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Numero 260.

Armo 1837.

SEXTA FEIRA 3 DE NOVEMBRO.

Parte OfficiáL

SECRETARIA DE F.StADO DOS NTtGOCIOS DO REINO.

2." Repartição.

MANDA a RAINHA que o Administrador Geral interino de Lisboa expeça-as ordens necessárias aos'Commàndantes dos Corpos da Guarda Nacional do seu Districlo, para que os requisições que bõuverem de fazer de arti-gos'dc gueria para ns praças dos mesmos Corpos, sejam sempre acompanhadas de um Map-pa da força delles, a fim de que no Ministério (Ia Guerra ', á vista do referido Mappa , e dos fornecimentos feitos anteriormente ao Corpo, cuja 'foiça elle designar, se possa conhecer, corno'muito convém aos intesses da Fazenda Pu-blicn, se tem ou não havido desperdício nos objectos fornecidos. Paço das Necessidades , em 31 de Outubro de 18S7.=z Júlio Gomes da Silva Sanches. ' '

" Expediram-se idênticas a todos 03 Administradores Gcraes dos Disiriclos Administrativos do Reino , e Ilhas Adjacentes.'

1 ' 3.* Repartição. ' •

SÍ:?ÍDO presente a Sua Magcstade o RAINHA o Requerimento em quê Manoel Rodrigues e outros moradores do Concelho da Gollcgâ pedem que' seja reintegrado no Cargo-de Administrador daquélle Concelho João António Piniode Magalhães; expando ao mesmo tempo que An-fonjblde Abréire Figueiredo,' nomeado pelo Administrador'Geral interino do Districto para èxerter interinamente ab funcçòes cie Adminib-tVà'dor do Concelho, nào fora voindo pelo Po-•vo'nn- eleição a quu se procedeu orn 23 de Abril Tiltrmo; e constando d» proposta enviada pela Camará Municipal ;í Repartição competente, quo o dito António de Abreu e Figueiredo se ficha nella incluído, em segundo logar, com dezessete votos: Sua Magéslade a RAINHA, at-tendcndo á informação dada em Oíficio n." 343 do Administrador Gemi interino de Santarém, Houve por bem' indeferir á pretençSò dos Requerentes, e approvar a nomeação feita pelo Administrador Geral interino dnquellc Distri-títo, devendo o mesmo Administrador Geral interino'fazer constar uos Cidadãos no Requerimento assignados, que tornando cm representações- a faltar'ú Vcidnde, serão por isso processados na forma das Leis. O que de. Ordem da Mesma Augusta Senhora assim ás participa ao Administrador Geral interino de Santarém, paia sua inlelligcncia eex-ecuçao. Palácio das Necessidades, cm -31 de Outubro'de 1837. == Ju-lio Gomes da Silva Sanches.

Parte não OfficiáL

SESSÂ',0 DE 2 DE NOVEMBRO DE 1837.

Siíh-DO 11 horas occupou a Cadeira da Presidência -o Sr; Yice*Presidenle L. J. Moniz. ••"Eram 11 horas c um quarto abriu-se a Sessão; estando presentes 57 Srs. Deputados. • -

a-Acta da- Sessão antecedente que foi

] .a Parte da Ordem do dia. Votação sobre o §. -1.° do Artigo 46.

F.illnram sobre ornodo de propor vários Srs. Deputados, e o ' • " ' '

Sr.' José-Estevão, propondo um methodo, fdllou sobre a Província do Alern-tejo, e invocou o testimunho do Sr. Deputado-Derramado,

0 qual obtendo a palavra, disse

O Sr. Derramado : que pedira a palavra pnra rectificar um facto, sobre o qual c» lllustre Deputado por Av.ciro invocara o seu testimunho: que uste Senhor havia dito na Sessão antecedente, ter'ouvido a um grande proprietário do Alem-tejo que, nesta Província, apenas haveria uma casa, que tivesse 1:400 rs. de rendimento, em bens de raiz: que elle (Orador) se admirara corn" todos os seus comprovincianos d'uina asserção tão inexacta; e quo dissera ao digno Membro, em co.nversação, que provavelmente o proprietário doAlem-léjo a que elle se referia, (cuja sizudeza lhe era conhecida) quereria somente faliu r. do rendimento calcnla-do pelo pagamento da decima das casaa administradas por seus próprios donos; porque este tributo não era na verdade uma medida exacta dos rendimentos renes, se não a respeito das casas arrendadas (exactamente, exactamente, disse o Sr. José' Estevão); mas que era' por outra' parlo certo que, na Província do Alem-tejo, existiam mais d"um cento de casas, que possuíam acima de seis mil cruzados de rendi-4 mento um bens de raiz; o que não desmentiria nenhum dos seus Illustres Collegas da Província. (Todos os Srs. Deputados do Alem-tejo deram signaeà de approvação.) Accrescentou, que dava este'esclaiecímento de facto, sem per-tcnder entrar no mento da questão.

O Sr. Jo»e' Estevão disse, que tinha pedido a palavra sobre a Ordem , e que não falia senão sobre o melhodo de propor, e que assim estava na Ordern, e que em consequência offe-recia os quisitos_ (que leu e mandou para a Mesa). -Que sabia que todos aquelles quitilos estavam na'Mesa, tnas qne a questão importante e' a ordem de os propor, porque a ordem imporia a matéria.

Depois de rnais algumas reflexões, votou-se sobre os segoinles quuitos.

1.° Os Proprietários que tiverem utn rendimento de bens de raiz. — Approvado.

3* Serão 2:400^000 íeis ? — Rejeitado.

3.° Serão de 2:000^000 réis —Approvado ; por 47 votos contra 24.

4.° Quanto ao melhodo de regular essa quantia, que seja remcttido ú Commissâo de Fazenda, sem prejuízo de se declarar na Lei "das eleições?— Approvado.

Um additumento do Sr. Furtado de Mello para .que o vencido não fosse Artigo Constitucional , e que se consignasse na Lei eleitoral.

Posto a votos foi rejeitado. . Entrou em disiussão o seguinte additamento. * Proponho.em addita"mento ao §. 1." '

1 tíQiiiindò o numero dos candidatos não estiver na razão de um para quatro mil habitantes cl'0- respectivo' circulo eleitoral, será;preeiíc1ii-do pelos que tiverem rendimentos immedia-tos.»=M. A. de Voscóncellos

O Sr. Macario de'Castro propòz o addita-uiénlo pnra a Lc!i eleitoral. " " • • • '

F-o»'iipoi«do', «"entrou em'discussão.

