O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Página 963

965

; Numero 199.

Annô 1837.

erttâ.

QUINTA FEIRA 24 DE AGOSTO;

j? . 3VIANÍEESTO DAS CORTES > ; • A' NAÇÃO*

A s Cortes Geraes, Extraordinárias, é Constituintes da Nação Porlugueza resolveram (unanimemente mandar publicar'o seguinte Manifesto :

Convencidos, por muito longa' e dolorosa .experiência, de que as nossas Leis furidameri-taes careciam de reforma, os Portuguezes rô-,clamaram o antigo, e nunca renunciado direito, dos naluraes destes lleinos, de haver recurso ás Cortes Constituintes da Nação.

O nosso principal defeito orgânico, o mais .unanimemente reconhecido, eia a viciosa e falsa .Representação Nacional, que, por" abuso da Carta, se tinha constituído: não era possível "aggravar para ella delia própria, nem esperar o°reuiedio do mal, da mesma origem delle. A .Nação appellou para quem convinha , e paia .queui devia. .

Deste seu antiquíssimo "direito, lào antigo como a Monorchia, nenhuma Constituição es-'.cripta podia privar o Povo Portuguez'; que pôr nenhuma estipulação nos obrigámos, nenhum juramento nos ligou a cedermos delle.

EsledireitQ, invocndo pelo Povo, foi reco-.'nhecido pela RAINHA, que daqucllè principio deriva a Sua tteal Coiôa, donde nós a nossa liberdade. Con'vocaram-se as Cortes Coristitíiin-tes," e com o mesmo direito tom que eai La-roego nossos Avós declarttrnm que eram livres e se queriam constituir como ia es; coih p mes-'mo direito cor» que em Coimbra alteraram a Lei fundamental e o-ordem da Dynastia ; com o mesmo direito coth que, depois da revolução 'de 1640, reslí.beleceraiii e declararmii a antiga 'Constituição do Estado, é deferiram a Coroa á Sereníssima Casa.de Bragança ; com o mesmo direito coi»que em 1822 Ibi i (-formada essa antiga Constituição, entraram as Cortes Constituintes de 1837 na revisão e modificações 'do Pacto Social.

' Em todas nquellas epoclias gloiiosas, as facções disputaram sempre ao Povo, e ás Cortes suas representantes,'o inauforivel direito de que usavam. Hoje succede outro tunto, e por iguues motivos. Os defeitos e abusos das Constituições antigas davam larga á. dominação dos validos, e ao desperdício da fazenda publica. Como podiam

Fortes com o podôr que imprudentemente lhes havíamos deixado, ricos ainda da substancia pública com que durante séculos tinhairfengros; sado, os inimigos do povo, os mesmos que sempre, os'mesmos que hoje apparecem em campoconirnelle, poderam vencer-nos cm 1823, porque nds acharam desarmados: dissolveram tumultuariamente a 'Representação Nacional; ímpozerain mãbs violentas em muitos dos Eleitos do Povo; e arinularam, de puro arbítrio, a Constituição do Estado. "Outro tanto" tinham feito os Filippes; outro tanto fez depois o ex-Infanle D. Miguel. Nenhum desses factos violentos alterou o direito, que permaneceu o mes-ino. As Cortes protestaram solemnemente por dlc; e aquelle protesto ficou gravado no coração dos Portuguezes: não csquçceu, não ha de esotuecer nunca neste-paiz.

A consciência remordia aos tyrahnoá pelo crirrie comettido : foi um grito dessa-consciência a traidora proclamação de Villa Franca, que nos prouietiia outra Constituição livre, a troco da roubada. Nós ouvimos em silencio a promessa, como quem antevia o cumprimento qup ella havia de ter. ' '

Iguaes promessas nos fazem hoja : sabemos já o que ellas valem. As palavras são idênticas, os fiadores os mesmos1, e de" mais á mais experimentados.'

O Senhor D. PEDRO IV, de saudosa tne-rnoria , esse Príncipe Generoso e Magnânimo que.duas vezes nos libertou, longa e porfiada-mente teve que lucltfr com esta mesma facção, antes quo podcsse, não dar como falsamente se diz, mas propor a sua Carla/ú acceitacão nacional. ' "

Estão ainda muito vivas na memória dos Portuguezes as intrigas rcjue precederam o juramento da Carta, ás q'ue trouxeram a regência do usurpador, as q'ué prepararam e consolidaram a'usurpação.

Como, e porque asliàvemòs nós de esquecer? Porque alguns dos que então foram, e hoje tornam a declarar-se, inirrligos do Povo, estiveram depois em nossas fileiras e combateram a tyrannia? Certamente pelejaram e nos ajudaram, a vencer;'mas em quanto elles, á custa de nosso sangue, 'de nossas vidas, de nossa fazenda, ganharam honras c riqiièzas, nós vemos ainda as nossas casas em minas, e os nossos campos' em baldio. Os ossos de nossos irmãos alvejam ainda insepultos por esses desertos onde foram' os arrebaldes de Lisboa e do Porto; e elles, insaciáveis demando e de ouro, já desembainham a espada contra o Povo, porque o Povo não quer ser esmagado outra vez. -

E' verdade que pelejaram por nós contra a usurpação; mas para inulilisar, por hm, todo o f r vi c to de nossos sacrifícios, «'essa deplorável Convenção de Evora-Monle , que restaurou a guerra civil, e entregou de novo á sorte dos combates a questão , já decidida, da liberdade da Península, e as Coroas Constitucionaes de duas jovens e trahidas Rainhas.

Aquella Convenção escandalosa, feita unicamente para proteger os Chefes e principaes culpados, nunca serviu de escudo aos infelizes e alluemados, a quem só devera amparar. Desde esse momento a Nação Portugueza não pôde mais confiar nos que assim à perdiam e vendiam. Os Portuguezes^sn^ generosos e indulgentes; queriam e querem perdoar e esquecer : então desejavam, assim como boje desejam, 'a paz e a reconciliação da Fainilia'Portugueza. Mas para aquelles que nos ófferecem guerra, que recusam a mão de irmãos que lhes estendemos, e que entregam ao sacrificKK tanta victima i n» hocenle de sua ambição desordenada, para com esses a Nação Pprtugue/a nào pótíe s«r generosa. ' ' t

E ainda nos faliam em liberdade! Não a queremos por certo, liberdade que'do taes mãos nos venha l Sabemos o que ella significa. Longe vá o funesto presente da traição.'

