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DIÁRIO DO GOVERNO.

isso pediu que se satisfizesse o fim da interpcl- ] lação para que os Ministros foram chamados.

O Sr. Ministro da Fazenda começou expondo o estado do Thesouro quando entrou para o Ministério, achando as rendas hypothecadas, e os cofres cheios de papeis; que em toes cir-cumstancias se lembrara de que sendo o Governo credor de 3:300 contos de impostos vencidos, c não arrecadados; e sendo essa arrecadação viciosa e lenta , o meio mais prompto de upressur essa arrecadação era uma emissão de 000 contos de réis, com os quaes pagaria aos Empregados, e facilitaria a arrecadação. Expoz que o resultado mostrara que a sua opinião era justa , porque desses 3:300 contos só se recebe-rnm 151 contos, de modo que se pagaram mais 349 contos do que se pagariam esperando por essa arrecadação. Observou que esles bilhetes no principio tiveram muito credito, sendo dês-contndos a 5 porcento; que depois veio a guerra civil, e se espalharam malévolos boatos com o fim de os acreditar; que a guerra civil levou perto de 500 contos, e lhe custara muitos sacrifícios, perdendo muitas noites, e empenhando o seu credito para haver meios, e sacrificando 09 seus interesses particulares. Expoz que ha t'inpo, consultando corn os próprios Chefes das R-punições, c com os Ministros em Conselho, te decidiu o dar um maior giro a esses bilhetes para ver se se podia activar a sua arrecadação, e porá que'o Governo, quando fosse necessário, podesse fazer oulra emissão. Disse que não conhecia agiota nenhum quando se tractuva dos interesses públicos; e quanto á desigualdade de pagamentos, talvez alguns Deputados fossem os culpados doíla. Sobre o facto apontado acerca do Sr. Ministro da Marinha disse, que este o procurara paru receber seus ordenados, porque de outro modo sei ia obrigado a vender todos t>s seus moveis para poder satisfazer as suas muitos dospezas que fizera em Lisboa, que apenas lhe dera duzentos mil réis, e do resto Leiras sobre Villa Real, que tarde receberá. Las-tii^ou o alrazo dos pagamentos a certos Empregados > mas disse que nada podia fazer a este respeito-, porquanto era preciso pagar á Tropa em primeiro logar: accrescentou que assim •que os lançamentos estivessem feitos, e os cofres abertos, es primeiros meios de que podes-se lançar mão seriam para pagar a esses cias sés desvalidas.

Quanto ã apresentação de um plano de Fa-2ondn , observou que exigia muito tempo para poder ser bem meditado; que já tinha apresentado um Projecto a seus Collegas, depois de •visto portodas as notabilidades de Lisboa, pois que elle não snbia fazer Projectos de tal natureza por vapor; que laes Lei» deviam ser maduramente meditadas, e dormir-se tempo sobre •elUs para serem úteis, e duradouras; concluiu dizendo que por aquelle Projecto, se as Cortes o njurlnssoin , o Governo de Janeiro em diante tt-ria GOO contos de rendimento mensal, e isto sem sacrifícios.

O, Sr. Barjona começou dizendo , que as queixas dos Empregados eram justa», porque elles deviam •ser pagos com igualdndn, e que não podia deixar de sentir amargamente, que em quanto umas classes eram pagas ern dia, ou-trus estivessem tão atrozadas, como eram os ProffSíores, aquém se deviam dous ânuos, mas qua este mal não vinha só do Ministério actual n quein pedia que fosse remediando os males existentes, como podesse, porque remediá-los de todo, e repentinamente, era impossível; que se não era possível pagar completamente se pagasse pró rata segundo fosse possível. Que se tinham tocado mntcrias que não pertenciam á inlerpellução, mas que convinha foliar nellns uma vez que se Unham tocado; que era preciso quanto antes apresentar um Projecto para o melhoramento da arrecadação dos impostos; assim como para a consolidação da divida pública. -Que a emissão de papel sendo bem feita teria mui bons resultados, porque haveria quem o rebatesse a 10 ou a 15 por cento, o que ajudaria muito os Empregados públicos. Concluiu mandando para a Meso a seguinte proposta: — Proponho que se recommende ao Governo tjueira apresentar quanto antes a este Congresso o seu Projecto sobre a consolidação da divida nacional, o qual o Sr. Ministro da Fazenda ha tempos protnetteu apresentar.

O Sr. Branquinha Feio, sobre a ordem disse, qvie o Sr. Ministro da Fazenda tinha dito, que talvez tivessem motivado a preferencia de pagamentos alguns Srs. Deputados cujos nomes desejava conhecer, porque aliás poderia cahir descrédito sobre todo o Congresso.

