O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

DIÁRIO nt) G-QVERNQ.

mero de indivíduos que elles .affectam , e.p.e-la immensa diversidade de circumstancias porque passam estes mesm'Os indivíduos: estes.in-teresses fundam-se no direito com qu'e; se jul ga cada um ao accesso para os postos-imtne' dialos ; e é raro' que aquelle que não foi tra ctado, como lhe parecia justo, uâo se(queixe amargamente do Governo. •. " •

. Nestas circumslancias julgou o Governo qm e.ra, ntil ajudar-se constan-ternentc. das .Jazes", -t pareceres de um certo numero dos Officiae; mais. distinctos do Exercito "Portuguez, tanto pelo que respeita ao .progressivo'melhoramen 'to nos differentes ramos da^organisação^rnili •tar,.como nas questões, que podem suggèrjr-se acerca dos direitos .de cada lUtn. ao~acceèso Uma parte destes Officiaes 'constituem ' uma Commissâo Central no Ministério-da .Guerra. os outros dividem-se era Gommissões de cada arma, e alem .disto djeJVtiniiiíjstraçào e Sau de do Exercito. A Cotnmtfisãg Central e' co mo o^ regulador de.todo.este systêma de aper feiçpamento? em quanto ;aada uma das outra Commissões tem só' a tractar do que pertence 00 serviço da sua arma ou Repartição, e são todas estas Commissões como um Jury, pam avaliar, do merecimento e circunstancias do seus. pares. • ,, ,,/ . ,

, ;Eu espero, Seqjjpre?., qnç esta instituição a. qual, mais ou ..HVf.no> análoga, se acha err outros Exe: eitos sÍA JÇ«i5C»p9-í;i.sejrá de grande vantagem no Exôrcitp .PojiiJguQz. •

Para-tej-minar & resenhpiitlp que.-é relativo organisação dp Ex.eíflt};p^^ou..a-di'.er, que poi Decreto de 12,de_ Joneyp,. s.e -suspendeu aad' mibsãp na classe..-de tAspitanie. a-.QfiGcial, ate final decUão do Poder Lçgislatjvo.. ,N'um Exercito tãp pouco numerçso como e,o nosso, 'neuj se dev.e diminyir. a-ctesse. dos Soldados quê são realmente uieis para., o serviço _que idles. tejti a fazer,,nem oEsta.do deve fazer despega, com uma .classe qualouer"de indivíduos.^ quja ulilir dade não esteja pçrfe.ilameiite reconhecida; ^ classe dos Aspirantes a Òfficiaes,.tal.qual .fo crcada, não. satjgfaz a principio ítlgum deutili dade, ao mesmo ^empo ,q,ue ;acc(imula, no Corpos do .Exercito -uma classe de goldadps, que tem uma situação similhante á^dps antigos Cadetes, em detrimento visível'da boa ordem do servigp e-da .disciplina. _. .; . Taes são as medidas mais salientes >qug p Governo julgou do seu dever .propor a .Sua Magcslade ,: relativamente á organisação do Exercito,, e, que 'a Mesma A.ugusta. Senhora Houve por bem Apprpvar. .-O Qoverno não .podia pore'tn perder de vis1 t& que tqd.os os melhpramentos que podessem • introduzir-se jno .Exercito, seriam seinpre in-xiompletos nos seus resujtados, se a jnstruc Çao dos. Officiae'?, e dos Tropa? nas diífcren1 tes armas de .que ellg st? compõe, não fosse aperfeiçoada e' rnodejadaj pelas- pvecisões do serviço. .Este assumpto e' dos ma;s importantes , e merece que delle vos entretehha com algum delalhe. ,

A-guerra, Senhores, e' hoje unia Sciencia que se aglia submetlida a principioa geraes., que não, e -permiuido ignorar a quem tem dp se.rvir a sua Patroa,, guiando, os seus detpuso-res sobre os campos dá batalha". Mas .estes inesmos -princípios ejssenciaes tem a sua base no estudo profundo das Seiencias physicas e flfiatliematiça? , e, delias parte uma infinidade de,applicaçõrs, cujo perfeito desenvolvimento depende igualmente das referidas Scienciás, e também e. muito espeçia!mente ,da maneira de baver'regulado.so seu estudo, tendo já em vista os fins jjrincipaes a que e' destinado. -• -Assim como tudo é, methodico e regular no serviço dos Exércitos,-assim deve,ser também tcgulada a fornia e a marcha dos estudos mi-Utares, de maneira que tudo dependa conveniente ,e reciprocamente, que tudo esteja em harmqnija, que 53..estudem as Sciencias"geT raes, tendo já.em-consideração as suas,apj3l)r cações aos diferentes ramos da Arte da Guerra,, e que os .estudos de applicação e praticasr achem nos luaiirtõfps. e sólidos.princípios das mesmas Scienciàs^um apoio firme,. para que cousa alguma seja abandonada á rotina, e nada fique consistindo em. rnero empirismo. . E' alem disto necessário , que a mocidade que _se cria para a vida militar seja logo ao principio educada debaixo dos salutares dicta-jnes da-di,cijjhVia: n'uma palavra, Senhores , e' indispensável que. a educação de um Òffi-.cial seja dirigida constantcmente em attenção á carreira quu elle deve percorrer, e ao me-Jhor emprego do tempo absolutamente necessário para fazer "os'seus estudos.