A Nação Portugueza tinha acceitado a Carta: nem o nega, nem o desagradece. Acceitou-a do mesmo modo e com as mesmas obrigações com que acceilára a'Constituição de Lamego, e as reformas constitucionaes de Coimbra e de Lisboa. Nenhum povo ainda estipulou, nem podia estipular, que ha de conservar intacta uma Lei, seja qual for, apesar "dos vícios que lhe venha a descobrir, dos defeitos que a experiência lhe moitre, dos abusos a'que na pratica der occasião. • " Nós jurámos a Carta; mas esse' juramento

hão absolveu de outros maií antigos. Jurámos a Carla, mas não jurámos os(flagícios que 'á sombra delia se acoitaram. Pelejámos por ella; rnas o sangue que vertemos nem sanctificou 'os erros que ella continha, nem se derramou pelo titulo e algarismos de sua data, senão pelos bons princípios que encerra. A esses ficámos . sempre, estamos ainda fieis.

Só as leis de' Deos e dá natureza" são imrnu-táveís; e e' insultar a razão humana, é blasfemar do Creador o pretender essa qualidade para as leis dos homens.

A. legitimidade da Carta hão vinha só dá proposição Real, que teria sido nulla sem -ò acceite da Nação. Essa era a mesrna legitimidade da CONSTITUIÇÃO de 1822; essa é a mesma legitimidade que hoje anthorisâ os trabalhos e a missão das Cortes Constituintes. r

Concidadãos, esta missão alta e difíicil estava a ponto de completar-se. Mas aquella falsa representação nacional, 'que era o primeiro vicio do antigo regimen , por tal modo tinha, deixado devastar a fazenda publica , que as Cortes não acharam nem renda nem crédito, mas a metade do Reino empenhado em Londres , 'a outra metade devida e perdida em casa. Cumpria accúdir logo a este mal. E escolher, entre os gravames que nos.víamos forçados a impôr-vos, os menos pesados, nem era fácil, nem prompto de fazer.

Ate este* fnal vos causaram os destruidores de vossa riqueza, que para amparar as ruinas que deixaram, para ter com que pagar as dividas enormes eiri que gravaram o Thesouro Publico, foi mister gastar muito tempo, e demorar a conclusão da Lei Fundamental do Estado.: -E todavia ia completar-se, quando os facciosos, vendo imrninehte a sua perda ria reconcilia-» cão dos Portuguezes, e no restabelecimento dá ordem legal, cega é loucamente romperam nes-i sãs'tentativas de revolução, que á sensatez nacional pôr" toda a^ parte repelle, -nias ás quaes a força do ouro é dás intrigas" poderatn i m molar algumas victimas.

Forçoso foi suspender os nossos trabalhos con^ stitulivos para .salvar o decoro nacional; que não tomasse "a rebellião por cotlcessòes o quê entre Cidadãos pacíficos se estava estipulando.

Km .poucos dias, expulsa a facção para longe, nós reparaiemos o tempo, que agora se não" perde, porque todo o consagramos ao empenhp de defender á Liberdade.

Portuguezes, lembremo-nos de quê esta- não" é a guerra" de um partido contra outro partido.-' Se tal fora, tão criminosos seriamos uns como outros. Da nossa parte e' a Nação como ella apparcceu em Agosto de 1820, como ella se^ • mostrou em Setembro, e mais decididamente em'Novembro de 1836, unida, unanime, invencível. Da parte dos facciosos o que está! Alguns soldados seduzidos. Nem a população de uma aldeã os seguiu ainda ; nem uríl Corpo do Exercito poderam arrastar ao seu partido.

Elles só tem um rneio único de vencer. E' p de lançar a discórdia entre nós, despenhando-nos na anarchia, para ahi affogárem a liberdade com a precisão do' despotismo» Este é o seu pensamento íntimo, que por tantos modos revelam. Estejamos nós precavidos, que a sua victoria é impossível.

Procedamos como Nação. A desordem é para as facções. Os grandes movimentos nacio-naes são gravemente solemnes c ordenados, fortes'de sua unidade, invencíveis pela regularidade com que rtiaríhain.

A Nação está armada;' e as populações du Lisboa'e Poítd-, que triumpharatn dos oitenu mil soldados de D: AJigusl» basta. q<_ p='p' se='se' mos-='mos-'>

Página 964

DIÁRIO DO GOVERNO.

trctn a esse punhado de rebeldes para os dissipar.

Sainmns pois a campo, que nem combater senV preciso. Mus saiamos com ordem ; que não vmnos calm no laço que os inimigos estrangeiros e domésticos nos esttto omitindo. Assim , e pura os mesmos fins, arrojaram elles a França aos horrores daquella espantosa revolução em , que a Liberdade su •nftbgnii no mesmo pegão de sangue, donde surgiu o despotismo.

Concidadãos, os -vossos Representantes merecem n vossn -confiança, Duscangai o animo : elle velnm no doposi Io -sagrado que Ityes confiastes. Morreremos, se cumprir, defendendo-o*; roas em quanto vivermos, a liberdade do» Por-tuguezes,- as prerogalivns do Throno da Sua RAINHV, a Monarcína Constitucional e Representativa , qnal no -Ia entregou o Mandato do Povo, níio ha de ser tocaila-por mãos profanas. Palac-io dasCòrtes, em 22 de Agosto de 1837. = Maçaria de Castro , Presidente = Joaquim yelloío ria Cruz, Deputado Secretario'±= Fer-nQ.»do Maria do Prado Pereira, Deputado Se-crcUtrio;^; Custodio 'Rebello de Carval/io, De--pulpdo Sécrctanos=/osé da Catta Sousa Pinto J2aeto , Deputado Secretario.

y*f"~*— "-•"•7'» ' '•'',.' .',""7''f SECB^TA.EIA BE ESTADO .DOS NEGÓCIOS DO B^VNO.

2.-a Repartição.

