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que com isto, que eu digo de memoria, não pretendo fazer cultura a ninguem: a ninguem torno a culpa; mas este é o estado deste negocio.

O Sr. Presidente: - Eu tambem não quiz tornar a culpa a ninguem, nem o que eu disse, poderia recair neste, ou naquelle individuo em particular; porque não sei mesmo donde isso provém.

O Sr Rodrigo de Menezes: - Eu não me levanto para contrariar nenhum dos factos, que tem sido apresentados, tanto por V. Exca,, como pelo nobre orador, que acaba de se sentar, mas devo dizer, em abono da verdade, que o Dr. Antonio Nunes de Carvalho tem feito ao seu paiz, e á litteratura um importantissimo serviço no desempenho dessas funcções não teve meios nenhuns á sua disposição...

Vozes: - E' verdade.

O Orador: - Elle fez o mais, que póde fazer com dous empregados, que tinha ás suas ordens, mandou limpar os livros, para que a traça os não consumisse, e fazendo-os pôr nas estantes, salvou este deposito interessante da rapina, e da furia do tempo: eis um serviço feito ás letras, e á fazenda. Ninguem pedia esperar, que o Dr. Nunes de Carvalho com os meios postos á sua disposição, podesse coordenar uma tão numerosa bibliotheca. Agora tenho a accrescentar, que as Côrtes quizerem ter com brevidade uma bibliotlieca, não tem remedio senão recorrer ao serviço do Dr. Antonio Nunes de Carvalho, porque só elle sabe como collocou os livros, só elle sabe aonde elles estão.

O Sr. L J. Moniz: - Eu confirmo outra vez o que ainda agora disse: não quiz fazer censura a ninguem, e muito menos ao Sr. Nunes de Carvalho, eu sei, que naquelle ponto particular elle tem feito muitos serviços; dou tambem todo o peso á razào, que apresentou o Sr. Deputado, da falta de meios pecuniarios, e com essa falta ainda menos fundamento ha para censura-lo, ou a quem quer que seja.

O Sr. Teixeira de Carvalho: - Tenho aqui um officio da secretaria d'estado dos negocios do reino, era resposta a outro, que lhe dirigiu a Commissão administrativa; e creio que com a leitura delle ficarão satisfeitos os desejos dos Srs. Deputados (leu). Remetteu-se por copia este officio ao Dr. Antonio Nunes do Carvalho, e está-se á espera dos livros.

O Sr. Pinto Soares: - Sr Presidente, eu pedi a palavra para declarar, que sendo membro da Commissão administrativa, não tive conhecimento nenhum do officio, que acaba de ser lido; porque se tivesse sido convocado para o assignar votaria, que não fôsse expedido similhante officio, visto que tinha relação a um objecto, que não está a cargo da Commissão; mas sim da mesa, a quem a bibliotbeca está encarregada, e muito bem encarregada julguei conveniente fazer esta declaração.

Posto á votação se esta questão devia terminar, assim se venceu.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Cezar de Vasconcellos.

O Sr Cezar de Vasconcellos: - Eu pedi a palavra para mandar para a mesa um requerimento dos voluntarios do batallião da Senhora D. Maria II, que assistiram á acção ao dia 11 de Agosto de 1829, na villa da Praia, em que pedem se lhes conceda uma condecoração por aquelle serviço: estes individuos já por vezes tem dirigido a este Congresso, e creio que ao Governo, iguaes supplicas, e realmente não sei o motivo por que tenham sido sempre desattendidos, apezar de pedirem uma cousa, que nenhuma despeza faz á fazenda publica isto costuma fazer-se em todos os paizes, e de certo lá se não encontram estas mal entendidas resistencias. O que elles pedem, é uma muito pequena paga para tão grandes serviços, e por isso eu mando o requerimento para a mesa, e V. Exca., e o Congresso o tomarão na consideração, que merecer.

