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Numero
1837.
SEGUNDA FEIRA 31 DE JULHO.
'Boletim do Telegrafo do Castçllo, 30 de Julho '•• ,• de 1037. ' ;
Serviço da Linha dó Norte, ' •
ás 7 h. e 45 m.
D p Telegrafo de Santarém. — AS. Exc.* o ^Ministro dos Negócios, do Reino. — Do 'Administrador Geral. — Hontem á uma hora 'da noute os revoltosos abandonaram Abranleji, e ás oito horas da manhã acclamou-se alli a CONSTITUIÇÃO de 182%. Apreíéntarflrn-se dous 'Omejae» inferiores de Cavallafia n." 3, e"igual nutnèro de Iníantetia n." Í2, com dòus Offi-"ciaes; e o resto' fugi u ctn abandono. O Marechal Qzorio partiu ás tré« horas da manhã de "hoje. — Em 30 do corrente; — José António de cjWôúrc, l'. ""Sargento encarregado do Serviço Sild^elegrafo Central. • •
!" N,. B. — Por pedido do Administrador Geral de Santarém mandaram-se restabelecer os Tele-i grufos que os' rebeldes tinham inutilisado.
•J • ' > - . ' '
' Bolttim^dò Telégrafo do Castello^ 30 de Julho .,.'-, de 1837. ' •
' • : . Serviço da Linha do Norte,- ;
''••'•• ás 4 h. da- tarde.
' JTVó Telegrafo de Santarém — A S. Ex.* b JL/ Ministro da Guerra — Do Governador Mi-'litâV.'— A esta hora acat)<_1m _12='_12' abandonando='abandonando' dê='dê' qfficiaes='qfficiaes' infanteria='infanteria' e.='e.' apresentar='apresentar' soldados='soldados' revoltpsos='revoltpsos' p='p' q='q' se='se' dbs='dbs' _4sargoiitos='_4sargoiitos' vindos='vindos' _43='_43'>
"«s PèVóllosos,' que fugiram em'debdndnda. Rei-
Va^^ralriqúillidode nesta Villa. — Em S0'd« Jii-
Hhb.tifJõi^ Ánlonio-de Moura , -1." Sargento.
•T i v; farte Ojjtcial.
~f4lCUÍT/LRl'i DK ESTADO DOS NEGÓCIOS í) O REINO.
: • J ' ' ' 4.* KepàrtiçSo. ~
MANDA a RAINHA., pelo Secretaria d'Esto-db dós Negocio* do Reino,- remètter ao 'Atfiirnriistradòr Geral de Lrsboa, a inclusa co-'pTo^a Indicação efn que alguns Deputados de Cortes pedem, encarecimentos acerca das prisões. alli, designadas, afim de que o mesmo Ad-"ijÁifiUtrádor Geral informe, com toda «urgência, 'què.!ke lhe offérucer a ente respeito. -Palácio das "Necessidades, em 29 de Julho de . tonití.Diaí de Oliveira.
Con»ell»o Geral Director do Ensino Pri-'> 'tnario, e Secundário se hão de prover por 'Coflctirso -de'60 dias, que principiará 'nó t':" . 'iítíãó de FoÍ|ía íorrjrfa , e- documento por ori-'de^próvem lnii'o'., padecer moléstia contagiosa'; tudo reconlíecrdí)1 é spllado : e no tenijk» àci-,"ni'a" designado concorrerão a Éxámé" perante o Wferiijo1 (Mçúsoílio' Geral 'Director, ou perante V Administraldór' Geral dó DistVictò "de' Lisboa. "CoiplJrií ^ c^Sccrétarin do sobredito Conselho', 'íjeaé.' Julho de 1837. = O Seéretiri 'Ihterino , "ritehfe Joté de Fr/iéonce/íoí e THESOURO PUBLICO NACIONAL. ' 1.* Repartição. CONSTANDO a Sua Majestade a RAINHA, que não obstante as mais efficazes recommen-daçòes e repetidos Ordens, que pelo Thesouro Publico Nacional se tem expedido aos Administradores- Geraes dos diversos Districtos do Reino, para fazerem concluir os lançamentos das Decimas, e'Impostos annexos, relativos ao ánno de mil oitocentos trinta • cinco, e primeiro sentestre.de nfit oitocentos trinta e,seis, ainda no mesmo Thesouro n ao existem os extractos de muitos'dos ditos lançamentos, o que bem manifesta, ou que não se acuam ainda concluídos, ou que na remelsa delias, para a cobrança, tem havido notável omiitâo, e descuido : E Querendo a Mesma Augusta Senhora prover dêprompto, tomo é mister, sobre o m* candalosb desleixo qu« tem havido^ e» ofejecto "de tanta gravidade, de que resulta a falta de 'arrecadação de quantiosas sorhmas, que muito tempo ha deveriam ter sido entregues no mesmo Thesouro Nacional, para fazer face ás enormes despezas que necessita suppfir. Manda que o Administrador Geraldo Dietricto de Lisboa, no praso. de quinze dias, dê conta .pelo referido Thesouro, de quaes são as Junta» encarregadas dos lançamentos das Decinws e Impostos do sobredito ânno de'mil oitocentos trinta e cinco1,' e primeiro semestre de mil oitocentos-trinta1 e:seis,' pertencentes ás differontes Freguezias dó seu Districto, qiiè ainda não concluíram os trabalhos dos mesmos lançamentos, exigindo de cada' uro'a 'pôr escripto os motivos que tem dado Iqgar a similhantefalta; e accrescentándo^a este respeito as suas observações, para se jul-~gàr'cOTn'o- for de justiça do merecimento das desculpas'que' ai legarem ;" devendo igualmente o mesmo Administrador Geral dar a razão de qualojierdemora que terfliã havido na remessa dos lançamentos para a Contadoria de -Fazen-"da, e dos resumos para-o Thesouro, e evitar que'continuem estes; ou qnaesquer outros incidentes que1 de alguma forma possoji} retardar à prouipta arrecadação das Cíwéctas'-de-que'Se "tractu. Thesouro Publico Nacional, 28 de Julho de!837. = /oóo de Oliveira. = Para ôAd-•iiinistrador Geraldo Districto de.Lisboa. •' Idênticas se expediram aos; mais Administradores Geraes dos Districtos do Reino. 1.