•.•Antes-de vos expendem as medidas que G pvernp;julgou oppoçtuno propor a Sua Ma gestade:para poder.i-ealisar estas ideas, dfre também,., Se.nhores,- que elle .considermi os es tudos militares, como ,\im grande -rheio de civi lisaçâo para 9 npsso paiz-. No «stado daí nos sãs -Sociedades Eur.opeas, e inevitável ler Exer citps .permanentes : os Governos /devem pó tanto' procurar ;que "estes Exércitos sejam umi verdadeira .protecção .para -as instituições d< Estado, para a tranquilljd.ade.dopaiz. E'pré ci.sQ'que.'a" moral d.p.3: Qfficiaes • se aperfeiçôi ppr rneja da instruççào^.^ 'de ama educação çlep-eiada. Uma gran,de-í>erte da mocidade de* dica-se"á profissão das'Armas, esta mocidade pertena%-e um grari"de/íiv*iero de famílias,, < acharse, pela" natu^«'mesma. dí> sua .profts são, .espalhada ppr tod.ó,,OrReino. Seasta mo cidade for estndiosa, aróante do trabaUi.o.» < bem morigerada por consequência, .ella^scn' um ^poderoso meio de civilisação,, .e, dorá s Nação mais uma garantia das virtudes;que devem ser inseparáveis dos Exércitos,, -;para q«e elle? sejam uma força tutelar. ^ .'; . f

. Estabelecida a necessidade e utilidade • de instruir a Oficialidade do Exjercito, resta«me dizer-vos o mpdo porque o Governo levou a effeito a reforma dos Estudos Militares; devendo também declarar neste mesmo logar que o Governo não restringiu ao Exercito as considerações que acabei de vos expor; mas que elle teve igualmente em vista a.instrucçâo dos Officiaes Engenheiros e da Marinha , e outros ramos do serviço publico que por analogia poderão considerar-se juntamente com a instrucção das profissões, que ficam expressamente designadas. > , Atprimeira consideração que naturalmente se apresenta , é a classificação dos estudos : ,a este respeito devo dizer que ha.uma certa quantidade de conhecimentos scientificos, que §ão igualmente necessários para os Officiaes de tpdas as armas , mas com. especialidade as scientificas, como para a Marinha; e que da mesma maneira .podem entrar, na instrucção geral de outras profissões, muito principalmente na Engenharia civil. Ha outra .ordem de conhecimentos que são privativos década pró fissão, que são rigorosamente applicoçòes das Scienciás physicas e mathematicas ao desenvolvimento das-mesmas profissões. .

Tudo quanto são conhecimentos geraes foram pois reunidos em um mesmo estabelecimento, a Escola Polytechnica; tudo quanto são conhecimentos, cspeciaes. foram comrnetti-dos ás Escolas-de applicação. A Escola de appjicaçãp do Exercito foi por tanto restabelecida debaixo do simples titula de Escola do Exercito» e serve também para as pessoas que quizerem dedicar-se unicamente ao estudo dos trabalhos civis. Pelo .que.respeita á Marinha ficou o curso, de navegação provisoriamente an.nexo á Escola Polytechnica, em quanto a actual Academia dos.Guardas .Marinhas não f ô f reorganisa.da sobre outras bases, para constituir urna .verdadeira" Escola de applicação de Marinha. ; r

• Dos differentes estabelecimentos scientificos, que.já erara em Lisboa destinados para a instrucção dos Militares aproveitou o Governo tudo o que foi possível, e addicionou o necessário para completar a instrucção. Na Escola Polytechnica reuniu-se tudo quanto e absolutamente preciso das Scienciás mathematicas, que são a base de todos os conhecimentos especiacs, desenyplvendo-as já em relação aos serviços es-peciaes,; cstabeleceu-se o curso não menos importante de Physica, e Chymica, tendo a este respeitq -a, mesma consideração que fica apontada em quanto ásTVIathematicas; creou-se o cur-talogia, Geologia, eMelallurgia, o .de ser uma immensa utilidade aos Militares, concorrerá grandemente para promover e methodisar o estudo da Civil nos seus dous mais impor-,anteg ramos, que são as-communicações e as minas. _ ,

|Ja uma grande parte dos conhecimentos dos diffeçentes ramos da Historia Natural,, que não jpdia deixar de entrar em um,curso de estudo completo para os Corpos scientificos, como facilitando uma infinidade das investigações "a, que elles -tem de entregar-se.eni muitos dos mportap^es, deveres que lhes |Sãi>..confiaçlp~s. lçcqn,hecid% a necessidade deste ensino.^tra lê toda u conyeniçncia que elle.fosse cõmj>](e--o.quanto-possível, visto que pouco seaugínenj, ava por issç a despçza^.e que'era"-ao'me$rjjp", empo,, de toda a justiça ter na.maior f^ftcjn^' ao, 'que sianlhante estudo devia também iííuí-

to aproveitar a um grande numero.de pessoas que -n^uma Capital como. Lisboa, necessitam instruir-se nas Scienciás -.Naturaes. Estabeleceu-se , por. tanto .uma Cadeira de Anatomia e Physiologia comparadas, e Zoologia , e outrç Cadeira de Botânica e princípios de Agricultura. . l , n . ' - t