MA'NDA a RAINHA declarar ao Administrador • GeroJ Juteriiio de Évora, .cm resposta ao sen Ofiic.io n.° 114, sobre a organisaçjào 3eum Corpo. da Guarda Nacional JJliovel , que nào sendo os-Jurados expressamente Compreendidos na* disposições do Decreto de 11 de Fevereiro de 1836, e.ppdendo facilmente ser substituídos no Audiência, devem por ta n to -en Ira r segundo «s suns circiimstnneias no alistamento do referido Corpo; — P outro sim, que os OSiciaes, ou Officiaes inferiores da Guarda Nacional actual, qtie forem alistados no Corpo Movei, serão considerados nelle como simpleã.Soldados, em quanto não forem .eleitos de novo; — tanto m cus, qunnto7 dissolvido que seja o Corpo Movei, leni o direito de voltar ao antigo Corpo nos Postos-, que T)e!le actualmente occupam. Poço -dws Necessidades, em 23 de Agosto de 1837. ;£: Jujio Gome» dq Silva Sa)iches*

3." Repartição,

TENDO sidd presente a SuaMagestade a RAINHA" o Orneio do Administrador tfreral in-íerino d-o Districto de Coimbra, de 11 de Julho passado, que acompanha a cópia da Representação da Cama-ra Municipal do Concç-)ho de Pena-Cô^va , em que pede providencias para ser desagravada da oITensa que julga -ter-se-lhe feito -ppla Imprensa Periódica n' uni artigo publicado no,— Nacional = ; Manda , peja Secretaria, d' Estado dos Negoccos do Reino, participar ao duo Administrador 'Geral, que ao .Governo não -compete prover sobre o objecto da iwncinnada Representação, e que *e a di ia Camará , se jnjga offendida, pôde, pelo meio da Imprensa , Usar dos recursos estabelecidos nn Lei, o que o mesmo Administrador Geral lhe fura- conjlor nesta conformidade. Palácio das. Necessidades, em 23 de Agosto de 1837. Gomei da Silva Sanckcs,

Repartição,

M AND v a RATÍ^HA, pela Secretaria de Estado dos Negócios do Reino, (fue o Administrador 'Geral da Lisboa faço entregar no Poder Judicial, para ser processado na conformidade das Leis, o ipdividuo mencionado no seu Officio n." 327, de li> do corrente, que fora prezo por apresentar no Thesouro Publico um Padrão falso. Palácio das Necessidades, cm 29 de AgoHo de 1837. = Júlio Gomg» ,da Silva Sandice .

4.a Repartição.

SENDO presente» a Sua Mágeslnde -a RAINHA o Oiíicio n." 2'i'J, datotío de 18 do -corren-IP, em que o Administrador Cfer.al de Gastei Io Branco expõ,e os -revoltosos occuparam pquplla Cidade, recusando fazer a ncclnuiaçào da u boi ida Carta Constitucional de 182(>, que pelos mesmos revoltosos lhes foi ordenada , e uiantcndosti sempre fieis á Constituição de ISÍS; dtstinguinrio-se sobre todos o AdiuinistjHdor do Concelho da Seria, pela coragem, cow,quo respondeu aos revoltosos, que considerando aquella revolução, puramente mi-litur, olle se considera ri.i fiel ao seu dever, em quanto não visse que a, Nnçào se pronunciava porella: Manda a Mesma Augusta Senhora, que o referido Administrador Geral louve, cm Seu Real Nome, as sobreditas Camar7. =Ju~ lio Comes da Silva Sanefas.

.4.* Repor lf

MANOA a RAINHA, pela Secretaria d'Eslado dos Negócios do Reino, participar ao Administrador Geral deBr^gafiça, para sua in-telligencia e execução, que Houve por bem Ap-provar as medidas mencionadas no Officio n." 193, que elle dirigia por este Ministério com data de 12 decorrente; Esperando Sua* Mag.es-•lade que o dito Administrador continuara os seus bons serviços com o mesmp xelo e actividade, a fim de se poder consolidar o socego « tnmquillidade publica em todas as Províncias do Reino. Pala-cio das Necessidades, em 23 de Agosto de 1837. = /tíWo Cromes da Silpa San-ches. ---

4.* Repartição.

FOBAM presentes p Sun Mogestade a RAINHA os Õíficiós numl 127a 130 do Administrador <_3ernl necessidades='necessidades' decreto='decreto' consideração='consideração' algumas='algumas' sanchea.='sanchea.' acabar='acabar' empenho='empenho' évora='évora' participar='participar' resolução='resolução' oofíiciò='oofíiciò' _1837.='/u//o' redondo='redondo' ao='ao' ap='ap' rcpeito='rcpeito' as='as' prevenido='prevenido' feia='feia' regem.='regem.' ajudar='ajudar' secretaria='secretaria' próvnr='próvnr' guarda='guarda' sua='sua' seus='seus' negócios='negócios' dos='dos' instituições='instituições' tomada='tomada' por='por' _128='_128' doqnclla='doqnclla' _='_' corrente='corrente' a='a' e='e' nacionu='nacionu' ta='ta' o='o' p='p' naciona='naciona' merecer='merecer' esforços='esforços' incorporar='incorporar' econsolidar='econsolidar' qual='qual' manda='manda' da='da' devendo='devendo' com='com' mageslade='mageslade' n.='n.' mesma='mesma' de='de' silva='silva' data='data' bem='bem' do='do' movei='movei' proposto='proposto' soldo='soldo' cavallaria='cavallaria' resposta='resposta' das='das' _6lle='_6lle' vem='vem' administrador='administrador' reino='reino' geral='geral' em='em' dêslado='dêslado' esse='esse' concelho='concelho' hoje='hoje' na='na' será='será' _9='_9' tag0:_='vid:_' nação='nação' revolta='revolta' batalhão='batalhão' que='que' no='no' cidade='cidade' espirito='espirito' for='for' houy-e='houy-e' cotn='cotn' forma='forma' praças='praças' senhora='senhora' disso='disso' incansáveis='incansáveis' _21='_21' agosto='agosto' dar-lhe='dar-lhe' _23='_23' _.que='_.que' medida='medida' go='go' é='é' aunis='aunis' qualquer='qualquer' dito='dito' mês='mês' ha='ha' palácio='palácio' iros='iros' tracto='tracto' quanto='quanto' xmlns:tag0='urn:x-prefix:vid'>

ESTANDO Sua Mngestade, a RAINHA, firme-inente resolvida a empregar todos osmeio: necessários, assim para combater a rebellião i punir os authorcs e complices delia, como pá rã reprimir severamente a desobediência ás au-thoridadcs, e quaesqucr actos e desordens, que, em menoscabo das Leis, sejam praticados con, tra a propriedade e segurança individual dói Cid.idàos pacificos': Monda a Mesma Augusta Senhora, pela Secretaria d'Estodo dos Negócios do Reino, que o Administrador Geral 111 terino de Lisboa tome as mais enérgicas -e ben concertados medidas para obstar a que os le-vollosos sojnm por qualquer modo auxiliados e u fim duque continue inalterada a tranquilli-dade da Capital, e se nào commett.i acto ai gnm de vindicta particular. Ptilncio dasNcces-sid.ades, etn 23 de Agosto de 1837.=/w/zo Go mês da Silva Sanches.

