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DIÁRIO DO GOVERNO.

'ttnçòes dedespreso, e recebendo somente o acolhimento cjue a força pôde extorquir, vieram os revoltosos tentar fortuna a Lisboa. Grande era o seu projecto ; p'ort|Ue se aCapita) succum-bisse, mais fácil lhes seria impor'seu jugo 'á Nação que oá repelle.'Pore'm elles deviajn-tam-bem saber qihs se lliL'á!falhasse o'plancf, 'maior resistência liaviam depois encontrar nasPro-vm-cias, que sobejamente lhesaeirt' mostrado sua aversão. Comtudoj' sampre illudidos, e como se não bastassem os notáveis acontecimentos-de, 4 e ò'-dc Novembro para seu desengano, elles acreditaram que, apenas se aproximassem de Lisboa, seriam nella recebidos em triunfo, porque cinco ou seis mil homen-s 'se -Ides uniriam promptamente. Porém que aconteceu? No dia 22 appareceram -seus piquetes envMonfaxique, é «ma pequena força, -da Guoidá Municipal, a «avalio foi logo reconhecê-los- A.Guarda í}3a> cíonal c Municipal, os batalhões Académico, e do Arsenal, Artilherin, e inriumeravcis outros Cidadãos armados,1 correram immedintà-mente íis linhas, desejosos todos de acabar com a guerrilha, á frente da*qual vergonhosamente se acham os dous Marecliaes. Sua'lou-ca'expectação começou a desvanecer-se, porque se passou a noite sem se lhes unirem os numerosos partidistas com que tanto contavam, eqne muito lhes uffiançavam pérfidos incitadores, que t>s decidiram á temerária ertiproza, e se conservam em logur seguro. Todavia, íestava-lhes experimentarem se' mostrando-se mais perto, ou intimidavam, ou se declarava o grande partido «m que se fiavam, e que lhes fugiu, mal lhes conhfce» sua sede insaciável de poder e dinheiro. • Aprcsentaranrse pois no Campo Grande1 em a manhã do dia 23; pordin sahindo Ingo «o seu encontro o distinclo e valente Com-mandante da Guarda Municipal, á frente de cmcoPíita cavallos somente, foram elles'Telrr>-ctdcndo até o Luruiar. AÍii se achqva toda, ou pelo menos a máxima parte da sua Ca-•vulíana, que, apesar da grandíssima superioridade, nem sequer uma carga ousou arriscar! Vendo que os revoltosos, nem desafiados se decidiam, ao ataque, quando, e como quizeram voltaram os nossos Municipaes ao quartel, e os contrários retiraram paraLou-res, levando cornsigo o desengano para elles fatal., de que em -vê/, de amigos, encontravam dez a doze mil cidadãos decididos a anniquil-a-]os. Terrível lhes foi a experiência, e no dia 24 já não quifcerarrl reserva-la. Procurados na descoberta em todas as direcções, -somente se pó* de ir dar com elles no Senhor Roubado, isto e, olom do Lumiar..Um só piquete os avistou, e muito pouco forte em numero, mas também recolheu,qunndo e como quiz: que tal era já o dcsalenlo dos revoltosos que nern contra doze, ou. quinze homens se atreveram ! E consta que esluva á sim fiente o Barão de S. Cosme l ! !! Perdida nssim toda R sua esperança, reconhecida n' impossibilidade de sujeitar a Capital aos sons desvarios, assustados com aproxima cheguda do infatigável Barão de Bomíiin, de quem interceptaiam Ofhcios que elle dirigira ao Governo, eameaçados, portanto, de completa mina, no mesmo logar em que vinham procurar o triumpho, resolveram salvar-se, fugindo. M.as um novo embuste lhes era neceása-TIO para ainda levarem cómsigo oa illudidos soldados, a quem deram facillirna a entrada em Lisbea. A Divisão do.Barão de Bomfim dc-clarou-se por nós (lhes disseram elles) corramos a encontra-la, e com ella voltaremos a atacai os rotos que se arrojaram a oppôr-nos bayone-tas. Assim conseguiram que elles os acompanhassem, rnas não todos, que alguns de caval-laria, e caçadores os abandonaram já, c se apresentaiam em Lisboa. Começaram, poitan-tvnto, sua vergonhosa retirada pela umn hora da madrugada do dia 25, e entram em Villa l7rança ús nove horas. Pouco depois chegaram ' áquelle portoalgmnascanhoriciras, ecomo principiassem a atirar sobre elles, foi-lhes preciso continuarem ate á Castanheira, aonde ficaram. Honlem (26) proseguiram pela estrada de Rio Maior, indo íicar a Alcoentre. E qual será o seu destino'! Com a valente Diyisão do Cominando do Barão de Bomfim na sua frente, c tendo pela retaguarda n do intrépido Barão do Casa), que hoje (27) devia sahir de Santarém com mil homens de todas as atinas, os revoltosos ou hão de combater, ou continuar a fugir por algum ílanco. -Se combatem, tudo pieãugia a sua derrota. Sc continuam a fugir, também continuarão a ser perseguidos até serern encontrados, e a i Ilusão de seus poucos Soldados pôde então Dlalmente rdesvanecei-se. Tudo induz pois a /ir que a destruição dos revoltosos está muito j