*' Repartição. o-sE reconhecido pnla« Tabeliãs mén-soes ultimamenteirenjettidàs ao.Tueaouro Publico Nacional por diversos Contadores de Fazenda, dos Districttís dó Reino, que a arrecadação dos-rendi mentos publico» a «eu cargo, íorjge dê sé haver activado, como era deesperar das terminantes e repetidas ordens para esse fim expedidos pêlo mesmo Thesouro, tem quasi geralmente ditnmúido com gravíssimo prejuízo da Fazenda Publica i attenta a quantiosa somma •que' se acha- por cóbr* dos -meámos rendime»-•I6s,-pániculnnnente no ramo do Decima e Im postos annexos, cuja divida ata trinta de Junho ultimo excede a Ires mil contos de réis; e sen-!do 'necessário 'occorrer com as mais enérgicas providencias a um •similhante embaraço, que nas aclúaes ciTCumstancias de apuro em que se acha o Thesouro Publico Nacional, transtorna complefàrhéhte as ópdrajçõe» dê credito^em que ó Gbfèrho tem Ae-base^ró'de"sémpénh{) da sua boà-ie:ríò pòrtuíàhtíiímprírnento das o.brigaçôes doritroiridos cir>: nome da Nação: Manda 'Sua Magésiòfic a R*rnHA", pelo mcíOiò-Thfesòúto, quê1 6 Contadòí 'de Fazenda do 'DiUrícto de Lisboa exija stfudefriora dê todos os Recebe- dos Cnncellios do'seu Districto, que nó jreciso termo de quinze dias lhe dêem "uma con-.& exacta du importância dos documentos de receita, que se acharem por cobrar, pertencentes a cada ramo de rendimento, dêclafàndo os motivos porque se não-' tem eífectuãdó "a sua • cobrança, na intelligenci* de 'que verificando-se que da parte dos méstnos Recebedores" tem tiavido descuido «m relaxar em tempo oppórtu-no ao Juízo Contencioso aqueílef dos sobreditos documentos, que estiverem nas'circurastan-cias disso, os repreherfda ó mesmo Contador de Fazenda pela sua omissão e nefligencia, or-deqorldo que se cumpra immediatatnente a Lei a similhante respeito.1 Outrosim 'Manda Sua Mageitade, que nó praso de trinta dias o sobredito Contador dê conta', pelo' Thesóuro'Publico, do resultado desta1 averiguação*, e das providencias que -tiver dado sobre objecto de tanta monta, na certeza de que, se assifn:o hão praticar, se passará i m medi a ta m e n te'a'nomear pelo mesmo Tbesouro um Commissartó de visitai' para examinar d estado da sobredita Contadoria de .Fazenda, 'e reconhecer' os fa'ctos e omissões, por que deve'responder* o meneio»-nado Contador de Fazenda-, 'á 'custa do 'qual será feita1, a despezá desta diligencia, pttfcéden-do-se na conformidade dos Artigos sétimo e oi-'táyo dó Decreto' numero vihte e dóus,'dè deze-seis de Ma:io"de mil oitocentcis'trinta" e dòus. Thesouró' Publico Nacional, eni 29 de'' Julho dtf Í8ã7.-== João 'ífe Oliveira. =='Ào Contador de Fazenda do Districto de Lisboa. -• • '_'• l • Idênticas á»'expediram' aos mais Gontádore» de Fazenda dos Districtos do Reino.- "';>' '•• • MáVtinliO Bkrthólomèíi, Rodrigues^EsCrivãô do Tribunal Commèrcral dó primèiroXlnstáhcià, por Sua Magestade Fidétisslola a RYiNiti, ; quê Deoí guarde etc.' ' • i :.. .. CBRTIFICO que ern Sessão deste" Trib.imaFfoi proferida a seguinte ":-;: u-
». ' ' 'Sentença.1- •->•»-- • - '•>' O Tribunal Gomrdercial áe"piimei¥& fhitfrri* cia: • . - .•<_..- p='p' _.='_.' _='_' _..ii='_..ii'> Attendendo a que é noUria ô publica a fuga do Negociante José GonçalVes TeÍTéira,;'ern cujo arniazern,- escfiptórió,'. papais ,ç"e 'mais effei-tos se acham .'postos os'cobpetçrifé»'seiIbs1,' como consta dó Auto a fl. 'em' éonformidaáe do Artigo 1169 do Código Commèrcialy. '- Attendendo a que no presente'dáso cumpre immédialarhentè proceder a b«m tUvCòálmèr-cio em geral, « dos respectivos Credo rés do ausente, na fiscalitação 'da feaerida que'Testar, pela roarteira. por que se procede á .respeito da massa fátlida de qualquer Negociante,' como ordena o Código no Artigo 1153: ' • •' Deslara a abertura da quebra de José Góri-çalvcs Arreira desde o dia 12 do corrente, no qual foram postos os seilos pelo respectivo Juiz de Paz, como fica ponderado, cuja'declaração é feita .nos termos dos Artigos 1129 %e 1130 dó Código: . • • :.:1"'' ' Nomêa para Juiz Commissario ò Jurado'Domingos dos Santos Martins,-, e para Curadores Fiscaes Provisórios Marcello António' Fernandes; e'Rafael António Rodrigues da Costa J na conformidade dos Artigos U5à e 11CO dó citado Co'difo: '' - ' ' ' ' E ordena que os referidos Curadores prestem "logo o juramento nos taimos do Artigo-1164, fazendo affixar, e publicar a presente, como lhe» ordena o Artigo 1161. Procedendo-se ou-tròsim no prompto desempenho de todas asfúnc^ çôés que lhes marca a Lei TI a Parlei.", L. 3.", T. 11. ' .. ' :
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DIÁRIO DO GOVERNO.
Gaspar Pereira da Silva = Henrique Nune Cardoso = Frederico Augusto Ferreirà = José Pereira Basto = Manoel José Cordeir Gailão^Féliciano José Collares = Francisc Barbosa deBrito = Gabriel José da Costa Vian na = José Paulo da Silva Rocha= Domingo António Dias Ferreira = António José' de An drade = Eloy António Bastos= Henrique Jos Pires.
E para constar, fiz extrahir a presente. Lis boa, 22 de Julho de 1837. E eu Martintio Bar tliolomeu Rodrigues a suWcftsvi, e Martinho Bartholomeu RodUgúti
Parte não Official.
SESSÃO DE 29 DE JULHO DE 1837.
PELAS onze horas -e meia da manhã declaro1 o Sr. Presideríte José Alexandre de Gani pôs que estava aberta a Sessão.
Feita a chamada pelo»Sr. Secretario Vellos da Cruz , verificou-se por elIa estarem prcòen lês 89 Srs. Deputados.
O Sr. Secretario Pinto Bastas leu a Acta da Sessão anterior que foi approvada.
O Sr, Secretario Vellozo da Cruz dt?u conl de um Officio do Ministério do Reino, no qua • se participava ás Cortes que Sua Magestad' •não podia receber a Deputação que lhe devia Jevar a Menaagero, em consequência do seu máo «stado de saúde, Ó Congresso (içou inteirado.
Passou-se á Ordem do dia.-í-Continuação da discussão do Projecto n.° 59 C.
Continuação da discussão da Tabeliã n.° l Verba == Sentenças de Adjudicação, e Carta de Posse, por cada meia folha 40 réis.