O Sr. B. da R. de Sabrosa começou dizen-

do, que todos sabiam o que era o jogo doáfun- : dos, que consistiam em fazer subir os fundos, e depois baixar para assim se fazerem grandes ucros; que quem tivera o culpa de baixarem os bilhetes do Thesouro foro o mesmo Sr. Ministro da Fazenda, que lançara uma novaqua-idade de papeis no mercado já cheio de papeis desacreditados: que de mais, o Sr. Ministro depois de estarem os bilhetes a 64 lhes dera uma nova consideração, que produzira a sua alta em proveito dos rebatedofes, e não dos pobres Empregados públicos. Accrescentou , que se S. Ex." tinha achado as rendas publicas antecipadas, cilas também hoje o estão, ainda que fosse com outro nome. Que não pagaria imposto algum em quanto visse a lista de devedores por bens nacionaes, alguns dos quaes nem tinham dado signal pelos bens que compraram. Concluiu perguntando, se no Ministério do Fazenda havia alguma proposta para ernendu de alguns Artigos das Pautas.

O Sr. M. do Fo/enda— Não ha. O Orador accrescentou, que se taes altera-rações senão fizessem em alguns Artigos a agricultura morreria em algumas Províncias de Portugal.

O Sr. Ministro dos Negócios do Reino em um longo discurso deu explicações ás interpel-lações feitas ao Governo, durante o qual foi muitas vezes apoiado pelo Congresso. Estava já a Sala escura, e O Sr. Rodrigo de Menezes observou, que não podia continuar a discussão, porque apenas estavam no Sala 11 Srs. Deputados.

O Sr. Presidente deu a Ordem do dia para a Sessão seguinte, e levantou a presente eram ,6 horas,

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TENDO-SE introduzido alguns erros na composição do nosso artigo = Theatro de S. Carlos = inserido no n.° 268 desta Folha, e que até em parle transtornam o sentido da oração, cumpre-noi emenda-los na seguinte

Errata. — No l.a columna do dito artigo, Jin. 33 onde seJè = porque oseu arrependimen to = develèr-se=postoque oseu arrependimento. Na mesma columna, lin. 74, onde se lê = muito insignificantes termina com isto o pa-ragrapho, começando outro novo em —Achámos que os bailados etc.

Na dita columna, lin. 78 e 79,'onde se lè== Madame Clara = deve lèr-se = M.e"* Clara. No 2." columna do dito artigo, Jin. 15, onde se lê = S. Scannavino = deve ler-se =: Snr. Scannavino.

AVISOS.

NA caixa do Correio Geral foi lançada no dia 11 do corrente uma carta para Carlos José Aquino e Sousa, sem destino; e no dia 13 uma folha do Periódico = Correio de Lisboa = para Lndisláo Monteiro Barbuda, tombem sem destino: as pessoas que as rernet-tem, podem-se dirigir ao respectivo Administrador, para lhes escrever os nomes das terras para onde devam ser expedidas. Correio Geral, 14 de Novembro de 1837.= Luiz José Botelho Seabra.

PELA. Administração Geral dos Correios se faz público, que sahirú a 19 do corrente para a Ilha de S. Miguel o Patacho Dous Irmão»- e a 30 para a Terceira o H i ate Três Amigos. As cartas serão lançadas até á meia noite dos dias antecedentes.

PUBLICAÇÃO LITTERARIA.

SAIIIU i luz N.° de Maio do. Jornal da Sociedade daíScieiv cias Medicas de Lisboa: acha-se na loja de Livros n." 6, defronte do Chafariz do Loreto.

ANNUífCIOS.

A LU o 1-3 R uma cãs» na rua da Quintinha o.* 39, com accommodaçdes para gran-de família, cocheira, cnvallariças, jardim , pateo com poço, etc. ; e é onde actualmente mora o E«n.° General Visconde de Reguengo.

r|^RÂBPASS4-8E u ma casa co m dom bilhares na J. rua direita dos Romularei n " 2, 1.° andar, l ende ae Irada de ajuste.

SBXTA feira 17 de Novembro , na Praça Pu-blici - - -

:a dos LeiiSes, se huo de arrematar com o abatimento da 5." parte do sen valor, o domínio ulil de um proso que conda de três diflerentes prédios urbanos, com seus quintaes na calçada da Ajuda n." 73 a 76: outras 77 a 80: outras na traveisa de José Fernandes D." 58 C, 59 C, avaliado «ml:600ÍOoO; rendem 218,5300, M-•o 19JS800: ó Escrivão da arranataç3o = Negreiro».

ANTÓNIO José de Sousa Pinto tendo noticia que

que o casal de Barbas de Porco, praso fo-

_____reiro em vida no Mosteiros de A rouca, se vai

vender para pagamento de l:£00£000 réis, que Pedro Corrêa de Almeida e Menezes pediu á Ordem 3." da Penitencia, era Jesus, de que pagava juros de 60$000 annuacs; bem como para satisfazer a outros encargos, previne a qualquer compra-1 dor que naquelle casal ha terras do Morgado de Barbas de Porco, de que o nnnunciantc é possuidor, e pel» direito qua a elIuB tem, protesta usar das acções competentes.

PULO Jnií de Paz da Freguczia de S. Louren-ço, de Ali

Alhos Vedros, Domingo 26 do corrente se lia de arrematar uma fazenda denominada o T\lnl5o, s/ta na Fonte da Prata, termo da dita Villa, avaliada em 856J5500 réis; cuja' fazenda dá annual 40 pipas de bom vinho ; tem terras de semear , além da rinha, com casai térreas no meio da mesma fazenda.