próxima, c com ella fO fim dos sacrifícios qu tanto ouslaro a Portugal. > '. . '

RECEBEMOS • Officios. do General Barão d Bomfim datados -de Pombal errr 25 de icorreríte'rás.oito hdras-ida noite. A sua.Divisâc 'está animada do>melhbr espirito, na-maior drs ciplina,1 e ardendo em'.desejos de^combater o revoltosos,1 qua- conta 'anmquilari logo que te nhã occasião de se encont-rarrjtòm elles.

NAS glterras do» primeiros seculos'das Mo nafcliias Enropêás, encontra-se a miudc tirar 05 olho» ao vencido, cortar o nariz ou a 'orelha*"ao'ininiigò'disperso, e quejandas -Jiar •baridndes, ha rniHlo esquecidas nestrt-parte -mundo, C laivo?,.para sempre » se o nosso P (òónècbcntlo de Astarol, ou JBelzebut)..não fos .se capaz de engendrar o usuipador, .'o Reme clfido,'1*; oa marechaes guerrilheiros. O> usurpn dor-tolerou , apoiou', e,-.quica, promo.veu rnui tns dáquellas infâmias; oiReniechido não .cess .de pratica-las, o ovmarechaes'gúer.riilrciros co meçam agora, a encetar esse,opprobrio do secu Io cm que vi vemos.'Consta que ao filho de um Recebedor, que negara dinheiros puljlicos ao .revoltosos, cortaram esles uma orelha, no ex cesso de exasperação, com que, esfarhiados', corridos, vão, sem governo, ftigindo.de nós o« de si pioprios, e do horror de, scjus crimes. Os homens, nó incremento de,s(ia.grande (za', quasi todos, ennobrecem proporcionalmen te os seus actos; c, se a queda lhes, occorre ci»los cnhindo, cm dignida.de, -por quantos bal does a sorte, os fez passar. Qualquer dos rnaro cliaes, hoje rebeldes, franqueou a vida, e a li berdade'a um , e a muitos guerrilheiros dos ou trps rebeldes que se l lios1 apresentavam , tend sido presos com as armas na ruão: foram ta cavalheiros, seguindo a boa Causa, quanto ia lacanhps hoje, que trilham na estrada crimino ,sa, sem honra, sem pudor, e ate' sem fingimen to; e, com aquclles seus actos, hoje temos pá rã comparar o facto da orelha cortada. Ou spl 'to c livre .um gueirilheiro migiielista, vigent uma .Lei marcial, ou cortada a orelha ao íilhi de ura.Cidadão zeloso do seu dever, pelo crimi (para ellea enorme) de seu pai não tci queiid< ajudar a roubar. ______