O Sr. Barjona pediu alguma explicação sobre esta verba ao Sr. Relator da Com missão de Fazenda.
O Sr. Alberto Carlos notou que as Senten ças de Adjudicação são o mesmo que as Cartas de Arrematação; por consequência, se acaso se paga certo Sei Io das Sentenças, pelos princípios de igualdade as Cartas de Arrematação devem pagar igual Seilo.
O Sr. Presidenta prppoz a verba nesse sentido; isto «' que o Sello fosse não só'para As Sentenças de Adjudicação y mas .também para as 1 Cartas,de Arrematação, e de Pdsse. — Foi approvada.
Logo o Sr, Secretario Vellozo da Cruz leu , esta verba:
Documentos que forem escriptos em*Papel Sellado, que houverem de se juntar a requerimentos,, ou a qualquer Processo, por cada meia folha 40 réis. — Foi approvada sem discussão. Em seguimento se passou á discussão da verba que diz: —Cartas He Jogar, por cada baralho 40 réis.
O Sr. Midosi disse que.era este un dos objectos que queria gravar com maior Sello, não só por ser isso grande moralidade, mas pela •vantagem que se poderá tirar, porque este é um meio indirecto de reprimir o vicio tão frequente entre nós, cque já se não podia reprimirpor outro modo, e por isso propoz que o Sello em em cada baralho de Carta fosse de 120 réis. _ O Sr. Sá Nogueira declarou que a Commis-são de bom grado approvaria qualquer augmen-to de Sello, não só o que propoz o precedente Orador, mas um muito maior, se houvesse a certeza de se conseguir a evitaçâo do contrabando neste género.
O Sr. F. Thomaz opinou pela eleminação deste Artigo, porque este tributo nadapódedar ^de resultado, por quanto para se fazer 1:000$ réis, é necessário que se gastem qua£ dez mil baralhos de Cartas; notou que a Repartição das Cartas é a única que dá lucro ao Estado, porque do Orçamento da Imprensa Nacional se ré que as Cartas produzem livre de tudo iam conto de réis, que deve equivaler á renda de quatro contos; ora , Sr. Presidente, disse o nobre Orador, as Cartas estrangeiras pagam direitos nas Alfândegas, por conseguinte, digo eu, se acaso for imppsto um Seílo nas Cartas de Portugal, acontecerá uma-cousa, e é, que sedei-,xará de fabricar esse numero de baralhos de Cartas, que hoje se fabricam, diminuirá o seu consumo talvez amelade, e por conseguinte perderá a Fazenda esse conto déreis, eapoz de tudo isto a moite deste ramo de industria que se ia aperfeiçoando muito entre nós; poY isso voto pela eliminação de todo o tributo.
O Sr. Midosi: Sr.Presidente, as obrigações
que se fazem sobre a proposta para umaugmen to de Sello, serão do muito peso se por ventu rã não fosse possível evitar o contrabando, ma se elle se não pôde evitar, não percamos tem pó, não façamos Leis, porque de nada servem mas o legislador quando faz uma Lei, esper que o contrabando se pôde evitar, havendo fis calisação, e a maior prova é que o contraban dotem diminuído depois que se fez essa especi de doca artificial no Tejo, accresce, que tend nós gravado oatros objectos de primeira neces sidade, é um dever de moralidade gravar o jo ppo, de mais a imprensa nacional não perde por quanto hoje a imprensa não tem esse pri vativo, está por consequência no caso de qual quer outra fabrica , se as fizer boas ha de ven der, se não ha^c •perder: ora o direito dascar tas estrangeiras é de 12J"800 rs. por arroba que eu calculo sefuo 100 bnrrtlhos a 1ÔÔ rã em cada um ; ora eu que propuz este Sello d 120 rs. nas cartas nacionaes, .é minha ten çào propor que as cartns estrangeiras paguem 25^600 rs., assim indirectamente venho a prote gcr a industria, e gravo o vicio.
O Sr. F. da Gama disse, que os argumento produzidos a favor do augrncnto, e da diminuiçãc jaziam ver, que A Commissão usou de prudência quando abraçou o justo meio, porque de certo havendo um Sello grande o lucro animaria o contrabando, e elle era inevitável, e sendo o Sello menor não aconteceria assim, c o vicio não deixaria de pagar.
O Sr. Valenlim concordou na opinião 4o Sr F. Thotnás, e também v»tou pela eliminação da verba.
O Sr. Presidente propoz é. votação a verba da Commissão, e foi npprovada.
Passou-se á discussão da seguinte verba = Bilhetes de Loterias o Rifas quaesqubr, 5 porcento do ser valor nominal.
O Sr. Visconde de Fonte Arcada impugnou esta verba acom o fundamento de que taes Loterias se nãodeviam consentir, (isto éasestran-gèiras) porque ellas eram um roubo feito ao Povo ; censurando de algum modo o Governo pelas permittir, e substituindo a verba da Commissão por um Projecto que mandou para a Mesa, pelo qual se prohibem expressamente todas as Loterias e Rifas estrangeiras.
O Sr. Lopes de Moraes concordando na im-moralidade que havia em tal jogo; com tudo como o facto demonstrara que ella existia propoz , que em quanto não fossem abolidas pagassem 3 por cento do valor dos bilhetes, e 5 do valor dos prémios, excluindo deste imposto as Loterias das Casas Pias.
O Sr. F. Thomás concordou com o Sr. Visconde de F.'Arcada.
O Sr. F. da Gama também opinou pela eliminação da Loteria , porém notou , que o facto de existência pedia que em quanto se desse pagassem.
Havendo mais algumas reflexões sobre esta verba, passou-se em firn á votação.
1." Proposição. As Loterias e Rifas pagarão cinco por cento do seu valor nominal ? Sim. 2." dita, Hão de ser exceptuadas deste im-3osto as Misericórdias? Sim.
3.a dita. As estrangeiras hão de pagar o quádruplo, isto é, vinte porcento? Sim.
4.a dita. Às nacionatís, com a mesma excepção, hão de pagar mais cinco por cento do •alor dos prémios? Sim.
Leu-se a redacção de uma Lei que foi appro-ada, e mandaram-se tirar os authographós.
Entrou em discussão uma questão previa apurc-entada pelo Sr. Alberto Carlos, que diz = tolas as verbas taxadas nesta tabeliã pagarão por Ha, sem pagarem por mais nenhuma, e as ouras pagarão pelas Leis existentes.
Depois de brevíssimas reflexões foi mandada onsignar na Acta como approvada.