4.* Repnrtiçno. "C^oi presente a Su» Mogestade a RAINHA o •*- OlTicio n." 23, do Adminiatiador Çerul de Portalegre, dando parte de'ler»-m sido coptu rados pelaõuarda Nacionvl Uu \7eiros seis mal feitores, -que haviam assaltado alguns homen do campo, e tinbom ferido com a maior crur;! dade onze d'errtre elles que se achavam dormin do ; E a mesma Augusta Senhora , mandando louvar o dita Guarda Nacional pela proinpti dão e zelo com que se prestou úquulla deligen cia. Ordena, que os malfeitores sejam entregue ao Poder Judiciário, a fim de serem iinmudia tumente proceslados, e punjdps com lodo o ri gor das Leis. Palácio das Necessidades, em 2.' de Agosto de 1837. = Júlio Gomes da Silva San che». ---------

4.* Repartição.

TENDO apparecido proximamento na circula cão, grande quantidade de moeda falsa de quatrocentos e oitenta reis-, com indícios de haver sido importada dos Paizes Estrangeiros e convindo que sobre «ste prejudicialis>imo «bu só se tomem as medid.is ericrgicos, e prompta providencias, reclamadas u lê pela rauitu siiui íhança,'qutí tem a moeda fajsn -coin a verdadeira : Manda .a RAINHA, pela Secretaria d^Es lado dos Negócios do Reino', que ns Autiiori dades Administrativos dependentes dwte Miiiis

.erio procurando investigar a existência do facto, e descobrir osfabricadores da referida naoe« da, ou os seus introductores, procedam acúva«i incute contra os dtlijuqiifrrtee, entregando-os,coni os Autos de investigação no JP-edc-r Judicial , para serem punidos «mi -toda -a-severidade -do. Lei, e adoptando desde logo as medidas de sua competência, que forem necessárias, para ala» Ihor este mal, proponham quacsquer oulfas, que ^nra o dito fim dc»endei«íA- ao concurso das Cofies, ou da Snncçno do Go-M«|-no. O quu «ssini se participa ao Administrador Geral de Lisbon para sua inVellig«ncia , e execução na parto que lhe toca. Pulado das Neceisidadcs, «m 12 de Agosto d« 18^7. = JtUfo Gomes da Silva Sanclict.

Idênticas se expediram aos mais Administradores Geraes do Reino, e d<_ p='p' ultrajnar.='ultrajnar.'>

THESOURO PUBLICO NACIONAL.

CHEGANDO ao Conhecimento de Sua Mages-tade a RAISH.A , pelas, informações que se houveram, B fim de s»lisfa?er-se á proposta do Senhor Deputado (já Nação Portugueza , António Joaquim Barjonn, feita em Sessão do dia oito de Março do coirenle anno, que na arre-niataçfto d» renda do* Bene do Hospital de S. Lázaro em Coimbra, em vez de terem precedido os solemnidad,e3 -legacs,xfòra ao contrario concluída com precipUdção, {Ilegalidade, c até contra o disposto no Decreto d.e 3 de Agosto de 17yO; por quanto sendo o arrematante da mesma icnda Jostí da Costa Alves Ribeiro, conhecido como rendeiro de rendas publicas, nãt> podia ser ndmiltidç a licitar, sem qUe nesste acto apresentasse CeHidào, pdr onde constasse estar concnle com a Fazenda Publica,' que de facto se mostra não estur , e tanto que contrd elle corro execução fisçul: qíie também seomit-tíia a nffixação de Edilacs na Villa de Monte-mór o Velho, em cujo caifipo são situadas as terras do mesmo Hospital; c que mesmo era Coimbra, local aonde se efrectuou o arrematação, não houve a precisa publicidade, por isso que muitas pessoas que pertendinm licitar, não tiveram noticia do dia 'da Praça: por todos estes motivos, e Con forVn ando-Se a Mesma Augusta Senhora com o parecer emitlido sobre-este assumpto pelo Conselheiro Prórurnddr Geral da Fazenda, Ha por bem, annul/nndo a sobredita arrematação da renda dos Behs do Hospital de S. Luzaro em Coimbra, Oídonar pelo T-liesouro Publico Nacional, que o Administrador Geral daquella Dislticto faça proceder a nova Praça, em que se guardarfio as s,o-lemnidades recommendadas na Lei, dando parte do ifcsuliado. Tliesouio Publico Nacional r 23 de Agosto de.l837. = 7o(ío de Oliveira.

TRIBUNAL DE JUSTIÇA. '

Nos Autos Cíveis vindos da Relação dof Porlo, nosquaes são Recorrentes Manoel Coelho da Moita Prego, e outros : Q.° Recorrente Da-mião Pereira da Silva Sousa Menezes, e Recorrido João António Coelho, se profeiiu.^ Acórdão seguinte :

Página 965

DIÁRIO O O

963

j?xov;ado,s, /iMiviando-sb .pertinazmente o Juiz de Direito de suns privativas, e irijsejjaraveis nltrilxni.ções, veio indevidamente polo jndistin-.c.to « absoluto -do quesito 3.° a.coasútuir oJury J.UI2 nã,o 60 ,do facto, mas assJitft também do direito, com_ manifesta violação da;Lej., De.-ciaram por tanto nnllo o. processo', e mandam, q»e - ©s rAuios baixem- á ,priim«ira\1in,slapcia , pa'ra'rqne ahi pnle outro Juiz-sq-proceda a nova instrucçào, nov-os. debates , e no.va decisão, segundo a Lei. .Lisboa, 14- de, fago$lo de; 1837. = Frias. z=> Doutor Camello.^VelIcz Caldeiro. = Cardoso. = Osório. = Barão 4e P-erafua. Está conforme. c=O Secretario, José Afaria "(La .Silveira JEstrella. r • • , .

Parle não

r' SESSÃO EM 23 DE \GOSTO DE 1837.

As onze horas e, meia nbrin-se a Cessão, es-tnndo" presentes 59 Srs. lití.p.utadys. Leu-se a Acta' da Sessão antecedente que foi approvada. . , - _

Ordem do Dia. Discussão do seguinte • . , ,

• Projecto de Lei. Artigo único. Aos Corpos da, Guarda Nacional, empregados cm serviço activo fora dos seus Quartéis permanentes, abono r-so-hno os mesmos vencimentos que percebem os Batalhões Provisórios emíerv.içosimilhsnte. Sala doCon-, gresso, 9 de Agosto de 1837. ±=Barão da Ri beira de Sabrosa.