Os Srs. Leonel, c'Ciorjao sustentaram oad-ditnmênlo.

O Si. M. A.^de Vasconcellos impugnou o addilauiento e disse , que as razões que ouvira a favor nada provavam, com perdão de quem «s produziu; que o udJituiuento era unicamente

pnra regular o recenseamento para a eleição dos Senadores, ou essa eleição'seja Provincial, ou Nacional, mesmo sendo Nacional será muito mais útil. Concluiu pedindo que se vote sobre o ndditamento, embora se rejeite, mas que saiba a Nação'que houve quem o apresentasse.

O Sr. Nanes de Vasconcellos também oroa contra o additamenlo.

O Sr.'José' Estevão propòz se 'consultasse e» Congresso, se a questão do addiamcnto estava discutida.

O Congresso decidiu que sim, e ficou para quando se tractar da Lei eleitoral:

O Sr. \rice-Presidente observou que havia um outro additamento do Sr. Sá Nogueira.

O Sr. Sá Nogueira disse, que desejava que o que se venfceu nào se entendesse com o Ultra-' mar , c que nesta parte íicasse addiado até que estivessem presentes os Srs. Deputados do Ultramar.

Assim se decidiu.

Pediu a palavra para' um negocio urge'nte> e disse

O Sr. José' Estevão: — Sr. Presidente, desde muito tempo reputava eu, como urna quês* tão importante, que ate' já trouxe ao Con-, gresso, o saber se o nome do Diário do Governo dado a este papel que tenho na mão , e' ou uma.denominação real, e verdadeira, ou simplesmente um appeilido de costume sem'signifi-7 cação, porque e preciso ceitificar-nos- se pot tudo'o que se acha escripto no Diário do Go«, verno deve o mesmo Governo ser responsável. Urn escandaloso Artigo communicado, que' se acha, no Diário de hoje, mostra que com effçi-^ to esta questão lenha a importância, quê eu lhe dava , porque agora por a não termos resolvido estamos no^ risco de lançar-mos uma. imme-rita responsabilidade sobre o Governo;

Sr. Presidente, pela dignidade do Congresso, pela honra dos Ministros, -pela ordem, e. pela felicidade publica, teu exijo que o Governo seja convidado pnra que hoje ,' ou amanhã venha aqui declarar solemnemenle se teve parte na inseição do communicado de que tracto. (Apoiado, Apoiado.)

Sr. Presidente, este Congresso desfazendo ti-biesns,, 'destruindo intrigas annumdo a condes-cendancias razoáveis; eãte Congresso forte epru-

ije, não tem poupado meios' para remediar as desgraças do Paiz. (Apoiados geraes.)

E' preciso dizc-lo altamente, e diante de toda a Nação = As desgraças publicas não provem de nós. = Aqui se tem levantado muitas vozes a denunciar as differentes Administrações que tem tido o estado do Paiz ; daqui se tem lembrado os meios de o melhorar; aqui ainda só não.negaram faculdades que o Governo nos pedisse; aqui tem-se antecipado os seus desejos,, e excitado' o seu zelo. Que vezes nos temos virado pnra estns cadeiras; que vezas não temos apostrofado os homens que nellas se tem sentado, e umns vezss encontrámo-las vnsias, e'outras tern-se respondido ás nossas mslancuis còiu-declaiaçoes pallialivas.'(Apoiado geral.) .

As.desgraças publicas provem da falla'deMi- • nistros corajosos, fortes, e estadistas.

Sr.' Presidente, in'sla'-se que "-nos resolvamos a dissolvermos, e que confessemos que. não podemos preencher a nossa" Missão. Fortes nas nossas consciências , e no npaso zelo pelo bcni publico, nó's'declaramos que bem podemos daij conta da honrosa Missão que nós encarregai am ; assim nós achássemos seis homens que dessem, conta da Missão do Executivo.

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DIÁRIO DO GOVERNO;

rem que não dissolvamos nós os que pretendem disaolver-nos. (Apoiados geraes.)

O Sr. Leonel, que apoia o Requerimento d Sr. José Estevão para que o Ministério sej chamado; mas que em quanto não estiver pre< senta não se diga mais nada.

O Sr. Mídosi: — Sr. Presidente, se aças, nenhum dos meus illustres Collegas fallar sobr a matéria, eu nada direi, ereservar-me-liei pá rã quando estiverem presentes osSrs. Ministros e com especialidade o Sr. Ministro dos Nego cios Estrangeiros, que, desde 26 de Outubro, tornou o Diário do Governo Papel Oflicial em todos os artigos que publica. Este incidente Sr. Presidente, que acaba de ser trazido a Cong.fesso, causa-me profunda magoa, porqu teirde a desacreditar e Congresso , e a mostra um acto do hostilidade contra elle, por pnrt do Governo. (Apoiado.) Ha poucos dias que Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros publ. cou nem thonos de duas Portarias» alem de in formações e'conselhos, -para ver se podia lançar voto de censura sobre um Deputado, que em um Supplemento, pago á sua custa , tracto de defender uma das prerogalivas da Coroa que se discutiu neste Congresso árebelia da Ce roa, porque seus Conselheiros natos, os Minis tros, nem uma só vez vieram áquellas cadeiras pugnar pelos direitos da Coroa. (Apoiado.) E então, Sr. Presidente, muito calor mostrou Sr. Ministro por essa publicação, que defendi; o decoro do Congresso, e os interesses da Co loa, que por nós, e só por nós Deputados t n n sido aqui advogados com todo o empenho. Es pêro pois que amanha o Sr. Ministro nos dt todas as explicações satisfatórias, sobre um as sumpto cm que vai nada rnenos, que o credite do Corpo Legislativo. Não proseguirei, Sr Presidente, porque sou cavalheiro, e não d e se jo arguir, como aliás o faria na presença, un Ministro da Coroa quando ausente. Não fare outras reflexões graves, que deveria expende nesta occasião, e cedo da palavra sobre a ma teria, uma vez que se ponha termo a este inci dente até á chegada dos Srs. Ministros.

O Sr. Menezes disse, que seoppunha á moça que aíabava de fazer o Sr. Deputado, porqu. desejava ver agitadas as questões de tal nature za; que a Constituição que se fazia era para o Povo, e desejava que elle manifestasse a sua opinião.

O Sr. Costa Cabral pediu que se consultas gê o Congresso, se esta questão devia continua sem estarem presentes os Srs. Ministros, e si devem ser convidados para virem hoje mesmo. Julgou-se'o i ri c) dente discutido, e decidiu o Congresso que se chamem os Ministros.