Acabada a discussão da tabeliã n.° l, pas-ou-se á discussão do.Artigo 2." do Projecto, ue diz = Nenhum dos Livros ou Documentos icncionados na sobredita tabeliã , que da pu-licação desta Lei em diante for escripto, im-resso, ou lythographado, poderá ter validade m Juizo, ou fora delle, se não mostrar qjie agou o Sello correspondente, dentro de trinta ias contados da sua data. O Sr. F. da Gama ponderou que os Nego-ociantes desta Capital lhe mostraram, logo que Lei appareceu, os inconvenientes que deste rtigo poilia resultar por se julgar nullo o pa-el que por'qualquer motivo não fosse sellado; or isso elle propunha em substituição = que os 'apeis, Livros, etc..que não forem selladospa-arão uma muleta equivalente a dez vezes ova-r do Sello que deviam •
Foi approvada a emenda ou substituição, e por consequência ficou prejudicado o artigo.
Passou-se ao Artigo 3.°= Os Papeis ou Documentos da tabeliã'.n." í, que igualmente faz parte integrante da presente Lei, serão escri-ptos impressos, ou lythographados em papel sel-lado da taxa, designada^na mesma tabeliã.
O Sr. Judice notou alguns inconvenientes que se seguiriam deste artigo, assim como se tinham seguido da Lei de 1827. e para os evitar propoz que fossem excluídos dfepagamento des-tí Sello OB Conl>«eimento* crilpjnaos officiosos, e as Causas fi«ca«*; « niíis, òt procedimentos judiciaes, para o» q«*es M prova IxMire impossibilidade em obter papel sellado.
O Sr. Sampaio Araújo concordou com o primeiro Stlditamento do Sr. Judice ; mas quanto ao segundo, notou-lfie estar prevenido pela Lei no artigo que apontou.
O Sr. Judice redarguiu ao nobre Orador, notnndo-lhe que aquella.disposição nãoera basta n te.
O Sr. Alberto Cario» propoz, que fossem excluídos oã papeis que se mostrasse ter havido impossibilidade em obter papel stllado, e dos quaes pela mora tivessem prejuízo, porque então bastaria fossem sellados dentro- de 15 dias. . '
Propoz o Sr. Presidente o Artigo, salvas as emendas, para serem remcttidas á Commissão para as hnrmonisar ; <_ n.='n.' á='á' a='a' foi='foi' pr='pr' meia='meia' verba.='verba.' approvada.='approvada.' folha='folha' p='p' cada='cada' discussão='discussão' passou-se='passou-se' forenses='forenses' proposição='proposição' papeis='papeis' _2.='_2.' tabeliã='tabeliã' réis.='réis.' _20='_20' _1.='_1.' da='da' _='_'>
2." Verba. Requerimentos, Passaportes pa-rn o interior do Reino, Escripluras. Recibos, Quitações de toda a qualidade, de bomraa superior a 10$ réis, Procuraçôos, e Certidões de contractos, Condições de contractos, cujo valor exceda a 24 mil réis1, 40 réis catla meia folha.
Depois de breve discussão foi substituída es--ta verbii pela disposição da Carta Lei de 1827, no Artigo 4.°, §. 1.°, 2.°, 3.% 4.°, e 5.% nos objectos que neste Artigo Ge mencionam.
O Sr. Leonel -(sobre a ordem) participou que a Cornmissuo nomeada' para conhecer do estado do 'paiz se inslallou , e nomeou para seu Presidente o Sr. Barão da Ribeira de Sá brosa, Secretario o Sr. Macario, e Relator ao Orador: O Congresso ficou inteirado. Continuou a discussão da Tabeliã, 3.1 Verba que diz: Bilhetes ou Letras de sã- . hida nas Alfândegas, ou quaesquer casas de arrecadação, sendo dos portos molhados, 100 réis-. — A pprovado.
Sendo dos Portos SeccoS, 40 réis. Com declkraçfio cré que se entende por Portos Molhados o que v«w do estrangeiro, e por Portos Scccos a Raia confinante com a Hes-panha ; e ficando Ivarmonisada esta votação com . que já se fez na -Ler dos ccreaea.
L" verba. Cartazes, armuncios, folhinhas em folio, cada meia folha 20rs. — Approvada. 5.a verba. Listas>de leiloes 300 rs. -—Appro-ada.
6.a verba. Arrendamentos 40 rs. Tendo-se notado que nesta verba havia redundância, porque SP achava comprehendida na verba, que failava em contractos, foi eliminada, julgando-se alli comprehendida.
7." verba.- Apólices primordiaes de Seguros de Companhias, que tiverem mais do dous ânuos de existência, recibos ou impressos para • lobrança dos prémios dos -seguros, por cada meia foi li a 40 rs.
O Sr. Rcbello de Carvalho podiu , que nesta
crba se fizesse uma qualificação, isto é, que
as Apólices de seguro de maior valor pagassem
os 40 rs., e as 'de menor valor 10 « 20 rs., e
|iie os recibos até 1,$000 r-s- pagassem siS um
intem, e d'ahi para cima dous.
Fizeram-se mais algumas reflexões, e averba endo posta á votação foi approvada.
8." verba. Cartas de fretamentes, e protes-os de Letras: por cada meia folha l^ÒOO.rs. Reflexionaram alguns Senhores, que o Sello ara os protestos era muito grande, porquanto rã uma pena que se impunha ao indivíduo que . inha recebido uni prejuízo: í , .,""
Tomadas em consideração estás', reflexões ré-
olveu o Congresso, que,para as cai'tàs'dê fre-
amento fosse o Sello o'designado na tabeliã,
para os protestos fosse de 100 rs.
N. B. da verba. As letras sobre paizes es-
'angeiros sacadas em mais.do que uma vez pá-*
arão por cada uma metade;do Sello estabéle*
ido para as letras de terra, as que'forem sa-
adas em moeda estrangeira, pagarão o Sello
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«luzida» a moeda Pórtugueza , pelo cambio cor rante da data do saque,~-Approvada.'
9." verba. . Conhecimentos de carrqgaçòes marítimas, .por ca,da mn.40 rs.—>• Approvada. . .10.*. verba. Letras .de cambio^, seguros, de terra, de risco, escriptos á.or:der/i,.nqU.sprpmÍB,-sórias até 100$000 rs., 100 rs.. ... ~ O Sr. Midosi substituiu-esta verba, e as se--gujntes, -mas sendo a substituição combatida., foram todos approvadas, e são: de 101$ a s., &0.0;deô01^ a 2:4)00$ rs., l^OOOrs.; a 4:000$ xs,, 2$.000 rs.; de 4:001$ •para cima 3^000 rs.
Logo se passou á discussão da verba qqe.diz '«elmpressos avulsos egpriptps, gazetas, perlo-•dicos, ou jornaes, por cada jneia fplha de for-anato grande ou pequeno ô rs.