O Sr Furtado de Mello: - E para ler um requerimento. (leu.) Por esta occasião desejo tambem, que se recommende ao Governo, que mande a este Congresso os esclarecimentos, que eu pedi sobre a ordem denominada - do Açôr - que tem por fim condecorar os defensores da liberdade, entre os quaes se contam os benemeritos, que notou o Sr. Cezar de Vasconcellos: se quando se faz um requerimento neste Congresso, não ha de o Governo satisfazer a elle, então é
melhor deixar de o fazer.....

O Sr. Presidente: - Eu creio, que já vieram esses esclarecimentos eu mando saber á secretaria, mas parece me, que esse requerimento já esta satisfeito.

O Sr. Alberto Carlos: - Sr. Presidente, pedi a palavra, porque tenho em meu poder um requerimento do Parocho do Campo Grande, pedindo providencias á Camara sobre a sua sustentação. Eu poderia deixa lo na caixa, mas não o fiz, e fallei nisto aqui, por estar premente S. Exca. o Sr. Ministro dos negocios ecclesiasticos, e de justiça, a fim de ver se S. Exca. dá algumas providencias a este respeito.

Este parocho queixa-se, de que em virtude do decreto de 19 de Setembro ultimo, ficou sendo tão má a sua condicção, que se tem passado tres mezes em receber a maior parte da limitada congrua, que lhe foi arbitrada, porque sendo relaxadas as verbas dos que não quizeram pagar ao Ministerio publico, até hoje não tem havido resultado, achando se conseguintemente sem ter que comer, e quasi no estado de mendigar esmola.

Eu bem sei, que S. Exca. já deu algumas providencias sobre congruas de parochos, e creio que foi em 14 de Janeiro ultimo, mas essas providencias são sómente sobre o arbitramento das congruas, e não sobre a arrecadação; ao que eu agora pedia a S Exca. era, que tomasse providencias especiaes sobre a arrecadação dessas congruas, e é, a este respeito, que chamo a sua attenção, apezar de que sei, que não é muito possivel acudir a isso, com uma providencia muito efficaz, mas é preciso tornar-se alguma, porque me conota que alguns parochos estão em um grande desgosto, e talvez em estado de abandonarem as igrejas, não só por esta razão; mas tambem porque as juntas de parochia em algumas partes os trataram muito mal; o que de certo precisa remedio.

Eu confio, que S. Exca. dará as providencias de que falla o seu relatorio, mas em quanto isto não chega, eu peço se recommende aos delegados do procurador regio, promovam estas cobranças com zelo, e actividade, e que se proceda contra a omissão. Aproveitarei tambem esta occasião para, rogar a S. Exca., dê tambem algumas providencias a respeito da sustenção das religiosas, porque se acham no maior, e misero estado de pobreza, e sem terem com que alimentar-se (Apoiado, apoiado) Já que toquei nesta materia de congruas, aproveito esta occasião para fazer o seguinte requerimento, a fim de se pedirem esclarecimentos ao Governo (leu) sobre a importancia das mesmas congruas, convém, que o Congresso tenha estes esclarecimentos, para estar mais habilitado a votar quando se discutir o orçamento, por que, vendo que nelle se não faz conta á despeza, que custa á nação a sustentação do clero, e calculando se o deficit sem attenção a essa despeza, quando realmente ella se tira da nação, como os mais tributos, é mixter, que nós saibamos, e a nação, o que isso importa, e que não pareçamos illudidos com a diminuição do deficit. Além deste requerimento faço outro, que tambem me parece ser de muita importancia, para quando se tratar do orçamento, e da reforma ecclesisticos (leu.) Eu creio que ha alguns parochos, que tem grandes passaes, e com os quaes pódem viver muito bem, e tambem ha outros, que tem um bom pé de altar; e de um sei eu, a quem o povo offerecia quatrocentos mil réis para que cedesse delle, e não quiz: outros porém, não estão neste caso. Ha mesmo parochias tão pequenas, que não podem sustentar um parocho, e por isso é, que eu faço este requerimento, pedindo os esclarecimentos devidos, a fim de ser habilitada com elles a Commissão ecclesiastica, para me-