O Sr. Leonel disse, que desejava que os Ministros fossem 'chamados hoje, mas que via que eram duos horas, e então propunha que se avi-sas=em , para

O Sr. José Estevão disse, que nada mais ti nhã a dizer senão, que depois de nppareccr nquelle facto, o Congresso devia mostrar que não deixava passar um momento sem toma conhecimento dei lê.

Decidiu o Congresso que os Ministros fossem convidados o vir hoje até ás quatro horas, < não sendo possível que venham amanhã.

Entrou em discussão um additamento do Sr Alberto Carlos, ao §. 1.°

Tomaram parte nesta discussão vários Srs Deputados, e a final julgada a matéria discu tida, foi posto a votos em duus partes, de qui elle se compunha, pelo modo seguinte:

1.° Rendimentos de capitães a juros. — Re jcitado.

2.° Rendimentos de tenças e pensões vitali cias. —Rejeitado.

Leu-se uma substituição do Sr. Nunes de Vai' conceitos a todos os §§. desle Artigo.

§. 2.° Os grandes comrnerciantes ou fabricantes cujos lucros forem calculados em cinco contos de réis annuaes pelo menos.

Depois de algumas reflexões, pondo o Sr. Vice-Presidente a votos a quantia de cinco contos de réis, foi rejeitada.

Pa sando depois n propor uma emenda do Sr. Alberto Carlos, que sejam quatro contos, foi approvada.

Tornou a entrar em discussão b addilamento do Sr. Alberto Carlos sobre capitães a juro.

Depois de fatiarem alguns Srs. Deputados, prot oz

O Sr. Alberto Carlos, que ficasse nddiado para ir á Commissâo de Fazenda se o Congresso na'-! podia votar já.

Foi ^apoiado o additamenlo, e entrou em discussão

O Sr. Macario de Castro foliando contra o additamento disse, que havia cinco minutos estava o Congresso habilitado a votar, e que tinha votado contra, e que agora não estava habilitado para votar!

Julgado o addiamento discutido, foi posto í\ votação e approvado, para que oa dditamen-to fosse remettido á Cornmissão de Fazenda.

§". 3." Os Arcebispos, e Bispos com Dioceses no Reino ou nas Províncias Ultramarinas. O José Estevão disse , que de uma vez para sempre vota contra todas ascathegorias que não seja a da propriedade.

Suscitou-se uma questão de ordem em que vários Srs. Deputados tomaram parte; e a final disse

O Sr. Macario de Castro, que se achava que a questão de ordem não merecia a pena de s« tractar, e que se devo discutir seja como for, e propõe por tanto que se pergunte ao Congresso se a questão de ordem está suficientemente discutida, e que na próxima Sessão se entre im-mediatamcnte.na matéria, visto ter dado a hora para a correspondência.

Ò-Sr. José Estevão: — Proponho que corno questão prévia se trate se ha de ser cathegoria o Serviço Publico.

O Sr. Lopes de Aloraes mandou para a Mesa uma emenda.

Entrou o Sr. Ministro das Justiças. O Sr. Presidente observou que tinha dado a hora, e se passava á correspondência que já era avultada.

. O Sr. M. A. de Vasconcellos disse, que, visto estar presente o Sr. Ministro das Justiças, se tractasse do Requerimento proposto pelo Sr. José Estevão, relativamente ao artigo do Dia-rio do Governo.

O Sr. Presidente deu conta ao Congresso que se'tinha ciliciado ao Sr. JMinistro dos Negócios do Reino, e que não fora achado por ter sahi-do a alguma distancia para abjecto de estradas; e então mandou á Mesa que o Officio lhe fosse mandado a casa para o receber logo que viesse.

. O Sr. Ministro das Justiças disse que não tinha vindo ás Cortes para aquelle fim , mas sim pelo motivo da ultima interpellação que não estava concluída ; que aproveitava esta occasião para dizer que o Governo não recebera hoje participação alguma; que suppunha que a interpellação de que se tractava era sobre o Diário do Governo, e que podia afíiançar ás Cortes que ainda não linha visto aquelle artigo Jsenão depois que entrpiit no Congresso ; que tinha visto a parte official, e nada mais; mas podia igualmente affiançar ás Cortes que o Governo não teve parte alguma nelle, porque até ú ultima conferencia nada ha nas Actas do Conselho a .tal respeito, e qne >e o Governo approvasse alguma cousa havia constar das Actas; que jamais de uma vez »e tem dito que p Governo não tem parte no Diário senão no que é offcial, tudo o mais pertence á Empre-7.9.; que ern quanto o Governo teve poderes extraordinários,, alguma ingerência teve no Diário, e algumas vezes insinuou que se não imprimissem artigos de fundo, e importantes, sem serem vistos pelo' Governo; mas isto cessou logo que cessaram áquellas circumstapçias; que podia assegurar ao Congresso que o Governo collectivamente não tem parte alguma neste, artigo.

O Sr. Leonel ponderou que o Sr. Minfctro das Justiças acabava de dizer que não tinha visto o artigo, nem sabi.a de similhante cousa; que o Sr. Ministro dos Negócios do Reino, .que acabava de entrar, talvez dirá outro tanto ; que o melhor é deixar o negocio hoje, e dar occasião aos Srs. Ministros de conversarem uns com os outros; que é necessário dar-lhe tempo para lerem o artigo, e. darem depois uma resposta solidaria ao Congresso.

O Sr. Vieira de Castro disse, que apoiava o que acabava de dizer o Sr. Leonel, porque em objectos de tal natureza é sempre necessa-jio que os Ministros conferencèern entre si; e que então deve dar-se-lhes o tempo de ofozerem esta noite, e amanhã o Congresso ouvirá a sua esposta.

O Sr. Costa Cabral também foi de voto que "içasse para amanhã este negocio.