• .F.oi esta .verba impugnada pelos Sre. Midosl, •Garret, F.Tliomás, Alberto Carlos, e o.utrps, •«-áustantada pelos Sra, F. da Game, Macario, ,lAlv«s do Rjo, e Pissarro: sendo a final ppsta •á votação foi rejeitada,
Logo'se passou 'á di&cuèfão da ultima verba ' Foi impugnada jesta verba pelos Srs. Pissarro, „ e reiei.tada. Ó Sr. F. da Gama mandou para a Mesa um artigo addlcional, e é = Que os estrangeiros 'jnxguwem por anuo de Sello dos Bilhete» de ré-•sidencia SOO rs. , Foi mandado á Commissão -.paca terem em Avista a legislação existente. Dada a hora deu-se a Ordem do dia, e fe-'Chou-se a Sessão. --------------—T-sSjE*S5®
NOTICIAS ESTRANGEIRAS. TH ANCA..-—Paris, 16 de Julho. ESCREVEM de Vienna em data' de 25 de Junho o'seguinte: O Príncipe de Metternich .vai n Municli, e antes de ir a Toqplitz irá ás •fronteiras de Itália. A sua viagem, .segando di- • r.em , é relativamente aos negócios de D< Cardos, e entre nós não e ntn segredo que a Santa Alliança quer feconbeceV o Pretendente como liei de Hespanha. A Rússia insadou-lhe dinheiro por via deM'r. ObrelLof; a Áustria dá. alen* 'to á sua causa com as palavras de esperança que lhe deu Mr. Líchnowski, e ate' se tem ,of-ferecido ao Duqnc de .Ragusa o cominando das tropas de D. Carlos; mas tendo-o recusado o Duque, pensa-se agora em Mr. Bourmont.,Mr. -de Metternich vai estimula-lo, e secundar com seus -conselhos, e influencia estas manobras do «absolutismo europeo. (Comtitulionnel.) • iSegundo annuaciara alguos periódicos, tra-•ta-se presentemente do matrimonio da Princesa Clementina com o .Príncipe hereditário de 'Swíonta-Cobur^o, sobrinho 4o Rei dos Belga»; Também circulou estes dias a voz que-a Bu-'queza 'deXent, de .accôrdo .com .o ministério "Whig, destinava.a,mão de .sua.frlha n-Rainha 'Viotorin ,a um -Pcinatpe .de Swouia-Coburgo. 'O periódico ministerial da 'tarde 'responden-'tíq ao,artigo de um pnpcl legitimista sebne a •atítliorisação .pedida,pelo -Marechal Clausel, dú •A -íegimite explicação , que julgamos .um.,dever *transmrttir aos n-ossos leitores: • • -«-Ao negar-se -ao.Marecual Clausel a^aiiUio-risaçãp que pedia para tomar urntcamniando -flmilíespanha,-o (Grov^tno.do ,Rei .não.fez senão cpersistirTva política ide QÍÍO ^intervenção jqueiem seguido constnntemcnte a respeito -da.pfifHOsu-ín, je ,que o,Cpndé,Mole tein substituído tão felizmente &o principio :daSaata-;Allian.c.a depois •da revolução -da J-utlio. 'Em.quaato aos passaportes .pedidos imperiosamente, -è ás insolências do-estrang£Íro, .de que falia .o 'Constitntionnel, ^são outros tantos sonhos que homem algurn.seji-sftto pôde acreditar ,»erí«tnen;te, » •. V G O V JS ft ÍN U. pé/as melhores vias, n tem extraviado nesta oc-.çap.i'«o. ($iècle.} Lè-se n'urna carta dcTou.lon o seguinte: fíA qrçpediçãp pfRÇonstanlina está definiti vãmente dipposta para o próximo me.z de Selçmbro. .Tçrn-sc organisadp uma esquadra, chamada da África , è compos.ta de quatro -nãos, e dous brigues, e teui-s,e expedido barcos de-vapor para Argel > Orari, e Bona , cpm ordens e ins,truc-çôes relativas a esta campanha, . Segundo as probabilidades o exorcito expedicionário compôrfse-ha de uns 15,PP.O hpmens, 10,0,00 Francez.es, e 5,000 indígenas quq teip promettido ao Coronel Duvivier, que se unirão a nós, e com os quaes se pôde cpnta.r. O Te-riente General Bugeaifd e pqije parecç dp?tina-.do ao commando superior da expedição, cujos elementos de bom êxito estão já prevçnidos cm Bona, Prean, e Guelma. Asseguram que o JDuque de Nemours irá nella.» (Paix,) O-Phocçcn barco de vapor, ;i'uma suas ul-.tiinaç viagens de Marselha e Barcelona levou a seu bordo um passageiro, sob o nome de Brus-loy, que ia para-Carlhagenp. ,Quo.ndop barco tocou emPalamos foi r/econhocido pelo capitão Sulvia. chefe de estado maior do divisão Nius-bó, o qual quandp se recobrou Solsona pelo Barão de Meer, passou-se ás fileiras dos, ca r-listas, ^atraiçoando o seu General 3 e cuja defecção-causou a morte daquelle, com a'perda de muitos acidados das 4rppas da Rainha.' O transfuga fçi preso-no poeto de .Barcelona a 29 de Junho ,ult'uno, e passado pelas armas u â do correame. • .("J. djjt Çommer.ce.} LISBOA, 31 DE JULHO. As noticias oíficiaes que o Governo recebeu - hojUeqi-pelo Telegtafo de Santarém, oom-municando a-retirada dos revoltosqs que pccu-pavam a .Praça de Abrantes,, .demonstram que a facção ariti-nacioi)al não só não encontra nem apoio, nem sympatliia nos Ppvo.s, mas, desconcertada em seus planos -de traição , fnar-cha e contra-marcha ao acaso, fugindo sempre de encontrar as tropas léaqs e patrióticas, que avançam contra clles.^ Graças á firmeza e patriolismo-daNação armada e desarmada : graças ao .valor e fidelidade da maioria dos Officiae.s, da maioria ,do Exercito: A CAUSA NACIQHAÍ ifumfF.AR*'. Não duvidamqs, e mesmo ale' ,certo ponto sabamos, que o Governo tracta de promover, .e condecorar .aqueltcs beneméritos de todag as .classes., que mais denodo, zelo, e firmeza patê n te, ara m nos cpnflictos em que se acharam. ------------------ «-3> tagSSXHÇ- II | -------,----^----- VARIEDADES. Curso de litleratura estrangeira egplicadp no Jlihenco.por-D. Eernaiido Cor.rfldi, TEMOS á vista o impresso que com este titu-lo-abtange a primaira lição do auctpr no utilíssimo estabelecimento litterario .que.cncej-rando.no seu seio tantas i Ilustrações íjps.panho-las, promette.ser uma fecunda,TOÍna de.ibellas prpducçpes.nos ramos que.cgltiva, ,e uma planta conservadora dos tenros, engenhos que inejle ,se'.nutrajn. .O.Sr. Corradi ao .apresentar, a/mda qye em pequeno quadro, a litte.ratura.de Franca., Inglaterra, Allemanha, ellalja.nas suas:pr.oduc-.çò^s.mais notáveis, propox-se corno,mira.principal o manifestar o espirito do século £m que .se,escreveram , refleqtido em cada.uma delias. _Eaqpece-slc., ipois, ,.pa»a .a,s julgar, 4a ,epocha .actual ; e r^trocedeodo. >aos .séculos a quevpcr-tencéram , partindo da i.dà.de media, examina o progresso social, as .