•A CommUsão de Administração Publica , a quam foi enviada a Proposta do Sr. Deputado Barão- de Sabrosa , para a relatar com p seu parecer, apprová a mesma Prqposta em toda n sim extensão. Casa da Commissâo, 17 de Agosto de 1837. czJosé Ignacio Pereira Der-jamado.= Manôei-Antonio de Vaaco.njqellos. = B. Cabral. =^= A. J. Barjona.'== José .Caetano de Campos.

Vários Srs. Deputados fallaram sobre .a mn--teria, concordando todos em principio?, e offe-recénclo difTerentes .emendas; 'a final julgada a jrnateria sufticienlernente. discutida.., ,e proceden-(do-sê á votação foi approvada a seguinte

• ^Emenda.

Approvando as Cortes a matéria do Parecer da Connnissíto de Administração entende, que o Governo tem nas faculdades que lhe foram concedidas, o mc-io de attender a todo e qualquer serviço prestado pela Guarda Nacional a favor do Pa iz.^= Vieira de Castro-

Ficando 'assim prejudicadas .todas as outras emendas.

Sígimda parle da Ordem

O quesito do Sr. Alberto Carlos = Se naex-

flusão do pagamento de um tributo, os bens

inoveis, se entendem incluídas as Fazendas de

rConimérciò. ' •

• Foi suscitada uma larga discussão sobre este

•objecto, a,presentnndo-se difTerentes ide'as, era-

'.ZÒPS pela maior, parte, mostrando que seria in-

justo -isentar as; fazendas 'de Commercio.-

Ju-lpjada a matéria suficientemente discutida. O Sr. Albsrto Ca~rlos 'pediu , que á palavra eommcrcio se accrescentosse,~ e industria.

Procedendo-te anotação em primeiro logar, •se o» cffeitos de cormnercio c industria ficavam •sujeitos a um imposto, venceu-se que sim.

Venceu-se mais, que todas asoulras emendas fossem remettidas.á Conumssào.

A-inda houve utna pequena questão sobre bens empbyteuticos suscitada pelo Sr. Leonel ; e se devia haver uni in,ioimò na transmissão dcqual-quer propriedade sobre qu« deve recahir o imposto. . .

Quanto aos bens emphyteiiticos, propoz o

4?r. Leonel , que ee a Commissão quando redi-

gir o Projecto se achar algurn embaraço ft .res-

feito destas bçns >ella proponha q que julgar

-conveniente. — Foi -approvada esta idea.

Continuou a yot.açâo pêlo seguinte modo: _

Deve.Jiayer jjm minimo p baixo do qual não

jctave Ua ver limpado, tanto nos moveis, como

«emo vantes, direitos, e acções? — Sim.

•Deve -ser í> mesmo seja qqal for a natureza

Sim.

flí-te.rjúnifnp.seja do total -dá herança ?

Ha-vja dífíerentes- opiniões sobre qual devia 'ser o' mínimo; o maior era" do Sr. Visconde de J''onte Arcada de ^.OOO^rs. , c o menor do Sr: Alberto Carlos de 5Q& rs.

Consultado o Congresso votou,, que'p mini-mo fosse de 100$ rs.1 ;

•O Sr. Ministro dot-Negocioç .do Reino,pai-.ticipou ao Congresso, cftjç

O Sr. A. Garrett pediu, e obteve-*» -palavra •para fazer nm Requerimento q-uc depois defun damentar mandou para a Mesa. Requerimento Com urgência. >i;

1." Que o Projecto de Constituição já ap-provado na sua generalidade, volte ú Commissão para Se redigir desde já os matérias versadas nos Artigos já votados.

2.° Para extrahir e separar os matérias regulamentares que alli se acham na parte não votada, e propor em tempo conveniente um Projecto de Lei separado.

3.° Para separar o que

-. O Sr. José Estevão, Leonel, e Lourenço Jo-,se'AJoniz sustentaram o Requerimento, assim como o Sr. Barjorja ; ainda mais alguns Srs. (fatiaram a este respeito; mas-tendo dado a-ho-ra não prcgrediu a discussão;, e dando o Sr. Presidente a Ordem do dia para amanhã, fechou a Sessão. , ______

TENDO-SE procedido, em Sessão de hontem , nas Cortes Geraes, Extraordinárias, e Constituintes da Nação Portugueza , á eleição de Presidente, e Vice-Prcsidente das mesmas .Cortes, para o inez .seguinte, foram reeleitos, Presidente .o III m." e Exm.° Sr. ÂJacano de Castro; e Vice-Presidente o Illm.°e Exra.°Sr Lourenço José' Moniz.' O que cm virtude do disposto no respectivo Regimento interno, se fa;r publico. Palácio das Cortes, em 22 de Agosto de 1837. = Miguel Ferreira da Costa, ,Of-•ficial Maior Graduado, Director.

LISBOA , 22 DE AGOSTO.

HONTEM Spgunda feira,.pelas cinco horns da taide, chegaram as malas do Pqrlo, Coimbra , Vizeu, .e Condeixa, que tinham faltado de manhã. Não ste entregaram bontem mesmo as cartas, neth sé pbderam entregar antes das nove horas da manhã de hoje, por folla.de Em pregados, apesar de toda a aclWdade dos pou cos quo restam na Administração, que para esse eflVito se deslocaram de suas respectivas Re-.partições.

Mui útil, e mui necessário é sem duvida o Serviço da Guarda Nacional; e muito convém que os Empregado8*Pi>blicos sejam os primeiros a dar o exemplo ao» demais Cidadãos desta Heróica Cidade; mas como obem-estar desses mesmos Cidadãos, e a segurança publica de todos os Portuguezes depende de que em certas Repartições exista um numero suficiente de Empregados para se poder fazer, (ainda que a custo) o serviço do expediente ordinário, não devem os demais Guardas Nacionaes estranhar, que alguns poucos dos seus Camaradas que são indispensáveis para esse expediente, sejam isen-,los do Serviço ordinário da Guarda-Nacional, para o que o Governo lerá o cuidado de chamar de preferencia aquelles que por ?ua idade ou'moléstias menos falta fizerem nas fileiras.

Rcceberarn-se as malas de Madrid com a correspondência de 15 do corrente-: por ulla se vê que os facciosos se retiraram para a Granja e Segovia (a onze legoas da capital) logo que se aproximou o Conde de Luchana com a sua y^-lente divisão. Esta,ia marcliar immediatarnente contra os mesmos facciosos, ao mesmo passo que o General Bucrens, com,sete mil infantes e,setecentos cayallos, persegue o pietcndente. O General Oraa segue, com a sua forte di\i-ão, como corpo de reserva ás' duas outras que a procedem. As anuas da Ruinha -teip tido coii-s.i(icraveÍ8 vantagens na Catalunha; a nas Pro-vincius do Norte itacja Jcm acontecido de importância. .,...• • . - --.