O Sr. Midosi : — Eu fui o segundo interpel-

ante neste negocio tão desairoso para nós, e

mais ainda para o Governo, que nclleteve par-

f-:. Devo declarar em honra dos Srs. dous Mi-

istros da Coroa, que estão presentes, que eu

enho toda a certeza moral, que «lies nenhijjna

larte tiveram em similhante publicação: co-

heço seu caracter e nómades, e considero-os

incapazes de prestar o seu apoio nem directa , nem indirectamente n taes indecencias. (Apoia, do.) Tanto o Sr. Ministro do Reino, como o das Justiças, pouco conhecimento podem ter do que se publica no Diário, que por duas Portarias do Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros se tornou propriedade sua, e elle responsável por todos os artigos que se publicassem neste papel, porque mandou que o Redactor assignasse tudo o que houvesse de se imprimir, e isto desde que appareceu o Supplemento a que já nlludi nesta Sessão, e o qual pôz em movimento toda a energia do Sr. Ministro, para lhe dar a publica desapprovação, até aonde pôde chegar a sua authoridade! A Portaria ultima que ordenou essa sancção do Redactor, é esta que transcreve o Diário de 26 do passado, e a declaração officinl está cm três números anteriores do Diário. (Leu.) Ora o Redactor é d;i escolha e confiança do Sr. Ministro, c falle elle a essa, ou não falte, a imputação moral recahe sobre aquelle que sobre si quiz tomar a responsabilidade. E' pois da maior importância para desaggravo deste Congresso, que o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros dê, sobre matéria tão grave, as explicações-a que ternos direito.

E com effeilo, Sr. Presidente, (desculpem meus Illustres Collegas, se eu nesta questão tomei maior calor, quando foliei a primeira vez, do que costumo); mas confesso que não pude suffocar a indignação, lendo o ultimo período do artigo, em que se diz, que a Galeria estava fora do que é usual, cheia de Guardas Na-cionaes, e por todo a parte até nos corredores, para influírem na votação. E' falso, Sr. Presidente! E' falso! Appello para todo o Congresso. (Apoiados geraes.) , Pelo contrario: no acto da votação, todos os beneméritos Cidadãos da Guarda Nacional, que accidentalmente assistiram , porque vieram de cumprimentar o Sr. Visconde de Sá pela sua chegada a Lisboa, sahirara da Galeria, nem um só ficou; nem um só cê encontrou nos corredores deste edifício. Repito um facto, á face de todo o Congresso, c desejo ser desmentido, se o encareço. (Apoiados geraes.) Diga alguém , se eu não repito a verdade í Deixo a matéria por ora, Sr. Presidente, e concordo que fique para amanhã, como opropozeram os dous Illustres Deputados que me precederam. Ella é por certo transcendente, e de grave responsabilidade. Convencido pois corno estou, repito, que nenhuma parte tiveram em tão desagradável e pouco decorosa occorrencia, o» Srs. Ministros que estão presentes, que se por ventura a tivessem eu seria o primeiro aaccusa-los, desejo que elles tenham prévio conhecimento, do facto, para amanhã poderem informar ao Congresso donde proveio o ataque, c qual foi a mão que o vibrou tão atraiçoado e calurnnioso. Concordo pois, que fique a resposta da inter-, pellaçâo do Sr. Deputado por Aveiro, c por mira apoiada, para ama,nhã, quando oSr. Ministro da Repartição competente estiver presente.

O Sr. Gorjão foi de opinião, que se deixasse, para amanhã, ou para quando estiver presente o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros.

Consultado o Congresso decidiu, que ficasse a questão para selractar amanhã, estando presente o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros. Continuou a discussão sobre a interpellação do Sr. Costa Cabral addiada em uma das Sessões passadas.

Teve a palavra em primeiro logar o Sr. Costa Cabral, e o Sr. Barjona, cujas opiniões foram combalidas pelo Sr. José Estevão.

O Sr. Vieira de Castro disse, que lastimava, que se confundissem qviasi sempre as questões de pessoas corn as questões de princípios, e discorrendo sobre vários pontos da interpellação feita aos Srs. Ministros, procurou chamar a discussão aos seus verdadeiros termos. ?

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de a verificar dous-factos, 1." a .promessa que lhe fez o Governo de ter consideração com os Empregados que elle nomeasse: 2.° de não ter concorrido para qualquer medida que tenha ha-vido n respeito dos mesmos Empregados. Quando os Srs. Costa Cabral veio u Lisboa, e depois se julgava necessarip'q,ue voltasse,, a instancias do Sr. Barão do,Bomfim, e Visconde de Sá; quiz o Sr. Cosia Cabral saber se o Governo-te-ria contemplação com os Empregados que elle nomeasse : -a resposta .do Governo foi, que su nesses que elle nomeasse concorressem as cir-cumstancias necessárias, o Governo os preferiria a todos os outros ; por este lado parece-me que está satisfeito o.Sr. Costa Cabral (Apoiado): 2.° mostrar que não concorreu para nenhuma alteração: pelo que eu sei não concor-.reu, nem podia concorrer, porque não houve alteração alguma; julga o Sr. Deputado que a houve pelo Ministério das Justiças, por se terem declarado vagos dõus logares de Delegados, mas creio que o meu Collega o Sr. Ministro das Justiças já o informou do que havia a este respeito; foram demitlidos os dous que anteriormente, tinham sido nomeados, e em relação a estes logarcs declarados vagos, e não. em relação aos que nomeou o Sr. Cosia Cabral,, queainda continuam: logo segue-se que nenhuma alteração tem havido a esse.respeito; haveria alteração se o Govorno tivesse já nomeado nlguem: em consequência concluo, que a promessa foi feita nos termos em que o Governo a podia fazer: quanto-á 2." pai te que o Sr. Deputado não concorreu para as alterações, porque nenhuma alteração se fvz. S. Ex." continuou mostrando qual o meio que o Governo seguia com os Empregados que foram demilti-dos naquelle tempo; que alguns tem requerido, .e que o Governo tem procedido a todas as informações, e mandando igualmente informar o Sr. Visconde de Sá, e que outra reclamação existia, que S. Ex." tencionava reme t tê-la ao Sr. Costa Cabral, e Barão do Bomfim ; que o Governo ha de ter nttenção com os Empregados nomeados na crise, e que os ha de conservar quando ellcs tenham aptidão, c probidade, porque sem estas qualidades ninguém temi direito a empregos (Apoiados.) Que assim está conciliada a opinião de todos os Srs. Deputados, porque se não hão de deixar fora dos empregos os que merecerem entrar, nem deixar empregados aquellos que o não merecerem.