^reaccupaçòes inherentes á s,ira , epocha, e as circu^mstancias Ipçaes que indispensavelrpente deveriam per «QUB moveis, e constituir s\ia esscncja. 'Desde logo se p4de -vêc que pr0,pond • Se quizermos. formar yma i,déa exacla de uns séculos puramente guerreiros e de.imaginação, de uns «p,culoi ate' certo ponto favoráveis ap.en-genho .pela sua orig'na''d^de,-figuremo-nos um • qastello golbico defendido por grossas e ameia-das torres, provido de todos os petrechos de .guerra necessários, e ern c.uja po/ta apparecem. a .forca e o cutello, symbolo do absolutismo do senhor, e da.çscravidão do servo. Atravessemos a ponte levadiça guardada -por, ajguns archeiros, e entremos-no seu recinto. Uma sala se nos npreserita adornada com janellas em arcos pontagudps , e vidros de cores, e em cuja abobada pintada com faxas formando quadrilongos, se reflecte a luz de algumas tochas. N'uma das suas extremidades varias da-• maf , e-cavalleiros discutem e analysam com. formulas syllogisticasjos sentimentos mais delicados do coração; na frente, decansa recostado com negligencia n1 uma espécie ae cadeira de alto espaldar, guarnecida de filigrana e recortes ò desdenhoso Barão, coberto com um manto semeado de globos de prata. A um lado um pequeno pagem ricamente,vestido, e cujos perfumados cabellos caliem çrn anneis sobre seus Jiombros, sustentando a trunfa de seu senhor, adornada com compridas plumas de diversas cêrgã. PO outro lado a sua nobre consorte ten» .do-na mangn direi.tn do vestido bordadas asar-mas do ill-usire.esposo, e. na esquerda as da sua casa, nffngando com a dextra carinhosamente . a um bello galga deitado a seus pe's, No meio da estancia um trovador cantandp ao som ".da .harpa, e entre discordes satyricos ou lúbricos, ai.façanbfls doa campeões da cruz. /E qm. .quanto o Barão dá com fervor golpes no peito, e a.dama devota-iuente se persigna'oran» do .pela .alma daquelles marlyres da fé, osctllft -á .porta ,do castello, suspe.nso por uma cnrda, o cadáver de um infeliz-servo, cujo âupplicio iinha ella mestna prcsenceado gostosa poucas horas «iites. •£' esta a idade media. . AO carActfrisnr ,a Dantc , diz: «Nas obras de Dantíe ^istá expressada toda .a .sociedade da. eppca , pois seu talento pão'era uma flor quo crescia jeinjsolitariopr.ado, alheia de todo o con^ tacto, era'um espelho euj.que se reilectiam Io? dos os conhecimcntq6.« idqps de seus conteaipo ranpos. Jill,e mesmocoiistruiu alyra, cujos sons deviam produzir .tão 'bella.harmonia , á manei^ rã dafluelles astro.npmQS^jue inventaj-am osins,T trJumen.tQs.com que.-se propunham medir a abo^ bada idqs Ceo». (A lingoa Jteljano., e a diyiua comedia ,brot,ara{n .de uma ,vez da sua mente,.1 D.anfe, nascidorpo meio ,d,as dissensòes aan. gUÍnolenU(s" de do.us .partidos diametralmente appqsíos, .detestava,-os egoístas,; esses homens sem cô.r-politica, ,çnjp único Deos é:um iiite* resse flierce.n,ario., ,actian.d.o»se Rempre promptos .aalistar-sç.debaixo d.as b.anduiras doquetrium* fa, sem tomar nunca parte nem . nos seus ira, .bailios, nem nps-seu.s perigps. -Danl.e colluca-ps no ipfernq^, ,t}i\de o.8-rne.srnos anjos rebeldes ,a 'Pe9s qs.repelíem ,cpmp corpos estranhos hão pertencentes A esppcje ^alguma. Bem. conhecia aquelle,Vatege,nerQsp.pluâo necessário.e'liasconT tend,as ci-vJ! a decisão,, -e o pronunciamento i e aquelle enthusiasmò, a.quelle fogo divino quo alguns qualificam ;de illusão, mas que é uma illusão tào necessária como o é a esperança.para a vida. .Ah l ,O que não plhar s.e não como palavras insigniftqantes.as. vozes ,de,gloria , pátria., e.liberdade., •entre^uá .a,o opprobrio sua frente, que nunca cingiram nem o louro da vi-ctoria, nem .as palmas-de.gr.atidào nacional. O .retraio ,de Petrarçha também o é do de/icio-.50 paiz que p produziu. Petrarcha, diz elle, o amante de Laura, .seguiu.suas p.tsadas (as de .Par>te),;dando um novo imp.ulso á i Ilustração, pois, não o devemos plhansó ço.mo auclor*dos dulcíssimos sonetos a Laura, rnas.sirn como uru antiquário, uti* filosofo,,uma^speciedegenio político _adornado.com .psa/ins, da poesia. Para nos pene-trqrmosdoespiritft.dusuas obras e necessário trasladar-nos debaixo ,do cep puro e balsâmico da. .Itália, no ,meio dá vida ociosa e musical de seus habitantes: então, e não de outro modo, conceb,e-se sem dificuldade .como ainda hoje , deppis,jde tantos séculos, quando uma voz sua-vê.recitarem qualquer reunião numerosa a can-,ção de P,etrarcha que principia: Xtalia.miabcn* chè .r.pçrlQr sia indarno.... um arrebatamento indizível de patriótico entliusiasmo penetra por V?do o ;a,uditorio, :a cujos olhos parece ei>tão. .PetrarjÇ.lia-o .primeiro .poeta do mundo. *
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DIÁRIO DO GOVERNO.
merecido com justo titulo o applauio da poste- j ridado . Mas ah ! Miserável condição humana ! Esse Vate, em cujas mãos a musa épica pare-ria ter tocado o bpògeo de tua gloria vilipendiado, desconhscido dê um século aquém estava itnmortalisando , criticado maliciosamente pela Academia deCrusca, viveo só para soffrer, •para apurar até ás fezes o cálix de amargura. £ quando depois de tantos dissabores e revezes, conseguiu pôr fim ns honras do trinmfo, morreu antes de subir ao capitólio. Porém sobre o seu sepulcro derramam as gerações ás mãos cheias tloresimitiarcessiveis, como offrenda de sua admiração e louvor.' • •
CoVn breves ' palavras descreve o scculo de Luiz 14.°,- a os génios collossnes que o honraram- desde Corneille até Yoltaire concluindo o seu quadro cõtn estas palavras: «Basta-nos dizer por agora, que foi tal a celebridade destes talentos, que apesar de terem merecido justa acceitação no género cómico Piron, llegaard , Bu5sol ,J Palaprat , Bruet ; e 'no género trágico Dubelloi, Pompignan , celebre pela ode á morto de Rbusseau, e por ultimo Ar-"néud e'Ducis, teui nomes se acham como ecli-pgádris pelos raios de gloria que despedem seus -antecessores, cujos louros viverão inrnarcessi-veis ; ainda quando intentarem murcha-los os sectários dessa nova escola moderna que inili-tum sob as bandeiras de Victor Hugo, e de Dumas.