ASÍNOEK.IDAOE da-nosso penna Jeva-nos hoje a escrever quatro verdades intuitivas, que •não -será vão pizar,-e repizar. - •

'Temos á porta n guerrilha dos Mnrecbaes, ç , •que veiu ella fazer alli? Nada: absolutamente oada. Rou-bar o,Povo que está occupando é o-.máximo ofíeito da sua tarifa. ,

Se quiz intimidar os nossos belligerantes, ou osiCidadãos, por ora inermes1, porém da nossa cominunhii-o pntfiotica, illudiu-se, porque -aã Guardas Naciotwes exultaram cott) asapparen-cias de pioxiuao confliclo, o Batalhão do Arsenal já não pôde conter a afíluencla de Soldados veteranos .que chovem de toda a. parte í» -unir-se-.lhe, e o idoso pai de famílias vacilja na escolha de armas com que preferivelmente devfi correr, ou arrastrar-se para as linhas^ se1 o mo* manto chegar. v

Quereria aguerrilha erguer alento nos seus fascinados, que entre nós .giram incplumes? Queria ,> sim; mas sortiu-lhe contrario effeito, á proporção que vão vendo quão pigmeu se lhe torna o seu punhadinho, -olhando para a gi--gantesca, e colossal altitude da Capital. • > Quereria a facciosa guerrilha tentar nossos mu--ros? Talvez sim; porque muitas vezes temos visto enraivados gozos ladrar estrepitosamente contra a lua, cuja inalterável, carreira nós imitamos, indo por diante em nosso giro, sem de taes latidos curarmos.

Sé pois a Capital se acha tão forte (dia por entre dentes a caterva delles) por que nfio manda a/agayar , esmechar, 6' anrnquilar esse pif-nhadinho que a inquieta? Por que não franquea passo aos temerários, certa de os esmagar, quando os tenha aos braços? Diremos porque; mas não respondendo a ellcs, e só indicando a verdade aos incautos, o frágeis, em cujos pequenos ânimos poderia tal pergunta pesar por momentos.

Os Marechaes, cobertos do horror do cri mo atrocíssimo, e fazendo com elle reviver asquerosas feridas de terríveis precedentes, que suas . ridas encerram, são hoje vpventes sugmntisados com n execração universal; e corta-los em miúdos pedaços, ou detê-los inteiros no1 grão de vilipendio que se acarretaram, é indifferentissimo.

A chusma de emfeelêcos, que para elles tem. fugido, incapaz de bater-se, e que vai apenas .pescar Empregos no mar das possibilidades improváveis, é menos

E porque .não sahis vós a combateV .os Soldados de Linha, em que sã Coinprchende ctivnl-leria , que d'antes era boa, e inda urp par de bayonetas? E' por isso mesmo: os SuWndDS, •que não intendem mais, e que vertn á sua frente homens, "que foram seus Generaes , quand1» elles faziam cousas que a Nação bcindiaia, julgam que essefr Generaes os não enganam, e os chamam, e os guiam para a boa par-te : retalhar, aquelles miseráveis, n'inn -Paiz que tantos .homens tem perdido, c por tão varias maneiras,-seria punir em Pedro a enormidade dês crimes de Paulo, séria olhar para a guerra crtm .olho.s de bárbaro, só como guerra,'sem coadunar os movimentos delia com os interesses da Nação; e, por .certo, não foi parq ser barba-rps que nós padecemos na fieira dos sacrifícios, tudo quanto um Povo virtuoso é capai de en-.carar, e exercer.

Não. será eterna, nem longa a crise-: o dcs-.enlace a alguém doera muito ; mas doer á Ja Culpados, e só, por mero acaso, terá de 'affligir jnscios e incautos, que todo o Governo-de bcía fé strictamente deve-poupar, «trazer ao grémio.

----------:------ „ 11 «J BflgM C.'» -------------•• " ' { -

VARIEDADES,

Morte de JPllnio o, Naturalista. >

As .sciencias tem também seus heroes. -Nem .só no campo de bAtalha ; .busca o homem

uma morte gloriosa quc-cternisa sua memória. .O sábio que no retiro ,do seu gabuiote ,indnga os segredos da natureza, ^e, penetra seuíjinys^-rios para os revelar á admiração,cie seus.&iflk-Ihanies, ás vezes arrosta .os mais imminentes .perigos^ e é victinia de seu arrdjoj.je de,scu desejo desabar. Etnprehende- perigosas .viagens;, desafia o Ímpeto ;dos. furacões, e o (furor .das tormentas, atravessa desertos,.Bolta",montanhas, .soífre o sol do;equador, o ,frio>dolpola,. c' tem que luctar com os.obstacijlpsdanatuccza jaculr ta, e com a ferocidade dos selvagens'. • A irrupção de um volcão, um terremoto, o.iaio^ nào

Página 966

966

DIÁRIO DO GOVERNO.

Vaes senão a idéa de um perigo a que deve "acompanhar o espanto e a fuga. Um naturolis-la cheio de enlhusiasmo pela sua sciencia, vê restes fenómenos destruidores nma prova da energia e do poder da divindade a qivetn ado-Ya, e sereno e gostoso aproxima-Be u ouvir os oráculos que pronuncia entre'mortes e ruínas. Muitos costumam encontrar á custa de perigos, n custa de trabalhos o anelhado termo de seus desejos. Outros menos felizes terminam a sua triuinfante carreiro cheios de esperanças e livres dos terrores e dos remorsos quo nttribu-Jam os últimos instantes do maior parte dos homens. A sua morte é digna de invpjft ; mas a'humanidade enlutada deve lomenlor a sua irreparável perda-.