O Sr. Ministro das Justiças, que pôde af-fiançar ooSr. Deputado que ainda nnm um Empregado dos que foram demittidos foi reintegrado: que apenas ha uma excepção a respeito de ura Escrivão de Lamego ; esl^ é o único a quem foi levantada a suspensão : portanto pelo que diz respeito ao Ministério das Justiças, não hu motivo para suppôr que o Governo tenha tido cm menos consideração os actos dos Srs. Com-inissarios do Governo; e está certo que elles obraram da mesma, maneira que obra o Governo : o Governo pediu informações gcraes a -respeito de todos os Empregados; que quanto nos Delegados que ainda estão nos logares, foram dados como vagos em relação aos outros que tinham sido providos. ,"

O, Sr,. Costa Cabral disse, que se,dava por Satisfeito com as explicações que deram os Srs. Ministros; quequand.o nomeou aquelIcsErnpre-gndos tinha desejo de acertar; que se errou foi effeito diis pessoas que o informaram; porém que tivera os melhores desejos de acertar; que approva a política do Ministério, em quanto diz que, porá se decidir a tomar uma resolução .tem mandado tomar informações. , Tendo d-.tdp quatro horas, o Sr. Vice-Presi-dcnte deu a Ordem do dia, e levantou a Sessão.

Discurso do Sr. Deputado Barjona pronunciado na Sessão de 27 de Outubro. "jVTÂo é minha intenção menoscabar os servi-JLA cos do Sr.Costa Cabral, muito pelo con trario, meu desejo é que seja premiado todo o indivíduo que prestar á Pátria serviços realmente importantes. Se agora tomo a palavra, tenho por fim revelar perante o Sr. Ministro da Coroa, e em pleno Congresso, alguns factos que reputo iojustos, e combater certos princípios «miltides pelo illustre Deputado, que |me não parecem, achar-se- em harmonia com as idéas mais sãs de política.

O Sr. Deputado pretende que os Empregado; que no tempo da ultima revolta foram expulsos dos emprego»., 'por serem suspeitos de desaffe-ctos ao actual systema político, se conaerven desempregados, e que os homens que os substituíram se considerem effiicíivos,. pe/o menos cm quanto o Governo por, uai Decreto não decla-

PIARIQ PO GOVERN.O.

HS^HI!^^HI^HBHSeSSBSeBSBeaSHeSHaBi»W?

r.ar o contrario, isto é, em quanto não declarar os logarçs vagos; e não teve duvida o illustre Deputado em avançar a proposição seguinte: — que será uma grande injustiça o não os conservar nos empregos em que .estão, visto que os acceitaram n'umaepocha muito melindrosa. Eru, Sr. Presidente, vejo r m e obrigado a dizer que neste ponto os meus princípios estão mui longe de concordarem com os do Sr. Deputado; e lisonjoio-tne de que o mesmo acontecerá á grande maioria do Congresso. Ninguém du» vida de que durante a revolta muitas vezes pedisse a prudência, que este ou aquelle Empregado fosse suspenso, e o logar occupado por pessoa de confiança: mas e' também não menos certo, que finda a revolta, devia tudo tornar ao estado anterior, uma vez que se não provasse que o suspenso era realmente criminoso. A pessoa que occupou o logar interinamente deve ser premiada em proporção dos serviços que fez, e ser despachada para o primeiro logar vogo para que tenha idoneidade; porem jamais deve iicar com o emprego que outro sorvia com dignidade, c de que foi suspenso sem causa real.

Agora passarei, a referir dous factos, quepen-só devem ser remediados quanto antes; tenho ainda outros de que fallar, porém reservo-os para occasião mais própria.

Foram expulsos de seus logares dous Empregados em Coimbra; e cada vez estou mais con-•encido de que o foram com muita injustiça. Jm. é o- Bfidd da Faculdade de Medicina, e o outro é o Contador Judicial. O primeiro diu-sô que é chamorro; porem nenhuma prova se apre-enta de tal asserção: do Contador allega-se' que é parente de um grande chamorro; mas se-á isto razão bastante? De empregos similhan-tes não deve pessoa alguma ser demiltida sem :rime, ou erro de orneio: tudo mais é anar-chia, e leva-nos á dissolução. Supponhamos |iie o Bedel não gostava muito da resolução lê Setembro; seria elle por isso menos hábil jura apontar as faltas dos estudantes, ou para irar da urna as sortes para as sabbalinas? •npoiado): e o Contador, contaria elle por is-o peioros feitos?" Sr. Presidente, existem lo-;ares que não podem ser convenientemente exercidos senão por homens que tenham rio coração is máximas do systema político dominante, is-o é certo: mas na maior parte dos empregos rnsta que haja da parte do Empregado, honra, obediência ás Authoridades, e aptidão sufficien-e. Esta ultima e uma círCumstencia de que.se não pôde prescindir, e a que em nossos dias se a l tende muito'pouco (apoiado). Em Coimbra viu-se isto a respeito do Bedel; porque deram o ogar a um estudante, que nunca póds dar con-" ta de seus estudos, e que foi sempre mui pouco regular na frequência delles: esta é a informação que me tem dado, porque eu não o conheço. Se assim é, corno de Coimbra me in-"ormam, nào é o novo Bedel o mais próprio ^ara manter pela sua parte a necessária disciplina (apoiado). Do novo Contador não posso dizer outro tanto, supponho que-será pessoa capaz, pois me aíTirmam ser irmão do mesmo Sr. Deputado Costa Cabral. Não serei mais extenso:'o que disse é bastante para chamar a attenção do Governo e do Congresso sobre a matéria, e para que sejam restituídos sem demora a seus respectivos empregos aquelles indivíduos que foram suspensos por uma medida de simples cautela , que se não acharam criminosos; e folio especialmente dos douj^sujoilos que-nomeei, por isso que além de serem bons Empregados, e terem sofTndo muito pela Causa da Liberdade, não tem meios alguns de subsistência , nem para si , nem para as suns famílias.

NOTICIAS ESTRANGEIRAS.

JTRANÇA.. —• Paris, tí de Outubro.

EM consequência da informação do director da Chancellnria de Liest, decidiu-se que os Es_tados de Hanòver serão convocados para o fim do próximo mez. Annunciam que se pró porão aos Estados certas modificações á ie fundamental. Entre estas figura asuppressâo da indernnidade qua se tinha concedido até agora aos Deputados. E^ por isso- que para o futuro os Deputados'não receberão nada pelas despe zás da viagem , nem o subsidio diário que s< lhes tiuha concedido anteriormente. Esta sup pressão da indertinidade poderia occasionar qui a Dieta sn corrippzesse para o futuro s.ó detnerp ÍKOS residentes na capital. Asnoiicias deCalcutáannunciauV que o com

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taereio daquella cidade estaca póiico'animado.

A introduoçao demercadouas'éuropeas era díf-

ficil-. A colheita do ariil parece que uãò será

muito abundante. . .

