a respeito de falta de segurança nas provincial, estou persuadido disso; mas tambem estou persuadido que em outro tempo houve mais falta de segurança; pelo que respeita a cousas politicas, ha muitos receios; mas ainda não appareceu um homem que levantasse em alguma parte, uma bandeira contra a ordem legal das cousas; não fallo da do Remechido, e por consequencia não ha um facto que possa levar-se ao conhecimento dos tribunaes.

Ora, Sr. Presidente, eu sou obrigado a dizer tudo aquillo que entendo, seja qual fôr o seu resultado; eu declaro que approvei a amnistia de Belem; mas declaro e quero que agora se diga, que foi a ultima (apoiado apoiado); approvei aquella, mas não approvarei nenhuma outra; e eu estou persuadido que para nós hoje aqui podermos fallar nesta linguagem, era preciso termos empregado o meio dessa amnistia de Belem; hoje, Sr. Presidente, ninguem nos accusará de parcialidades, e de crueldades, se cair-mos com todo o pêso da nação em cima do primeiro que se levantar contra ella; mas para podermos hoje proceder assim, era preciso ter então procedido do outro modo. Agora, Sr. Presidente; não posso deixar de tocar uma outra especie: todos os dias se está a dizer, complete-se o Ministerio; e dizendo-se isto todos os dias, poder-se-ha entender que este Ministerio é um ambicioso, e que aquelles trez homens querem reunir tudo na sua mão; visto que todos os dias se está a dizer isto, e que não se está fazendo mal; é necessario então responder, que se tem batido a muitissimas portas, e todos dizem que não querem: ora isto é verdade, e aqui ha muitas testemunhas que isto podem asseverar; então se não ha ninguem que queira, o que ha de fazer o Ministerio? Recrutar para Ministros? (Riso) Ora pois saiba-se isto por uma vez, para que tambem por uma vez cesse essa accusação: quer mudar-se o Ministerio todo?... Eu, Sr. Presidente, creio que não me fica mal dizer que sou leal; porque os Ministros, e todos os meus collegas em differentes posições, tem tido, creio eu, occasião de terem observado que sou leal; porque mesmo quando nós temos opiniões differentes, eu digo-lhe as razões, porque não annuo ás más, e digo-lhe logo o que contra elles heide dizer nas Côrtes; o homem que procede assim é leal; e com esta lealdade tenho dito muitas vezes aos Srs. Ministros, que como meus amigos, tomara-os ver de lá fóra; mas olhando para os interesses publicos, digo-lhe que não saião.

Vozes - E' verdade.

E porque lhe digo eu isto? Eu tomara chegar ao optimismo em Ministerio, tomara que tivessemos o melhor possivel; em outras circumstancias, estimaria eu que se fizessem bastantes experiencias, para depois de muitas experiencias se assentar alguma cousa a respeito do Ministerio; mas as nossas circumstancias não são muito para experiencias; porque no meio dessas experiencias, poderão achar-se muitissimos males. (Apoiado.) A minha opinião a respeito de Ministerio, é exactamente a do Sr. Barjona, e do Sr. Coelho de Magalhães, e então sobre isso não direi mais nada, para não repetir as mesmas palavras que elles disseram; eu estou persuadido que depois de se ter discutido o orçamento, finalmente depois das nossas circumstancias mudarem um pouco, haverá então quem queira, havemos de achar então quem queira servir; mas agora , Sr. Presidente, V. Exca. tambem sabe que se não acha, e então para que havemos de estar todos as dias - complete-se o Ministerio? complete-se o Ministerio?... Acabemos por uma vez com isto, e saiba a nação inteira que se não completa, porque não ha quem queira servir, e saiba todo o mundo, que não é porque o Ministerio se não queira completar porque é ambicioso; não ha tal, Sr. Presidente, não é verdade. (Apoiado.)

O Sr. Presidente: - Eu torno a lembrar aos Srs. Deputados, que nós a final gastâmos o tempo, e deixâmos de fazer aquillo que realmente se devia fazer.

O Sr. José Estevão: - Pedi a palavra para mandar um requerimento para a mesa. (Leu) O costume é, que a discussão dos requerimentos seja no dia seguinte áquelle, em que se apresentam: como hoje não é conveniente tomar ao Congresso o tempo, que elle vai gastar em objecto de maior importância, resolvendo-se em Commissões, reservo para ámanhã o sustentar a materia do meu requerimento: e attendendo ao que V. Exca. expoz, até cedo da palavra, que tinha sobre a materia, que se estava tratando; mas se sobre ella continuar a discussão, então toma-la-hei sobre o meu requerimento, pedindo a V. Exca. que o declare urgente.

O Sr. Barjona: - Eu pretendo dar uma explicação: eu entendi perfeitamente as expressões do Sr. Leonel; mas como certas pessoas costumam inverter o que elle diz, de uma maneira que não e airosa, nem ao illustre Deputado, nem ao Congresso, por isso é que lhe eu pedi que se explicasse.

O Sr. Gorjão Henriques: - Sr. Presidente, pedi a palavra para uma explicação pessoal. Eu fui um dos Deputados, que asseveraram que o socego público não estava tão restabelecido em Portugal como aqui se avançou; mas eu penso que me expliquei com toda a moderação, e que em todo o meu discurso não fiz mais que a minha obrigação em informar o Ministerio (apoiado), e ao mesmo tempo pedindo-lhe certas medidas; porem qual foi o resultado da minha moderação, e da urbanidade, cujas leis me imponho por caracter, e educação?! Foi dizer-se que a expressão favorita dos inimigos da revolução de Setembro, era que não havia socego público, e tranquillidade, e haviam ladrões: se disse isto, disse a verdade, e mil vezes o repito, porque os factos fallam claro, e bom som. Mal me vai a mim, e aos mais Deputados, se por fazermos nosso dever, e informar o Ministerio, ou mesmo se porque reprovamos alguma cousa na sua marcha, temos de soffrer a nota de inimigos da revolução de Setembro, e principios do actual Governo! Isto, Sr. Presidente, é uma continuação do systema infeliz, e miseravelmente sempre adoptado, de se darem epithetos insultantes, ou ridiculos aos que não são servis do Governo que está em cima, e não são uns continuados amens das suas opiniões, ou pretenções. Sr. Presidente, eu desejo não receber, nem dar satisfações; porém digo que eu sou veterano da liberdade, e nunca desertei de suas bandeiras; eu pelejei voluntariamente como soldado, sendo ministro, e alguns membros deste Congresso, que foram meus companheiros, o sabem muito bem; pela Constituição de 22 sacrifiquei tudo, n'uma palavra; e pela Carta de 26 tambem muito soffri. Já disse perante este augusto ajuntamento, o que passei, e qual foi a minha conducta, e marcha por occasião dos acontecimentos de Setembro: não julgo necessario repeti-lo muitas vezes, e seja o que fôr, o facto é que eu aqui estou no meu posto, e para desempenhar meus deveres: senão tenho os talentos, e luzes dos meus illustres companheiros, tenho de certo em bom gráo valor pessoal, e o que é mais util ainda, a coragem civica; o público o poderá avaliar. Sr. Presidente, eu não me tenho querido ligar com as administrações passadas, em cujos homens con-