Entre o numero destas victimas sacrificados nas aras da sabedoria, iipparece como uma dns

• mais illuslres Plínio o Naturalista. Seus nn--inensos conhpcimcntos, sua applicação incansável , e sua laboriosidade sem exemplo, eram

•títulos sufficitínles para merecer o apreço de seus

• contemporâneos. Suas viiludes e seus escriptos deviam grangear-lhe a admiração da posteridade. Uma só de suas obras, escapada do naufrágio que submcrgio pnra sempre tantas :pra-

•ducções do génio antigo, bastou paro immor--ia'isar seu «orne. Como se tantos motivos de gloria não preenchessem a nobre ambição de Plínio, quiz coroar uma vida toda empregada no serviço da humanidade, com uma morte di-, 'gna da fua grande alma, digna de suo arden-•te sede de se immortalifinr.

iim Agosto do anilo de setenta e nove acha-va-so em Miseno com uma esquadra ás suas ordens. Sabedor dos primeiios annimcios da terrível erupção do Vesuvio que sepultou Hercu-lan j e Pompeya mandou aprotnptar um nnvlo ligeiro para observar de perto este prodígio. Ao embarcai' recebeu aviso da costa pedindo-l!ie auxilio alguns desgraçados para se retirarem por mar; dou iminediatameutc as suas disposições , e correu n soccorre-lo». Com a proa ,inclinada para q perigo, dirigin-st; ao sitio tão • temido, e q-uo todos-abandonavam horroiisados. Ouviu-se e'iião nnw iTiímeuda explosão, e o voleão lançou pelo seu imtnenso crator as»ma-•tcrias inílnmmndas que fe/menlavnin e ferviam ,cm sttns entranhas. Uma altíssima columna de .fumo se levantou ale aos Ceoa; c quando a .foiça vertical que a sustentava começou a en-fi aquecer, estendeu-se ao tedor, e derramou; uma copiosa chuva de cinza ardente e de pe-drus inllainmlidtn. O sol.obscureceu-se aos navegantes, e lis clinnimas que ás vezes dissipavam tis trevos, só sorviam porá illuminar uquel-. lê funesto quadro e ledobrar seu horror. A barca no entanto coberta de cinza e queb'rnda pelos golpes das pçdras, seguia impávida seu rutno. :

Como se não fossem bastantes 'estas scenai,

O génio do mal no entanto parece que se indignava ao contemplar a insuilante seguionça dn victime, e redobrou oá seus esforços, paru •ver se conseguia abater aquelle animo indoma-veJ, se alcançava triumfar de seu heroísmo. Já aporta se íáobstruindo com pedras ecin-

X, e os escravos aturdidos o arrancavam do o. 'Cobriram-lhe a cabeça para obstar a impressão do grani só inflammado que os feria sem •cessar, e conduziram-no para a costa, llucli-

nniam-se alli sobre a área para tomar algum , uesranço, quando um bramido espantoso os .commoveu. Aatmosplierailluminou-se, um mar

dn lavg ardente dilatou-se em todas as direcções ; e uma multidão de globos acesos espalhou o abrasado seio da tnantanha. As mulheres, e os escravos correram aterrados de medo ; só Plínio te levantou impávido para gosar de

tão sublime espectáculo. Pompônio abraçou-se l aos seus joelhos, e arrasados os olhos de lagrimas, cheio de impaciência, exclamou : 'Sá l vaie , adorado amigo, honra deste século, snlva-, te e anima a amortecida fogueira da nossa civi-liiaçâo. Não por ti,'por teus amigos, por léus compatriota», pela tciencia , cnifim, objecto de tv& adoração, e de teus «acrificios, conserva a tua preciosa existência. E quando, lhe respondia.elle com tomasperoso edesdenlioso, equan-do repetirá a natureza esta grandiosa lição? j4proveitemo-là, e, não desprescmos seus dons. •Ainda bem não tinha pronunciado estas palavras, uma densa nuvem de fumo sulfnreo os cercou. O heroe, cujo peito delicado na pôde resistir a uma impressão tão forte, cahiu suffo-cado nos braços da nmicade. " 1 Nunca a'providencia concedeu á virtude um fim mais-doce, mais glorioso, e mais digno de invoja. Os louros qnu cingem a fronte do guerreiro'não são todos seu*. Algumas folhas poderiam ser lecltiinadas pulo Subalterno, cujo •ardor rompeu as linhas inimigas, -pula constância e valor do soldado quo frustaram oa planos •do' Chefe inimigo: jVlas a corqa do sábio toda lhe peilenoc.^Njão1 acompanham seus fuiíernen os gemidos dos órfãos, nem as exeeiações das províncias devastadas. Só a posteridade ao derramar rosas sobre um ecpulchro, chora incon-.solavcl, considerando o numero de verdades que uma morte prematura tem encerrado debaixo

.daquulla lousa.

(Et Porvcnir.)

SERVIÇO DE MA&INHA.

Registo do Porto em 21 de Agosto de 1837.

EMBARCAÇÕES ENTRADAS.

ESCUNA de Guerra Portugueza = Esperança= Com. o 1.° Tenente Carlos Craveiro Lo-pe», do Porto em Q dias, e de Peniche em 6 horas; 42 praças de guarnição, e 3 passag.

Paquete Inglcz =Pnnlaloon= Com. o Tenente James Mac Donell, de Falmouth em 7 dini, com bb praças de guarnição, e l mala.

Galera Portnguczn= Firmeza = Cap. Francisco Pedro Ferreira, do Rio de Janeiro cm 53 dias, com géneros do Paiz, a .Manoel Ribeiro da Silva; 21 pessoas de trip., 3 passag., e l mala. . '

Galera Bra*ileif«=:SantaCruz = Cap, João José Gomos, de Pernambuco em 5-2 dias, com géneros do Pui*, a Manoel Ribeiro da Silva; 21 pessoas de trip. e l mala. ,

Burca Portugueza= Activa = Cap. Sabino António do Cabo Almeida, de Pernambuco em 38 dias, com assucar, a Manoel Uibciro da Silva ; 23 pessoas de trip. e l mala.

Brigue Brazili'iro' = Triumpho Americano — Cap. Matloel Simões, de Pernambuco em 58 dias, corn assucar, a José Marques da Costa Soares; 17 pessoas de trip., 3 passag., e uma mala.

Brigue Bruileiro =Poifirio= Cap. João Francisco doFSantos, da Bahia em 45 dias, com géneros do paiz , a Custodio José Lopes; 14 pessoas de trip., 2 passag., e uma mala.

Biigue Pru,ssiano= Paulina = Cap. A. Fi-lander ; deNylandia em 44dias, com alcatrão, breu, e madeira, a Liligrew, e Hertilz; 9 pessoas de trip.

Brigue Sueco«= Anders=Cap. B. Kyber, de New-Yorck' otn 34 dias, em lastro, a Tor-lodos e Com p." ; 9 pessoas de trip.

Brigue-Escunu Portuguez = S. Domingos= Cap. Manoel Gonçalves Vianna, de Pernambuco em' 35 dias com assucar, a Domingues Rodrigues; 12 pessoas de trip., e urna mala.

Canhoneira Portugueza =r=N.c 5= Mestre Jo5o Pereira, de Peniche em um dia, com 7 praças de guarnição.