' A corte de Berlim acaba de tornar lucro por Ho dias com motiva da njorto'd# Duque Caros de Meckleraburgo. O Rei'Ernesto detíano-

ver o tomou por seis semanas, • -

Srr Roberto' Peei, membro do Parlamento

Inglez, acha-se actualmente em An vera. Mr. Alberto Nota, cdlebré auctor Italiano-,

. ie obteve tão brilhante acolhimento entre os literatos Parisienses* está actual rhen te em Lyon.

de volta ao seu paia. (Journal de Paru)

BÉLGICA. —* Bruxellasj 11 de Outubro.

H ONTEM apresentou o Ministro da Fazenda na Sessão da Caniara dos representantes, m projecto de lei para a fabrica de moeda» e ouro.

Sabe-se*cjUé no estado actua! Já legislação, igundo o qpdenado na lei de 5 de Junho de 832, e attenlo o grande prego das matérias,

fabrica de peças de ouro que a dita lei determina, é impossível, porque a peça posta em irctilação por 20 francos valerá ihtrinsecatneu-e mais, quando mais será isto factível o res-eito da moeda de prata. Como é por outra rnrte evidente a necessidade de Uma moeda na-ional de ouro, encarregou-se ha tempo uma ominissão que averiguasse que modificações onviria fazer na lei de 5 de Julho, para que ossa fdbncar-se esta moeda, e sem duvida que projecto apresentado pelo Ministro da Fazen* a encerra o resultado das deliberações dacoin-miisão.

Segundo este projecto haverá moedas de ouro e 10, 25, 50, e 100 francos. Esta divisão é á uma aberração da lei existente, que raode-ada pelo regimen Francez, não fallava se não m peças- de 20, e de 40 francos. Será provei-os^ esta mudança? Não nos poremos agora a xamina-Ia. A modificação importante , e a uai fará desapparecer o obstáculo que se op-unlia á fabricação em ouro, recahe sobre o eu pezo. A lei de 1832 ordenava que as peças' e 20 francos seriam do mesmo corte de 155 era illogramo , equivalendo assim a 6' g ramos '52 milligramos cada uma, e o projecto apre-entado á legislatura fixa o pezo da peça de 2Í> ranços , em 7 grarnos 960 milligramos, ouf 368 milligramos para 20 francos, o que dá ma dilferença>, quando menos de 84 milligra-ios. Nada se innovou a respeito da tolerância

titulo, que ficam os mesmos. (IrtdépendanL)

SUÉCIA. — Stoclutlino, 26-cZe Setembro. ^TJ/Í Magestade recebeu os mais vivos testi-_7 munhos da publica alegria em toda a sua iagem, e mui particularmente em Linkisping, Colmar, e Calscrona. Em toda a parte deixou o Monarcha signaes da sua liberalidade. Em Jirabusham recebeu §. M. uma deputação da classe dos paisanos de vários districtos deChris-tiantads-Lehrr, -presidida por Peder Joenssen , que expoz a S. M. o desejo da população da-quelles dislrictos, de que se estabelecesse um Jorto necessário para a exportação doa produ-:tos de todo o dislricto.

O Rei di,jnou*se responder*!he, que iunme-diatarnente julgasse ser possível o dito estabelecimento, e que o estabelecimento do porto não fosse contrario ao systema geral de defen-sa'do paiz , proporia o projecto á assemblé» dos Estados. (Correspondant de Hambourg.)

DINAMARCA.—».Kieli, 2d de Setembro^

UM periódico annuncia que o novo regula» mento das alfândegas se publicará no 1." de Outubro e começará o reger desde-o 1." de Janeiro de 1838; mas esta noticia é inteiramente inexacta. Não está tão adiantado este importante negocio. Ainda não se fixou a tari* fa das alfândegas. Outras questões mais ou menos dependentes destas estão também por se de-» cidir-, e até sabemos que esta disposição legislativa -tem que submetter»se a novas investigações. Não obstante isso, o estado precário, do nosso systema de alfândegas exerce uma' da* mnosa influencia para ocommercio, cujas operações se acham paralisadas, e o registo severo que se verifica-' era alguns pontos acarreia uma desigualdade contraria á equidade»'

(Gaictte-dc Jlugsbourg'.}

ALLEMAfífU.— Hamburgo, 38 de Setembro.

Página 1230

DIÁRIO DO GOVERNO.

Belgicfi estende-se ate ás fronteiros da França % da Prnssia ate AÍK*la-Cliapclle, 'e -ao mesmo tempo .que a frança duvido .ainda, a Prussia apressa-se a ubrir uma linha de 50 milhas (200 Jegoqs. de-França) por meio das provindas do .«jeste, •« sem. .dúvida deve prorongn»la ate ás .portas cja «apitai. As sociedades de caminhos de ferro do Rlieno e do Weser tem obtido im-incdwttHTionle", e cotn 'preferencia a toda-qual-quer oulrn, u concessão deita linha, epropòem-SB dar principio aos seus trabalhos com a maior Inactividade. Todos as dúvidas edifficuldadesdes-a p parece rã m. Perguntava-se ainda ultimamente se os caminhos de ferro da Allemanha nuo acarretariam dcspezas immcnsas de construcção com ,poiicas probábilidacba de beneficio ao» concessionários. Citava-se em apoio disto as dea-pezos de 233 mil rixthalers porcada milha de caminho de ferro da Bélgica, c a relação módica de 13 por 100.

A estns obrigações respondeu-se : AVnda quando os caminhos de ferro occasiontesem na Aliem a ubá as mesmas despczas-, e não rendessem senão 64 por 100 não seria um interesse sulFi-ciente í Alas na Bélgica, ondií unicamente se contava sobre 70 mil viajantes, e sobre o pro-ducto dti um milhão, e já necessário construir Inibas dobradas, e augmentar as dcspezas de 70 mil rixthalers por milha Alterna (2 legoas). Os associados ruio se apressarão n contribuir para este augmento de dcspezas? A Bélgica não apresenta em toda a parte uma superfície .plana. A linha de caminhos de ferro encontra alh dirnculd:ides tão grandes, c maiores ainda que as que apresenta o terreno da linha desde Dres-de ale Leipsick. O toial das despezas sobe por conseguinte de 120 rixllialersate 270 mii por milha Allemã.