SABBADO se apresentaram quatro bravos de Ca .çadores N.° 2, que alravez da vigilância dos guerrilheiros, conseguiram evadir-so-Jhes eu Villa Franca, armados completamente: são el lês dos poucos que o Shwalback levara em rigorosa coacção, e asseguram-nos do estado d; guernlhaj; por. um modo que pcifriiameiite corroboro quanto sabíamos a tal respeito: patranhas dos chefes, desconfianças dos indivíduos, e absoluta perda de força moral, são sempre os cffcitos de uma tentativa mallograda : pore'm e lambem um meio sem pi e empregado pelas partes bei l i gera n lês ora fingir, ora exaggerar cabos simillianlcs:-não diremos portanto, nem asuin-ma da exposição dos bravos; c asseguramos unicamente que oGoverno de Sua Magvstad'* mandou dar 4^800 rs. a cada um , e que pelo próximo futuro desenlace da contenda, imugi rão nossos leitores quaes informações nós teríamos.

SERVIÇO DE MARINHA.

Registo do Porto em 20 de A'gosto de 1837.

EMBARCAÇÕES £NTKADAS.

VAPÒB Jngloz = Transi t = Cap. Peikins Wnghtson , deMalaga em 4 dias, de Gibraltar em 3 , c de Cadiz cm 28 horas, com ncommendas; 25 pessoas detrip., e22passog. Consigna-se a Henry James.

Barco Portuguez=S. João Baptista = Mestre Manoel dos Santos, de Lagos cm 3 dias, com cliumbo, e 7 pessoas'de trip.

Cahique Portuguez = Santo António e Al-nas=Meítre Pio António, de Lagos em 4 dias j com cliumbo, e 12 pessoas de trip.

Ca|iique Portugupz = Conceição e A Imas = Mestre Francisco da Cruz, de Almeria em 14 dias, com chumbo e esparto; 2 pessoas detrip. Consigna-se ao mesmo Mestre.

Caliique Portuguez = Jesus Maria José' = Vlestre José das.Chagas, de Almeria em 14 dias, com chumbo e esparto; 12 pe»soas de rip. Consigna-se ao mesmo Mestre^

Cariique Portuguez = Dous Amigos = Mestre António Marj.ins, de Olhão em 4 dias, com cavalla escalada; 7 pessoas de trip.

Bateira = Senhora do Caiinoí= Mestre Ma- i

noel de Jesus, de Sines em 2 dias, com car-* vão o rolhas; 9• pessoas de trip., e 16 passag. Bateira = Santo Amaro = Mestre Manoel

.Joaquim da Silva, de Villa Nova de Portimão em 3 dias, em lastro; 7 pessoas de trip., e l passag."

Quartel do Registo do Porto na Torre de Belém, 26 de Agosto de 1837.=Jbáo Caetano de Bulhões Leotte, Capitão Tenente, e Commandante. ---------

i Registo do Porto em 26 de Agosto de 1837.

E EMBARCAÇÕES SA.HIDAS.

SCUN\ de Guerra Portiit»ueza=:Esperança. Cntler de Guerra Franceí;c=Le Furet. Vapor lnglez= Manchesler = Cnp. J. Mac Keller, paraCadiz, Gibraltar, c Malaga com l encomendas, e 4 passag. ' .

Brigue Americano s=s Robert Waln = Cap. O. Mathevv, para Philadelplna, com vinlio, sal , e urn passag.

Escuna Franceza = La Belle Portugaise = Cap. A. Coueffe, para Nafites,'com lã, e cidrão , e 2 passag. • Cahique Portuguez =±tS. José' Pérola = Mestre António Machado, para Faro, com carga dá Praça , e 7 passag.