Eis-aqui como caracterisa o Sr. Corradi , Shflkespebre ; a eese louco sublime, como lhe chamava Volta i ré, esse gtnio fecundo j posto que a l Leio de lodo o gosto aj»lici>do , largando o cutello com que immolava as rezes para o consumo publico em Strasford, passou de um voo q ser o' assombro da Inglaterra. As horrendas catastrophes que a cada momento apresentava a Europa preparavam os argumentos dos dramas que elle mnsmo dapois escrevia. Os elementos que 'compõem o caracter dominante do fundador do lheatro inglez s5o o espirito de nacionalidade e de 'observação, com pensamento* e mnxiinos, soggerjdas pelo profundo conhecimento do coração humano. Dotado de um género :crendor, dará vida aos objectos mais inanimados. Q incorpóreos; até aos oèios, cinzas; a mesma morte; 'tildo se personifica e respira sob m»ua pe»»a. Desconhece toda a linha divi-lorift entre ; Por estas pequenas mostras docurso de litte-raturá. 'estrangeira 'do Sr. Corradi', deduzirão 'os leitores quãá'fielmetlje tem seguido o plano proposto^ e- a -amenidade» que se deve esperar do cônjiwiotò de 'toda a obra. Com este mesmo estilo pinta «He,' Milton, Richardson, Fiel-:dinff, Huine, etc.-etc. i.: Klotpttrk , Gesner, Haller e Goelhe aprc--sstuorn igualmente seus relevos sobre o fundo Tnétbaíysicoj daAIlemanha sua pátria, e o pa-T»]i«lt> deite' nltimo com Voltaire faz realçar a -cada um delles com toda a torça da sua pecu-liar lyiidnomia. • : Conclue o Sr. Corradi a sua primeira lição •corti um vblo 'tão lilterariamente patriótico', fí\\c não podemos negar-nos ao prazer de o renovar nestas páginas. Ultimamente, djzelle, •só nwt resta njuntar, que o meu maior senti-rn*f>to c • Jimbóra «e busque urrt Caminho não trilhado, sã cc iida m -se os preceitos canvencionnésaristoié-]ic«3'prtr não sé acharem jú em hnralonia com as exigt-rtcias da nossa posição social ; ma's não .forcemoB a nossa inclinação, não destruamos n nossa tendência nacional- apresentando qifa-'dros ião monstruosos como exóticos, -e acóshi-•mando a vista 'do povo ás repreleftUções de crimes, cuja posaibiikiadfl detia ignotur. AU! se a natureza do homem fora'.'tão exclusivamente perverta como a pintam alguns dramáticos Fran-cczes de hoje í se fará certo quê não houvesse outra propensão senão para os delidos, e que só apresentando-se estes corri toda a sua fealdade , e o vicio com as cores mais lisonjeiras, se poderia :commover è agradar, fora preciso abandonar esld sotíieddde, qutt 'se presa' de culta , e fugir para os desertos ,• dhde sé os homens são ferozes, não fazem um estudo particular de o serem. Ah l o meu único anbelo é que a minha pátria, sacudindo o jugo vergonhoso da imitação estrangeira, possna uma liberdade, uma independência na lua l literatura como nas suas instituições políticas, tão ampla, tão alheia de toda a influencia eitranlm, como merece-j e é demasiado credora esta desgraçada, %e generosa nação. O curso pois de litteratura estrangeira do Sr. Corradi formará'um íntimo e harmónico enlace com o de litteratura Hespanhola explicado no mesmo Atheneo por outro profundo humanista e eminente poeta, consócio do mesmo estabelecimento, e ambas as obras, por natureza inseparáveis, comporão um bello tructado, indispensável na bibliotheca de todo o homem de gosto. (Gaceta de Madrid.) SERVIÇO DE MAR&HA. JRcgitlo do Porto em 88 de Julho de 1837. V.HBARCAÇÒÉS ENTRADAS. "¥7*APÔn Inglez = Manchestfir = Cap. James • Mac-Keller, do Mnlaga em 3 dias, de Gibraltar em 3, e de Cadiz em 98 horas, cocn sanguisiigM, e fazendas; 33 pessoas de trip., e 13 passng. Consigna-se a Lewis Mac-Andrew. Brigue Inglez = Migvie = Cap. GeorjjçReu-nie, de N*w-Caslle em 21 dias, coin garrafas, e carvão de pedra; 8 pessoas de trip., e 9 pas-sag. Contigna-se a Henry Leyh 5^ C." Escuna tngleza = Hilligrew = Cap. John Nove, de-Swansea, em 7 dias,- corn carvão de pedra; 6 pessoas de trip. Consigna-se a Henry James. ' ' Hiate do Arsenal = Santa Isabel ='Meslre Miguel António Marquês, da Vieira em 3 dias, com madeira para o Arsenal da Marinha y. 19 pessoas- de trip. ' - Cahique Portu^uez ==. Senhora do Carmo = Mestre João da Silva Vaz, de Setúbal em um dia-, com esparto; 10 pessoas dá trip. Barca S= Santo António e Almas = Mestre Francisco. Fernandes , de Olhfio em 4 dias, com peixe salgado; 12 pessoas de trip. • EMtUUcAÇÔKS SAlIIDAS. Corveta'Iriglezas=: Pearl. Vapor Inglez = Dom Jtiam = Cap. J. R. En-glcdne', para Cadiz conl a mesma carga com que entrou, « 27 passag.: Brigue Portugucz — Maria Cartola =Cnp'. José Francisc» Leça-, para o Ceará com esca-escala por S. Miguel, com assucar , cera, e sardinha, e 3 passag. Galeotn Dinainarq.