A diCferença e pois, de uma metade, e desde logo se vê em que erros poderia incorrer-se s.enão se considerasse a differenço de sítios e terrenos. Nas planícies do Norte daAIlcmanha ns despezas subiriam ú primeira quantidade, ao mesmo tempo que na Allcmanha central poderiam chegar á segunda. Consideradas as diversas localidades da Allemanhn, as diífiuulda-des maiores ou menores que podem apresentar, € PS vantagens que proporcionnriio csta

FRANCKFOIIT, 3 de Outubros

ESFKRA.-SE aqui com impnciencia a próxima decisão do Grã-Duque de Viesse sobre1 a accessúo provável das cidades de Aloguncia, e Darmstadr. á cooperação dos. planos1 do construcção dos caminhos do forro. l'orece que não se desespera de uma decisão favorável de nostfa commissâo a respeito do curso das acijòos do caminho de forro de Taunus, que tem subido B JòG por 100. Qualqner que SPJO a decisão que deve recahir, julga-se poder nssegurur-se que não acabará o anuo sem tu começarem os trabalhos do dite caminho. A , commissâo de Parrnstadt tcrn passos n>uilo activos para empenhar novamente a cidade de llanau a contribuir para a linha do caminho de ferro na .margem esquerda do Aleno.

(Courrier

TUUQUIA, — Constantinopla , 18 de Setembro.

As noticieis recebidas de Malta annuncinm , que a esquadra Tiircu coiitinaiidada pelo Copitão-Bnchá, tinha chegado ás aguas 'da-quelltt illia, de volta de Tiipoli, onde deixou j>í}rte du seus navios. Quando o Copitãc-Ba-xhá soube que tinham chegado diante de T une/ as forças navaos ás ordens dos Contro-Almi-rai)le$,Lalnnde e Ciallois, esteve indeciso um .uipmenlo sem sabor o que fúria, e julffava-se .«m.^Alalta geralmente, que se tinha dirigido ;t .jlilAi-ÍM'9, com oUjecto de perguntar ao seu governador quofa-na a esquadra Inglezacomcnan-. .4ada, pelo. Almirante Stapfç-rt no coso 'de que 3 ajinrchia em que se- acha a província deTri-,ppli fizesse necessária a intervenção da Porta. As cartas que nos duo estas notictâsannunciatn tambetn, que o Capitão-Bacha depois de ter tido uma conferencia com o governador, tinha enviado um navio de guerra a Tunez. a As mltirrias. noticias deste porto, que trouxe .o.Uârcc. dç. vapor o_Tartare, podem conside-T&r-se corno officiaes, e todas dão motivo a acreditar, -que o Capitão-Bochá já porliu de-AJal-, ip, d.Tig-Jndo-se aos DardoneMos.

Idem, 21___Desde a demissão de Petervy-

Bnchá todos os empregados do ministério do •interior tem sido dennttidos, ou substituídos. Segundo os noticias da Natolia o governador interino Namick-Bnchá eílectuou cotn grande satisfação dos habitantes daqucllas pro-vweras, todas as reformas projectadas pelo Sultão na sua ultima viagem. Prohibiram-se todos os monopólios -aulhorisados pelo antigo governador Jacub-Bacliíi, e que se sustentavam pela sua tyranna nuthoridade, apezar dos conhecidos desejos dos •habitantes; e permitte-se aos Rojas toda a espécie de commercio, á excepção do da seda, e ópio. '

Prendeu-se o agente de Jacub-Bacha, aceu-sad-o de qu« durante todo o tempo da sua administração fazia exucções de todas as sortes. Destruiu-se uma quadrilha de salteadores que eram o terror dos campos, e continua-se com a maior aciividddt! a organisação da milícia. O Embaixador daGrccin, Zographos, tem querido fazer extensivo o direito de protecção da sua embaixada nos llajús T

(jVIercure de Souabe.)

"^SERVIÇO DE MARINHA.

Rcgisln do Portn, em 2 de Novembro de 1837

•EMBARCAÇÕES BNTRADVS.

V Arou do Guerra Portuguez =r Napier = Commnndante o 1.° Piloto Jòiit> António da Silva Costa; da barra de Faro em 38 horas, 25 praças de guarnição, e 11 passag.

Escuna Portugueza = Espadarte== Cap. José Pereira Pestana, 'dos Bancos da Terra-No-va em 31 dias, com bacalhno, á C.a das Pescarias, Lisboncnse; 1G pessoas de trip.

Patacho Pnrtugupz=; Dons Irniãos=Cap. Domingos Neto Marques, dt» Ilha de S. Miguel em 18 dias, com Irgo, feijãu, e fava , a vários, e o navio a Joíio António da Luz Ko-birn, 11 pessoas de trip., e uma mala. • IJiate Portu£iiez = Ferreira = Mestre João de Sousa Matinas, da Ilha de Santa M n ria em 18 dias, com trigo, cevada, e fava, a vajios, c o Hiate a Manoel Ferreira; 7 pessoas de trip., e uma mula. t

Iliate PortHgtioz=r.Feliz Pensampnlo = Josc Maria do Costa, da ilha de S.^Miguel em 14 dins, com milho, trigo, e feijão ; 11 pessoas de Irip., o uma rrinla. Cunsigua-se ao próprio Mcilre.

* EMIlAilCAÇÒES SAHIDAS. • .

Bnrr.a Portugueza = Activa = Cap. Subino António do Couto Almeida, pnra Pernambuco , com sal, vinho, e outros géneros; -e í pnssag.

lisctina Inglcza = Uart = Cap. Cr. Peperel, paru Sotubul em lastro.

Hiato Portugiifz = Liberal ^Mestre Francisco Joaquim Tare', para. Setúbal ern lastro.

Quartel

AVISO. . .

P ET, \ Administração Geral dos Correios se tW, púljJu;o, que sulurá n 9 decorrente para a llbtt da Madeira, o Brigue liscuna Fun-c/ivl. Ab cartas sei ao lançadas ate ú meia noite do dia antecedente.

PUBLICAÇÃO LITTERARIA.