Rasca = Velho de Lonza— Mestre Pruden-icio Gaspar, para a Enceira corn sal. ' Fragata = N.° 77 E 82 c= Mestre Manoel Rafael, para Setúbal em lastro.

N. B. Neste dia não entrou Embarcação alguma.

Qurtrtul do Registo do Porto na Torre de • Belrjin , um 27 de Agoslo de 1837. — Leoltc, 'Capitão Tenente, Com mandante.

. ' '' ' .AVISO.

PELA Administração Geral dos Correids se faz publico, que sahirá a 4 de Setembro para a Ilha das Flores a Rasca Eugenia Feliz. As cartas serão lançadas ate' á meia noite do dia antecedente. >

ANNUNCIOS. '

BLO í"'7-0 i'ePaz da Freguezia de Santa Jus-ta ' Pcranle o Conselho de Família . se lia de vender uma propriedade de cnsas siluada na rua do 1'rincipe, n ° 55 n 58 , pcrlencenle á herança de D. Felina I^uacia de Groot Pombo, que consta de loja?, sobre-lujus, l." andar, agoas fnrlndas, e quintal, avaliada» em ll:ÍOOjS rciB, e o BCII rendimento 774$: são foreiras ú Irmandade ilos Clérigos Pobres em 20$ réis anunal, liiudcmio de vintena; cuja venda lia de ler lojar no dia J8 de Setembro pelas 4 horas, no Rocio n." 47, 3." nndar. g CEBVSTI*° J°rá

A tarde do dm 28 do correnle se ha de ane-matar na Praça do Deposito Geral os rendimentos ile duas propriedades de cnsas com suas pertenças na rua do Noronha, Freguczia de Santos: n primeira n." 46 e 47, renda 40$ réis; n segunda u." 48 e 49, ren-

da 24$ réis. é Ksmv.to = Couto._________________

''"* 30 ll0 correnlc \ie\ns 3 horas da tardêT n ''^Ç'1 ^° Depofilo, K-cnvão Negieiros, ai' ha de fender a Quinta do Pinhal, sita noDis-Iriclo de Almada.

NrA larde do dia l do Setembro se hn de arrematar na Praça do Deposilo Geral uma («rraca com seu quinlal, na ma de S. Bernardo n.° 16 e 17, Fregueíia de Santa Isabel, avaliada cm 150$ e"is: é Escrivão = Couto.

iid.t Joaquma, moradoi.t na rua direita da Graça n ° 121, vende uma propriedade de casas, que cousU de primeiro andar e loja, nft ravessa do Pasteleiro n.° 25 e 26, com frente para a rua de Vicente Borga n." 72 e 73, com primeiro anilar, agoa furtada , e loja : quem pretender comprar , dirija-se ao campo de Santa Clara n." 41 , que lhe mostrará os títulos.

BAHCO a vapor = Conde de Palmellu = continua em suas viaçcns para o Ribatejo nos dias abimo marcados:

PARTIDAS

Je Lisboa para Villa Nova De Villu Nota da Rainha ila Rainha. ' para Lisboa.

Sabhados-—i- Seitas fc.ras -- da ™'lh3-

IV. B. Nas primeiras Terças e Quartos feiras de cada mets lío haverá carreira.

pretender comprar o IJiale Porlugiie/ = ro Atravessando os M..res = , de lote de ladas, proximamente checado da Bahia, indeado defronte do Cães do Ver-o-peso, dinja-se á rua dos acnlhf.eiros n.° 9, onde achará com quem tractr.r.

Quiur quizer arrendar o casa) da Coutada , nto na Go-leiia , que conula de olheiros e terras de semeadura , nl,i 111. Eiprngal como no campo, procure seu dono Joaquim edro Ferreira, morador em Lisboa na rua dn Magdnlena n." 2. O arrendamentp deve ter principio pelo S. Miguel do cor-nte ailno de 1837.