Rasca = Senliora do Rosario= Mestre Ma-thias Mendes, de Villa Nova de Portimão em 5 dias, com peixe escalado; 7 pessoas de trip., e l passag.

Bateira —Senhora da Misericórdias Mestre Hyppolito José j de Villa Nova de Milfontes em 3 dias, corn cepa, e 6 pessoas de trip.

Bateira = Senhora da Piedade = Mestre Joaquim de Macedo, de Villa Nova de Milfontes ecn 4 dias, com carvão; 10 pessoas de trip., e 2 passag. • -

EMBARCAÇÕESSAHIDAS.

Brigue-Escúria Portuguez = Funchal = Cap. José Baptista, para a Ilha da Madeira com milho, telha, e azeite, e 17 passag.

Patacho Portugjiez = Audaz = •Cap. António Pereira Borges Júnior, para a Ilha Ter-csira com sal, fazenda da Praça , e 2 passag.

Bateira = Senhosa dn Conceição = Mestre

José da Silva Rocha', 'para Sines 'corn encora-mendas, e 2 passag. '

Bordo da Corveta D. Joào 1.°, surta na enseada de Paço de Arcos, em 23 de Agosto.dc 1837. = António Gabriel Pereira Pessoa, Ca"; pittio de Fragata, Cdmrnnndante.

Registando Porto erri 22 de Agosto de 1837.'

1 _ EMBARCAÇÕES ENTUADAS.

CHALUPA Ingleza = Zcphyr = (Do Royal Yacht Club) Cap.Buntmck , deCadiz em 6 dias, com 9 pessoas de trip., e l passag. • Barca Brasileira = Augusto=: Cap. José António de Mattozinhos, da Bahia em 58 dias, com géneros de paiz, a Bernardo Miguel tié Oliveira Borges; 13 pessoas de trip., 2 passag., e l mala.' , .

Patacho Portuguez = Dons Irmãos = Cap. Domingos Netto Marques, da Ilha de S. Miguel em 9 dias, com fava, trigo, e batata, a João António da Luz Robin; 11 pessoas de trip., l passag., c l mala.

Hiate Portuguez = Flor. de Setúbal = Mestre Manoel Joaquim Ribeiro , dn Ilha Terceira em 8 dias, corn tiigo, fava, e cevada; 11 pessoas delrip., e l mala. Consigna-se ao inoslno Mestre.

Barco Portuguez = S. Pedro Aguêda=± Mestre Bento António dos Santos, de .Faro em 6 dias, em lastro; 7 pessoas de írip., c S passag.

Rasca = Maria Isabel = Mestre Crispim Francisco, da Figueira em 3 dias, e da ErJ-ceira em. 18 horas, com taboado, semente cie pinhúo, alfazema, e papel; 6 pessoas de trip., e 3 passag. '

EMBARCAÇÕES 9A.1I1DAS.

Paqúeta Inglez = Espoir. •

Hiale do Arsenal ^= S. Miguel.

Canhoneira Poi tugueza=:N.° 5.

Brigue-Escuna = Correio de S. Miguel = Cap. António Ferreira da Silva, para a Ilha de S. Miguel com sal, cncommcndas, e 8passa g.

Chalupa Hollandeza = Mars = Cap. J. Met-zon , para Vlaardingen , com sal, c limão.

Cahique Portuguez = Santo'Antonio e Almas = Mes>lre André Luiz, para a Pazetta em las-' iro, e l passag. i

Rasca = Senhora do Rosário = Mestre José Pereira, para Faro em lustro.

Bordo dn Corveta D. Joào 1.°, surta na enseada de Paço de Arco», em 23 de Agosto de 1837. = ./ítt/omo Gabriel Pereira Pessoa, Capitão de Fragata, Commandarite.

AVISO.

P Et A Administração Geral dos Correios se. faz publico, que sahirá a-3 de Setembro para a Bahia o Brigue Brasileiro Profirio.

As cartas serão lançadas ate ámein noite do dia antecedente.

ANNUNCIOS.

, /"VRECRBBDon do Concelho tle Álgallega. do Ribatejo faz \J publico que no dia £3 do corrente Incz em diante, abrirá o Cofre da sua Recebedoria na rua do Poço 11 ° 870, para receber no praso de trinta dias'a decima, e impostos nn-nc\os do anno de 1835, pertencentes ú Frcguezia Oo Espirito Suulo, e S. Jorge de Sarilho» Grandes, e isto nos dias de se: mana dai oito horas da ninnliíí, ala íi duas da luide , e nos snnlificniloB dns 11 até ás 5 da tarde.

T"Voit& Antonia Adelaide Bomvet, vjuv.i em segundas U núpcias do Exin.° Marquez de Marialva, tem leligio pendente sobre a validade do matrimonio contrahido pela nu-uiiDciante com o Exiii." Marquez de Marialva, ocorre no Jni-zo Ecclesiastico, EsciivSo Lemos: como meeira, e herdeira de seu filho D. Pedro José Joaquim Victor lhe pertencem os bens livres daqdelln herança, e vendo a annuncianle' que os Exui "' Duque e Duqueza de LafSea .vão proceder á venda da sua quota hereditária, protesta a aanunoiante contra a mesma, e de a nSo haver por boa, salva a alienação que f O r feita por legitima exccuçilo de debito passivo, julgado com ro-nhecimenlo plenário, ou confessado á vista de títulos que constituirão prova provada.

NA tarde do dia 25 do corrente se ha de arrematar na Pra

___ Éaça do Deposito Geral, uma

e?3JjJLBJJi^ quinta com suas pertenças no sitio de Socavem, denominada dag Penicheiras, avaliada na quantia de 3:160$ réis: é Escrivão = Couto.

PARA O RIO DE JANEIRO

ABARCA Portuguein Prazer e Alegria, Capitão Joaquim Vasques, sahirá impreterivelmente no dia 3 do próximo mez de Setembro : quem quizer carregar, on ir de pastagem , para o que ofierece ai mais excedentes accommodn-ções, queira quanto antes dirigir-se aos Consignatários Viuva Moller, e Filho, na calçada da Magdalcna ri.° 48, ou ao Ca-pilRo todos os dias na Praça ús horas do costume.

PARA. HAMBDKGO

T^r QJAHIKA' com muita brevidade a Escuna Porlu-5 JU^- ÍO gueza S. Joié, Capitão Joaquim José de Sou-MÉlfc sã: quem na dita quizer carregar ilirija-su á Viuva Moller e Filho, na calçada da Mngjalen» n.° 48, ou na Praça ás horai do costume.

Descarregar páginas

Página Inicial Inválida
Página Final Inválida

×