Siiini ú luz: O S.° Trimestre da Collecçilo das Leis d 11)37. Vcmle-§e por 400 rs. na loj» de Anlonio Marques iln Silvn, rim Augusta ».° S; e un mesma se continua a vendei' toda i» Collecção -NoVissima. ^

AMWUNCIOS.'

l IVo J"izt) lf* nírcito llíl Í-a^nnii EíCrlíiTio Sn, <_:_7rem praso.='praso.' francisco='francisco' citando='citando' no='no' de='de' d.='d.' ypie='ypie' serem='serem' flito='flito' edictos='edictos' du='du' se='se' por='por' para='para' padillui='padillui' balii-lilar='balii-lilar' julgados='julgados' pena='pena' a.joão='a.joão' _='_' aiinstn.='aiinstn.' á='á' nas='nas' lima='lima' verem='verem' jlimn.e='jlimn.e' soja='soja' dfi='dfi' io='io' j='j' aua='aua' jo5o='jo5o' chnhiando='chnhiando' o='o' p='p' amehcia='amehcia' exécnçiles='exécnçiles' tmdo='tmdo' rebelm='rebelm' ililios='ililios' t='t' uecorrtm='uecorrtm' isnaciu='isnaciu' _6='_6' ilmt='ilmt' ju.iiin='ju.iiin' _30='_30' juizo='juizo'>

_ ^\RKCBBBDOR jrarticulnr-da Frepitízia de S. Jdr£e', ,'ah-\J> núncia que rérehD A boca do Cdfíe, por esjwçô de 30 diafe, jjae hftu ile ptinçipínr. Qm 7 do corrente, a Decima e Impostos-anncxoi da dita .F.rc^uezj.r, - o ;.* Semestre de 11)30, e a Decuim ile Juros'de 18.1^^'desde as 10 horas da manha até as 3 da wíln', na riK direita de Arroios n." 110.

. T)OH ordem do Juii CommlsfUrio ,da fa](encm da^viuva XT de Manoel Alves Guerra è Filho convocsm-je os.credores á dita massa para comparecerem no TnLiuoil do Couir mcrcio de l.a instancia, no-dm 9 tto-oorrenle ao meio dia, paru «0'jnlgnrcm pnvilegjndos os créditos veriflcados.i.. .*

"ORECISÀ-SB iallar ú Sr.1 Joannn Josefa para negocio da-4 JT interesse se«. e por i«w pede-se quciru deixar a su& morada na loja do Rocio n." 10.

Os Curadores flicais provisórios da massa fallida

TOSR' António Gomes Ribeiro, vendo no Diário do Go-J vcrno n." 254, um annnncio de João Ferreira Troca , psra venda de'beii3, faz tamhem nnniinciar, que pelo Juizo de Direito da l.a Vara desta Cidade1, faz execuçiio a elle, e aeus filhos, por quantia

. Tofie' l.inz de Sousa Arriada Wz publico, que elle tem t) proposto Cansa de filiação c reivindicação no Juizo da Comnrca exterior, Escrivão Lemos, a rju»l está próxima a jtilgnr-se contra Anlonio de Vaeconcellos Abranchei G'«slell

„ /"VCo.snn do Parrobo qnerendo prevenir jiiizos menos exa-\J cios, ou suspeitns infundadas, provine o Publico de que pela dupbra de conthçSes do contracto dn límpríz» do Theatre de S. Cnrloa pnlif elle n Anlonio Porto, por escri» plura oulliorgndn nns Nr.las do Tahellifio Thomás Isidoro da Silva Freire em 11 de Fevereiro de 1830; cem conformidnilo do direito que pelo mesmo contracto lhe ficou mli-n, se viu obrigado a tomar sobre si a Empreza do me«mo Tliealro. a fim de prevenir odcsagradavcl ncontccmienlo (aliis uiuilo pró. vnvel de e?perar) da internipçilo dos Espectáculos.

q TT-w sujeito que sabe bem ler, fscrover, e coiil.ir. Ginm. U mnlica Porlu^iieza, l,alina, o'Franceza; Filosofia. Historia, e Oooftrafin,- pretende dar lições dns dilas inatrri.i*, quer em Collegios, quer »m casas particulnres: lod.i a pessoa que se queira ulilisar, |HÍdc deiiar o seu nome c muraila nr\ loja deste Jornal, rua Augusta n." 129, para ser procurado.

.-TTiu sujeito que por muilos anrios leni sido Uuanb-Li. \J vros, promptifíca-EC a tomar conta de qualquer oscri-pturaçiio mercantil, ou liquidação de conlns, preferindo oc-c\ipar ncsle trabalho só parle do dia : quem se quuer ulihznr do seu préstimo ileiMirn a

/TTJ^ T^T4 inrdedodia 6 ilororrcnle«eliftoilenrrcmaur

11 Jfj;1;! -l- 'l n«PraqftdoDeposiloGpr.-il, vimas 0:15:15 r-

a5_''LA^ 3U18 pertenças, sitas nu 'Couto dos Freires , t''re-

jriiezin de Odivellns, aralmdas enilIO-JOOO: ú Iíjcrii\lo =

Conto.

TILEÂTRO N. DARUAiDQS CONDES.

DOMINGO ó do Novembro de' 1837= A Mãi Criminosa = ou = O outro Tartufo = grande Drama em 5 Actos. =O Cabrito Montez, ou o llendciro Inglez = Comedia ern 3 Actos. Princi|)in ás 7 horas.

REAL TREATRO DE S. CARLOS.

SEXTA feira 3 de Novembror 16.a rcpresen-.. tacão, Opera = Belisario = Dança =A Conquista de Alulaca. •

Tendo IVIr. Tlieodore- tido a infelicidade de torcer umpe, não Imvcríi Pas-de-dcux cm quanto não for novamente annurttrado.

N. B. Os Senhores assignantes da anli^.i liinprep.n, cujas assigriíiturns acabam em difle-renles dnlas do corrente mez, tem criírada ato concluírem o praso delia; os dos Camarotes estão, naa mesmas circurnstaneias.

fínvendo terminado as desíntelli^encias entre a 1." Díima Luiza Mntiliey ,'c a Êrnpreza deste Tlicatio, pondo-se linr.a pleitos, e continuando aquelta Artista a tornareffectivos os seus serviços de Agosto ultimo em diante, usaitn se annuncia "ao Publico, accícsccotundo, que a faltn de peças novas (as qunes todos os dias se esporam) c a única causa do não ter ido á sce-na aquella Dama, falta que obriga também a Empreza (para não estar por mais tempo privada dos serviços desta Artista) a apresenta-la de nevo com a opera = Norma = quo em seu beneficio deverá ir á Scena na noite de Segunda feira próxima G de Novembro. „ A nova Emprega do R. Tlientro de S. Cario» previne a quem competir, que os bilhela» de entrada para ambas as plutéas serão ate' novas disposições unicamente, aquelles ,. que'se acham íi venda no dito Thcatro. Outros'*)iíauf^ quer não serão desde Sexta feira próxima ad-mittidos. , .

Ficam prevenidas todas as pessoas qaatinham,

entrada no Palco Scenico do R. Theatro da S.

Carlos, que de hoje cm diunto .aorA a mesma.

unicamente concedida aos empregados, do mes-

' mo Thcatro. ( .

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