„ ~|~"VONI Anna Victorina do Rego Aranha, da Villa da JL/ Arroacb.es, pertenJe abolir um vinculo, qtio a mesma administra, instituído por Francisco Xavier Aranha, Bispo que.foi de Pernambuco.

Grande venda em Leilão u lout prix.

â/*~\uiNT& feira 16, Sexta 17, e seguintes, na rua \c£ de S. José, palaoio n.* 199, de rica mobília , e também alguma ordinária que guarnece o mesmo palácio. Pianno, pinturas de auctores conhecidos, divans, candeeiros, louças, prata, brilhantes, casquinhas, colxik-s, relojos, cobre, eotrem dacotinba, carruagens, calaiices, seges, cimilloe, e muitos outros objectos. Principia ás llJiora».

CURAPUII Fiscal da massa do fnllido António José Rodrigues ha de continuar no dia 18 do corrente mez de Novembro, pelas 10 horas da maniij, a venda cm publico leiUo de todos os géneros, utensílios, e armações pertencentes á loja e fabrica de refinar, incluindo um carro, e carroça; cujos géneros e utensílios se acham nas lojas de confeiteiro na esquina da rua do Loreto u.0' 91 e 93. Assim como uma porcJo de car-vílo de pedra.

/~V LBII.ÁO unnunciado para a venda dos bens da massa \J falhda de José Joaquim Alves, que deveria ter logar

no dia 11 do corrente, por inconvenientes ficou transferido

para o dia J6 do corrente, ao meio dia.

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POÁO António de Oliveira LeilSo, da Fre-gueiin de Gondifelos, Concelho de Villa Nova de FamelicSo, chama por carta de edi-clos no Juízo do Concelho da Povoa de Var-lim, nos que se julgarem herdeiros do finado Padre José Gonçalves Moreira Contriz, morador que fira na Frcguezia da Esteia , pertencente no ultimo Concelho, visto que o não quiz«rnm £*» anuelles de que tinha noticia, para f.tlliirem a um Libcllo em que pertends exigir uma divida qua lhe Ocúra devendo o finado Padre: convida por este annuBcio a todes que se julgarem herdeiros, para ahi deduzirem adcfen-sã , e direito que tiverem , pena de rebelia.

ACÇÕES DO. BANCO DO PORfO

j, TVJ"° escriptorio do Correlor de Numero Miguel Mac j T| Bride, rua dos Capellistas n.° 8 , ha 20 pura vender ; assim como 13 de Lezírias, 4 de Omnibus, 10 do Banco de Lisboa, 10 da Companhia de Seguros do Porto, In-scripçoes de 4 por cento antigas, e Letras do Contracto do Tabaco. '

Comrnercial Steam Packet Comp.

O NOVO, e bem conhecido barco a vapor Inglez, Calpe, Cap. T. A. Cox, espera-se chegue a esta Cidade no dia 18 ou 19 de corrente raez de Novembro, vindo de Muloga, Gibraltar, e Cadiz, e depois de 48 horas da sua chegada seguirá viagem paraSoulhnmpton, e levará passageiros para o Havre de Grnce, aomle serão transportados de Soulhamplon em outro Vapor da mesma Companhia, para seguir ao dito porto de Havre de Grace, sem mais despezas de passagem das que aqui pagarem; e o Vapor Calpe seguirá viagem para Londres: quem quizer carregar , ou ir de passagem, dinja-se ao Consignatário Guilherme S. Bur-nett, rua das Chagas n.° 8 , ou a W. H. Goodair,, rua do Corpo Santo n." 19, ou na Praça ás horas do costuma.

VENDBM-SB duas'vacas boas, uma In. gleza legitima,

e parida de poucos dias ; e a outra (urina legitima , e proxi-

_______fcr ma a parir: quem as quizer vir, e aju»-

lar dirija-se ao Feitor da Quinta Grande, em Carnide.

OIURSTRB Alveitar, na rua do Telhai, diz quem vende umcavallo Andaluz, de 5 an-

____nos, castanho escuro, próprio para todo o se»

viça de Irem , pelo seu tamanho e mansidão.

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THE ATRO N. DA RUA DOS CONDES.

QUINTA feira 16 de Novembro de 1837, em beneficio do Sr. Lisboa : a 1." representação de = Henrique 3.°, e a sua Corte = grande Drama Histórico em 5 actos.= O Cabrito Montez, ou o Rendeiro Ingléz = Comedia era 3 actos.

RE J L THEATRO DE S. 'CARLOS.

QOARTA feira 15 de Novembro, 21." representação. Opera = Norma = depoisdo 1." acto = O Pas-de-deux Jocoso = dançado por . Mr. Villa e M.me Velluti; seguir-se-ha o Dueto de Moysés cantado por Mrs. Coletti e Re-goli: a Dança = Margarida de Suécia = e o 2.° acto da Opera concluirá o espectáculo.