=Eduard= Cap H. Bier Ground, par» Copenhague com sal, e fructa. Hiate Portuguez = Liberdade = Mestre António Thomás Carrilho, para Setúbal com en-cominendas. • •. Hiale Portuguez = Flor d'-Alcaceí = Meslre Luiz Firmino, pnraSetubal com encommendas. Cahique Portuguez = Senhora da Soledader= Meslre Sebuslino Martins, para Olhão com sal. Cahique Porluguez = Sen hora da Piedade~= Mestre Arvtunio dos Heis, para Faro com sal. Burca = Senhora do Rozario = Mestre António Alves, para- Foro com carga da Praça, encoaimendas, e 19 passag. • -Bateira =8. Jo9e'= Mestre João de Oliveira, para Villa Nova de MilfoiHes com encommendas, e um paSsng. ' ' • • Bordo da Corveta D. João 1.' surta na enseada de Paço d'Arcos", 29 de Julho de 1837. = António Gabriel Pereira Pessoa', Capitão de Fragata, Commándant*. ? '' Regitto do Porto em 29 de Julho de 1837. • • EMBAHCAÇÔKSENTRADAS. BARCO Portuguez = Restaurador = Mestre Joaquim José de SarUa Anna, de Setúbal'em 2 dias, com carvão,dê pedra, 'e cortiça ; 6 pessoas -de1 trip. •" • • \ • > Cahique1 Portuguez = Santo António e Al--rnas = Mestre Francisco- Martins, de Olhâo em ò dias, \con) peixe saldado; õ pessoas de •irip.-, »i uih passag. •• . *• .---••' •• Batâiru==SetihòrA da Piedade = Mestre Joaquim dê Macedo^ de Villa Nova'd» Milfontes em '3 dias,'corn carvão, • cera; 9 pessoas de .trip., e ô passa*.:- . ' Bateira = Conceição Feliz = Mestre Francisco de'Paula, de Setúbal em S dias, com carvão de pedra; 4 pessoas de trip. . EMBARCAÇÕES SABIDAS. , Escuna Hollandeza = Trek vogel = Câp. W. Spangerberg,-para Vlaardingem com sal, fru-cta, e cortiça. Hiate Portuguez —S. Joaquim e Santa Anna = Mestre Joaquim José Saldanha , para Se» tubal em lastro. • : Barco Portuguez=NovoEipeculadon=Mei-tre-Ignacio Alves, para Caminha'com sal, « 39 passag. Cahique Portuguez ±=Vehcedor Lusitano = Meslre José do O', para Faro com «ncomaien* das, e 11 passag. Cahique Portuguez = Conceição Pérola = Mestre Manoel Pereira, para- Olhâo com armamento, e 10 pasaag.- - Bole=S. José = Mestre Christovão dê Carvalho, para Villa Nova de Portimão em lastro. Bordo da Corveta D. João 1.*, surta na enseada de Paço d'Arcos , em 31 de Julho de 1837. = António Gabriel Pereira Festoa, Capitão de Fragata Commandante. AVISO. PELA Administração Geral dos Correios se faz publico que salmão a Q de Agosto para a Madeira a Escuna Providencia j e a li para o Rio de Janeiro a Barca Praieret e Alt-gria. As cartas serão lançadas até ú meia noite dos dias antecedentes. AWNUNC1OS. UIHTJL fel» C d« Agwto, n» Pr»;» Publica _ -dos LeilÍM, M Ido deaireBMUr cooioabi-limenlo d> 5.* partt do acu-.rilor, uma» cauina ru» do Teixeira, Trcgneila d» TncarntçJo,'qum. 15, e 16, aralladâ era fcOQOfOOO, e o teu rendimento em 105J600: p«g»m de foro 600 r«i«: i Efírivlo d* «rrenaluçSomNe- greiroi.__________________._________ . .- ^ a TJlíLÕ^Juijo d» 3.» Vara, 'e Cartório JL quei, ia eilá habiliUndo D.. Francii» D'Eipm , &s A|)ollctj do primeiro Emprctlltno .do CapiUl cada una de 100|000 réis, « dói tum. Ktnitiet: 17Í, ]8>J8, *Bt6, «J934, Í2M6, 246*7; S30S5, , K3684, S3685 , í3686 ,' e mali lima [ilicgnle. _______. '. . . •____________ „ T)»TRicto Joio CalTaiy, c*m Armaiem decaboi, eapre*-JL lei para naviot, na Praça dói tlotaiiilaVet H.* 13, ao caei doSadré, participa ao Pubjioo a devida poaMiulidade e pTomplldlo. ______- ;. ' . /TVtiBM quiíer comprar um piauno not» de«eU»lt»T»n dl V^ rija-te á rua direita de S. Cbriilovio D.* 31 ,"que li o pôde ver : o preço muito cora modo. • ' • ' *"" a no p»leo da Igreja de S. Paulo, d«rt» Cút» de•' no ^° ío Cirvalbo, aue M fax pelo Jujç. de Pai da BIMOMI Fregaeiia ( dói objecto» qoe M n|o arrenalaran no dia 19 do corretile, como ilo raovelí, .leil-cai, um relógio, 1074 taceoi parA gantroi, mtttde de dirtrl fragatai; iudo com grande modtOMçtft Aã ara|ia(Io que tinham , 01 quaet tio • pertencente» ao caiai do falleoído JoSo Manoel de Brito.______« ' LyiarrA feira 3 de Arosto, e diai leguiatc*, ís 10 hora», a S.' Ptdr» de Alcantnra, palatib '•, te ha de vender em líillo, parle par» U-quidar, niuiu a diferente njobilia de caia UMI}« , c porcelana, loiça da índia, muita caíqujnbav Inibe-1 rei da meta, bejouterla», candeeiro*, relojot, bandejai, hu>' ca de ferro, «ipingardU de «aça, chapjoi da «ol, pintura!;, tapetei, prata, brilbanlei, pecai de panno de lan r um 4iu-do e rico gabinete de .medalhai de ouro, prata, e.$pbr«f, arjv llddo pela lei, cofrei de ferro, ele., que tudo-Mlari pateprp ao publico de 3> feira 1.* do corrente em diante,"'alada»»», mo pira aquella* petsoai que tá M moVa a lua Idà^àlH « hera curioiidade. '__ 'im» n--^ Errata. — No Diário do Governo-.N^ÍiTíe^ Annuncio n." 4, onde se lê=cr««rorei do ausente'Jo^é Rodriguct Ferreira = deve lêr-se'=s José Gonçalves Ferreiro'. < . i .. :.'•. ,v.'»a:'.u\ REAL THEATRO DE-S.. CARLOS} '•'•:> SfcetrNDA feira 31 de Julho; 14.* 'rep'r&eftta-côo': Grande Galla ,'Anrtiversarib Natalício dê Sua Magestáde Imperial- a Senhora Do-queza dê Bragatíça : Opera-'±= Botltriz"o\sTenda s=.e ò»'très últimos actos d»-Dttnçà;=e!'A vingança dê Orna mulher.' '••-.•> •-'''_''' \ •' "•'•