Faltava ainda para tornar cqmpleto o ensi* no na Escola Pplytechrtica uma Cadeira d,e, Economia Política, e prin,cipios do Direito Administrativo e Comraercial. A Economia Poli-tica;e hoje, por assim dizer, uma dasSciencias do dia: não e'.permittido;-ao Engenheiro*, ao Official dó Estado. Maior,' • ao Administrador Militar ignprar.os seus princípios em uma grande parte dos interessantes deveres que elles tem á sua responsabilidade. Os.principios doDirc'U to Administrativo interessam todas estas classes, e outras ainda; os dopircito Commerc',at não .devem ser ignorados pelos Engenheiros re< muito menos ainda pela Marinha. A Eco o-mia Política faz "por consequência parte d"as doutrinas que conslitueni os cursos de estudo? cln Escola Polytechnica. . • ' •

- O ensino do desenho, tão,útil, pôde dizeí-se, a todas as classes da Sociedade, ^e tão abandonado entre nós, terá na mesma Escó'a todo o desenvolvimento necessário para auxiliar os seus estudos. . , ,,.,,.

Tal é, Senhores, muito vçm resumo o que titiha para dizer-vos relativamente á inititui-çâo da Escola Polytechnica : posso acrescentar, que.tudo quanto ç relativo, aos meios de execução foi calculado de, maneira, que o Qp-verno terá sempre a certeza .fie que a Lei e as suas ordens são respeitadas, Jô executadas reli- . giosamente; que os Lentes tcrào pccasião de fazer eminentes .serviços ás Sçieucjas, ènsinan-do-as de um modo verdadeiramente proveitoso, e fazendo-as assim amar dos. diçcipuli s; que estes terão sempre todas as, j;ar,antias iiecessa^ rias, e nunca poderão .recusar o testemunho que houver servido para os julgar nos seus exa-mês. .

Tenho a maior satisfação ípm poder .dizer-* vos, que todos os cursos c|e Mathematica estão em actividade e pelo novp syslema ; que elles são seguidos por uma mocidade estudiosa, e vivamente interessada no progresso -dai Scienciás; que apes«ar de mui'moderno o novo methodo de ensino, é já jusitamente avaliado, pelos que ensinam, e pelps.que aprendam» O curso de Physica será aberto inces-antc-mente, e assim o irão sendo todos os outros, que for sendo possível abrir, e á medida que for chegando o momento opportuno para a çua abertura. Eu espero que os djfíerentes ramoj do serviço publico irão suçcessivamenre conhe^ cendo.as vantagens deste Estabelecimento, e que elle cqocorrçrá poderosamente para p progresso das Scienciás no nosso paiz, como o em feito em um Reino amigo uma Escola jun^ tamente célebre.' ',

Faltando agora'da Escola do Exercito,, te-nho a satisfação de vos poder'annunciar que' ella foi igualmente reorganisada de uma maneira completa , não escapando objecto àlgurri dos que devam ensinar-se aos'.'Militares das diversas armas, para terem respectivamente uma instrucçâo perfeita, procurando-se também a maior economia de tempo; e contou-sé com o poderoso auxilio que os discípulos trarão nos conhecimentos adquiridos na Escola Polytechnica, para se poderem estudar na Escola do Exercito doutrinas, que de outro modo seria impossível aprender de uma maneira satisfatória"..

_ Os Offi.ciaes delnfanteria e Cavallaria acharão neste estabelecimento um curso completo do que elles devem saber na Arte Militar; o curpp para os Engenheiros e para, os Aitilhei-•os nada 'deixa a desejar; o curso de Estado Maior foi creado de novo : os nosgps Officiaes de Estado Maior nada terão a invojar aos dos mais instruídos Exércitos da Europa. O Estalo poderá tirar destes Officiaes'e dos Engenheiros todo o partido desejável para a guer-a, 'e durante a paz elles serão de summa uli-idade em uma infinidade de commissõês, .e com oda a especialidade na çonstrucçãp da "Carta ,o Reino, cuja necessidade, como vós sabeis, e faz cada dia mais sentir, sem que seja pôs-ivel achar o numero necessário de Officiaes cjoneos para este importante serviço, pjie den--o em pouco, graças,á nova organisação dos istudos Mijitares, virá a."ser fácil -proseguir de Dia -maneira completa. .".,,.• ^~"." Ale'm 3e todos os' princípios geraes da, guèr-